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Capítulo - Editora IBEP

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O AMBIENTE: Terra, a nossa casa<br />

Helvio Nicolau Moisés<br />

6° ano<br />

ENSINO FUNDAMENTAL<br />

CIÊNCIAS


Helvio Nicolau Moisés<br />

CIÊNCIAS - ENSINO FUNDAMENTAL<br />

Helvio Nicolau Moisés<br />

Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de<br />

São Paulo. Bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pelo Instituto de<br />

Biociências da Universidade de São Paulo. Professor de Ciências e Biologia<br />

em escolas públicas e particulares. Coordenador de projetos visando ao<br />

desenvolvimento sustentável local e regional. Autor de coleções didáticas<br />

de Biologia para o Ensino Médio e de artigos sobre políticas públicas,<br />

gestão ambiental e sustentabilidade.<br />

O AMBIENTE: Terra, a nossa casa<br />

3 a edição<br />

6 ano<br />

São Paulo - 2012<br />

0<br />

MANUAL DO PROFESSOR


Coleção Ciências da Natureza<br />

O ambiente: Terra, a nossa casa – 6 o ano<br />

© <strong>IBEP</strong>, 2012<br />

Diretor superintendente Jorge Yunes<br />

Gerente editorial Célia de Assis<br />

Editor Célia de Assis<br />

Assistente editorial Mariana R. Penteado<br />

Preparação e revisão Berenice Baeder<br />

Rhodner Paiva<br />

Produção editorial Paula Calviello<br />

Produção gráfica José Antonio Ferraz<br />

Assistente de produção gráfica Eliane M. M. Ferreira<br />

Coordenadora de iconografia Maria do Céu Pires Passuello<br />

Assistente de iconografia Tatiana Lubarino Ferreira<br />

Coordenadora de Arte Karina Monteiro<br />

Assistente de Arte Marilia Vilela<br />

Tomás Troppmair<br />

Ilustrações Cecília Ywashita<br />

Cícero Soares<br />

Claudia Marianno<br />

Luis Moura<br />

Vivian Rosa<br />

Projeto gráfico Ulhôa Cintra<br />

Capa Departamento de arte <strong>IBEP</strong><br />

Diagramação N-Publicações<br />

M724a<br />

3.ed.<br />

CIP BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE<br />

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ<br />

Moisés, Helvio Nicolau<br />

O ambiente : Terra, a nossa casa : 6 o ano / Helvio Nicolau Moisés. - 3.ed. - São<br />

Paulo : <strong>IBEP</strong>, 2012.<br />

il. ; 28 cm. (Ciências da natureza)<br />

ISBN 978-85-342-3103-9 (aluno) - 978-85-342-3107-7 (mestre)<br />

1. Ciências - Estudo e ensino (Ensino fundamental). I. Título. II. Série.<br />

12-1831. CDD: 372.35<br />

CDU: 373.3.016:5<br />

23.03.12 04.04.12 034250<br />

3 a edição – São Paulo – 2012<br />

Todos os direitos reservados<br />

Av. Alexandre Mackenzie, 619 – Jaguaré<br />

São Paulo – SP – 05322-000 – Brasil – Tel.: (11) 2799-7799<br />

www.ibep-nacional.com.br editoras@ibep-nacional.com.br


Prezado estudante<br />

Traga para as aulas de Ciências aquelas questões que você sempre se<br />

fez sobre a Terra, o Universo e os seres com os quais convivemos.<br />

Traga suas ideias, suas teorias. É chegado o momento de discuti-las e<br />

de dialogar com o conhecimento científico.<br />

Este livro é um dos elementos dessas aulas.<br />

Espero que ele contribua para satisfazer e também para atiçar sua<br />

curiosidade e aumentar seu prazer em conhecer.<br />

O autor


Como é o seu livro<br />

Unidades e capítulos<br />

Este livro é formado por unidades, que são<br />

divididas em capítulos.<br />

Em cada capítulo, há várias seções.<br />

Trocando ideias<br />

Nesta seção você encontrará perguntas que vão conduzir à troca<br />

de ideias com colegas e professor ou professora. Anote suas<br />

respostas e volte a elas quando terminar o capítulo, para ver o<br />

que aprendeu.<br />

Pense e responda<br />

No decorrer do capítulo, você encontrará perguntas para reflexão.<br />

Você deve resolver a questão antes de prosseguir.<br />

Saiba mais<br />

São momentos de leitura com informações sobre meio ambiente,<br />

saúde, novas descobertas tecnológicas etc.<br />

Professor, folheie as páginas deste livro com os<br />

alunos mostrando como é sua organização desde<br />

o sumário até as últimas páginas. Certifique-se de<br />

que eles compreendam o que se espera deles em<br />

cada seção.


Analise<br />

(a foto, a tabela,<br />

a ilustração, o<br />

gráfico)<br />

Analisando gráficos,<br />

tabelas, ilustrações<br />

e fotos, você<br />

aprenderá muitas coisas e vai treinar seu<br />

entendimento de outras formas de registro<br />

e comunicação, além da linguagem escrita.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

Nesta seção, você vai<br />

encontrar palavras<br />

cujo significado<br />

talvez você não<br />

conheça.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Esta seção é um convite<br />

para você aplicar seus<br />

conhecimentos na resolução<br />

de uma questão em uma<br />

nova situação.<br />

Olhar de<br />

cidadania<br />

Ao final de cada unidade,<br />

propomos atividades para<br />

analisar a qualidade de vida<br />

na escola, no bairro, em sua<br />

cidade e na sua casa.<br />

Chame a atenção dos alunos para estes fatos:<br />

1. O tamanho dos seres vivos geralmente está escrito na legenda.<br />

2. Nos esquemas, as figuras podem não ser proporcionais ao tamanho real,<br />

e as cores podem ser fantasia, isto é, não corresponderem às cores reais.<br />

Investigue e<br />

relate<br />

Esta seção propõe uma<br />

pesquisa para você<br />

obter dados por meio de<br />

experiências, observações<br />

do ambiente, entrevistas,<br />

levantamento de opinião.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

Nesta seção, você vai<br />

responder a questões sobre<br />

os assuntos do capítulo.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Você pode trabalhar<br />

com seus colegas de<br />

equipe sempre que<br />

quiser. Mas, nesta seção,<br />

você terá sempre de<br />

trabalhar em grupo.<br />

No final do livro, a seção<br />

Ciência em revista<br />

trata mais a fundo um<br />

assunto da atualidade.<br />

Você também<br />

encontrará uma lista de<br />

livros para sua leitura.<br />

UNIDADE 1 • O PLANETA TERRA 5


Sumário<br />

Unidade 1 O planeta Terra<br />

<strong>Capítulo</strong> 1 Como é a Terra? ................................................................................... 10<br />

A Terra vista do espaço ............................................................................ 11<br />

As paisagens terrestres ............................................................................ 14<br />

As paisagens se transformam .................................................................. 22<br />

<strong>Capítulo</strong> 2 O misterioso interior do planeta ......................................................... 26<br />

Reunindo evidências ................................................................................ 27<br />

Estrutura da Terra .................................................................................... 28<br />

Tectônica de placas .................................................................................. 30<br />

Meteoritos: pistas vindas do espaço ....................................................... 32<br />

<strong>Capítulo</strong> 3 A idade do planeta ............................................................................ 35<br />

Os fósseis ................................................................................................... 36<br />

Como surgiu a Terra ................................................................................. 38<br />

Unidade 2 A litosfera<br />

<strong>Capítulo</strong> 4 Como se formam as rochas? ................................................................. 46<br />

As rochas ................................................................................................... 47<br />

Os tipos de rocha ...................................................................................... 49<br />

O ciclo das rochas ..................................................................................... 53<br />

<strong>Capítulo</strong> 5 As rochas dão origem ao solo .............................................................. 57<br />

Da rocha ao solo ....................................................................................... 58<br />

Composição do solo ................................................................................. 59<br />

Tipos de solo ............................................................................................. 61<br />

<strong>Capítulo</strong> 6 Solo e agricultura ................................................................................... 64<br />

O solo e as plantas ................................................................................... 65<br />

Lavrar o solo ............................................................................................. 66<br />

Irrigar o solo ............................................................................................. 67<br />

Drenar o solo ............................................................................................ 67<br />

Adubar o solo ........................................................................................... 68<br />

O desgaste do solo ................................................................................... 69<br />

Preservação do solo .................................................................................. 70<br />

<strong>Capítulo</strong> 7 Solo e saúde ............................................................................................ 73<br />

Solo e alimentação ................................................................................... 74<br />

Solo e doenças .......................................................................................... 74<br />

Contaminação do solo com agrotóxicos ................................................. 76<br />

Contaminação do solo pelo lixo .............................................................. 77<br />

Unidade 3 Terra: planeta Água<br />

<strong>Capítulo</strong> 8 Água: onde existe? ................................................................................ 84<br />

Os reservatórios subterrâneos ................................................................. 85<br />

Os reservatórios superficiais .................................................................... 89<br />

Água nos seres vivos ................................................................................ 91<br />

Água no ar ................................................................................................ 92<br />

<strong>Capítulo</strong> 9 O ciclo da água ....................................................................................... 95<br />

Sempre a mesma água ..............................................................................96<br />

A energia solar e o ciclo da água .......................................................... 103


<strong>Capítulo</strong> 10 Como usamos a água? .................................................................... 111<br />

Os usos da água ...................................................................................... 112<br />

Água para consumo doméstico ............................................................. 120<br />

Água e saúde .......................................................................................... 126<br />

Unidade 4 O ar<br />

<strong>Capítulo</strong> 11 Como o ar se comporta? ................................................................. 138<br />

O ar ocupa espaço .................................................................................. 141<br />

O ar ocupa sempre o mesmo espaço? ................................................... 141<br />

O ar exerce pressão ................................................................................ 142<br />

Alterando a pressão do ar ..................................................................... 143<br />

<strong>Capítulo</strong> 12 Uma camada de ar envolve o planeta .............................................. 149<br />

A atmosfera ............................................................................................ 150<br />

A pressão varia com a altitude? ............................................................ 151<br />

Do que é feita a atmosfera? .................................................................. 152<br />

Seres vivos e atmosfera .......................................................................... 153<br />

Combustão .............................................................................................. 154<br />

Voando na atmosfera ............................................................................ 154<br />

<strong>Capítulo</strong> 13 Atmosfera e previsão do tempo ........................................................ 159<br />

Como se formam os ventos? .................................................................. 160<br />

Nuvens diferentes, tempo diferente ..................................................... 162<br />

<strong>Capítulo</strong> 14 Ar e saúde .............................................................................................. 170<br />

Doenças transmitidas pelo ar ................................................................ 171<br />

Poluição do ar ......................................................................................... 172<br />

Efeitos globais da poluição do ar .......................................................... 173<br />

Unidade 5 Ecologia: ambiente e seres vivos<br />

<strong>Capítulo</strong> 15 Sol: a luz da vida .................................................................................. 180<br />

A fotossíntese ......................................................................................... 181<br />

Respiração celular .................................................................................. 181<br />

Produtores e consumidores ................................................................... 182<br />

Relações entre os seres vivos ................................................................. 185<br />

O ciclo da matéria e o fluxo da energia ............................................... 187<br />

Unidade 6 O Universo<br />

<strong>Capítulo</strong> 16 Olhando o céu ....................................................................................... 196<br />

Nós e o Universo ..................................................................................... 197<br />

Movimento aparente do Sol .................................................................. 199<br />

Os fusos horários .................................................................................... 200<br />

Duração do ano ...................................................................................... 201<br />

As estações do ano ................................................................................. 203<br />

Fases da Lua ............................................................................................ 205<br />

Duração do mês ...................................................................................... 206<br />

Eclipses .................................................................................................... 208<br />

<strong>Capítulo</strong> 17 Conhecendo o céu ................................................................................ 210<br />

Ano-luz ................................................................................................... 211<br />

Galáxias ................................................................................................... 212<br />

Estrelas .................................................................................................... 214<br />

Constelações ........................................................................................... 215<br />

Planetas ................................................................................................... 217<br />

Planeta-anão .......................................................................................... 219<br />

O Sistema Solar ....................................................................................... 220<br />

Cometas, asteroides e meteoritos ......................................................... 222<br />

Ciência em revista ............................................................................................. 228<br />

Indicação de leituras complementares ............................................... 240<br />

Sites ............................................................................................................................. 242<br />

Bibliografia ............................................................................................................. 245


Unidade 1<br />

O planeta Terra<br />

AbleStock<br />

Vista do espaço, a Terra mais parece uma delicada<br />

bola de Natal, que deveríamos tratar com muito<br />

cuidado.<br />

William Anders<br />

PhotoDisc<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 9


10<br />

AbleStock<br />

AbleStock<br />

<strong>Capítulo</strong> 1<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

Como é a Terra?<br />

As visões que temos da Terra mudam com a altitude, mudam de lugar para lugar, mudam<br />

até com as informações que temos. Se você tivesse nascido no Polo Norte, talvez pensasse que<br />

o mundo inteiro é coberto de gelo.<br />

Antigamente, o pensamento das pessoas sobre o mundo ia até onde a vista alcançava ou<br />

onde as pernas e as montarias podiam levar.<br />

Paisagem observada por um habitante do deserto. Para ele,<br />

a cor predominante é o amarelo da areia, a temperatura é<br />

elevada durante o dia, o ar é seco, há pouca vegetação.<br />

Paisagem observada por um habitante<br />

do Ártico. Para ele, a cor predominante é<br />

o branco da neve, a temperatura é baixa,<br />

os animais comuns são as focas, as<br />

raposas e os ursos-brancos. Quase não<br />

há vegetação.<br />

Paisagem observada por um habitante da fl oresta tropical. Para<br />

ele, a cor predominante é o verde das plantas, a temperatura é<br />

elevada, o ar é úmido e há grande variedade de seres vivos.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Fabio Colombini


AbleStock<br />

A Terra vista do espaço<br />

A bordo de uma nave espacial, você<br />

veria a Terra assim.<br />

Trocando<br />

ideias<br />

! Este<br />

é um convite para os alunos conversarem livremente sobre o assunto.<br />

Cada um diz o que sabe. Você pode enriquecer a troca de ideias com<br />

comentários que estão no Manual do Professor.<br />

Do espaço, vemos a Terra como uma esfera. Aqui da superfície, a Terra parece plana. Por quê?<br />

Porque somos pequenos quando comparados à Terra.<br />

Olhando a imagem da Terra do espaço, vemos o azulado da hidrosfera,<br />

o marrom da litosfera e nuvens suspensas na atmosfera<br />

terrestre.<br />

A atmosfera é a camada de ar que envolve nosso planeta.<br />

Nela se formam as nuvens, e o movimento do ar origina os<br />

ventos.<br />

A hidrosfera é a água da Terra: os oceanos, os rios e os lagos,<br />

as geleiras das regiões polares e das montanhas, a água<br />

que se infiltra no solo e a água subterrânea.<br />

A litosfera é a camada sólida que forma os continentes, o fundo<br />

dos oceanos, dos rios e dos lagos.<br />

O conjunto de seres vivos e ambientes onde há vida é a biosfera.<br />

A maioria dos seres vive em regiões situadas até 5 mil metros<br />

acima do nível do mar. Entretanto, no Monte Everest, fo-<br />

ram encontradas aranhas a 6,7 mil metros de altitude, que se alimentam de pequenos seres<br />

que consomem materiais vegetais vindos das partes baixas.<br />

No mar, a maioria dos seres vivos habita a faixa que vai da superfície até 150 metros de profundidade.<br />

