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aspectos da trajetória acadêmica de josé aloísio de campos

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ASPECTOS DA TRAJETÓRIA ACADÊMICA DE JOSÉ ALOÍSIO<br />

DE CAMPOS: CONTRIBUIÇÕES DE UM PROFESSOR DE<br />

ECONOMIA NA REITORIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE<br />

SERGIPE<br />

(1976 – 1980)<br />

Formação <strong>de</strong> Professores Memória e Narrativa<br />

Patrícia Francisca <strong>de</strong> Matos Santos¹<br />

RESUMO<br />

O objetivo neste artigo é analisar <strong>aspectos</strong> <strong>da</strong> <strong>trajetória</strong> <strong>de</strong> José Aloísio <strong>de</strong> Campos e as<br />

suas contribuições para a consoli<strong>da</strong>ção do campo superior público em Sergipe <strong>de</strong> 1976 a<br />

1980, período <strong>da</strong> gestão como reitor <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe. Foram<br />

utiliza<strong>da</strong>s referências bibliográficas como Bourdieu (1998, 1990, 2007, 2008); Certeau<br />

(1979); Chartier (2009); Pesavento (2008). Para sua construção foi utilizado o método<br />

histórico, perspectiva teórico-metodológica <strong>da</strong> História cultural, inseri<strong>da</strong> no campo <strong>da</strong><br />

História <strong>da</strong> Educação, assim como estudos sobre a História <strong>da</strong> Educação local.<br />

Palavras-chave: História <strong>da</strong> Educação; Prof. Aloísio <strong>de</strong> Campos; Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong> Sergipe.<br />

ABSTRACT<br />

The aim of this article and analyze aspects of the trajectory of Joseph Aloísio of fields<br />

and their contributions to the consoli<strong>da</strong>tion of the upper field public in Sergipe from<br />

1976 to 1980, a period of management as rector of the Fe<strong>de</strong>ral University of Sergipe.<br />

Were used bibliographic references as Bourdieu (1998, 1990, 2007, 2008); <strong>de</strong> Certeau<br />

(1979); Chartier (2009); Pesavento (2008). For its construction was used the historical<br />

method, theoretical-methodological perspective of cultural history, inserted in the field<br />

of History of Education, as well as studies on the history of local Education.<br />

Keywords: History of Education; Prof. Aloísio of Fields; Fe<strong>de</strong>ral University of Sergipe.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste artigo é analisar a contribuição do prof. Aloísio <strong>de</strong> Campos para<br />

a formação do campo superior publico em Sergipe <strong>de</strong> 1976 a 1980, marco que<br />

compreen<strong>de</strong> a sua gestão como reitor <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe. O <strong>de</strong>safio que<br />

1


se apresenta é o <strong>de</strong> “[...] explorar seus limites operatórios, questionar seu potencial<br />

explicativo e i<strong>de</strong>ntificar os vazios que <strong>de</strong>ixa nas interpretações [...]” (Vi<strong>da</strong>l&Schwartz,<br />

2010, p. 33). Para isso é significativo observar o “i<strong>de</strong>ário cientifico [...]” (Vago, 2002,<br />

p. 27), que este incorporou, para melhor compreensão <strong>da</strong> sua esta<strong>da</strong> na Instituição<br />

durante este período.<br />

Por existirem diversas abor<strong>da</strong>gens <strong>da</strong> História, o seu estudo enquanto ciência<br />

requerer a utilização <strong>de</strong> um método a<strong>de</strong>quado ao campo, torna-se necessário um<br />

posicionamento no que concerne as teorias e categorias do estudo <strong>da</strong> História. Por este<br />

motivo o conhecimento<br />

[...] histórico, po<strong>de</strong> estabelecer a mediação entre a cultura pensa<strong>da</strong> e a<br />

cultura vivi<strong>da</strong>, alargando o campo interpretativo e aju<strong>da</strong>ndo a<br />

ultrapassar a dialéctica do discurso para surpreen<strong>de</strong>r o sujeito na sua<br />

quotidianei<strong>da</strong><strong>de</strong> (Felgueiras, 2010, p. 31).<br />

Esta diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> implica <strong>de</strong>cidir por uma perspectiva teórico-metodológica <strong>da</strong><br />

História cultural, inseri<strong>da</strong> no campo <strong>da</strong> História <strong>da</strong> Educação. Sendo assim narrar é “[...]<br />

organiza uma trama compreensível [...]” (Chartier, 2009, p. 11). É esta operação que<br />

<strong>de</strong>senvolvi para <strong>da</strong>r voz ao objeto.<br />

E importante ressaltar que<br />

[...] fazer história <strong>da</strong> educação hoje “implica prestar atenção à<br />

<strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> histórica do sistema educativo, nos contextos concretos <strong>de</strong><br />

realização, expresso numa cultura material que, simultaneamente,<br />

traduz as concepções <strong>de</strong> uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> e manifesta as condições em<br />

que pu<strong>de</strong>ram ocorrer [...] (Felgueiras, 2010, p. 27-28).<br />

Referente à abor<strong>da</strong>gem <strong>da</strong> História Cultural e o seu fazer histórico, Eliane Peres (2001)<br />

retrata que é primordial,<br />

[...] presta atenção em eventos menores e singulares [...] possibilita<br />

perceber o caráter educativo <strong>de</strong> praticas e discursos menos explícitos<br />

[...] reflete sobre o processo <strong>de</strong> pesquisa apontando para a importância<br />

do “fazer histórico” [...] olha os fenômenos rotineiros e aparentemente<br />

banais [...] em se tratando <strong>de</strong> ações pe<strong>da</strong>gógicas, sobre a formação dos<br />

sujeitos [...] (Peres, 2001, p. 155).<br />

Já Pesavento (2008) explicita que ao trabalhar com esta perspectiva é necessário<br />

compreen<strong>de</strong>r que a sua visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> trouxe a<br />

renovação <strong>da</strong>s correntes históricas, dos <strong>campos</strong> <strong>de</strong> pesquisa,<br />

multiplicação <strong>de</strong> temáticas e objetos e utilização <strong>de</strong> uma gama <strong>de</strong><br />

novas fontes. O que possibilitou recortes inusitados do real, produção<br />

<strong>de</strong> questões renovadoras e <strong>de</strong>scoberta/revista <strong>de</strong> velhas fontes<br />

ilumina<strong>da</strong>s por novas perguntas (Pesavento, 2008, p. 69).<br />

2


A fim <strong>de</strong> chegar aos objetivos propostos para este artigo, o método histórico foi<br />

escolhido por melhor representar a forma <strong>de</strong> estudo do objeto em questão, já que<br />

contém todos os elementos que possibilitam a análise para que sejam atingidos os<br />

objetivos. Sendo relevante compreen<strong>de</strong>r que, “a História começa com o gesto <strong>de</strong><br />

selecionar, reunir [...] transformando em documentos <strong>de</strong>terminados objetos distribuídos<br />

