“POR TRÁS DOS PORTÕES” – A DISCIPLINA NO COLÉGIO ...

americanos, após a independência implantou um conjunto de medidas
que fez surgir uma indústria autônoma e competitiva melhorando as
condições de vida da população. Porém, a falta de uma saída marítima
para escoar a produção industrial dificultava o crescimento econômico
do país. Era preciso atravessar a Bacia do Prata, cuja as possessões
territoriais pertenciam ao Brasil, Uruguai e Argentina o que ocasionava,
muitas vezes, conflitos diplomáticos. Para resolver o problema da
produção paraguaia, Francisco Solano Lopez organizou um projeto de
expansão territorial que garantisse uma saída marítima ao Oceano
Atlântico. Ameaçados, Brasil, Uruguai e Argentina uniram-se, em
1865, através do acordo conhecido como Tríplice Aliança. Esta união
teve o apoio da Inglaterra que não via com bons olhos a independência
econômica e a grande “potência” que o Paraguai havia se transformado,
além do “mau” exemplo que poderia dar a outros países da região.
Através de empréstimos e apoio militar concedidos pelos ingleses, após
5 anos, em 1870, a Paraguai foi derrotado.
O Brasil, por sua vez, para participar do conflito, organizou as Forças
Armadas por intermédio do recrutamento de novos contingentes. Porém,
havia grandes dificuldades, pois tanto o Exército quanto a Marinha
utilizavam punições e aliciamento forçado o que não tornava atraente a
vida militar. Devido à urgência do momento, o governo Imperial tentou
rever estas práticas numa tentativa de garantir um número maior de
soldados, mas as mudanças não surtiram efeitos o que fez com que a
Guarda Nacional6 fosse convocada. Esta atitude pôs fim ao corpo de
elite em que se transformou a Guarda Nacional, permitindo aos praças
do Exército que se apresentassem em condições iguais às dos guardas
tendo direito as mesmas vantagens. Em 1867, quando a escassez de
efetivos se agravou, o decreto n.3.972 estendeu a convocação a todos
os cidadãos do Império prometendo como incentivo uma gratificação antes
do embarque. A Guarda Nacional e os praças ganharam reforços de todas
procedências: brancos e mulatos empobrecidos, escravos7 e libertos, filhos
de políticos latifundiários, todos cumpridores do papel de “voluntários”.
Estes resistiam à convocação e eram muito comuns estratégias para
fugir ao voluntarismo, o que obrigou o governo a elaborar estratégias de
recrutamento que, em alguns casos, implicava a punição.
Mesmo tendo enfrentado problemas com o recrutamento e voltado
vitorioso da Guerra, o Exército Brasileiro sofreu muitas baixas entre
seus soldados e os que voltaram precisavam de assistência. Ainda no
início dos conflitos, muitos brasileiros comovidos pelos horrores da
guerra, que apresentava inúmeros soldados mutilados e diversos órfãos,
mobilizaram-se, visando a amparar os “voluntários da pátria” e suas
famílias. Isso deu origem à idéia da criação de um Asilo que abrigasse
todos os inválidos da guerra e àqueles soldados que não possuíam meios
de subsistência. O principal ideólogo foi o Visconde de Tocantins, José
Joaquim de Lima e Silva Sobrinho, irmão de Luís Alves de Lima e Silva,
o Duque de Caxias. Esse, militar e senador apresentou uma proposta
para a criação da “Sociedade do Asilo dos Inválidos da Pátria” em 1865.
A instituição, sob proteção do Imperador e com a sede na capital do
Império, tinha como objetivo auxiliar o governo a fundar e custear o
então asilo. Os Estatutos da Sociedade foram aprovados pelo Decreto
Imperial n.3904, de 3 de julho de 1867. No entanto, não havia verba
suficiente para a fundação, os empréstimos feitos pelo Imperador para
financiar a guerra, fizeram com que a dívida externa aumentasse, não
permitindo assim, que o governo contribuísse muito. Alguns setores da
população do Rio de Janeiro, juntamente com a Associação Comercial 8 ,
por intermédio de festas beneficentes arrecadou fundos para o Asilo,
Monografias - Universidade Tuiuti do Paraná 4
| História | 2009