Algumas espécies de peixes, caranguejos, bactérias vivem a cerca de 8 mil metros<br />

de profundidade.<br />

A atmosfera é o ar que envolve a Terra. A terra firme faz parte da litosfera, e as porções de água formam a hidrosfera.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Uma pessoa que nunca viu uma foto da Terra tirada do espaço, como imagina a forma que<br />

ela tem? Imagina que é plana.<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 11


12<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Escolha um ambiente para observar. Leve seu caderno e um lápis.<br />

Observe tanto o que tem vida como o que não tem.<br />

Preste atenção nas formas, nas cores, nos tamanhos, sinta os cheiros.<br />

Faça um texto para descrever o que você viu e sentiu. Se você gosta de desenhar, registre o<br />

ambiente com desenhos. Se você tem uma máquina fotográfica, tire algumas fotos.<br />

Afixe suas descobertas no mural da sala de aula.<br />

A biosfera tem espessura máxima de aproximadamente 15 km. É uma película finíssima quando<br />

comparada aos quase 13 mil quilômetros de diâmetro da Terra. Se o planeta, por exemplo,<br />

fosse uma laranja, a biosfera teria a espessura de uma folha de caderno sobre sua superfície.<br />

6 359 km<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

6 378 km<br />

Limites da biosfera<br />

Nível do mar<br />

Fossa oceânica<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Professor: a atividade pode ser feita no espaço da escola, com os alunos observando<br />

seu entorno e os elementos existentes nele.<br />

9000 m<br />

10000 m<br />

Luis Moura


Analise<br />

a ilustração<br />

Observe a ilustração da página anterior e responda em seu caderno.<br />

Qual é a altura da montanha da ilustração? 9 mil metros.<br />

Nessa altitude, já foi encontrado algum ser vivo?<br />

Qual é a profundidade da fossa oceânica da ilustração? 10 mil metros.<br />

Existem seres vivos em um local tão fundo?<br />

Qual é a espessura da biosfera?<br />

Essa espessura é grande quando comparada com o diâmetro da Terra?<br />

Saiba mais<br />

Já foram encontradas aranhas a 6,7 mil metros.<br />

Algumas espécies de peixes, caranguejos e bactérias vivem a<br />

8 mil metros de profundidade.<br />

Cerca de 7 mil metros acima do nível do mar e 8 mil abaixo, num total de 15 mil metros.<br />

A era espacial e os satélites<br />

Não, é quase nada.<br />

A era espacial teve início em 1957 quando foi lançado o Sputnik 1, o primeiro satélite<br />

artificial. E, em 1961, Yuri Gagarin tornou-se o primeiro ser humano a ir ao espaço. Ao ver<br />

a Terra, ele disse: “Ela é azul”. Nunca nenhum homem tinha observado nosso planeta de<br />

tão longe.<br />

Satélite em órbita da Terra.<br />

Foto reproduzida em escala diferente.<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 13


14<br />

Outras viagens aconteceram. Em 1968, a nave Apolo 8 chegou até a Lua e deu várias voltas<br />

ao redor dela, e, em 1969, um módulo espacial tripulado pousou na sua superfície.<br />

Graças a essas viagens espaciais, os satélites artificiais foram aperfeiçoados e centenas<br />

deles hoje giram ao redor da Terra, cumprindo diferentes funções. Uma delas é permitir o<br />

funcionamento de estações de televisão e telefonia celular. Outra é o sensoriamento remoto<br />

para obtenção de imagens que permitem registrar queimadas, áreas de desmatamento,<br />

possibilidade de erupções de vulcões, ocorrência de furacões, outros dados climáticos,<br />

rastreamento de animais etc.<br />

Pense e<br />

responda<br />

Como o uso dos satélites artificiais permite conhecer melhor como é a Terra?<br />

Lá do espaço, os astronautas conseguem ver os blocos de terra firme?<br />

As paisagens terrestres<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

Eles enviam imagens da Terra<br />

continuamente para monitorar o<br />

que nela acontece, inclusive as<br />

mudanças do clima.<br />

Sim, eles percebem os blocos<br />

de terra firme.<br />

Nosso planeta pode ser dividido em zonas ou regiões térmicas, de acordo com as variações<br />

de temperatura em sua superfície. Próximas aos polos, existem as Zonas Glaciais e, à medida<br />

que caminhamos em direção ao Equador, a temperatura tende a aumentar, passando pelas<br />

Zonas Temperadas até chegar à Zona Tórrida ou Intertropical.<br />

Cada uma dessas zonas da Terra apresenta tipos originais de vegetação adaptados ao clima<br />

e ao solo.<br />

Trópico de Câncer<br />

Equador<br />

Trópico de Capricórnio<br />

0<br />

ESCALA<br />

3072 6144 km<br />

1 cm = 3072 km<br />

Fonte: Atlas Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.<br />

PLANISFÉRIO – ZONAS CLIMÁTICAS<br />

Círculo Polar Antártico<br />

Geo6.<strong>IBEP</strong>_m027a<br />

Zona Polar ou Glacial Ártica<br />

Zona Tempera da Norte<br />

Zona Tropical<br />

Zona Tempera da Sul<br />

Zona Polar ou Glacial Antártica<br />

0°<br />

Círculo Polar Ártico<br />

Kids Produções Gráficas


Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Floresta Estacional e Savanas<br />

Floresta Pluvial Tropical e Subtropical<br />

Alta Montanha<br />

Fonte: Baseado no Atlas Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.<br />

Tundra<br />

PLANISFÉRIO – VEGETAÇÃO<br />

Na Zona Glacial Ártica, o solo fica coberto de neve durante nove meses por ano. Na curta<br />

estação quente, a superfície degela e formam-se grandes áreas alagadas, onde cresce a vegetação<br />

rasteira da tundra.<br />

A vegetação da tundra alimenta poucos animais como o boi-almiscarado, a rena e o caribu,<br />

que acabam por servir de alimento para o urso-polar, outro habitante do bioma.<br />

Paisagem típica das regiões próximas aos polos. O urso-polar mede cerca de 2,5 m de comprimento.<br />

Kids Produções Gráficas<br />

Fotos: AbleStock<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 15


Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

16<br />

Floresta de pinheiros<br />

Entre a Zona Glacial Ártica e a Zona Temperada Norte estão as florestas de pinheiros.<br />

Nessa região vivem mamíferos como as lebres-do-ártico, que servem de alimento para os<br />

lobos e linces. Há também o urso-preto, que se alimenta de peixes.<br />

As florestas de pinheiros formam as paisagens típicas do Canadá e da Rússia. São habitadas por muitas espécies de animais, como os lobos.<br />

Floresta temperada<br />

Abaixo da linha que marca a Zona Temperada Norte, o inverno rigoroso dura três meses,<br />

seguido da primavera quando ocorre o degelo e as muitas plantas brotam novamente.<br />

Nessa floresta, vivem muitos tipos de animais, como aves, esquilos, veados, javalis, roedores,<br />

raposas e ursos. Essa paisagem é típica da Europa e da América do Norte, onde as quatro<br />

estações são bem definidas.<br />

Floresta temperada da América do Norte.<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

AbleStock<br />

O cervo é um mamífero herbívoro das florestas<br />

temperadas. Mede cerca de 2,5 m de comprimento.<br />

AbleStock<br />

AbleStock


Deserto<br />

No deserto, o solo é seco e chove pouco.<br />

Essa região tem clima árido e é encontrada em diversos continentes.<br />

A falta de chuva torna a vegetação escassa, com espécies que armazenam água e têm folhas<br />

transformadas em espinhos. Cobras, dromedários, escorpiões e aranhas são animais encontrados<br />

no deserto.<br />

No Deserto do Saara, no norte da África, vive o dromedário. Sua altura pode atingir 3 m na região mais alta do dorso.<br />

Floresta tropical<br />

Em regiões entre os trópicos e próximas do Equador, as estações do ano não são definidas.<br />

As chuvas são frequentes. O calor e a umidade permitem a vida de grande quantidade e diversidade<br />

de vegetais e animais.<br />

Há locais onde as árvores altas juntam suas copas e a luz não chega ao solo.<br />

Na beira dos rios, a vegetação é mais baixa e permite o crescimento de plantas rasteiras.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

A Amazônia é um exemplo de floresta tropical. O macaco-vermelho é um dos tipos de animais<br />

da fauna da região. O uacari-vermelho (Cacajao calvus rubicundus) cresce até 60 cm de altura.<br />

Fabio Colombini<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 17


18<br />

Formações herbáceas<br />

As formações herbáceas configuram paisagens abertas de gramíneas, com algumas árvores<br />

de pequeno porte. Elas se distribuem em pontos diferentes das zonas tropical e temperada.<br />

Exemplos de campos são os pampas ou campos sulinos, do Sul do Brasil, as pradarias norte-<br />

-americanas e as estepes russas.<br />

Nos pampas, encontramos veados e graxains. Nas pradarias vivem os bisões.<br />

Os pampas do Rio Grande do Sul.<br />

Formações do semiárido<br />

Caatinga do Nordeste do Brasil.<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

Fabio Colombini<br />

O graxaim é típico dos campos sulinos ou pampas,<br />

do Rio Grande do Sul. Tem pouco mais de 1 m de<br />

comprimento, sem contar a cauda.<br />

A falta de chuva em grande parte do ano caracteriza as formações do semiárido, como a<br />

caatinga do Nordeste brasileiro. Arbustos, cactos e plantas espinhosas fazem parte desta vegetação<br />

que tem como animais representativos a cascavel, os pequenos lagartos e o carcará.<br />

Fabio Colombini<br />

Fabio Colombini


Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Pantanal<br />

O Pantanal é a maior planície inundável do mundo, principalmente pelas cheias dos rios<br />

Paraguai e afluentes. Mais de 80% de sua área está nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso<br />

do Sul, sendo que, do restante, boa parte fica na Bolívia e uma pequena parte no Paraguai.<br />

Tem uma impressionante diversidade na fauna e na flora: 1 132 espécies de borboletas, 656 de<br />

aves, 122 de mamíferos, 263 de peixes, 93 de répteis, além de muitas outras.<br />

Na época das chuvas, fica intransitável por terra e, no restante do ano, transforma-se em<br />

excelente pasto para o gado.<br />

Pantanal mato-grossense.<br />

Floresta estacional, savana e cerrado<br />

AbleStock<br />

Fabio Colombini<br />

O jacaré é frequente nas áreas do Pantanal mato-grossense<br />

Formadas por arbustos intercalados por gramíneas e algumas concentrações de árvores, essas<br />

formações vegetais são encontradas no Centro-Oeste brasileiro, como o cerrado; no interior<br />

da África, a savana; e, na Índia, como jângal.<br />

Na vegetação da savana africana, vive o guepardo, o<br />

mais rápido dos felinos. Tem até 1,5 m de comprimento e<br />

cerca de 75 cm de altura.<br />

No jângal, vive o tigre indiano. Tem até 3 m de comprimento,<br />

com cauda de 80 cm.<br />

Fabio Colombini<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 19


20<br />

No cerrado, as árvores de galhos retorcidos são entremeadas de capim rasteiro. Os longos<br />

períodos sem chuva tornam o capim seco e são comuns os incêndios causados por raios. Esta<br />

paisagem ocupa extensas áreas do Brasil.<br />

Na vegetação do Centro-Oeste brasileiro, o cerrado, vive o lobo-guará. Mede 1,3 m de comprimento e tem<br />

cerca de 80 cm de altura.<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

A Floresta Amazônica<br />

A Floresta Amazônica está localizada ao norte da América do Sul. Ela se espalha por<br />

vários países: Venezuela, Suriname, Guianas, Bolívia, Colômbia, Peru e Equador. Porém<br />

mais da metade dela encontra-se no Brasil.<br />

A vegetação difere de um lugar para o outro. A mata de igapó é inundada permanentemente,<br />

já a mata de várzea é inundada somente nos períodos de cheia. A mata de<br />

terra firme normalmente não é inundada, e é onde estão as árvores de maior altura, cujas<br />

copas se tocam, deixando a região junto ao solo sempre sombreada.<br />

Fabio Colombini


Há também uma diversidade de rios. Podemos considerar como principais representantes<br />

o Rio Negro (de águas negras), os rios Solimões, Madeira e Amazonas (águas barrentas ou<br />

amarelas) e o Rio Tapajós (de águas claras ou transparentes).<br />

Apesar de os solos amazônicos serem estruturalmente pobres, nas várzeas – por receberem<br />

matéria orgânica e minerais trazidos na época das cheias – encontramos maior<br />

fertilidade do que no restante da floresta. Esses solos, nos períodos secos, são utilizados<br />

pela população ribeirinha para o cultivo, que geralmente serve para a alimentação do dia<br />

a dia.<br />

Características marcantes da Amazônia são o equilíbrio entre sua mata fechada e bem<br />

variada, a rica hidrografia (com a mais densa bacia fluvial do mundo), o clima quente e<br />

úmido e os solos em geral pobres, mas que recebem grande quantidade de matéria orgânica<br />

proveniente da própria floresta, o que a torna exuberante, capaz de manter a maior<br />

variedade de espécies do planeta.<br />

Vista aérea da Floresta Amazônica e do Rio Negro. Arquipélago de Anavilhanas, Amazonas, 2000.<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 21


Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

22<br />

As paisagens se transformam<br />

Desde que se formou, há 4,5 bilhões<br />

de anos, a Terra e tudo que nela<br />

existe não param de se transformar.<br />

O vento carrega partículas de solo<br />

e modela montanhas, enquanto a<br />

água esculpe vales e cavernas e faz o<br />

contorno do litoral.<br />

Geleiras cobrem a Terra em muitos<br />

lugares e se movem arrastando<br />

tudo que encontram no caminho até<br />

chegarem ao mar.<br />

O calor dilata as rochas, o frio as<br />

contrai e, de tanto se dilatarem e se<br />

contraírem, as rochas se partem em<br />

pedaços e formam pedras, que se<br />

partem e se transformam em seixos.<br />

Vulcões formam montanhas e terremotos<br />

abrem fendas na superfície<br />

da Terra, engolem o solo e as rochas.<br />

Furacões varrem os continentes.<br />

Espécies de seres vivos se transformam<br />

e dão origem a outras espécies.<br />

Espécies de seres vivos se extinguem.<br />

Nos ambientes, as relações entre<br />

os seres vivos não cessam: uns nascem,<br />

outros são devorados, muitos<br />

são decompostos. As sementes germinam,<br />

as plantas crescem, muitas<br />

servem de alimento para animais.<br />

As plantas são alimento para as antas. A onça se alimenta de antas e de<br />

outros animais.<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

A água do mar, que bate nas rochas sem cessar, modela o<br />

contorno da terra firme.<br />

Cânion de Itaimbezinho do Parque Nacional de Aparados da Serra, RS.<br />

CPG<br />

CPG<br />

AbleStock<br />

Rogério Reis/Pulsar Imagens


Com seu trabalho, os seres humanos estão sempre transformando as paisagens. Cultivam<br />

plantas e criam animais para se alimentar. Derrubam árvores para usar os troncos. Cavam o solo<br />

para retirar pedras, barro e minérios de ferro, de prata e outros metais. Constroem cidades para<br />

viver, diques para barrar a água, estradas para ir de um lugar a outro.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Analise<br />

as fotos<br />

Plantação, que fornece alimento para as pessoas.<br />

Usina hidrelétrica, que fornece energia.<br />

AbleStock<br />

Luciano Candisani/Kino<br />

Mineração para extração de minérios ricos em ferro,<br />

alumínio e outros metais.<br />

Cidade, que abriga as pessoas.<br />

Eram paisagens com a vegetação natural e seus animais.<br />

Como você imagina as paisagens que existiam nesses lugares antes da ocupação humana?<br />