<strong>de</strong> outra forma” (Certeau, 1979).<br />

Sendo assim, o referencial teórico utilizado, que tem uma aproximação com que<br />

Chamon (2008) intitula <strong>de</strong> “Chave <strong>de</strong> leitura”, [...] permite certa construção e<br />

compressão [...] suporte para praticas e representações [...]” (Chamon, 2008, p. 28). Este<br />

(o referencial) contou com o apoio <strong>da</strong> concepção que Bourdieu (1998, 1990, 2007,<br />

2008, ) usado para explicitar o seu entendimento <strong>de</strong> <strong>trajetória</strong> e campo capital cultural,<br />

intelectual; Certeau (1979) na concepção <strong>de</strong> método histórico; Chartier (2009) com o<br />

conceito <strong>de</strong> representação; Pesavento (2008) para compreen<strong>de</strong>r a visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

História Cultural; Peres (2001), Vasconcelos (2005), Jinzenji (2010), Dantas Júnior<br />

(2010), Graça (2002) e Vago (2002) por versarem sobre a historiografia <strong>da</strong> Educação e<br />

História <strong>da</strong> Educação; Julia (2001), Souza (2007), Bencostta (2010), Felgueiras (2010)<br />

e Vi<strong>da</strong>l e Schwartz (2010) utilizados para compreen<strong>de</strong>r o campo <strong>da</strong> história <strong>da</strong> educação<br />

e o conceito <strong>de</strong> cultura escolar.<br />

O termo Cultura, para os que se <strong>de</strong>bruçam nos estudos Culturais, e/ou História<br />

Cultural, Cultura Escolar ou para aqueles que não se aprofun<strong>da</strong>m mais utiliza estes<br />

conceitos ou categorias para melhor compreensão dos seus objetos, tornando-se valido,<br />

pois ao compreen<strong>de</strong>mos o conceito <strong>de</strong> Cultura utilizado por Graça (2002) é notado que<br />

o seu significado por ser complexo “inclui conhecimentos, crenças, arte, leis, moral,<br />

costumes e quaisquer outra capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> e hábitos adquiridos pelo homem enquanto<br />

membro <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>” (Graça, 2001, p. 32).<br />

Julia (2001) que comunga com estes estudos reforça que as<br />

[...] Normas e práticas não po<strong>de</strong>m ser analisa<strong>da</strong>s sem se levar em<br />

conta o corpo profissional dos agentes que são chamados a obe<strong>de</strong>cer<br />

estas or<strong>de</strong>ns [...] em um sentido mais amplo, modos <strong>de</strong> pensar e <strong>de</strong><br />

agir largamente difundido no interior na nossa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> [...] (Julia,<br />

2001, p. 10-11)<br />

Nas ultimas referencia supracita<strong>da</strong>s que colaboraram para a compreensão do<br />

“campo <strong>da</strong> história <strong>da</strong> educação e o conceito <strong>de</strong> cultura escolar”, abro um parêntese para<br />

explicar que, no caso <strong>de</strong>sse estudo sobre a <strong>trajetória</strong> <strong>de</strong> Aloísio <strong>de</strong> Campos, é necessário<br />

utilizar o conceito <strong>de</strong> “cultura <strong>acadêmica</strong>”, ain<strong>da</strong> inexistente nos estudos <strong>da</strong> área, por<br />

3


necessitar <strong>de</strong> um olhar diferenciado para quem se <strong>de</strong>bruce nos estudos sobre ensino<br />

superior. Para isso houve a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> “transpor” o conceito <strong>de</strong> cultura escolar <strong>de</strong><br />

uma forma que se aproximasse do campo acadêmico e do objeto. “É inegável que o<br />

termo circula na maioria <strong>da</strong>s pesquisas atuais do campo educativo, <strong>de</strong>stacando to<strong>da</strong>s as<br />

subáreas <strong>da</strong> educação” (Vi<strong>da</strong>l&Schwartz, 2010, p. 14).<br />

Estas fontes servirão para compreen<strong>de</strong>r a <strong>trajetória</strong> do Reitor Aloisio <strong>de</strong> Campos<br />

e a forma como este aparece na discursão historiográfica, ao “[...] preten<strong>de</strong>r <strong>da</strong>r um<br />

conteúdo ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro [...] sob forma <strong>de</strong> narração [...] a certeza <strong>de</strong> uma consciência total<br />

entre o passado tal como foi e a explicação histórica que o sustenta [...]” (Chartier,<br />

2009, p. 11-13).<br />

Cabe reforçar que o conceito <strong>de</strong> <strong>trajetória</strong> será utilizado para compreen<strong>de</strong>r o<br />

percurso acadêmico do Prof. Aloísio <strong>de</strong> Campos na construção do seu capital cultural,<br />

nos espaços em que atuou, principalmente como Reitor <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Sergipe (1976-1980). Isso para compreensão <strong>de</strong> que este é “[...] conjunto <strong>de</strong> rotinas, <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ias e praticas que são apreendi<strong>da</strong>s, compartilha<strong>da</strong>s e coloca<strong>da</strong>s em pratica por meio<br />

<strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> escolha relativamente <strong>de</strong>liberado” (Chamon, 2008, p. 28);<br />

