CARTA: UM MEIO AFETIVO NAS ONDAS DO RÁDIO - Biblioteca ...
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codificação e decodificação, formulado por Hall. O estudioso britânico de origem<br />
jamaicana alega que a comunicação pensada hoje em dia é uma “comunicação<br />
perfeita”, onde o emissor envia a mensagem, que por sua vez, envolve uma só<br />
direção, e o receptor a aceita. Mas, o teórico contesta que o significado, neste caso,<br />
é transparente, sendo a mensagem dependente do que o receptor entenda. Para<br />
Hall (2003, p. 354), “o comunicador quer transmitir a mensagem, então quer saber<br />
quais são os obstáculos para a perfeita transmissão do sentido”. Em seu estudo<br />
sobre codificação e decodificação, Hall esclarece que a comunicação não pode ser<br />
feita desta forma:<br />
Produzir a mensagem não é uma atividade tão transparente como<br />
parece. A mensagem é uma estrutura complexa de significados que<br />
não é tão simples como se pensa. A recepção não é algo aberto e<br />
perfeitamente transparente, que acontece na outra ponta da cadeia<br />
da comunicação. E a cadeia comunicativa não opera de forma<br />
unilinear”. (HALL, 2003, p. 354).<br />
Como a comunicação não segue a mesma direção, como declarado por Hall,<br />
as formas discursivas das mensagens prestam um importante papel no processo de<br />
comunicação. A atividade de codificação de mensagens feita por radiodifusores e o<br />
processo de decodificação pelos receptores devem se submeter ao discurso<br />
significativo. Para Hall, para a mensagem obter um efeito e ser utilizada, deve ser<br />
decodificada significativamente:<br />
É esse conjunto de significados decodificados que “tem um efeito”,<br />
influencia, entretém, instrui ou persuade, com conseqüências<br />
perceptivas, cognitivas, emocionais, ideológicas ou<br />
comportamentais muito complexas. Em um momento “determinado”,<br />
a estrutura emprega um código e produz uma “mensagem”; em<br />
outro momento determinado, a “mensagem” desemboca na<br />
estrutura das práticas sociais pela via de sua decodificação. (HALL,<br />
2003, p. 390).<br />
Segundo Hall (2003, p. 390), neste momento, o estudo da recepção e a busca<br />
da audiência não são simplesmente alcançados pelos “elementos isolados – efeitos,<br />
usos e gratificações”. Mas sim, entendido por ligação social e econômica. Como<br />
explica Ana Carolina Temer e Vanda Cunha Nery:<br />
O receptor não está isolado, mas imerso em diferentes grupos<br />
sociais, em diferentes atividades e envolvido com crenças,<br />
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