As matas ou qualquer outra vegetação que existia foi derrubada.<br />

Que alterações ocorreram nas paisagens? Assim, a maioria dos animais silvestres também desapareceu.<br />

Troque ideias com seus colegas e decidam se essas transformações foram necessárias para<br />

nossa sobrevivência e nosso modo de vida.<br />

Professor: comente com os alunos como os seres humanos modificam os ambientes com seu trabalho.<br />

AbleStock<br />

Werner Rudhart/Kino<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 23


24<br />

Em outras<br />

palavras<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

“ ”<br />

bactéria: ser vivo microscópico, invisível a olho nu.<br />

subterrâneo: debaixo da terra.<br />

extinguir: que não existe mais.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Faça uma lista de transformações que ocorrem na superfície da Terra, apontando:<br />

a) cinco transformações que não dependem dos humanos;<br />

a. Transformações ocasionadas por furacões, terremotos, erupções vulcânicas e a ação da água.<br />

b) cinco transformações que ocorrem devido à ação humana.<br />

b. Barragens de rios; diques de contenção de mar; queimadas; construções de cidades; cultivo vegetal, mineração.<br />

2. Vistas do espaço, quais são as cores da litosfera e da hidrosfera?<br />

A litosfera é de cor marrom e a hidrosfera é azul.<br />

3. Há uma parte da Terra que não é visível lá do espaço. Que parte é essa?<br />

É a atmosfera.<br />

4. Defina, com suas próprias palavras, cada uma das partes do ambiente terrestre.<br />

5. Um lago faz parte da biosfera? Por quê?<br />

Sim, existem muitos seres vivos que vivem em um lago.<br />

6. O solo faz parte da biosfera? Por quê?<br />

Sim, existem muitos seres vivos que podem viver no solo.<br />

7. Você seria capaz de localizar em um aquário as regiões que correspondem às três partes<br />

principais do planeta Terra? Explique.<br />

8. Viajando do Polo Norte ao Brasil, percebe-se que tipo de alteração na temperatura ambiente?<br />

A temperatura tende a aumentar conforme partimos dos polos e nos aproximamos do Equador.<br />

9. Cite algumas paisagens naturais encontradas na Terra.<br />

Tundra, floresta temperada, floresta tropical, savana, deserto, pantanal etc.<br />

10. Cite algumas diferenças entre a floresta temperada e a floresta tropical:<br />

a) Quanto às estações do ano;<br />

a. Na floresta tropical as estações não são bem definidas como ocorre nas florestas temperadas.<br />

b) Quanto ao tipo de vegetação.<br />

11. “Ambiente é o lugar em que se vive. Eu posso considerar como meu ambiente a minha<br />

casa, a minha rua ou a minha cidade, dependendo de como queira analisar uma questão.”<br />

Assim um cientista iniciou uma palestra sobre preservação do ambiente. Responda:<br />

a) Como seria seu ambiente mais próximo se você fosse um habitante da floresta temperada?<br />

b) Como seria seu ambiente mais próximo se você morasse às margens do Rio Amazonas?<br />

c) Qual é o ambiente de todos os seres vivos que conhecemos?<br />

Hidrosfera: conjunto de toda água do planeta: mares,<br />

rios, lagos, geleiras e água subterrânea. Litosfera: parte<br />

rochosa externa do planeta.<br />

Atmosfera: camada de gases que envolvem a Terra.<br />

Biosfera: conjunto de todas as partes do planeta Terra<br />

onde existe ou pode existir vida.<br />

O solo do aquário representaria a litosfera, a água, a hidrosfera, e<br />

o ar seria a atmosfera.<br />

b. Floresta temperada: árvores com folhas que caem durante o outro inverno. Floresta tropical: matas sempre verdes.<br />

c. O planeta Terra.<br />

a. Floresta de grandes árvores com folhas que caem durante as estações mais frias. Veríamos animais<br />

como esquilos, veados, javalis, roedores, raposas e ursos.<br />

b. Na região do Rio Amazonas, existe<br />

a floresta tropical úmida. O ambiente<br />

seria de grandes árvores em matas<br />

fechadas. Teríamos grande quantidade<br />

e diversidade de animais. Muito calor e<br />

muitas chuvas.


Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

AbleStock<br />

Guerreiro massai.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

A foto mostra um guerreiro massai,<br />

habitante da Tanzânia, na África.<br />

Os massais são criadores de gado, mas<br />

eles também caçam animais da savana.<br />

Seu único instrumento é a lança. Com<br />

ela, eles também se defendem.<br />

Os massais modificam o ambiente em<br />

que vivem?<br />

As transformações que eles provocam<br />

assemelham-se àquelas feitas por povos<br />

que cultivam a terra, têm indústrias e<br />

constroem cidades? Por quê?<br />

Por que os seres humanos modificam<br />

o ambiente em que vivem?<br />

Bioma é uma grande comunidade biológica com composição e aparência reconhecíveis, que<br />

ocupa uma região onde o clima, o solo e o relevo são característicos.<br />

Pesquisem quais são os biomas brasileiros.<br />

Escolham um bioma para pesquisar mais a fundo:<br />

• a localização do bioma no mapa do Brasil;<br />

• o clima: temperatura, ventos e quantidade de chuva da região;<br />

• as plantas mais comuns;<br />

• os animais mais comuns;<br />

• os grupos humanos que nele vivem;<br />

• as ameaças de destruição do bioma ou do que resta dele;<br />

• as espécies ameaçadas de extinção;<br />

Sim, todos os seres humanos modificam o<br />

ambiente em que vivem.<br />

Eles modificam o ambiente para conseguir alimentos, abrigos<br />

e o que mais precisam para sobreviver.<br />

Não se comparam porque a criação do gado<br />

não modifica tanto o ambiente quanto as atividades<br />

industriais.<br />

Depois de terminarem a pesquisa, imaginem um modo criativo e interessante de apresentar<br />

o bioma que estudaram para os colegas da turma.<br />

Vocês podem fazer cartazes, mostrar fotos, trazer alguém que conheça de perto o bioma<br />

para falar com seus colegas.<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 25


26<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

2<br />

O misterioso interior do planeta<br />

Como saber o que há dentro da Terra? E qual sua temperatura?<br />

Seria possível verifi car isso diretamente, cavando o solo? Sim, mas nunca se alcançou profundidade<br />

superior a 12,2 quilômetros. Isso é muito pouco em relação ao raio da Terra, que é<br />

cerca de 500 vezes essa distância.<br />

O que os cientistas fazem para responder a perguntas como essas é propor hipóteses e<br />

montar um experimento científi co e/ou buscar na natureza evidências que indiquem se a hipótese<br />

é (ou não) falsa.<br />

Quando a hipótese se mostra falsa, ela perde sua força explicativa. Assim, cada vez menos<br />

cientistas a defendem.<br />

Quando não se mostra falsa, cada vez mais cientistas a adotam em seus estudos e a usam<br />

para explicar o que acontece. Isso até que alguma nova experiência revele que a hipótese é<br />

falsa. Aí ela tende a ser abandonada.<br />

Com os conhecimentos que você já tem, formule hipóteses sobre a temperatura, a composição<br />

e o estado das profundidades da Terra.<br />

Erupção do Kilauea. O Kilauea é um dos vulcões mais ativos do Havaí. Parque Nacional dos Vulcões do Havaí, 1990.<br />

AbleStock/Getty Images


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

O que sai dos vulcões nas erupções?<br />

De onde vem o que sai dos vulcões?<br />

A atividade de vulcões e a exploração de minérios subterrâneos<br />

sempre sugeriram que a temperatura se elevasse conforme aumenta<br />

a profundidade. Será que sempre aumenta?<br />

Lava, gases, pedaços de rocha.<br />

Vem do interior da Terra.<br />

A temperatura no interior da Terra é maior do que na superfície? É muito maior.<br />

Que cientistas pesquisam o interior da Terra? Os geólogos.<br />

A temperatura aumenta ou diminui conforme aumenta a profundidade?<br />

O interior da Terra é uniforme ou apresenta variações em sua composição e estado?<br />

A parte mais central da Terra é formada por metais em estado sólido?<br />

O caminho das ondas sísmicas indica que o interior da Terra é formado por um material no estado sólido.<br />

Reunindo evidências<br />

O geólogo é o cientista que estuda as rochas, os vulcões, os terremotos, o que existe no<br />

interior da Terra. Como verdadeiro detetive, vai reunindo pistas para formular hipóteses sobre<br />

a estrutura interna do planeta.<br />

Os geólogos descobriram, por exemplo, que quanto mais se aprofunda para o interior da<br />

Terra, maior é a temperatura. Esse fato já era conhecido havia muito tempo, pois as minas de<br />

carvão, por exemplo, chegam a ter poços de 7 quilômetros de profundidade.<br />

Nesses túneis, a temperatura aumenta<br />

em média 30º C a cada quilômetro de pro-<br />

Temperatura em mina de carvão<br />

fundidade. Assim, a uma profundidade de 3<br />

quilômetros, o calor é suficiente para ferver<br />

torre de perfuração<br />

água, pois ela entra em ebulição a 100º C.<br />

A água fervente expelida pelos gêiseres<br />

é uma evidência da alta temperatura do in-<br />

20º C<br />

terior da Terra. Essa água é aquecida a muitos<br />

metros de profundidade e lançada em<br />

jatos que atingem vários metros de altura.<br />

Para os geólogo, as pedras são evidências concretas<br />

de como é o interior da Terra.<br />

AbleStock<br />

O caminho não linear realizado<br />

pelas ondas sísmicas indica que o<br />

interior da Terra não é uniforme<br />

quanto à composição nem quanto<br />

ao estado.<br />

50º C 1 km<br />

80º C 2 km<br />

110º C 3 km<br />

Na perfuração de minas de carvão, percebe-se que a cada<br />

quilômetro que se desce, aumenta em 30º C a temperatura, em<br />

média. Assim, a uma profundidade de 3 quilômetros, o calor é<br />

suficiente para ferver água, porque ela entra em ebulição a 100º C.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 27


Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

28<br />

No interior da Terra há uma massa pastosa vermelho-alaranjada – o magma – composta de<br />

minerais fundidos.<br />

Durante uma erupção, o vulcão expele esse material que sai do interior da Terra a uma<br />

temperatura entre 800º C e 1200º C. O material expelido é chamado lava.<br />

Estrutura da Terra<br />

Analise os fenômenos abaixo, que acontecem entre a superfície e as profundezas da Terra.<br />

As fontes termais liberam água quente e os<br />

gêiseres expelem água fervente.<br />

Representações da<br />

estrutura da Terra<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

AbleStock<br />

Os vulcões ativos expelem lava com temperatura entre 600 e<br />

1200 graus Celsius.<br />

Com base na composição da Terra, os cientistas definiram três camadas: crosta, manto e núcleo.<br />

A crosta é a camada superficial de basalto, no fundo do oceano, e de granito, nos continentes.<br />

O manto é formado por rochas pastosas, ricas em minerais de silício, ferro e magnésio. O núcleo<br />

externo compõe-se de metais em fusão, enquanto o interno apresenta grande quantidade<br />

de ferro sólido. A espessura aproximada do núcleo é 3 500 quilômetros.<br />

As ondas sísmicas levaram os geólogos a propor uma estrutura para a Terra um pouco diferente<br />

daquela baseada na composição das rochas.<br />

Nessa proposta, a primeira camada da Terra é a litosfera sólida, que vai pouco a pouco se<br />

tornando pastosa.<br />

A camada pastosa é a astenosfera. A pasta é o magma.<br />

A mesosfera é sólida.<br />

O núcleo externo é líquido e o interno é sólido.<br />

AbleStock


Luis Moura<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

As ondas sísmicas<br />

Quando ocorre um terremoto, seus<br />

efeitos são sentidos a muitos quilômetros<br />

de distância, porque o tremor forma<br />

ondas sísmicas que viajam pelo interior<br />

da Terra e retornam à superfície em lugares<br />

bem longínquos. Essas ondas são<br />

registradas por sismógrafos.<br />

O estudo da propagação das ondas sísmicas<br />

mostra que elas mudam de direção e<br />

alteram sua velocidade conforme se deslocam<br />

pelo interior do planeta, o que indica<br />

que encontram-se diferentes tipos de materiais<br />

e estados em seu caminho.<br />

Estrutura da Terra baseada nas rochas<br />

Baseada nas<br />

ondas sísmicas<br />

80 a<br />

120 km<br />

300 km<br />

litosfera<br />

astenosfera<br />

mesosfera<br />

Luis Moura<br />

núcleo<br />

externo<br />

Baseada nas rochas<br />

manto<br />

núcleo<br />

interno<br />

6 378 km<br />

crosta<br />

6 a 40 km<br />

3 000 km<br />

Este sismógrafo está registrando um abalo sísmico na Indonésia.<br />

As ondas já impressas são de dias anteriores.<br />

Zephir/Stock Photo<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 29


30<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

1. Qual é o raio da Terra? 6 378 km.<br />

2. Qual é a camada mais espessa da Terra? O núcleo.<br />

3. De onde vem a lava que sai dos vulcões? Do manto.<br />

4. Qual é a camada mais fina que envolve a Terra?<br />

Pense<br />

e responda<br />

Tectônica de placas<br />

No início do século XX, foi detectado que os continentes estavam se afastando uns dos outros,<br />

o que foi chamado de deriva continental. Na década de 1960, identificou-se a expansão<br />

dos fundos oceânicos. Esses dois fenômenos suscitaram uma hipótese que também explicava a<br />

distribuição dos vulcões no planeta e as regiões mais propícias a terremotos e tsunamis.<br />

Essa teoria propõe que a litosfera não é um bloco único: ela é partida em placas que flutuam<br />

sobre a astenosfera e se movimentam pela ação das correntes de magma. Há placas que<br />

estão colidindo e outras, atritando-se. Há também aquelas que afundam sob outra.<br />

Nos mapas a seguir, representamos as placas tectônicas da Terra, a localização dos vulcões<br />

e as ocorrências de terremotos.<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

?!<br />

1. Litosfera e crosta são a mesma estrutura?<br />

2. Sobre qual camada a litosfera flutua?<br />

3. Onde está situado o solo onde plantamos?<br />

A crosta.<br />

Não. A litosfera é uma camada de cerca de 120 km que envolve a<br />

superfície do planeta. A crosta é uma pequena parte dessa camada.<br />

Sobre a astenosfera.<br />

Na litosfera ou na crosta. As duas respostas são válidas.