O conceito <strong>de</strong> campo servirá para <strong>de</strong>marcar/<strong>de</strong>limitar os espaços em que o<br />

professor transitou e legitimou sua representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> junto aos pares. Isto nos faz<br />

perceber que os que fazem parte <strong>de</strong>ste campo passam a se relacionar com “[...] todo um<br />

conjunto <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias que muitos outros possuem: com pessoas, lugares, <strong>da</strong>tas, palavras,<br />

formas <strong>de</strong> linguagem [...] com to<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> material e moral <strong>da</strong>s socie<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> que fazem<br />

parte, ou <strong>da</strong>s quais fizeram parte” (Dantas Júnior, 2010, p. 28-29).<br />

O uso <strong>da</strong> concepção <strong>de</strong> intelectual será empregado para compreen<strong>de</strong>r o<br />

posicionamento do indivíduo no campo, com o objetivo <strong>de</strong> construir o perfil acadêmico<br />

<strong>de</strong> Reitor, isso leva a perceber os “comportamentos, sensações e expressões que<br />

manifesta o sentir e agir [...]” (Graça, 2002, p. 31). Bourdieu (1990) tenta mostrar que<br />

intelectual, na sua perspectiva, é aquele individuo que se apropria <strong>de</strong> conhecimentos<br />

exteriores os mais diversos, fazendo com que se legitime <strong>de</strong>ntro do campo, fortalecendo<br />

o seu engajamento enquanto um dos pares. A sua posição se fortalece à proporção que<br />

for agregando mais capital cultural, tornando-o possuidor <strong>de</strong> prestígios, seja político,<br />

econômico, entre outros, cabendo a escolha <strong>de</strong> partilhar o que adquiriu, atitu<strong>de</strong> que<br />

fortalecerá o seu po<strong>de</strong>r simbólico.<br />

Representação é aqui utilizado na perspectiva <strong>de</strong> tentar compreen<strong>de</strong>r as<br />

percepções dos outros elementos do campo que legitimam a inserção do professor<br />

4


Aloísio <strong>de</strong> Campos nos espaços acadêmicos e sociais em que este se inseriu. Trazendo<br />

Chartier (2009) para dialogar vemos que este nos diz que a representação “[...] permite<br />

vincular estritamente as posições e as relações sociais com a maneira como os<br />

indivíduos e os grupos se percebem e percebem os <strong>de</strong>mais [...]” (Chartier, 2009, p. 49);<br />

O conceito <strong>de</strong> capital cultural será utilizado para perceber a <strong>trajetória</strong> intelectual,<br />

construí<strong>da</strong> pelo acesso e aquisição <strong>da</strong>s práticas sociais e culturais, uteis para legitimar o<br />

individuo <strong>de</strong>ntro campo. A construção <strong>de</strong>ste, passa pela experiência, e produz o “[...]<br />

individuo e sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> [...] o que permite, a ca<strong>da</strong> momento e não <strong>de</strong> uma vez por<br />

to<strong>da</strong>s, a constituição do ser [...]” (Chamon, 2008, p. 43).<br />

Os conceitos/categorias que foram trabalhados neste estudo, cita<strong>da</strong>s acima e que<br />

aparecerão no <strong>de</strong>correr <strong>da</strong> escrita, leva a compreensão <strong>de</strong> que o<br />

[...] cruzamento entre as categorias <strong>de</strong> atribuição, <strong>de</strong>signação e<br />

classificação dos discursos próprios <strong>de</strong> um tempo e <strong>de</strong> um lugar, e a<br />

sua materiali<strong>da</strong><strong>de</strong>, é compreendi<strong>da</strong> como a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> sua<br />

inscrição na pagina ou <strong>de</strong> sua distribuição no objeto escrito (Chartier,<br />

2009, p. 37).<br />

Passamos a resignificar como se dá está <strong>trajetória</strong> do Reitor Aloísio <strong>de</strong> Campos,<br />

quando, através <strong>de</strong> suas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong>, inserções em espaços, etc, nos leva a<br />

perceber que esta <strong>trajetória</strong> para se legitimar ten<strong>de</strong> a “[...] pensar a vi<strong>da</strong> como<br />

experiência [...] se faz não só na relação com o mundo material, mas envolve também o<br />

domínio efetivo e as dimensões simbólicas do homem [...]” (Chamon, 2008, p. 36).<br />

Reafirmando o exposto, percebesse que o pendor <strong>da</strong> <strong>trajetória</strong> individual e,<br />

sobretudo, coletiva, é coman<strong>da</strong><strong>da</strong>, por intermédio <strong>da</strong>s disposições temporais, a<br />

percepção <strong>da</strong> posição ocupa<strong>da</strong> no mundo social e a relação encanta<strong>da</strong> ou <strong>de</strong>sencanta<strong>da</strong><br />

com essa posição que é, sem dúvi<strong>da</strong>, uma <strong>da</strong>s principais mediações através <strong>da</strong>s quais se<br />

estabelece a relação entre a posição e as toma<strong>da</strong>s <strong>de</strong> posição políticas [...] (BOURDIEU,<br />

2008).<br />

O estudioso Bourdieu (2007) ain<strong>da</strong> esclarece que há diferença entre vi<strong>da</strong> e<br />

<strong>trajetória</strong>. Segundo o pesquisador “po<strong>de</strong>-se reconstruir a <strong>trajetória</strong> <strong>de</strong> alguém, mas não a<br />

vi<strong>da</strong>; já que a vi<strong>da</strong> não é possível <strong>de</strong> ser historia<strong>da</strong> porque oferece diversos matizes”.<br />

No presente estudo sobre a <strong>trajetória</strong> <strong>de</strong> Aloísio <strong>de</strong> Campos, faz-se necessário<br />

interpretar por meio <strong>da</strong>s teias <strong>de</strong> relações, no âmbito <strong>da</strong> aca<strong>de</strong>mia, do político, do social<br />

e do cultural na representação veicula<strong>da</strong> por este intelectual. Com o exposto vale<br />

evi<strong>de</strong>nciar que<br />

5


As representações do mundo social assim construí<strong>da</strong>, embora aspirem<br />

