CARTA: UM MEIO AFETIVO NAS ONDAS DO RÁDIO - Biblioteca ...
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A absoluta ausência de discussão pública sobre o uso social das<br />
novas formas eletrônicas de comunicação, no momento em que<br />
estão a ser implantadas de maneira irreversível, é um alarmante<br />
presságio das conseqüências desta ingenuidade. (MEDITSCH,<br />
1999, p. 278).<br />
Para Brecht é chegada a hora de se reestruturar o rádio para o interesse do<br />
público. O que teórico apresentou no começo do século XX reverbera mais atual do<br />
que nunca, pois um dos traços da realidade hipermidiática é a segmentação de seu<br />
público e a necessidade de construir espaços diversos de mediação da experiência.<br />
Uma das mais novas plataformas de comunicação são as rádios na internet, onde os<br />
ouvintes têm a possibilidade de escutar todos os tipos de programação, além de<br />
rádios mundiais, algumas ainda, com câmeras nos estúdios passando proximidade e<br />
interatividade para o seu público.<br />
3.1 DEVANEIO E <strong>RÁDIO</strong><br />
O filósofo francês Gaston Bachelard inicia seus estudos relacionados ao rádio<br />
com o artigo “Devaneio e Rádio” publicado em 1985, onde declara a problemática da<br />
repetição, a relevância e o dever de criar algo novo para o rádio.<br />
Segundo Bachelard (1985, p. 176) a comunicação é feita na “logosfera”, ou<br />
seja, todo o globo se comunica. O teórico declara que “o rádio é um problema<br />
cósmico: todo o planeta está ocupado em falar”. Por ser um veículo tão importante, o<br />
filósofo propõe:<br />
O rádio é uma função de originalidade. Não pode se repetir. Deve<br />
criar novidade a cada dia. Não é simplesmente uma função que<br />
transmite verdades, informações. Deve ter vida autônoma nessa<br />
logosfera, nesse universo da palavra, nessa palavra cósmica que é<br />
uma nova realidade do homem. (BACHELARD, 1985, p. 177).<br />
O rádio deve buscar formas inovadoras de educar e informar com a utilização<br />
da criatividade. O professor Herreros declara que isso pode não ser utilizado: “Não<br />
sopram bons ventos para a criatividade radiofônica”. Herreros alerta que o rádio nos<br />
dias atuais enfrenta a concorrência, fazendo com que o “radioarte” seja mal utilizado.<br />
(HERREROS apud MEDITSCH, 2008, p. 337).<br />
O rádio chega aos ouvidos atentos do receptor através de sua programação e<br />
a voz do locutor faz com que o ouvinte imagine e fantasie. Diferentemente da<br />
televisão, o rádio não precisa de imagens. O repouso do homem faz com que<br />
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