Fonte: Atlas Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2004.<br />

Fonte: Baseado no Atlas Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2004.<br />

Analise<br />

os mapas<br />

Existe coincidência entre as zonas sísmicas e vulcânicas e o encontro entre placas? Sim.<br />

Porque está situado sobre uma placa em vez de estar<br />

Por que no Brasil não existem vulcões ativos? próximo ou sobre uma região de encontro de placas.<br />

A cadeia de montanhas ao longo da parte oeste da América do Sul (Andes) apresenta muitos<br />

vulcões e nela sempre ocorrem terremotos. Por que isso acontece nessa região da Terra?<br />

Porque é uma região de encontro de placas tectônicas.<br />

PLACAS TECTÔNICAS<br />

ZONAS SÍSMICAS E VULCÕES<br />

Kids Produções Gráficas<br />

Kids Produções Gráficas<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 31


32<br />

Meteoritos: pistas vindas do espaço<br />

Se você olhar o céu em uma noite estrelada, possivelmente verá estrelas cadentes. Elas<br />

aparecem como traços luminosos atravessando a escuridão, mas são fragmentos de material<br />

interplanetário que chegam do espaço.<br />

As estrelas cadentes são meteoros que, ao entrar em contato com a atmosfera terrestre,<br />

sofrem forte aquecimento e se inflamam. Quase todos se queimam na atmosfera; somente os<br />

maiores chegam até a superfície do nosso planeta e são chamados de meteoritos. Seu aspecto<br />

mostra os efeitos do calor e do violento atrito com a atmosfera terrestre.<br />

Os meteoritos têm origem em outros corpos celestes, como asteroides e cometas. Supõe-se<br />

ainda que alguns deles venham de Marte e da Lua. Em média, os meteoritos têm um bilhão de<br />

anos a mais que a mais antiga rocha terrestre. Por serem tão antigos, ajudam os cientistas a<br />

compreender melhor o Sistema Solar.<br />

A composição dos meteoritos não é sempre a mesma: alguns são formados quase só de<br />

ferro, outros têm vários minerais misturados e são de composição semelhante à das rochas.<br />

Essa ilustração representa um meteoro atingindo a Terra. Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

Chris Bulter/Stock Photos


Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Por que é difícil conhecer a estrutura interna da Terra? Porque trata-se de uma região de difícil acesso.<br />

2. Leia o texto e faça a atividade.<br />

“A Terra é formada por camadas, cada uma delas composta por diferentes materiais.<br />

Quanto mais próximas do centro do planeta, maior é a temperatura dessas camadas.”<br />

Cite três pistas usadas pelos geólogos para concluir que a temperatura da Terra aumenta<br />

com a profundidade. O calor nas minas de carvão, vulcões e gêiseres.<br />

3. No ano de 1755, várias regiões da Europa sentiram os efeitos de um terremoto ocorrido em<br />

Lisboa. Lagos de todo o continente tiveram suas águas agitadas, os moradores de muitas<br />

cidades viram, assustados, os objetos caírem. Como você explicaria esses efeitos, sentidos<br />

O tremor forma ondas sísmicas que viajam pelo interior da<br />

a muitos quilômetros de distância do terremoto? Terra e retornam à superfície em lugares muito distantes.<br />

4. Por que é possível, com base no estudo das ondas sísmicas, afirmar que a Terra é formada<br />

por camadas de diferentes materiais? O estudo das ondas sísmicas mostra que elas sofrem mudanças de direção<br />

e alteração de velocidade. Isso indica que no meio do caminho encontram<br />

5. Leia o seguinte parágrafo.<br />

diferentes tipos de materiais.<br />

“A litosfera não é um bloco único. Parece mais uma casca de ovo rachada, em que os<br />

diversos pedaços flutuam e forçam seu caminho uns sobre os outros.”<br />

Agora responda.<br />

a) Se a crosta é assim, que fenômeno ocorre na superfície quando os blocos forçam caminho<br />

uns sobre os outros? a) Ocorrem os terremotos.<br />

b) Sobre que material flutuam os pedaços que formam a crosta? b) Flutuam sobre o manto.<br />

6. “A explosão foi tão repentina que os habitantes da cidade de Pompeia fugiram ou se refugiaram<br />

no interior das casas. A queda de cinzas, em parte carregadas de gases, soterrou todas as casas<br />

[...] No dia seguinte, 25 de agosto, Pompeia está soterrada e seus habitantes, mortos [...]”<br />

O fato descrito ocorreu em 79 d.C., na Itália. Que fato foi esse? A erupção de um vulcão.<br />

“ ”<br />

atrito: fricção, choque violento.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

erupção: saída com violência.<br />

expelir: lançar, soltar, jogar.<br />

fenômeno: tudo o que é observável.<br />

geólogo: especialista em Geologia, que é a<br />

ciência que estuda a origem, a estrutura e as<br />

transformações do nosso planeta.<br />

hipóteses: é uma das possíveis respostas a<br />

um problema. É uma suposição provisória a<br />

ser provada.<br />

Tsunami ou maremoto: é uma série de ondas<br />

enormes causada pelo deslocamento de<br />

um grande volume de água no oceano. Pode<br />

ser gerado quando os limites de placas tectônicas<br />

movem-se abruptamente e deslocam<br />

verticalmente a água do entorno.<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 33


34<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Observando o contorno dos continentes, os geólogos concluíram que, no passado distante,<br />

eles estavam unidos e formavam um único continente rodeado pelo oceano.<br />

Esse continente se partiu, formando os continentes que hoje existem.<br />

Hoje, a América do Sul está se afastando da África em uma velocidade de dois centímetros<br />

por ano e a Europa está se afastando da América do Norte cerca de 4 centímetros por ano.<br />

Que força move as placas da litosfera? A força das correntes do magma.<br />

A América do Sul e a África estão se afastando uma da outra? Como?<br />

O que faz a Europa e a América do Norte afastarem-se uma da outra?<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

PLACAS TECTÔNICAS<br />

Fonte: Baseado no Atlas Geográfico Escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2004.<br />

Sim, pois, entre elas, as<br />

placas estão se afastando.<br />

Kids Produções Gráficas<br />

Entre elas, as placas estão se afastando.<br />

Em grupo, façam uma pesquisa sobre a profissão de geólogo.<br />

Descubram quantos anos é preciso estudar para exercer essa profissão e onde um geólogo<br />

pode trabalhar. Se for possível, entrevistem um geólogo ou um estudante de Geologia.<br />

Terminada a pesquisa, exponham suas conclusões para os colegas de turma.


<strong>Capítulo</strong><br />

3<br />

A idade do planeta<br />

Quando somos muito crianças, achamos que tudo sempre foi como conhecemos. Com o passar<br />

do tempo, começamos a nos perguntar sobre a origem e a história das coisas que nos cercam.<br />

Depois, nos perguntamos sobre o Universo. E uma das respostas que encontramos é que tudo foi<br />

criado por Deus. Outra, que tudo se desenvolveu sem a participação de uma divindade.<br />

A existência de Deus não é uma hipótese científi ca a ser provada. É uma suposição teológica.<br />

Não há como provar cientifi camente sua existência ou não existência.<br />

Se as coisas tiveram uma origem e têm uma história, há quanto tempo elas existem?<br />

Pintura rupestre datada de 12 mil anos a.C., no Sítio Arqueológico do Parque Nacional da Serra da Capivara, onde se encontram os<br />

vestígios mais antigos da presença do homem no território brasileiro. São Raimundo de Nonato, PI.<br />

Cecília Iwashita<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 35


Cecília Iwashita<br />

Imagens reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Cores fantasia.<br />

36<br />

Trocando<br />

ideias<br />

A Terra sempre existiu? Não.<br />

O nosso planeta sempre foi como é hoje? Não.<br />

Existem evidências que indicam que a Terra era diferente no passado?<br />

Quais exemplos nós temos que provam isso? Os registros geológicos e os fósseis.<br />

Os fósseis<br />

Ilustração de uma preguiça gigante,<br />

animal que viveu nas Américas há 10<br />

mil anos. Chegava a 6 m de altura.<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

!<br />

Uma espécie de preguiça, com até 6 metros de altura, viveu nas<br />

Américas até aproximadamente 10 mil anos atrás. Esse animal vegetariano<br />

era alimento para tigres-dentes-de-sabre, que também se<br />

extinguiram.<br />

Preguiças que morreram de maneira natural e foram transportadas<br />

pelos rios e enxurradas para dentro de cavernas ou foram soterradas,<br />

petrificaram-se com o passar do tempo e formaram fósseis.<br />

Fósseis de preguiças-gigantes já foram encontrados em várias<br />

regiões do Brasil.<br />

Muitas espécies de seres vivos que existiram no passado não existem<br />

mais, mas sabemos que eles existiram porque se transformaram<br />

em restos fossilizados.<br />

Fósseis são seres vivos que se petrificaram, congelaram ou desseca-<br />

ram. Também são fósseis as pegadas, os ovos e as fezes que se mineralizaram no decorrer dos séculos.<br />

A fossilização é um acontecimento raro na natureza. A maioria dos seres vivos apodrece quando<br />

morre, seus restos são pisoteados, carregados pelas enxurradas. Para que um organismo se preserve<br />

são necessárias algumas condições.<br />

Ambientes com pouco oxigênio e muita sedimentação são os melhores para fossilizar um<br />

organismo. Alguns desses ambientes são os pântanos, o fundo do mar profundo, o interior das<br />

cavernas. Mortes rápidas, como as causadas por enxurradas de lama, aumentam bastante as<br />

chances de fossilização.<br />

Às vezes, o animal deixa as marcas das patas ao passar pela areia ou lama. Uma única impressão<br />

permite determinar o tamanho do animal<br />

e sua massa.<br />

A história da vida na Terra é contada pelos<br />

fósseis. Não fossem eles, nada saberíamos sobre<br />

a vida no passado distante. Assim, pelo conhecimento<br />

da fauna e da flora fossilizadas, podemos<br />

descobrir como uma região da Terra era no<br />

passado.<br />

Os animais do passado mais conhecidos são<br />

os dinossauros. A partir de seus fósseis, foram<br />

feitas reconstituições desses animais. Fóssil do crânio de um dinossauro.<br />

Sim.<br />

Fabio Colombini


Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Pense<br />

e responda<br />

?!<br />

1. Um fóssil permite concluir que cor o animal tinha?<br />

2. Podemos saber que sons o animal emitia?<br />

3. Que parte do fóssil permite saber o que o animal comia?<br />

Saiba mais<br />

Como trabalha um paleontólogo?<br />

Não. Não há registro fóssil de pele de animais. Mas se<br />

pode deduzir a cor observando os animais de hoje.<br />

Não. Mas se pode deduzir os sons observando os<br />

animais de hoje.<br />

O fóssil do crânio, pelo formato do maxilar, da<br />

mandíbula e dos dentes. Em alguns fósseis, por restos<br />

de alimento encontrados no sistema digestório.<br />

Os paleontólogos são os cientistas que estudam os fósseis.<br />

Para encontrar fósseis, eles viajam pelo mundo inteiro, escavando cavernas, vales, desertos<br />

e regiões geladas. Quando descobrem um fóssil, cobrem esse achado com material<br />

protetor e o transportam para o laboratório.<br />

Começa então um trabalho delicado, que está descrito nestas fotos.<br />

No laboratório, o cientista retira os fósseis da pedra onde<br />

eles se formaram.<br />

O esqueleto permite modelar em resina os músculos que<br />

dão forma ao animal.<br />

Kevin Moloney/NYT Photos<br />

Andrea Mohin/NYT<br />

Com os ossos fossilizados, monta o esqueleto do animal.<br />

Para a reconstituição do fóssil como se o animal estivesse<br />

vivo, o cientista observa as cores dos seus descendentes<br />

atuais. No caso dos dinossauros, os cientistas observam<br />

os lagartos. Imagens não proporcionais.<br />

Sara Rulwich/NYT Photos<br />

Craig Chesek/NYT Photos<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 37


38<br />

Como surgiu a Terra<br />

O Sol, a Terra, as estrelas e outros corpos celestes fazem parte do Universo. Saber como surgiram,<br />

de onde vieram e há quanto tempo existem sempre despertou a curiosidade do ser humano.<br />

Há diferentes respostas para essas questões. Reunindo dados de diferentes pesquisas, aos<br />

poucos surgiram explicações sobre a história de nosso planeta e do que nele existe.<br />

A Grande Expansão<br />

Essa teoria é mais conhecida pelo seu nome em inglês: Big Bang, que quer dizer “Grande<br />

Explosão”. Ela propõe que há cerca de 14 bilhões de anos o Universo era um ponto de altíssima<br />

temperatura, em que toda matéria, energia e espaço que o constituem estavam concentrados.<br />

Houve, então, uma forte e rápida expansão.<br />

Um bilhão de anos depois, os gases e as poeiras cósmicas começaram a se concentrar e originaram<br />

bilhões de estrelas que formaram as galáxias.<br />

Entre as muitas galáxias do Universo, está a Via Láctea, com cerca de 100 bilhões de estrelas.<br />

Na Via Láctea está o Sistema Solar e nele está a Terra.<br />

A formação do Sistema Solar<br />

O Sistema Solar teria se<br />

originado a partir de uma<br />

grande nuvem em forma<br />

de disco, composta de gases<br />

e poeira. Os movimentos<br />

giratórios desse disco<br />

provocaram a concentração<br />

de material em diferentes<br />

regiões.<br />

No centro desse disco,<br />

após alguns milhões<br />

de anos, concentrou-se a<br />

maior parte do material<br />

da primitiva nuvem de<br />

poeira. Esse núcleo deu<br />

origem ao Sol. Ao redor<br />

do núcleo formaram-se<br />

anéis semelhantes a nuvens<br />

de matéria, a partir<br />

dos quais se originaram os<br />

planetas, em pontos isolados<br />

de concentração de<br />

matéria. Os planetas que<br />

compõem o Sistema Solar<br />

surgiram desse modo,<br />

há cerca de 4,5 bilhões<br />

de anos.<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

Criação artística que representa a formação do Sistema Solar a partir de uma nuvem<br />

de poeira, seguida da concentração de material, que originou o Sol e os planetas.<br />

Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

Mark Garlick/Stock Photos


Terra primitiva<br />

No início de sua formação, a<br />

Terra era formada por minerais<br />

fundidos e gases.<br />

Pouco a pouco, a superfície foi<br />

esfriando e se solidificando.<br />

Do interior do planeta, eram<br />

expelidos gases que se acumularam<br />

ao seu redor, formando a<br />

atmosfera primitiva.<br />

Entre os gases expelidos, estava<br />

o vapor de água. Ao atingir as<br />

altas camadas da atmosfera, ele<br />

se condensava e caía sob a forma Interpretação artística da Terra primitiva.<br />

Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

de chuva. Mas logo evaporava em<br />

razão do calor intenso e subia para a atmosfera. Aos poucos, o planeta foi esfriando e a água,<br />

evaporando mais lentamente e se acumulando em depressões, formando-se assim os mares.<br />