à universali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um diagnóstico fun<strong>da</strong>do na razão, são sempre<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s pelos interesses <strong>de</strong> grupo que as forjam. Daí, para ca<strong>da</strong><br />

caso, o necessário relacionamento dos discursos proferidos com a<br />

posição <strong>de</strong> que os utiliza. (Chartier, 1990, p.17).<br />

Diante <strong>da</strong>s inúmeras consi<strong>de</strong>rações que se po<strong>de</strong> obter a partir do conceito <strong>de</strong><br />

representação, estabelece-se o fato <strong>de</strong> que não apenas as vonta<strong>de</strong>s individuais proliferam<br />

sobre as vonta<strong>de</strong>s dos grupos políticos; porém não se <strong>de</strong>ve, ao todo, menosprezar a força<br />

política individualiza<strong>da</strong> no sujeito, em especial do intelectual atuante em seu campo.<br />

Assim, para<br />

compreen<strong>de</strong>r a gênese social <strong>de</strong> um campo e apreen<strong>de</strong>r aquilo que faz<br />

a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> específica <strong>da</strong> crença que o sustenta, do jogo <strong>de</strong><br />

linguagem que nele se joga, <strong>da</strong>s coisas matérias e simbólicas em jogo<br />

que nele se geram, é explicar, tornar necessário [...] (Bourdieu, 2007,<br />

p. 69).<br />

Por este motivo cabe/coube à utilização do conceito <strong>de</strong> Intelectual, referen<strong>da</strong>do<br />

por Bourdieu (1990) que diz ser aqueles “[...] possuidores do po<strong>de</strong>r e dos privilégios<br />

formados pelo capital cultural [...] <strong>de</strong>tentores do po<strong>de</strong>r político e econômico [...] po<strong>de</strong>m<br />

colocar este po<strong>de</strong>r a serviço dos dominantes [...]”. (BOURDIEU, 1990, 176).<br />

Foram utiliza<strong>da</strong>s também publicações locais que se aproximam do objeto em<br />

foco, como a <strong>de</strong> Guerra (2010), Garcia (2008), Nascimento (2006), Santos (1999),<br />

Meneses Sobrinho (1996). Percebe-se que as diretrizes a serem executa<strong>da</strong>s para a<br />

inserção social <strong>de</strong> Aloísio <strong>de</strong> Campos, como educador e reitor <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong> Sergipe, se relacionam com a formação do pensamento educacional que permeia a<br />

construção do campus universitário, na ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> São Cristóvão. Estas fontes aju<strong>da</strong>m a<br />

focar a temática por estar implícita e fun<strong>da</strong>menta<strong>da</strong> a compreensão <strong>da</strong>s “relações sociais<br />

[...] <strong>de</strong> modo a revelar a chave <strong>de</strong> multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> dos <strong>de</strong>bates, <strong>da</strong>s novas construções<br />

sociais e dos projetos históricos” (Dantas Júnior, 2002, p. 30).<br />

Foram interpreta<strong>da</strong>s as informações dos acervos locais como o <strong>da</strong> Biblioteca<br />

Central (BICEN_ UFS), Arquivo Público do Estado <strong>de</strong> Sergipe, o Arquivo Central e a<br />

Biblioteca <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe, o Instituto Histórico e Geográfico <strong>de</strong><br />

Sergipe, Biblioteca Central e do Arquivo Central <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe<br />

(documentação sergipana) <strong>de</strong>ntro outros. Isto para que <strong>de</strong>pois <strong>da</strong>s fontes arrola<strong>da</strong>s seja<br />

propiciado o “[...] encontro entre culturas divergentes e <strong>de</strong> habili<strong>da</strong><strong>de</strong> do autor em<br />

6


manipular textos diversos buscando produzir algo que faça sentido para seus leitores,<br />

tendo como referencia um leitor mo<strong>de</strong>lo [...]” (Jinzenji, 2010, p. 31).<br />

Por isso, foram analisados e interpretados fontes como livros, artigos, dicionário,<br />

revistas, e jornais. Dentre outras já explicita<strong>da</strong>s, trabalhos anteriores realizados por<br />

alguns autores previamente mencionados. Esta operação historiográfica se dá, e se<br />

constitui como símbolo, pela relação “[...] entre um espaço novo recortado no tempo <strong>de</strong><br />

um modus operante que fabrica cenários susceptíveis [...] discurso hoje inteligível [...] o<br />

perecível é seu <strong>da</strong>do e este <strong>de</strong>ve ser transformado em construído” (Vago, 2002, p. 21);<br />

O trabalho esta estruturado em Introdução, on<strong>de</strong> é apresentado o referencial<br />

teórico, que fun<strong>da</strong>mentou o estudo. São trazidos os objetivos, a relevância do objeto <strong>de</strong><br />

pesquisa para os estudos <strong>de</strong> História <strong>da</strong> Educação, assim como as referencias conti<strong>da</strong>s<br />

no programa <strong>da</strong> disciplina “Culturas e práticas escolares” ministra<strong>da</strong> pela profa. Dra.<br />

Anamaria Gonçalves Bueno <strong>de</strong> Freitas, do Mestrado em Educação, NPGED_UFS. Foi<br />

trabalhados dois capítulos: o primeiro “Ensino Superior em Sergipe: primeiras<br />

iniciativas” é discutido a consoli<strong>da</strong>ção do ensino superior publico em Sergipe, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as<br />

primeiras inciativas no século XIX, só a nível <strong>de</strong> conhecimento, pois estas questões não<br />

foram muito aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong>s, passando pela fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe<br />

em 1968; no segundo, “José Aloísio <strong>de</strong> Campos: o reitor”, é analisa<strong>da</strong> a contribuição do<br />

prof. Aloísio <strong>de</strong> Campos para a formação do campo superior sergipano <strong>de</strong> 1976 a 1980,<br />

marco que compreen<strong>de</strong> a sua gestão como reitor <strong>de</strong>ssa Instituição. Nas consi<strong>de</strong>rações<br />

Finais, encerra-se o trabalho <strong>da</strong>ndo relevância aos <strong>aspectos</strong> mais importantes do estudo.<br />

A forma como o estudo esta estruturado, possibilitou a “visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

inteligibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, um [...] sentido para nós [...] necessitado que a <strong>de</strong>scrição possa ser<br />