Estima-se que a Terra tenha se originado há 4,5 bilhões de anos e que os primeiros seres<br />

vivos tenham se formado há 3,5 bilhões de anos. Portanto, durante 1 bilhão de anos, em nosso<br />

planeta, não existiu vida.<br />

Os gases da atmosfera primitiva não eram os mesmos de agora; a ausência da camada de ozônio<br />

acarretava um verdadeiro “bombardeio” na superfície terrestre de radiações ultravioleta.<br />

Os primeiros organismos teriam surgido em um ambiente marinho, protegido dessas radiações.<br />

No ambiente marinho, o número de espécies aumentou cada vez mais. Há 500 milhões de<br />

anos, existiam muitas espécies no mar, algumas delas de aparência bem diferente dos seres<br />

marinhos de hoje.<br />

Representação de um anomalocaris, animal que viveu há mais de 500 milhões de anos.<br />

Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

David A. Hardy /Stock Photos<br />

Cecília Iwashita<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 39


40<br />

Saiba mais<br />

concentrar: reunir em torno de um centro.<br />

desintegrar: quebrar-se em muitos pedaços.<br />

expansão: aumento constante de volume ou de tamanho.<br />

radioativos: materiais instáveis que espontaneamente perdem pequenos pedaços e assim<br />

se transformam em outro material.<br />

teológica: referente ao estudo das divindades e das religiões.<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

Como calcular a idade da Terra<br />

Uma das formas de calcular a idade de uma rocha é verificando a quantidade de material<br />

radioativo que ela contém, como, por exemplo, o urânio.<br />

Os cientistas sabem calcular quanto tempo o urânio instável leva para se desintegrar.<br />

Dessa forma, pela quantidade de urânio desintegrado numa rocha, pode-se calcular a<br />

idade da rocha.<br />

As rochas mais antigas encontradas na Terra foram granitos da África do Sul, que foram<br />

datadas em cerca de 3,8 bilhões de anos. O planeta teria, então, no mínimo essa idade.<br />

Como se supõe que os meteoritos se formaram ao mesmo tempo em que a Terra, outro<br />

método seria medir a idade deles. Os cientistas fizeram isso e acharam tempos da ordem de<br />

4,56 bilhões de anos.<br />

Outra evidência foi obtida com a identificação das idades de pedras trazidas da Lua pelos<br />

astronautas. As datações dessas rochas indicaram valores próximos de 4,6 bilhões de anos.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

“ ”<br />

1. Que são fósseis?<br />

2. Do que são formadas as galáxias?<br />

3. Em qual galáxia está a Terra? Via Láctea.<br />

4. Descreva como possivelmente se formou o Sistema Solar.<br />

5. Como se formou a litosfera? Com o resfriamento da Terra.<br />

Fósseis são restos ou vestígios de seres vivos que viveram em épocas remotas.<br />

São formadas de gases e poeiras cósmicas, estrelas e planetas.<br />

O Sistema Solar teria se originado a partir de<br />

uma grande nuvem em forma de disco, composta<br />

de gases e poeira.


O resfriamento dos vapores de água expelidos do interior<br />

6. Na Terra primitiva, o que provocou as chuvas? do planeta.<br />

7. Como se formaram os mares primitivos? Com as chuvas intensas.<br />

8. “O Sistema Solar é formado por uma estrela (o Sol) e oito planetas: Mercúrio (o mais<br />

próximo do Sol), Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Com exceção<br />

de Mercúrio e Vênus, os demais planetas possuem satélites. Além disso, também gira<br />

ao redor do Sol um grande número de corpos menores: cometas, asteroides, meteoros e<br />

planetas-anões como Plutão, mais afastado do Sol do que os oito planetas do Sistema<br />

Solar. Possivelmente a Terra é o único planeta com vida.”<br />

A proximidade de Mercúrio e a distância de Plutão do Sol, que causam extremo calor e extremo<br />

Com relação ao texto: frio, respectivamente, impossibilitam a existência de qualquer ser vivo nesses planetas.<br />

Dê uma razão lógica para a ausência de vida em Mercúrio e em Plutão.<br />

9. Com o que você sabe da formação do nosso planeta, explique o fato de o material expelido<br />

por um vulcão estar a altas temperaturas.<br />

O que se resfriou foi a litosfera, o interior da Terra ainda é muito quente. Por isso, o magma originário do manto ainda está<br />

derretido e muito quente.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Pegadas fósseis de dinossauros em Souza, Paraíba.<br />

Imagine que você encontrou essas pegadas fossilizadas.<br />

No lugar, não havia vestígios de ossos ou de outras partes do animal.<br />

Que hipóteses você poderia levantar a respeito desse animal?<br />

Fabio Colombini<br />

Comparando essas pegadas<br />

com as de animais atuais, pode-<br />

-se supor se seria um animal<br />

extinto ou não. Parece ser<br />

quadrúpede e pesado.<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 41


42<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra<br />

NYT Photos<br />

Reconstituição de um fóssil de<br />

dinossauro encontrado na China.<br />

Ele tem traços de penas da<br />

cabeça até a cauda.<br />

Reconstituição do brontossauro, considerado um dos maiores dinossauros do mundo pré-histórico, com 22 metros de altura.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Existiram muitas espécies de dinossauros.<br />

Cada espécie tinha suas características: aparência, tamanho, forma de se alimentar etc.<br />

Seu grupo vai pesquisar uma espécie de dinossauro que não tenha sido escolhida por<br />

outro grupo.<br />

Façam a pesquisa, identificando o nome da espécie, o tamanho, o hábito alimentar, onde<br />

e quando viveu e o lugar onde foi encontrada. Apresentem suas descobertas para os colegas.<br />

Mick Ellison/NYT Photos


Olhar de<br />

cidadania<br />

Os 20 itens a seguir são considerados crimes contra o ambiente natural ou cultural.<br />

Você já viu um deles ser cometido? Você sabia que existem crimes contra o meio ambiente?<br />

Resposta pessoal.<br />

1. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre.<br />

2. Danificar ou destruir ninhos e abrigos de animais.<br />

3. Vender, comprar, ter em cativeiro espécimes da fauna silvestre sem autorização do poder<br />

público.<br />

4. Vender e comprar peles e couros de animais silvestres sem autorização do poder público.<br />

5. Soltar na natureza animais de outros países sem autorização do poder público.<br />

6. Ferir animais.<br />

7. Despejar produtos nocivos na água de rios, lagos, açudes, lagoas, baías, causando a<br />

morte da fauna aquática existente.<br />

8. Fundear embarcações ou lançar detritos de qualquer natureza sobre bancos de corais.<br />

9. Pescar em período no qual a pesca seja proibida.<br />

10. Pescar espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos<br />

permitidos.<br />

11. Pescar mais do que o permitido.<br />

12. Pescar com explosivos.<br />

13. Destruir ou danificar florestas ou outros ambientes da natureza.<br />

14. Cortar árvores das ruas sem autorização do poder público.<br />

15. Provocar incêndio em mata ou floresta.<br />

16. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas<br />

e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento<br />

humano.<br />

17. Destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação<br />

de logradouros públicos.<br />

18. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar<br />

em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição<br />

significativa da flora.<br />

19. Dificultar ou impedir o uso público das praias.<br />

Professor: estimule a troca de ideias entre os alunos. O objetivo é que os alunos<br />

percebam que várias atitudes em relação ao meio ambiente são transgressões e não<br />

apenas atitudes aceitáveis ou não.<br />

20. Pintar edificações particulares, comerciais ou governamentais com desenhos que carac-<br />

terizem pichação.<br />

UNIDADE 1 • o planETa TErra 43


44<br />

UNIDADE 2 • a litosfera


Unidade<br />

2<br />

A litosfera<br />

Fabio Colombini<br />

Nossa pequena espaçonave Terra navega no meio<br />

das estrelas.<br />

Exceto a luz do Sol, seus outros combustíveis e supri-<br />

mentos estão a bordo.<br />

Não é possível descer e ir para um lugar melhor.<br />

Nós somos a tripulação.<br />

NYT Photo<br />

R. T. Tanner<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 45


46<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

4<br />

Como se formam as rochas?<br />

Sem muita difi culdade, podemos coletar um conjunto bastante diversifi cado de pedras. E<br />

logo nos vem uma pergunta: de onde elas vieram? São naturais ou foram produzidas artifi cialmente?<br />

Como chegaram até o local em que a encontramos? Elas servem ou serviram para algo?<br />

É preciosa? Quanto vale?<br />

A pedra da foto foi encontrada na Etiópia, ao norte da África. Evidências mostram que ela<br />

foi talhada com o uso de outra pedra, para fi car com o bordo cortante. Os cientistas avaliam<br />

que esse objeto foi feito por um ser inteligente, que viveu há 2 milhões de anos. Supõem que<br />

esse ser é um antepassado da nossa espécie.<br />

Essa criatura, que já andava sobre dois pés como nós, usava pedras como essa para tirar a<br />

pele dos animais que matava e para cortar a carne. Para matar os animais usava outro tipo de<br />

pedra, de bordo arredondado.<br />

Instrumento de pedra descoberto na Etiópia, 2003.<br />

Foto reproduzida em escala diferente do seu tamanho real.<br />

Dr Michael Rogers/NYT Photos


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Cite alguns usos que fazemos das pedras.<br />

De onde retiramos as pedras?<br />

Que tipos de pedra você conhece?<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Do solo e do subsolo.<br />

Construção, culinária, decoração, joias.<br />

Resposta pessoal: granito, mármore, seixo rolado.<br />

Veja orientações no Manual do Professor.<br />

Fique atento às pedras que você encontrar em seu caminho.<br />

Procure coletar pedras de diferentes formas, texturas, cores, tamanhos.<br />

Se você colocar as pedras na água, elas vão ficar limpas e mais bonitas.<br />

Você também pode visitar uma marmoraria e conseguir amostras de diferentes tipos de<br />

pedra. Não esqueça de identificar cada uma delas.<br />

Consiga uma caixa para guardar as pedras da sua coleção.<br />

Compare as pedras de sua coleção com as pedras da coleção de seus colegas.<br />

As rochas<br />

As pedras são pedaços de rochas que se partiram pela ação dos ventos, da água, do calor<br />

e do frio ou pela ação humana. Uma pedra que se desprende e rola de uma montanha é uma<br />

rocha se desmanchando.<br />

As rochas se desintegram continuamente com o passar do tempo e, assim, originam o solo.<br />

Para determinar a história das rochas, os geólogos analisam quatro aspectos:<br />

• composição química: os tipos de minerais que formam a rocha;<br />

• a estrutura: a maneira como esses materiais se arranjam;<br />

• a textura: o tamanho dos grãos;<br />

• a distribuição: os locais onde rochas do mesmo tipo são encontradas.<br />

As rochas são formadas por minerais. Eles são substâncias inorgânicas sólidas, agrupadas<br />

com uma determinada composição química e forma geométrica definida.<br />

Há rochas formadas por um só tipo de mineral, como o ouro e a prata, enquanto outras são<br />

formadas por vários minerais.<br />

São conhecidos atualmente mais de 2 mil tipos de minerais. Os mais comuns são facilmente<br />

identificados por características como brilho, cor e dureza. Muitos deles contêm metais, como<br />

o ferro e o alumínio.<br />

Vamos conhecer alguns exemplos.<br />

O quartzo é um mineral composto por silício e oxigênio, comum no Brasil. É encontrado em<br />

vários tipos de rocha, como a ametista.<br />

A mica é um mineral composto por sílica, potássio, alumínio e água. Tem cores variadas. A<br />

branca tem estrutura folhada e é usada como isolante elétrico.<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 47


48<br />

O talco é um mineral composto por magnésio, silício e oxigênio. Pode ocorrer nas cores<br />

branca, verde ou cinzenta. É usado sob a forma de pó em produtos higiênicos ou medicinais.<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

Fabio Colombini<br />

Ametista: quartzo usado na confecção de joias.<br />

Cristal de rocha: quartzo na forma de<br />

cristal, usado na indústria de relógios.<br />

Imagens reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Fabio Colombini<br />

Mica: mineral usado como isolante em ferros elétricos.<br />

Talco: mineral que é triturado e misturado a<br />

perfume para ser usado após o banho.<br />

O diamante formou-se a grandes profundidades da superfície terrestre, há milhões de anos,<br />

em regiões de altas temperaturas e de pressões enormes. Com o passar do tempo, esse material<br />

pastoso muito aquecido subiu em direção à superfície e esfriou, constituindo os veios explorados<br />

em minas. Os veios superficiais de diamante podem sofrer erosão pelas águas dos rios, o que leva<br />

pedaços de diamante a misturar-se às areias, onde ele pode ser encontrado pelos garimpeiros.<br />

A grafite é o resultado da decomposição de florestas soterradas há 400 milhões de anos.<br />

Possui estrutura em camadas, consistência macia e coloração cinza. É o material usado na fabricação<br />

de lápis, tendo também aplicação como lubrificante industrial.<br />

A hematita é um mineral rico em ferro. A bauxita contém alumínio.<br />

Os minerais são indispensáveis ao bem-estar, à saúde e ao padrão de vida do ser humano.<br />

Alguns usos dos minerais:<br />

• minerais metálicos podem ser importantes para a sociedade: galena (minério de chumbo),<br />

hematita (minério de ferro), cassiterita (minério de estanho), cromita (minério de<br />

cromo);<br />

• minerais usados na indústria química: pirita – fornece enxofre para a fabricação do ácido<br />

sulfúrico, halita – fonte de sódio e de cloro;<br />

Fabio Colombini<br />

Fabio Colombini


• minerais de interesse gemológico: diamante,<br />

coríndon (rubi e safira), topázio, berilo (água-<br />

-marinha e esmeralda);<br />

• minerais usados para fabricação de fertilizantes:<br />

silvita – fonte de potássio;<br />

• minerais usados na construção civil: calcita –<br />

fabricação de cimento e cal para argamassa,<br />

gipso – produção de gesso;<br />

• minerais usados para cerâmica: argila, feldspato;<br />

• minerais usados nos aparelhos ópticos e científicos:<br />

quartzo, calcita;<br />

• minerais usados como abrasivos: diamante,<br />

granada, coríndon.<br />

Diamante: depois de lapidado, como o da<br />

figura, é usado na confecção de joias.<br />

Os minerais são recursos naturais não renováveis e o seu aproveitamento deve ser feito de<br />

forma racional.<br />

Os tipos de rocha<br />

Estudando a textura, a estrutura, a composição e a distribuição das rochas, os geólogos<br />

procuram descobrir sua origem e sua história. Concluíram que as rochas podem ser classificadas<br />

em apenas três tipos, conforme sua origem: rochas magmáticas, sedimentares e metamórficas.<br />

Rochas magmáticas<br />

São as rochas formadas a<br />

partir do resfriamento e endurecimento<br />

de minerais fundidos<br />

que constituem o magma.<br />

Quando o magma sai de um<br />

vulcão, ele se resfria rapidamente<br />

ao chegar à superfície e forma<br />

rocha de grãos menores do<br />

que quando se resfria lentamente<br />

abaixo da crosta. Portanto, o<br />

magma produz dois tipos diferentes<br />

de rocha: acima e abaixo<br />

da crosta.<br />

O granito é uma rocha magmática<br />

que se formou abaixo da<br />

crosta. Em sua composição química<br />

entram os seguintes minerais:<br />

quartzo, mica e feldspato.<br />

É muito usado em construções,<br />

devido à sua dureza e a seu aspecto<br />

decorativo.<br />

cratera<br />

Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

Origem das rochas magmáticas<br />

resfriamento rápido<br />

crosta<br />

resfriamento<br />

lento<br />

Fabio Colombini<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 49


50<br />

A obsidiana é uma rocha ígnea formada na superfície. Sua composição é semelhante à do<br />

granito, mas sua aparência de vidro deve-se ao resfriamento extremamente rápido.<br />