<strong>de</strong>cifra<strong>da</strong> pelo <strong>de</strong>stinatário e que seja pelo menos pesável no contexto do saber<br />

compartilhado” (Chamon, 2008, p. 33).<br />

Foi a partir dos estudos já realizados sobre a História <strong>da</strong> Educação em Sergipe,<br />

dos <strong>de</strong>sdobramentos que teve a atuação <strong>de</strong> Aloísio <strong>de</strong> Campos, suas “[...] representações<br />

coletivas comportando os <strong>de</strong>sejos, sonhos e utopias [...]” (Graça, 2001, p. 31), que este<br />

artigo se propôs a analisar a <strong>trajetória</strong> <strong>de</strong>sse intelectual sergipano.<br />

ENSINO SUPERIOR EM SERGIPE: PRIMEIRAS INICIATIVAS<br />

“[...] pratica social ampla permite a interpenetração do privado e do<br />

publico” (Jinzenji, 2010, p. 110).<br />

7


A citação tenta antecipar a i<strong>de</strong>ia <strong>da</strong>s várias tentativas <strong>de</strong> implantar instituições <strong>de</strong><br />

ensino superior em terras sergipanas, oscilando entre publicas e priva<strong>da</strong>s. Vejamos estas<br />

intenções.<br />

As primeiras tentativas <strong>de</strong> implantação do ensino superior em Sergipe se <strong>de</strong>u<br />

com a surgimento do Imperial Instituto <strong>de</strong> Agricultura Sergipano, em 1860, durante a<br />

visita do imperador Pedro II à província. Já no período republicano, em 1898, Daniel<br />

Campos, presi<strong>de</strong>nte do Estado <strong>de</strong> Sergipe tentou implantar instituições <strong>de</strong> ensino<br />

superior no Estado. A primeira a funcionar com regulari<strong>da</strong><strong>de</strong> foi o Curso <strong>de</strong> Filosofia,<br />

criado, em 1913, no Seminário Diocesano e extinto, em 1934, por <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong><br />

Santa Sé. O período <strong>de</strong> 1923 a 1926 marcou o momento em que se registra o início do<br />

funcionamento <strong>da</strong> primeira instituição estatal <strong>de</strong>dica<strong>da</strong> ao ensino superior em Sergipe.<br />

O presi<strong>de</strong>nte Maurício Graccho Cardoso também criou, em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1925,<br />

a Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito Tobias Barreto e a Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Odontologia e Farmácia <strong>de</strong><br />

Sergipe Aníbal Freire. Porém, a instituição funcionou apenas durante o ano <strong>de</strong> 1926,<br />

encerrando suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em novembro <strong>da</strong>quele mesmo ano. Igual <strong>de</strong>stino teve a<br />

Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito que, inaugura<strong>da</strong> em 1925, também funcionou apenas durante um<br />

ano. A partir <strong>de</strong> 1948, além <strong>da</strong> Escola <strong>de</strong> Química, foi também cria<strong>da</strong> a Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Ciências Econômicas <strong>de</strong> Sergipe em 12 <strong>de</strong> novembro por meio do Decreto nº 73<br />

assinado por José Rollemberg Leite, entretanto o processo <strong>de</strong> instalação efetivou-se em<br />

1950. É com o Decreto nº 34.960 que o curso é reconhecido, perenizando as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

do ensino superior (NASCIMENTO, 2006).<br />

Em 1950, foram cria<strong>da</strong>s a Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito e a Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> Católica <strong>de</strong><br />

Filosofia. Sendo assim nos primeiros anos <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50, a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> sergipana<br />

passava a contar com quatro facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, a <strong>de</strong> Química Industrial, Ciências Econômicas,<br />

Direito, Filosofia, Geografia e História, Matemática e Línguas Neolatinas e Anglo-<br />

Germânicas.<br />

A partir <strong>de</strong> 1954, a Igreja Católica fundou uma nova facul<strong>da</strong><strong>de</strong>: a <strong>de</strong> Serviço<br />

Social. No ano <strong>de</strong> 1960, a Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito foi fe<strong>de</strong>raliza<strong>da</strong> e um ano <strong>de</strong>pois entrou<br />

em funcionamento a Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina. Somente em 1970, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> instala<strong>da</strong> a<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe, a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> foi incorpora<strong>da</strong> pela instituição, criando-<br />

se o curso <strong>de</strong> Odontologia.<br />

A Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe (UFS) foi constituí<strong>da</strong> somente em 1968, com<br />

<strong>de</strong>z cursos, 576 alunos e 168 professores momento em que a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> foi incorpora<strong>da</strong><br />

pela instituição.<br />

8


Esta incorporação dos Institutos e Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s Isola<strong>da</strong>s para fun<strong>da</strong>r a<br />

Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe remete/faz lembrar as “escolas agrupa<strong>da</strong>s” que Vago<br />

(2002) cita no seu estudo sobre “Cultura escolar e cultivo dos corpos: educação physica<br />

e gymnastica como praticas constitutivas dos corpos <strong>de</strong> crianças no ensino publico<br />

primário <strong>de</strong> Belo Horizonte (1906-1920)”, este afirma que estas escolas ficavam “[...]<br />

reuni<strong>da</strong>s em um únicos prédio, numa organização [...]” (Vago, 2002, p. 109). Claro que<br />

são estudos com objetos distintos, o que este artigo relata e o que Vago produziu, a<br />

citação foi escolhi<strong>da</strong> como ilustração, para mostrar que aproximações existem, mesmo<br />

com estudos sobre Grupos Escolares (escolas isola<strong>da</strong>s) e o outros sobre Instituições <strong>de</strong><br />

nível Superior, neste caso a UFS.<br />

Antes <strong>da</strong> consoli<strong>da</strong>ção do Campus Universitário o que existia eram as<br />

“Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s Isola<strong>da</strong>s e os Institutos <strong>de</strong> Pesquisa” que foram agrega<strong>da</strong>s em um único<br />

espaço para que pu<strong>de</strong>sse ser fun<strong>da</strong><strong>da</strong> a Instituição UFS. Para fun<strong>da</strong>mentar estas<br />

informações trago algumas questões que eluci<strong>da</strong>m este momento. Antes coloco uma<br />

outra citação <strong>de</strong> Vago (2002) que traz o conceito <strong>de</strong> Grupos Escolares, que mais uma<br />

vez se aproxima <strong>de</strong>ssa agregação do Instituídos e Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s, quando nos mostra que<br />

estes espaços para educação escolar era “[...] capaz <strong>de</strong> reunir e abrigar em um só prédio<br />

as escolas que estavam isola<strong>da</strong>s [...]” (Vago, 2002, p. 56).<br />

Trago mais relatos. Desta feita, Santos (1999), que informa que a presença <strong>da</strong>s<br />

“Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s Isola<strong>da</strong>s” po<strong>de</strong> ser confirma<strong>da</strong> ao citarmos a <strong>de</strong> Ciências Econômicas e <strong>de</strong><br />

Ciências Medicas que foi uma <strong>da</strong>s seis que completaram o número a<strong>de</strong>quado para a<br />

implantação <strong>da</strong> UFS, junto com os Institutos <strong>de</strong> Pesquisa. Neste sentido, afirma que<br />

[...] em 1948, através <strong>da</strong> assinatura pelo governador José Rollemberg<br />

Leite <strong>da</strong> Lei nº 73 <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> novembro, que criou a Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Economia [...] O ato <strong>de</strong> reconhecimento do curso <strong>da</strong>ta <strong>de</strong> 10 <strong>de</strong> janeiro<br />

<strong>de</strong> 1954 e baseou-se no <strong>de</strong>creto nº 34.960 [...] (Santos, 1999, p. 17).<br />

Já Garcia (2008) afirma que<br />

[...] o tempo em que [...] esteve no Hospital <strong>de</strong> Cirurgia [...] para<br />

receber a Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> não foi um gesto <strong>de</strong> elevação <strong>de</strong> sua direção, mas<br />

antes um evento estratégico e <strong>de</strong> certa forma salvador [...] Em 1977, o<br />

Reitor José Aloísio <strong>de</strong> Campos e o Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção, Dr. Lauro<br />

<strong>de</strong> Brito Porto, assinaram um convenio no valor <strong>de</strong> CR$ 3.439. 440 00<br />

(três milhões, quatrocentos e trinta e nove mil e quatrocentos e<br />

quarenta cruzeiros) (Garcia, 2008, p. 63).<br />

9


Com o exposto po<strong>de</strong>-se a arriscar em afirmar que a cultura <strong>acadêmica</strong>, através <strong>da</strong><br />

aproximação do conceito <strong>de</strong> cultura escolar, leva em conta normas e praticas que não<br />

po<strong>de</strong>m ser analisa<strong>da</strong>s sem se levar em conta o corpo profissional dos agentes que são<br />

chamados a obe<strong>de</strong>cer estas or<strong>de</strong>ns [...] em um sentido mais amplo, modos <strong>de</strong> pensar e<br />

<strong>de</strong> agir largamente difundido no interior na nossa socie<strong>da</strong><strong>de</strong> [...] (Julia, 2001, p. 10-11).<br />

Seguirei abor<strong>da</strong>ndo algumas questões que aju<strong>da</strong>rão a compreen<strong>de</strong>r o campo<br />

acadêmico (UFS), pelo fato <strong>de</strong> eluci<strong>da</strong>r <strong>aspectos</strong> <strong>da</strong> <strong>trajetória</strong> do intelectual em questão,<br />

por existir uma ligação muito próxima com Aloísio <strong>de</strong> Campos e pelas contribuições<br />

<strong>de</strong>ste para a sua consoli<strong>da</strong>ção. Por isso cabe a citação que segue para que esta<br />

discussão/compreensão seja inicia<strong>da</strong>.<br />

10<br />

As politicas do governo militar para o ensino superior ampliaram os<br />

recursos, fortaleceram as pesquisas e expandiram as instituições<br />

fe<strong>de</strong>rais [...] experimentaram mu<strong>da</strong>nças consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s<br />

“mo<strong>de</strong>rnizantes”, no final dos anos <strong>de</strong> 1960 [...] A edição do Ato<br />

Institucional nº 5 (AI-5), <strong>de</strong> 13/12/1968, representou o esfacelamento<br />

<strong>da</strong> experiência do FNFi (Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Filosofia) [...] De<br />

1964-1985 houve o fortalecimento dos programas <strong>de</strong> pós-graduação<br />

[...] A experiência positiva reflete-se nas mu<strong>da</strong>nças <strong>da</strong>s condições para<br />

a pesquisa nas Universi<strong>da</strong><strong>de</strong>s [...] (Castilho, 2010, p. 3-7)<br />

A citação é um trecho do artigo intitulado “Reforma Universitária:<br />

mo<strong>de</strong>rnização vigia<strong>da</strong>”, <strong>de</strong> Márcio Castilho, publicado no Jornal <strong>da</strong> UFRJ: Especial<br />

UFRJ 90 anos, que possibilita ilustrar a efervescência e reformas ocorri<strong>da</strong>s (em várias<br />

locali<strong>da</strong><strong>de</strong>s do pais) num período em que o objeto <strong>de</strong>sse estudo, o Prof. Aloísio <strong>de</strong><br />

Campos, assim como a Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe se inseriram, e se consoli<strong>da</strong>ram<br />

no campo do ensino superior publico em Sergipe, diante <strong>de</strong> vários conflitos. O primeiro<br />

enquanto Reitor <strong>da</strong> universi<strong>da</strong><strong>de</strong>; e a segun<strong>da</strong> transformando-se em uma instituição que<br />

passava a concentrar as suas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s e ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s em um único espaço, no <strong>campos</strong><br />

universitário em São Cristovão, antes espalhados pelo estado na forma <strong>de</strong> Institutos <strong>de</strong><br />

Pesquisa e Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s Isola<strong>da</strong>s. Sendo assim i<strong>de</strong>ntificamos a Cultura material<br />

(“<strong>acadêmica</strong>”) como sendo “[...] todo segmento do universo físico socialmente<br />

apropriado [...] diversos componentes materiais ligados ao mundo <strong>da</strong> educação” (Souza,<br />

2007, p. 176).<br />

Os exemplos foram citados para <strong>de</strong>stacar dois fatores, <strong>de</strong>ntre tantos outros,<br />

ocorridos neste período ditatorial. Pois o “[...] campo universitário enquanto tal que,<br />

funcionando como censura, torna impensável tanto para aqueles que os emitem como<br />

para aqueles que são seu objeto, o <strong>de</strong>ciframento <strong>da</strong> significação social dos julgamentos<br />

[...]” (Bourdieu, 1998, p. 197).