A pedra-pomes é uma rocha de aparência esponjosa. Sua grande porosidade torna-a muito<br />

leve: há tantas cavidades em seu interior que um pedaço de pedra-pomes pode flutuar na<br />

água. Ela se forma quando lava espumosa, cheia de gases, é lançada de forma explosiva e<br />

rapidamente se esfria.<br />

O basalto é a mais comum das rochas ígneas. É uma rocha escura, composta principalmente<br />

por quartzo. Forma-se do rápido resfriamento do magma.<br />

Granito sendo partido por explosivos para ser<br />

comercializado.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Rochas sedimentares<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

Dr. Zahi Hawass/NYT Photos<br />

Igreja Nossa Senhora de Lurdes, revestida de basalto. Canela,<br />

RS, 2008.<br />

As rochas sedimentares originam-se da fragmentação de outras rochas. Essa fragmentação<br />

acontece pela ação da erosão causada pelos ventos e pela chuva. Também o calor dilata as rochas<br />

e elas acabam se partindo.<br />

Os fragmentos de rochas são transportados principalmente pela água dos rios e acabam<br />

acumulando-se geralmente em locais mais baixos: fundo de vales, lagos e oceanos.<br />

Com o tempo, esses fragmentos vão se sedimentando, formando um bloco mais compacto.<br />

Alguns desses sedimentos agem como cimentadores, unindo os fragmentos que comporão a<br />

nova rocha.<br />

As rochas sedimentares são, portanto, formadas pela compactação e cimentação de sedimentos.<br />

Geralmente aparecem em camadas, sendo muito comum nelas a presença de fósseis.<br />

A areia é uma rocha sedimentar formada por grãos de quartzo, mas pode apresentar ainda<br />

outras substâncias, como materiais radioativos, que formam as areias monazíticas.<br />

Fabio Colombini


Analise<br />

a ilustração<br />

rios<br />

Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

Formação de rochas sedimentares<br />

transporte de sedimentos<br />

sedimentos<br />

sedimentos<br />

acúmulo de<br />

sedimentos<br />

pressão causada<br />

pelas camadas<br />

rio, lago<br />

ou oceano<br />

rochas<br />

sedimentares<br />

Observe a ilustração acima e responda às perguntas que seguem para descobrir se você sabe<br />

o que ela representa.<br />

1. Que fatores do ambiente causam a fragmentação das rochas das montanhas representadas<br />

na figura? Calor, vento, chuva.<br />

2. Como os sedimentos produzidos são transportados para os locais mais baixos?<br />

3. Onde esses sedimentos se acumulam? Nos lugares mais baixos.<br />

4. O que acontece com os sedimentos acumulados?<br />

Com o acúmulo de sedimentos, o peso faz com que os sedimentos se compactem e se unam, formando uma nova rocha.<br />

Luis Moura<br />

Pelo escoamento<br />

da água da chuva e<br />

pelos rios.<br />

O arenito é formado por areia consolidada, compactada. É composto por grãos de quartzo,<br />

cimentados por materiais como a sílica, a calcita ou a argila. Muitos arenitos são porosos, apresentando<br />

grande permeabilidade.<br />

O cascalho tem a mesma estrutura da areia, mas os grãos são maiores.<br />

A argila é uma rocha com grãos muito pequenos, levemente oleosa ao tato. Ocorre nas cores<br />

vermelha, branca, amarela e verde. Ela pode ser moldada em qualquer forma e, quando aquecida,<br />

solidifica-se. Assim, a argila vermelha é muito utilizada na fabricação de telhas, tijolos e<br />

moringas. Objetos de cerâmica, como pratos e azulejos, são obtidos da modelagem e cozimento<br />

da argila branca.<br />

O calcário é rocha sedimentar formada por carbonato de cálcio e silicatos. A Gruta de<br />

Maquiné (MG) e a Caverna do Diabo (SP) foram formadas pela ação da água sobre rochas<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 51


52<br />

Areia.<br />

Arenito. Na foto, uma paisagem de Vila Velha, PR.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

AbleStock<br />

Fabio Colombini<br />

Cascalho.<br />

Argila sendo moldada.<br />

calcárias. Alguns calcários são formados somente por pedaços de concha cimentados. O calcário<br />

é muito usado na fabricação da cal virgem e do cimento.<br />

Rochas metamórficas<br />

As rochas metamórficas originam-se da ação de altas<br />

temperaturas e fortes pressões sobre rochas profundas,<br />

sem que ocorra derretimento do material que<br />

as forma. São, portanto, resultantes da transformação<br />

de rochas ígneas ou de rochas sedimentares.<br />

O mármore é uma rocha formada do calcário.<br />

Pode se apresentar em várias cores: branca, rosa, verde<br />

ou preta. Muitas variedades de mármore podem<br />

ser polidas e utilizadas como pedra de ornamentação,<br />

na fabricação de tampos de mesa ou de pias etc.<br />

Também é muito usada em esculturas.<br />

A ardósia é resultado da metamorfose de rochas<br />

argilosas. É bastante dura e pode formar placas, sendo<br />

muito útil na fabricação de telhados e pisos.<br />

Bloco de mármore sendo transportado.<br />

AbleStock<br />

AbleStock<br />

AbleStock


A pedra-sabão é uma rocha derivada do talco.<br />

Pode ocorrer em diferentes colorações. Sua consistência<br />

mole – pode ser riscada com um canivete –<br />

faz dela excelente material para esculturas e objetos<br />

de decoração. As estátuas de Aleijadinho, em<br />

Congonhas do Campo (MG), foram todas esculpidas<br />

em pedra-sabão.<br />

Pense<br />

e responda<br />

?!<br />

Profeta Ezequiel, escultura em pedra-sabão feita<br />

por Aleijadinho. Congonhas do Campo, MG.<br />

Faça uma lista de rochas usadas na construção de casas, no revestimento de calçadas e ruas,<br />

na confecção de utensílios domésticos.<br />

Depois escreva um texto com o seguinte tema: podemos viver sem as rochas?<br />

O ciclo das rochas<br />

Diferentes fenômenos transformam continuamente um tipo de rocha em outro.<br />

Uma rocha magmática pode ser erodida e seus sedimentos formam uma rocha sedimentar,<br />

que pode ser submetida a pressões e sofre mudanças estruturais, formando uma rocha metamórfica.<br />

Esta pode derreter no magma e depois subir na forma de minerais, que resfriam e<br />

formam uma rocha ígnea.<br />

Pressão e temperatura crescentes<br />

soerguimento<br />

resfriamento<br />

soerguimento<br />

ROCHAS<br />

MAGMÁTICAS<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

erosão<br />

aumento de<br />

pressão e<br />

temperatura<br />

MAGMA<br />

deposição em oceanos<br />

e continentes<br />

soerguimento<br />

fusão<br />

SEDIMENTOS<br />

transporte<br />

ROCHAS<br />

SEDIMENTARES<br />

aumento de pressão e<br />

temperatura<br />

ROCHAS<br />

METAMÓRFICAS<br />

Luis Moura<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 53


54<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

Rocha de origem orgânica<br />

O carvão mineral tem origem orgânica, isto é, forma-se de seres vivos.<br />

A ilustração representa a formação do carvão mineral.<br />

Cena 1: representa uma floresta que existia há 250 milhões de anos às margens de pântanos.<br />

Há árvores caídas no pântano e camadas antigas de árvores mortas e sedimentos.<br />

Cena 2: representa o mesmo lugar 150 milhões de anos depois, com muitas camadas<br />

de sedimentos e árvores mortas sobre uma camada de carvão. Esse carvão se formou pela<br />

pressão das camadas acima e pela temperatura do interior da Terra que causaram a mineralização<br />

das árvores.<br />

Cena 3: representa uma mina de carvão, com um túnel para a retirada desse combustível.<br />

Observe as cenas representadas e escreva um texto que explique a formação do carvão.<br />

Troque sua descrição com a de um colega e avalie se o que ele escreveu descreve com clareza<br />

como o carvão mineral se formou na Terra.<br />

rochas<br />

cena 1<br />

250 milhões de<br />

anos atrás<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

compressão<br />

das camadas<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Formação do carvão mineral<br />

árvores mortas no pântano<br />

camadas antigas<br />

de plantas mortas<br />

cena 2<br />

100 milhões de<br />

anos atrás<br />

camada<br />

de carvão<br />

camadas de<br />

sedimentos e<br />

árvores mortas<br />

atualmente<br />

cena 3<br />

túnel<br />

Luis Moura


Saiba mais<br />

Petróleo<br />

O petróleo é uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, com cheiro<br />

característico e de cor que varia entre o negro e o castanho-escuro. Sua origem é orgânica,<br />

decorrente da decomposição de organismos em suspensão nas águas doces ou salgadas.<br />

Esses seres decompostos foram, ao longo de milhões de anos, se acumulando no fundo dos<br />

mares e dos lagos, sendo pressionados pelos movimentos da crosta terrestre e transformaram-se<br />

na substância oleosa que é o petróleo.<br />

Ao contrário do que se pensa, o petróleo não permanece na rocha em que foi gerado – a<br />

rocha matriz –, mas desloca-se até encontrar bacias sedimentares, formadas por camadas<br />

ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários. O petróleo aloja-se ali, ocupando os poros<br />

rochosos, formando jazidas. Ali são encontrados o gás natural, na parte mais alta, e petróleo<br />

e água nas partes mais baixas.<br />

Plataforma de petróleo localizada em Campo de Piranema, SE, 2007.<br />

“<br />

Em outras<br />

”<br />

palavras<br />

abrasivo: material de grande dureza capaz de desagregar outros materiais por fricção.<br />

compacto: comprimido; aquele que tem as partes bem juntas.<br />

erosão: processo de retirada e transporte de material da superfície do terreno.<br />

fragmentação: partição, divisão em pedaços.<br />

fundidos: derretidos.<br />

inorgânicas: que não têm a participação de organismos vivos.<br />

porosidade: presença de espaços preenchidos por ar (poros).<br />

veios: parte da mina onde se acha o mineral.<br />

Márcio Garcez/Folhapress<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 55


56<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Que características os geólogos estudam para determinar a origem das rochas?<br />

2. Qual o principal tipo de material que constitui as rochas? O mineral.<br />

3. Que é um mineral? Material inorgânico, caracterizado por apresentar cristais com estrutura bem definida.<br />

4. Cite cinco minerais diferentes. Grafite, quartzo, mica, talco, diamante.<br />

5. Quanto à origem, quais são os tipos de rocha? Ígneas, sedimentares e metamórficas.<br />

6. Como se origina uma rocha:<br />

a) magmática? Pelo resfriamento de magma ou de lava vulcânica.<br />

b) sedimentar? Pela fragmentação de outras rochas.<br />

c) metamórfica?<br />

7. Cite exemplos de rocha que você conhece. Granito, areia, mármore, argila ou pedra-pomes.<br />

8. Que rochas sedimentares originaram o mármore, a ardósia e a pedra-sabão?<br />

9. A obsidiana e o granito são rochas compostas pelos mesmos minerais. Como você explica<br />

o fato de essas rochas serem tão diferentes umas das outras?<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

1. A composição química; a estrutura; a textura; a distribuição.<br />

A partir de rochas ígneas e de rochas sedimentares, por meio da ação de fortes pressões e alta temperatura.<br />

Calcário, argila e<br />

talco.<br />

Ambas são rochas ígneas, mas o granito<br />

se resfriou lentamente e a obsidiana<br />

teve um resfriamento rápido.<br />

As ondas do mar batem nos rochedos, os rios correm sobre o solo, o vento sopra sem cessar.<br />

Todos esses agentes provocam a erosão do solo e das rochas.<br />

Ao agirem sobre esses elementos das paisagens, eles as modelam. Escreva um texto que<br />

explique qual a modelagem que cada um desses agentes faz nas paisagens da Terra.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

1. As atividades vulcânicas causam grandes destruições. Apesar disso, muitas pessoas vivem<br />

perto de vulcões. Pesquisem por que as pessoas insistem em viver nas proximidades de<br />

vulcões e escrevam um texto sobre suas descobertas.<br />

2. O carvão vegetal que usamos para fazer churrasco se forma de maneira diferente do<br />

carvão mineral, que é usado industrialmente como combustível. Pesquisem como se<br />

obtém o carvão vegetal e escrevam um texto sobre a responsabilidade do seu uso.<br />

3. Pesquisem em livros e na internet o que são minérios, por que os extraímos do subsolo<br />

e que usos fazemos deles.


<strong>Capítulo</strong><br />

5<br />

As rochas dão origem ao solo<br />

Há solos muito férteis, pois contêm todas as substâncias necessárias para o desenvolvimento<br />

vegetal. E há solos muito pobres em nutrientes, o que faz com que poucos tipos de plantas neles<br />

se desenvolvam.<br />

Foi nas margens férteis de importantes rios que se desenvolveram os primeiros grupamentos<br />

humanos que criaram a escrita. Eles viveram nos vales do Nilo (Egito), do Tigre e Eufrates (Mesopotâmia),<br />

do Jordão (Israel e Jordânia), do Indo e Ganges (Índia) e do Tang-tse e Huang Ho (China).<br />

Com o passar do tempo, formaram-se nesses vales grandes civilizações, que foram ocupando<br />

os mais diversos locais da Terra e gerando expressiva diversidade cultural.<br />

Em torno de vulcões também é muito frequente um solo fértil. Apesar do perigo constante de<br />

devastação por erupções vulcânicas, os agricultores e moradores do lugar não deixam a região. É<br />

o caso das comunidades do vulcão Galeras, na Colômbia, e do Etna, na Itália.<br />

Monte Etna. Itália, 2009.<br />

Danilo Donadoni/AbleStock<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 57


58<br />

Trocando<br />

ideias<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

!<br />

Os vulcões geram paisagens produtivas? Sim.<br />

Que motivos levam os italianos a viver à sombra desse gigante ora adormecido ora em<br />

plena atividade? A fertilidade do solo.<br />

O que atrai os viticultores a viver em uma área de tanto risco? A fertilidade do solo.<br />

Você viveria perto de um vulcão? Por quê? Resposta pessoal.<br />

Da rocha ao solo<br />

As rochas da superfície da Terra estão<br />

expostas à ação do calor, da água<br />

das chuvas e das geleiras, dos rios e<br />

dos mares. O vento bate nas rochas e<br />

elas também estão submetidas às variações<br />

de temperatura do dia para a<br />

noite e do inverno para o verão.<br />

Submetidas a oscilações de temperatura,<br />

as rochas se dilatam com<br />

o calor e se contraem com o frio,<br />

passando a apresentar muitas rachaduras;<br />

a água que penetra por<br />

essas rachaduras vai provocar outras<br />

transformações na estrutura e<br />

na composição das rochas; o vento<br />

retira pequenos grãos de sedimentos<br />

e as geleiras retiram fragmentos<br />

que vão se quebrando em partículas<br />

cada vez menores.<br />

Assim, pouco a pouco, a rocha<br />

vai se transformando.<br />

Os processos que provocam modificações<br />

no aspecto e na composição<br />

das rochas são chamados de<br />

intemperismos. Como resultado<br />

do in temperismo, forma-se uma camada<br />

de materiais rochosos soltos.<br />

Se esses materiais permanecerem no<br />

local, darão origem ao solo.<br />

solo<br />

rocha<br />

rocha<br />

Formação do solo<br />

I. Rocha<br />

recém-exposta:<br />

começa a ser<br />

quebrada, pela<br />

ação do clima,<br />

em pedaços<br />

cada vez<br />

menores.<br />

III. Solo raso: a<br />

decomposição<br />

dos restos de<br />

seres vivos<br />

origina o húmus<br />

(na superfície);<br />

argilas e sais<br />

minerais são<br />

carregados para<br />

camadas mais<br />

profundas, junto<br />

com a água que<br />

se infiltra no solo.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

rocha solo<br />

4 3 2 1<br />

II. Solo jovem:<br />

pequenos<br />

vegetais, além de<br />

microrganismos,<br />

estabelecem-se<br />

na fina camada<br />

de solo,<br />

contribuindo<br />

para sua<br />

transformação.<br />

1. Horizonte rico em húmus.<br />

2. Horizonte “empobrecido”<br />

em argilas.<br />

3. Horizonte com argilas e<br />

sais minerais acumulados.<br />

4. Rocha.<br />

IV. Solo maduro:<br />

todo esse<br />

processo dá<br />

origem ao<br />

solo maduro,<br />

profundo,<br />

formado por<br />

camadas de<br />

composição<br />

e aspecto<br />

diferentes: os<br />

horizontes.<br />

Luis Moura


O intemperismo agindo sobre as rochas produz sedimentos sobre os quais podem se instalar<br />

os seres vivos: bactérias, algas, fungos, pequenos vegetais.<br />

Esses seres vivos se utilizam da água da chuva e dos minerais liberados pela decomposição<br />

das rochas. Quando morrem, seus restos são decompostos e passam a formar o húmus.<br />

Ao mesmo tempo que os organismos começam a se instalar, porções superficiais do solo podem<br />

ser carregadas mais para o fundo, junto com a água que se infiltra no terreno. Ocorre também o<br />

transporte de sais minerais. Dessa forma, pouco a pouco, começa a se formar o solo, organizando-<br />

-se em camadas de aspecto e composição diferentes. Chamamos essas camadas de horizontes.<br />

O solo se forma, portanto, como resultado de transformações físicas (fragmentação das rochas),<br />

químicas (alteração da composição de minerais) e biológicas (estabelecimento e decomposição de<br />

organismos). Essas transformações vão acontecendo ao longo do tempo, aumentando a espessura<br />

do solo. Os solos profundos, formados por várias camadas diferentes, são solos maduros.<br />

O tempo necessário para que se forme um solo maduro, a partir da exposição de uma rocha<br />

na superfície, depende da rocha, do clima, do relevo e dos seres vivos que ali se estabelecem.<br />

Composição do solo<br />

O solo é composto por materiais de origem orgânica e mineral, além de conter água e ar<br />

em seus poros.<br />

Os materiais de origem orgânica são formados<br />

do acúmulo e decomposição de restos de<br />

seres vivos. As transformações por que passam<br />

esses restos resultam no material escuro conhecido<br />

como húmus.<br />

O húmus forma-se de restos de seres vivos<br />

(plantas e animais mortos), formando uma camada<br />

de solo rica em nutrientes. Seus componentes<br />

agem como cimento dos materiais do<br />

solo, interferindo na capacidade de retenção<br />

de água e na porosidade.<br />

Os principais componentes de origem mineral<br />

do solo são a areia e a argila. Como esses<br />

elementos apresentam partículas de tamanhos<br />

diferentes, eles determinam a capacidade<br />

que o solo tem de reter água, pois a quantidade<br />

de ar e água existente no solo depende<br />

do tamanho dos poros que se formam entre<br />

Formação do húmus<br />

as partículas.<br />

Um solo, com ar em seus poros, apresenta<br />

muita atividade dos microrganismos responsáveis<br />

pela formação do húmus e permite a respiração<br />

das raízes das plantas.<br />

A água tem também muita importância<br />

restos de animais<br />

e de plantas<br />

para o desenvolvimento das plantas. Para crescer,<br />

elas precisam absorver água e os sais minerais<br />

dissolvidos nela. A reposição da água utilizada<br />

pelas plantas ocorre por meio das chuvas.<br />

minerais livres minerais<br />

livres<br />

decomposição<br />

por bactérias e<br />

fungos<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Cecilia Iwashita<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 59


60<br />

Luis Moura<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

solo<br />

arenoso<br />

solo<br />

argiloso<br />

solo<br />

estruturado<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Investigue<br />

e relate<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

1. Qual solo tem mais espaço entre as partículas?<br />

O solo arenoso.<br />

2. Em qual solo a água da chuva escoa depressa?<br />

Solo arenoso.<br />

3. Por que esse tipo de solo não retém água?<br />

Por causa da porosidade que permite a água escapar.<br />

4. Em quais desses tipos de solo a água escoa devagar?<br />

Solo argiloso e bem estruturado.<br />

5. Qual desses solos se torna lamacento quando chove?<br />

Solo argiloso.<br />

6. Como é um solo bem estruturado?<br />

7. Em qual solo as plantas crescem melhor?<br />

O solo composto por areia, argila e matéria orgânica em quantidades equilibradas.<br />

No solo bem estruturado.<br />

A análise do solo<br />

Atenção! Use pá para<br />

coletar o solo.<br />

Colete um pouco de solo em um saco plástico. Enquanto faz a coleta, observe como é o<br />

solo: se está seco ou úmido, se tem muita areia e pedras, se é habitado por animais, se nele<br />

crescem muitas plantas. Anote essas e outras observações que fizer.<br />

Coloque a amostra de solo sobre uma folha de jornal e examine com atenção. Anote o<br />

que conseguir identificar.<br />

Coloque um pouco desse solo em um funil de papel e jogue água sobre eles. Observe e<br />

anote se o escoamento é rápido ou lento.<br />

Coloque o restante da amostra de solo em um vidro e acrescente água. Observe as<br />

bolhas de ar que dele se desprendem. Anote suas conclusões.<br />

Deixe o solo com água em repouso durante alguns dias e desenhe as camadas que se<br />

formam. No desenho, coloque legendas para cada camada.<br />

Conclua se a amostra que você coletou é de solo arenoso, argiloso ou bem estruturado.<br />

Relacione o tipo de solo observado com as características da região ou local de onde foi<br />

coletado.<br />

Faça desenhos dos animais que encontrou na amostra de solo.<br />

Escreva um relatório com todas as suas anotações.<br />

Compare seu relatório com os de seus colegas de grupo.


Tipos de solo<br />

Existem vários tipos de solo e o que os diferencia é a proporção de seus componentes. Com<br />

base nessa proporção, é possível classificar os solos em quatro grandes grupos: arenoso, argiloso,<br />

humífero e calcário.<br />

Solo Componentes<br />

(em 100 gramas de solo)<br />

Características do solo<br />

Arenoso 70 gramas ou mais de areia Bastante permeável, retém pouca água.<br />

Argiloso 30 gramas ou mais de argila Pouco permeável, retém muita água.<br />

Humífero 10 gramas ou mais de húmus Rico em nutrientes minerais.<br />

Calcário 30 gramas ou mais de calcário Rico em cálcio.<br />

Solo arenoso.<br />

Solo da floresta, coberto de folhas e troncos em decomposição.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

AbleStock<br />

Fabio Colombini<br />

Solo argiloso quando seco.<br />

Solo calcário.<br />

AbleStock<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 61


62<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

Terra roxa e massapê: ótimos solos!<br />

A terra roxa é produto da decomposição do basalto. Esse tipo de solo foi muito importante<br />

na cultura do café nos estados de São Paulo e Paraná. Como essa terra é vermelha, os<br />

imigrantes italianos que vieram trabalhar na lavoura do café no fim do século XIX deram<br />

a ela o nome de terra rossa, que em italiano significa “terra vermelha”. Mas os brasileiros<br />

entendiam “terra roxa” e assim ela ficou sendo chamada.<br />

O massapê, resultado da decomposição de granito, gnaisse e calcário, foi fundamental na<br />

cultura de cana-de-açúcar no Nordeste, nos séculos XVI e XVII. Esse solo argiloso fica barrento<br />

quando chove e gruda tanto nos pés que os nordestinos deram a ele o nome de massapé.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

“<br />

”<br />

contraem: diminuem de tamanho.<br />

dilatam: aumentam de tamanho.<br />

nutrientes: substâncias que nutrem seres vivos, que servem de alimento.<br />

oscilações: variações.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Que é intemperismo? Qual sua consequência?<br />

2. Que elementos agem no intemperismo das rochas? A ação da temperatura, da água e do vento.<br />

3. Como se forma o húmus? O húmus se forma com a decomposição de restos de organismos.<br />

4. Relacione os três tipos de transformação da rocha que resultam na formação do solo.<br />

Fragmentação de rochas; alteração da composição das rochas; estabelecimento e decomposição de seres vivos.<br />

5. Que é um solo maduro? É um solo profundo, constituído por várias camadas.<br />

6. Descreva um método para separar os componentes minerais do solo, explicando os resultados<br />

obtidos.<br />

7. Qual a importância do húmus para a atividade agrícola?<br />

8. Um solo formado somente por partículas muito pequenas não permite o bom desenvolvimento<br />

das plantas. Por quê? Porque este solo é pouco poroso e dificulta a respiração das raízes dos vegetais.<br />

9. É possível classificar os solos em quatro grupos. Quais são eles e suas principais<br />

características?<br />

É o conjunto de processos que provocam modificações nas rochas.<br />

Agitar uma amostra de solo em um copo de água e, depois do repouso, observar do fundo em direção à superfície.<br />

Veremos várias camadas. Cada camada representa um componente do solo. Os grãos maiores se depositam<br />

primeiro, seguidos pelos demais gradativamente e segundo o tamanho de cada grão.<br />

O húmus contém microrganismos que liberam nutrientes para o crescimento das plantas.<br />

Arenoso, muito permeável, retém pouca água. Argiloso, pouco permeável,<br />

retém muita água. Humífero, rico em nutrientes. Calcário, rico em cálcio.


Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Solo do mangue com milhares de raízes respiratórias saindo do lodo.<br />

O solo lodoso do mangue é invadido pela água do mar, muito rica em animais e algas. Nesse<br />

solo, crescem plantas típicas dessa região litorânea. Suas folhas e frutos caem na água salobra.<br />

O fundo pastoso é rico em húmus. A decomposição de abundante material orgânico<br />

feita pelas bactérias e fungos não cessa, e o cheiro do mangue chega a ser desagradável.<br />

As raízes de algumas plantas crescem para cima, saem da água e absorvem oxigênio do ar.<br />

1. Por que o solo do mangue é rico em húmus? Porque tem muito material orgânico em decomposição.<br />

2. Qual a razão do odor característico do manguezal? presente nele.<br />

Para que possam obter mais<br />

3. Por que algumas plantas do mangue têm raízes que saem da água? oxigênio.<br />

4. O solo do mangue é fértil? Sim.<br />

É um solo lodoso que recebe e<br />

5. Qual o comportamento desse solo em relação à retenção de água? retém bastante água.<br />

6. Como a vegetação desse lugar deve se adaptar para sobreviver a essas condições ambientais?<br />

Deve resistir à água com mais sal. Algumas plantas possuem raízes especializadas para regiões de solo pobre em oxigênio.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

O odor é causado pela decomposição do material orgânico<br />

Listem todos os elementos importantes que constituem os solos, bem como os processos<br />

que os originam.<br />

Elaborem uma pequena revista com uma história em quadrinhos que tratará da origem,<br />

importância e características dos solos.<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 63


64<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

6<br />

Solo e agricultura<br />

Nos anos 1960, começam a surgir publicações sobre as consequências danosas do uso de inseticidas<br />

e outros biocidas nas lavouras. Elas demonstram que não só os seres que vivem no meio<br />

ambiente terrestre e aquático são afetados, como a própria saúde humana. Essas publicações são<br />

consideradas o início do movimento ambientalista.<br />

Dessa época para a atualidade muita coisa mudou. Diversos biocidas foram proibidos, houve<br />

maior controle no uso de agrotóxicos e no descarte de suas embalagens, e iniciou-se um movimento<br />

que valoriza a produção agrícola sem o uso de produtos químicos sintéticos, a chamada<br />

agricultura orgânica.<br />

Em 1989, o Congresso Nacional e a Presidência da República aprovaram a Lei n o 7.802, que<br />

trata desses assuntos. Você a conhece?<br />

A monocultura mantém a fertilidade do solo pela adição de adubos químicos e combate os insetos com<br />

agrotóxicos.<br />

Cláudio Laranjeira/Kino


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

A agricultura é uma atividade que pode provocar danos ambientais. Que danos são esses?<br />

O uso excessivo de produtos químicos e o plantio intensivo fez com que o meio ambiente se degradasse e o solo se empobrecesse.<br />

Por que a agricultura orgânica ainda é menos utilizada do que a agricultura que utiliza<br />

agrotóxicos? Porque possui baixa produtividade, preços mais elevados e falta a conscientização de sua importância.<br />

Porque usa materiais químicos para o cultivo, como inseticidas,<br />

Por que a agricultura convencional é criticada? adubos e herbicidas. Isso pode contaminar o meio ambiente e<br />

causar doenças aos consumidores.<br />

A agricultura desenvolvida de forma errada agride o solo? Dê exemplos.<br />

Sim. Um solo no qual se planta somente uma cultura por muito tempo tende a consumir<br />

em excesso um determinado tipo de nutriente, saturando e empobrecendo o solo.<br />

O solo e as plantas<br />

É através das raízes que as plantas retiram do solo a água e os sais minerais indispensáveis<br />

para seu desenvolvimento. As raízes das plantas também absorvem oxigênio.<br />

O solo fértil é fofo, poroso, permeável à água da chuva e ao ar. Tem quantidades adequadas<br />

de areia e argila. Esta é muito importante, pois a ela ficam aderidos os sais minerais. Além<br />

disso, o solo fértil deve conter inúmeros seres vivos, tanto dentro dele quanto sobre ele. Assim<br />

é o solo de uma floresta. Ele sustenta uma infinidade de plantas e de outros seres vivos.<br />

Há solos que sustentam cultivos por vários anos, pois têm grande concentração de sais minerais.<br />