A historiografia educacional sergipana proporciona perceber como se <strong>de</strong>u a<br />

fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe em 1968, efetiva<strong>da</strong> pela agregação, em<br />

único espaço, dos Institutos <strong>de</strong> Pesquisas e <strong>de</strong> algumas Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s espalha<strong>da</strong>s em vários<br />

pontos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Aracaju. Com isso, Maria Celi (2005), nos mostra que,<br />

11<br />

Nesse processo <strong>de</strong> centralização, a educação é um dos focos<br />

principais, não só nos discursos <strong>da</strong>s autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s representativas do<br />

po<strong>de</strong>r central, mas nas práticas que começam a ser pensa<strong>da</strong>s e<br />

adota<strong>da</strong>s. A centralização era a garantia <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> [...] e a uni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

constituía-se na garantia <strong>de</strong> uma continui<strong>da</strong><strong>de</strong> na or<strong>de</strong>m <strong>da</strong>s coisas<br />

(Vasconcelos, 2005, p. 197).<br />

A cerimonia <strong>de</strong> instalação <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe só acontecer em<br />

15 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1968 no Instituto Histórico e Geográfico <strong>de</strong> Sergipe, sendo incorpora<strong>da</strong><br />

seis Facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s que ocupavam prédios espalhados pela ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Aracaju, que ao serem<br />

doados à Fun<strong>da</strong>ção, constituíram o seu patrimônio inicial.<br />

JOSÉ ALOÍSIO DE CAMPOS: O REITOR<br />

Quem foi o prof. Aloisio <strong>de</strong> Campos? Em quais <strong>campos</strong> ocupou e atuou? Quais<br />

re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sociabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s construiu? Qual a sua ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira contribuição para a<br />

consoli<strong>da</strong>ção do ensino superior publico em Sergipe? Quais conflitos sofreu?<br />

Ao analisar <strong>de</strong> que forma Aloísio <strong>de</strong> Campos interveio e auxiliou na<br />

configuração <strong>da</strong>s relações <strong>de</strong>ntro do campo em que proliferou a criação do Campus<br />

Universitário, diz-se que ele atuou, abor<strong>da</strong>ndo os arcabouços conceituais utilizados<br />

neste contexto e a sua visão <strong>de</strong> mundo diante <strong>da</strong> nova configuração dos seus pares. As<br />

representações “[...] permite vincular estritamente as posições e as relações sociais com<br />

a maneira como os indivíduos e os grupos se percebem e percebem os <strong>de</strong>mais [...]”<br />

(Chartier, 2009, p. 49).<br />

O professor Aloísio <strong>de</strong> Campos nasceu em 29/11/1914 em Frei Paulo e faleceu<br />

em 23/01/1986 em São Paulo. Graduou-se em Ciências Econômicas, pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>da</strong> Bahia (1943), foi consultor técnico <strong>da</strong> Secretaria <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> <strong>de</strong> Sergipe<br />

(1943), Diretor <strong>da</strong> antiga Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Economia (1952), professor do Colégio Tobias<br />

Barreto e <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Econômicas (1955), Prefeito Municipal <strong>de</strong> Aracaju<br />

(1968-1970), Reitor <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe (UFS) (1976-1980) e um dos<br />

i<strong>de</strong>ólogos do Complexo Industrial Integrado <strong>de</strong> Base, i<strong>de</strong>ia que preparou os meios para<br />

a exploração <strong>de</strong> riquezas do subsolo sergipano (SOBRINHO, 1996).


Dirigiu os trabalhos <strong>de</strong> construção do campus universitário e se ocupou com a<br />

implantação <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> gestão racionaliza<strong>da</strong> para a instituição, particularmente<br />

no tocante à capacitação <strong>de</strong> Recursos Humanos. Preocupou-se com a reforma do<br />

Estatuto <strong>da</strong> UFS, com o Regime Geral <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> e com o fortalecimento do po<strong>de</strong>r<br />

administrativo e político <strong>da</strong> reitoria. Com isso “o pendor <strong>da</strong> <strong>trajetória</strong> individual e,<br />

sobretudo, coletiva, coman<strong>da</strong>, por intermédio <strong>da</strong>s disposições temporais, a percepção <strong>da</strong><br />

posição ocupa<strong>da</strong> no mundo social e a relação encanta<strong>da</strong> ou <strong>de</strong>sencanta<strong>da</strong> com essa<br />

posição que é, sem dúvi<strong>da</strong>, uma <strong>da</strong>s principais mediações através <strong>da</strong>s quais se<br />

estabelece a relação entre a posição e as toma<strong>da</strong>s <strong>de</strong> posição políticas [...].<br />

(BOURDIEU, 2008).<br />

Felgueiras (2010) nos informa a ligação sobre o real e o vivido, levando a<br />

compreensão do movimento <strong>da</strong> <strong>trajetória</strong> do prof. Aloiso <strong>de</strong> Campo, ao relatar que este<br />

12<br />

[...] parece ter-se fortalecido como o estudo do cotidiano, na atenção<br />

<strong>da</strong><strong>da</strong> a significação dos actores e do observador, que forma um todo,<br />

numa interacção <strong>de</strong> significações concorrentes mais internas a um<br />

mesmo espaço ou campo <strong>de</strong> acção [...] mover o olhar do discurso<br />

escrito para a materiali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos diferentes registros; instituir o estudo<br />

do cotidiano <strong>da</strong> educação não curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas como projecto comum;<br />

introduzir os actores no cenário historiográfico [...] o projecto do<br />

conhecimento histórico, po<strong>de</strong>m estabelecer a mediação entre a cultura<br />

pensa<strong>da</strong> e a cultura vivi<strong>da</strong>, alargando o campo interpretativo e<br />

aju<strong>da</strong>ndo a ultrapassar a dialéctica do discurso para surpreen<strong>de</strong>r o<br />

sujeito na sua quotidianei<strong>da</strong><strong>de</strong> (Felgueiras, 2010, p. 20-31).<br />

Em matéria no Jornal UFS (2010, p.5) em <strong>de</strong>corrência <strong>da</strong> comemoração dos 42<br />

anos <strong>de</strong> História <strong>da</strong> Instituição lê-se o relato <strong>de</strong> que na “déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 80 começou a<br />

transferência gra<strong>da</strong>tiva <strong>da</strong> universi<strong>da</strong><strong>de</strong> para suas novas instalações no campus<br />

universitário que, em 1987, através <strong>da</strong> Resolução 01/87 do Conselho Universitário<br />

(CONSU), <strong>de</strong>nomina-se “Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> Universitária Prof. José Aloísio <strong>de</strong> Campos”. Como a<br />

UFS é um espaço construído por homens, pessoas que caminham uni<strong>da</strong>s e as que se<br />

mostram alheais, por exemplo, aos projetos, creio não existir uma homogenei<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />

sentido macro (total). Tomo <strong>de</strong> Vago (2008) a explicação para melhor compreensão do<br />

que tentei ilustrar, <strong>de</strong> que a “[...] i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> homogeneização cultural <strong>da</strong>s populações,<br />

estão presentes nas representações <strong>da</strong>s elites intelectuais [...]” (Vago, 2002, p. 215), pois<br />

são esses, a “elite intelectual” que dão, também, gran<strong>de</strong> contribuição para se pensar o<br />

complexo, a “massa pensante” <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, que constroem o pensamento cientifico,<br />

elaborado.


Estas explicações que foram expressas levam a compreen<strong>de</strong>r o motivo <strong>da</strong><br />

homenagem ao trabalho do intelectual sergipano no processo <strong>de</strong> agregação em um<br />

mesmo espaço físico <strong>da</strong>s facul<strong>da</strong><strong>de</strong>s formadoras <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe. O<br />

porquê <strong>de</strong> o campus ser nominado <strong>de</strong> “Prof. José Aloisio <strong>de</strong> Campos? Uma <strong>da</strong>s repostas,<br />

acredito, não um crer baseado no sendo comum, mas um crer sustentado nas fontes<br />

documentais, é pela contribuição <strong>da</strong><strong>da</strong> para que o projeto para consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> UFS<br />

saísse do papel e se transformasse no que é hoje, a Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe na<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong> São Cristovão, no Bairro Rosa Elze.<br />

Estas questões merecem aprofun<strong>da</strong>mentos.<br />

4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

13<br />

A história coopera na formação dos indivíduos formadores <strong>de</strong><br />

opiniões mais livres, tornando-os aptos a construir analises com maios<br />

clareza na expressão <strong>da</strong>s i<strong>de</strong>ias [...] contribui para a leitura do presente<br />

<strong>de</strong> modo menos ingênuo, levando os indivíduos a compreen<strong>de</strong>r como<br />

atuam os diversos elementos <strong>de</strong> uma cultura e <strong>de</strong> uma formação social<br />

em relação um com os outros (Bencostta, 2010, p. 34-35).<br />

Remontando a citação <strong>de</strong> Bencostta (2010) afirmo que esta foi à pretensão <strong>de</strong>ste<br />

estudo. Intencionou cooperar com a Historiografia Educacional Sergipana, por ter sido<br />

empreendi<strong>da</strong> analises que buscaram clareza na expressão <strong>da</strong>s i<strong>de</strong>ias, para construção <strong>de</strong><br />

um perfil <strong>da</strong> <strong>trajetória</strong> do prof. Aloísio <strong>de</strong> Campos, colaborando para leitura <strong>de</strong> modo<br />

menos ingênuo, e para compreensão <strong>de</strong> como atuam os diversos elementos <strong>de</strong> uma<br />

cultura e <strong>de</strong> uma formação social em relação um com os outros. Resumindo: o artigo<br />

buscou colaborar para a analise <strong>da</strong>s contribuições propicia<strong>da</strong> por Aloísio <strong>de</strong> Campos<br />

(1914 – 1986), como reitor <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Sergipe, no período<br />

compreendido entre os anos <strong>de</strong> 1976 e 1980, como reitor. Momento em que se verificam<br />

mu<strong>da</strong>nças na formação dos pensamentos educacionais que permearam a construção do<br />

Campus Universitário, na perspectiva <strong>de</strong> uma melhor organização política para o Ensino<br />

Superior no Estado <strong>de</strong> Sergipe àquela época.


¹Possui Graduação Plena em Pe<strong>da</strong>gogia pela Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes-UNIT com habilitação na Educação<br />

Infantil, Ensino Fun<strong>da</strong>mental e Disciplinas Pe<strong>da</strong>gógicas do Curso a Nível Médio; Especialista (Pós-<br />

Graduação Latu Senso) em Didática e Metodologia do Ensino Superior pela Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> São Luís <strong>de</strong><br />

França; Membro do GEPHE (Grupo <strong>de</strong> Estudos e Pesquisas em Historia <strong>da</strong> Educação: intelectuais <strong>da</strong><br />

educação, instituições escolares e praticas educacionais) - UFS/NPGED e do GREPHES - (Grupo <strong>de</strong><br />

Estudos e Pesquisas sobre História do Ensino Superior) _UFS; Sócia do SBHE (Socie<strong>da</strong><strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong><br />

Historia <strong>da</strong> Educação); uma <strong>da</strong>s Coor<strong>de</strong>nadoras do Projeto "O Memorial do Instituto <strong>de</strong> Educação Ruy<br />

Barbosa: ação <strong>de</strong> preservação <strong>da</strong> memória histórica escolar _ UNIT/PAACE a nível <strong>de</strong> voluntariado;<br />

Acadêmica <strong>de</strong> História (DHI / UFS) e Bolsista CNPq na condição <strong>de</strong> aluna do Mestrado em<br />

Educação_NPGED (UFS). patyfmatos@yahoo.com.br<br />

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