Outros, que dispõem de uma reserva pequena, só conseguem sustentar a agricultura<br />

por períodos de dois a três anos. Há ainda os solos tão pobres que nada produzem se não<br />

forem devidamente preparados.<br />

larva<br />

minhoca<br />

fungos<br />

Os elementos da figura não são proporcionais entre si. Cores-fantasia.<br />

A vida no solo<br />

caracol<br />

centopeia<br />

tatuzinho<br />

joaninha<br />

bactérias<br />

formiga<br />

Cecília Iwashita<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 65


66<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

Agricultura orgânica<br />

As verduras, legumes e cereais cultivados sem adubos químicos têm sido chamados de<br />

orgânicos. Eles são um pouco menores do que os vegetais cultivados com adubo químico e<br />

têm algumas manchas e pequenos furos feitos por insetos, pois não são pulverizados com<br />

inseticida. Como são mais saudáveis, é cada vez maior o número de pessoas que prefere esses<br />

vegetais, cultivados com esterco natural e adubo de minhoca. Para combater os insetos<br />

invasores, a agricultura orgânica não usa agrotóxicos, mas sim produtos naturais e insetos<br />

carnívoros. Além disso, plantas cultivadas na mesma área são intercaladas com plantas nativas<br />

que atraem os insetos.<br />

Na agricultura convencional os vegetais são cultivados com adubo químico. Inseticidas<br />

e herbicidas são aplicados na plantação para matar os insetos invasores e as plantas nativas<br />

que crescem no meio da plantação.<br />

Pense<br />

e responda<br />

?!<br />

Você já comeu vegetais orgânicos? Resposta pessoal.<br />

Conhece quem consome esses produtos? Resposta pessoal.<br />

Qual a diferença entre os produtos orgânicos e os não orgânicos?<br />

A fertilidade do solo pode se esgotar?<br />

Como impedir a queda de produtividade de um solo?<br />

Os produtos orgânicos são produtos<br />

cultivados sem nenhum material prejudicial<br />

à saúde. Usa-se para tanto adubo e<br />

esterco natural e não se usam inseticidas.<br />

A quantidade de nutrientes no solo não é infinita.<br />

Sempre adubar com material que reponha os nutrientes que faltam, deixar o solo descansar por algum<br />

tempo, variar os vegetais cultivados, usar calcário, se necessário, revolver o solo.<br />

Lavrar o solo<br />

Lavrar significa “arar”, “fazer sulcos”. A lavragem é a primeira etapa do preparo do solo<br />

para o plantio convencional. Ela afofa o solo, melhorando o arejamento para melhor absorção<br />

de oxigênio pelas raízes das plantas. O instrumento mais simples usado na lavragem da terra é<br />

a enxada. Também é possível arar a terra com o arado puxado por um animal. Na agricultura<br />

familiar, esses métodos são os mais comuns. Na agricultura de grande produção, a terra é arada<br />

com um rastelo acionado por um trator.<br />

Com o objetivo de diminuir os custos e os impactos ambientais decorrentes da lavragem do<br />

solo, tem sido utilizada no Brasil uma técnica de plantio que recebeu o nome de plantio direto.<br />

A palha e outros restos vegetais são mantidos no solo e uma pequena cova é aberta para introduzir<br />

a semente no solo não lavrado.


Arado puxado por boi.<br />

Irrigar o solo<br />

Irrigar é molhar a terra com água. A irrigação<br />

pode ser natural, dependendo do regime<br />

de chuvas e da capacidade de retenção de água<br />

que o solo possui.<br />

Em regiões onde chove pouco, o agricultor<br />

faz irrigação artificial. A água da chuva ou de<br />

rios represada em locais mais altos é conduzida,<br />

por meio de canais, até regiões mais baixas,<br />

onde se infiltra no solo.<br />

A irrigação artificial pode ser feita também<br />

com o auxílio de encanamentos com pequenos<br />

furos. A água, correndo por dentro dos encanamentos,<br />

jorra pelos furos e abastece o solo. Em<br />

outros casos, essa irrigação é feita por aspersão.<br />

Drenar o solo<br />

Quando o solo é muito argiloso, ele pode<br />

ficar encharcado. Assim sendo, ele não é bom<br />

para alguns tipos de agricultura, pois o excesso<br />

de água provoca o apodrecimento de certas<br />

sementes e raízes de plantas.<br />

Quando se pretende cultivar um solo nessas<br />

condições, pode ser necessário fazer sua drenagem<br />

por meio de valetas para escoamento<br />

da água.<br />

A drenagem artificial de áreas naturais pode<br />

provocar impacto ambiental, pois a alteração<br />

AbleStock<br />

Terra sendo arada por um trator.<br />

Irrigação por aspersão.<br />

Existem plantas, como o arroz, que crescem bem em solo<br />

encharcado.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Fabio Colombini<br />

AbleStock<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 67


68<br />

da umidade do solo muda as condições do ambiente. Assim, a decisão de drenar uma área<br />

natural deve ser sempre muito bem avaliada quanto às vantagens econômicas e às desvantagens<br />

ambientais.<br />

Adubar o solo<br />

A adubação consiste em adicionar ao solo sais minerais importantes para o desenvolvimento<br />

das plantas. Ela é utilizada tanto para corrigir deficiências naturais do solo quanto para<br />

repor os sais minerais removidos com a colheita. Uma adubação correta aumenta a produtividade<br />

agrícola.<br />

Na natureza, todo o material orgânico das plantas retorna ao solo, decompõe-se pela ação<br />

dos fungos e bactérias e libera sais minerais no solo.<br />

Nas áreas cultivadas, parte do material orgânico das plantas é colhido para comercialização.<br />

Após alguns anos de cultivo, o solo fica pobre em minerais e precisa ser adubado.<br />

A adubação do solo na agricultura pode ser feita com adubos naturais ou de origem<br />

inorgânica. Os naturais são obtidos de restos de plantas e animais ou de fezes de animais<br />

(cavalo, galinha etc.). Já os inorgânicos são extraídos de rochas ou produzidos em indústrias<br />

químicas.<br />

Muitos agricultores enterram restos de colheita e ervas nativas para enriquecer o solo e<br />

melhorar sua estrutura. Em algumas regiões, também é preciso adicionar calcário ao solo para<br />

diminuir a acidez.<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

raízes absorvem água<br />

com sais minerais<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Adubação<br />

restos de folhas<br />

e frutos<br />

frutos colhidos<br />

adubo artificial<br />

sais minerais no solo<br />

perda de sais minerais que<br />

se infiltram no solo<br />

Luis Moura


Investigue<br />

e relate<br />

É muito fácil fazer adubo natural para hortas ou plantas caseiras.<br />

Em uma caixa com terra ou em uma vala no chão, coloque casca de ovos, casca de frutas<br />

ou de outros vegetais. Não aproveite restos de animais ou de alimentos de origem animal,<br />

como queijo.<br />

Todos os dias, colete os restos e coloque no lugar preparado, alternando com terra.<br />

Cubra a valeta ou a caixa com plástico para evitar a água das chuvas e manter a umidade.<br />

Depois de algum tempo, você terá uma terra rica em húmus.<br />

O desgaste do solo<br />

A cobertura vegetal suaviza o impacto da chuva, pois as gotas atingem a vegetação e<br />

depois escoam para o solo. Além disso, as raízes formam redes que seguram as partículas<br />

de solo.<br />

No solo sem vegetação, a chuva atinge diretamente o solo e destrói os torrões, desagregando<br />

as partículas. A partir daí, a enxurrada carrega grandes quantidades de solo e transporta as<br />

partículas para as partes mais baixas do terreno.<br />

A erosão do solo traz consequências para o ambiente: deslizamentos de encostas, abertura<br />

de fendas em estradas, diminuição da fertilidade. As partículas podem chegar aos rios e provocar<br />

seu assoreamento, favorecendo as enchentes e dificultando o abastecimento de água para<br />

as cidades.<br />

O clima, o tipo de solo e a inclinação do terreno são fatores importantes na determinação<br />

da rapidez com que um solo é desgastado.<br />

Fabio Colombini<br />

Fendas à beira de uma estrada no estado do Amazonas, 1999. Deslizamento de terra na Mata Atlântica, no estado de São<br />

Paulo, 2002.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Fabio Colombini<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 69


70<br />

Pense<br />

e responda<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

?!<br />

Como a ação humana agride o solo?<br />

Que consequências enfrentamos em função dessas agressões?<br />

É possível impedir ações humanas inadequadas no solo?<br />

É possível ocupar o solo sem degradar sua estrutura?<br />

Preservação do solo<br />

Manter ou aumentar a fertilidade do solo<br />

pode garantir sua produtividade agrícola por<br />

mais tempo. Isso pode ser conseguido com práticas<br />

bastante simples, que incluem, além da<br />

adubação correta, a rotação de culturas.<br />

O sistema de rotação consiste em alternar,<br />

em um mesmo terreno, culturas com diferentes<br />

necessidades de sais minerais.<br />

Essa rotação pode ser feita, por exemplo, plantando-se<br />

milho e soja em diferentes estações do<br />

ano. O milho esgota rapidamente alguns sais minerais<br />

do solo. A soja, por outro lado, tem bactérias<br />

em suas raízes que absorvem o nitrogênio do<br />

ar e transformam esse nitrogênio em nitrato, um<br />

importante sal mineral para as plantas. Estas, por<br />

sua vez, fornecem nutrientes para as bactérias.<br />

Preservar ou aumentar a cobertura vegetal do<br />

solo evita o impacto direto da chuva e as enxurradas.<br />

Essas práticas procuram imitar a natureza, cobrindo<br />

o terreno com árvores (reflorestamento),<br />

folhagens (cultivo em faixas alternadas) ou restos<br />

vegetais. A água das chuvas tem, assim, mais tempo<br />

para se infiltrar no solo, alimentando os cursos<br />

de água subterrânea e devolvendo ao solo os nutrientes<br />

que seriam carregados com as enxurradas.<br />

O cultivo em faixas alternadas, além de permitir<br />

maior aproveitamento de espaço, evita a<br />

erosão do solo.<br />

Em terrenos com grande inclinação, a construção<br />

de terraços ou degraus intercepta a água<br />

e ajuda a diminuir o efeito das enxurradas. É<br />

também muito comum o plantio em curvas de<br />

nível, acompanhando o relevo do terreno e evitando<br />

a formação de sulcos com as enxurradas.<br />

A mineração, a agricultura e o desmatamento podem causar erosões,<br />

saturação e assoreamento dos rios.<br />

Erosão, saturação do solo e assoreamento dos rios.<br />

Sim. Por meio de fiscalização e políticas de<br />

educação ambiental.<br />

Sim.<br />

Raiz de feijão com nódulos produzidos por bactérias<br />

fixadoras de nitrogênio.<br />

Cultivo em terraços.<br />

Plantio em curvas de nível.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Fabio Colombini<br />

AbleStock<br />

AbleStock


Saiba mais<br />

Diferenças culturais<br />

A diferença básica, mas substancial, entre um alimento produzido em hidroponia – sistema<br />

de cultivo em que as plantas não crescem fixadas ao solo, mas na água –, além do preço<br />

maior, fica por conta da menor quantidade de agrotóxicos usados na produção. Nesse tipo<br />

de cultivo, o alimento está em um local controlado e fica livre de bactérias, fungos, lesmas,<br />

insetos e vermes. Dessa maneira, são necessárias doses menores de fungicidas e inseticidas.<br />

Então os hidropônicos são melhores que os alimentos cultivados em solo? Ninguém sabe dizer<br />

realmente, já que não há estudos que comprovem isso, nem fiscalização sobre os produtos.<br />

“Tanto os hidropônicos como os convencionais têm os mesmos valores nutricionais”,<br />

acredita Elizabeth Torres, agrônoma e professora de nutrição da Faculdade de Saúde Pública<br />

da USP (Universidade de São Paulo).<br />

A nutricionista Andréa Galante, presidente da Associação Brasileira de Nutrição, é mais<br />

cautelosa. Galante explica que os alimentos tradicionais retiram do solo os sais minerais<br />

necessários para seu desenvolvimento. Na hidroponia, essas substâncias são adicionadas<br />

artificialmente à água, o que sujeita o cultivo aos mesmos problemas enfrentados no plantio<br />

normal – e ao desequilíbrio, seja pelo excesso ou pela falta de algum componente.<br />

“Eles podem até ter diferenças por conta de nutrientes absorvidos da própria terra,<br />

mas, nutricionalmente, não existem alterações substanciais”, afirma Mônica Inez Jorge,<br />

nutricionista da USP.<br />

O perigo maior pode estar naquela parcela de consumidores que acredita que os alimentos<br />

cultivados em água sejam mais ricos e limpos, pois não vêm com sujeira de terra,<br />

minhocas e larvas. Não é bem assim, alerta Liliana Bricarello, nutricionista do setor de<br />

lípides da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). “O mesmo cuidado ao lavar alimentos<br />

convencionais deve ser dispensado aos hidropônicos, pois, assim como qualquer planta<br />

mal lavada, os microrganismos presentes podem causar dor de barriga e diarreia.”<br />

Em outras<br />

palavras<br />

“ ”<br />

aspersão: borrifamento, respingamento.<br />

assoreamento: acúmulo de areia ou terra, obstrução.<br />

desagregando: desmanchando, separando.<br />

infiltração: penetração através de fendas.<br />

interceptar: interromper, bloquear, barrar.<br />

Ana Paula de Oliveira, Folha de S.Paulo, São Paulo, 6 jan. 2005.<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 71


72<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Qual a importância do solo para as plantas?<br />

2. Qual a importância do preparo do solo para a agricultura?<br />

3. Qual a vantagem de se lavrar ou arar o solo antes de plantar?<br />

Arar ou lavrar o solo aumenta a quantidade de ar no solo.<br />

4. Por que é comum o agricultor recorrer à irrigação artificial?<br />

5. Por que um solo com excesso de água pode não ser bom para a agricultura?<br />

6. Que se faz para que seja possível cultivar um solo com excesso de água?<br />

7. Quais as consequências da drenagem sobre áreas naturais?<br />

8. Que é adubação? Por que é feita?<br />

9. Que é a rotação de culturas? Quais suas vantagens?<br />

10. Qual a importância da cobertura vegetal na prevenção do desgaste do solo?<br />

11. Que fatores, além da cobertura vegetal, podem influenciar no desgaste do solo?<br />

12. Qual a importância do cultivo em faixas alternadas?<br />

13. Dê exemplos de barreiras mecânicas que podem ser construídas para impedir o escoamento<br />

das enxurradas. Plantação em terraços e curvas de nível.<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

O solo é onde crescem as plantas. É do solo que suas raízes retiram<br />

água, nutrientes e oxigênio.<br />

A preparação inadequada do solo reduz os<br />

níveis de nutrientes, água e oxigênio.<br />

A irrigação artificial é usada em regiões com poucas chuvas ou onde o solo tem pouca capacidade de retenção de água.<br />

O excesso de água no solo provoca o apodrecimento das sementes e das raízes.<br />

Utiliza-se drenagem.<br />

A drenagem provoca forte impacto ambiental, havendo a eliminação de algumas espécies pela mudança na umidade do local.<br />

É o ato de adicionar nutrientes ao solo. O adubo ajuda a corrigir as possíveis deficiências do solo.<br />

É a alternância de plantio de diversas culturas no mesmo terreno. Evita o rápido esgotamento do solo.<br />

A sua ausência provoca erosão do solo.<br />

Falta de adubo e calcário; clima da região; inclinamento do terreno.<br />

Permite o maior aproveitamento do solo e diminui a erosão.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

O aguapé é uma planta aquática que se move<br />

com a correnteza. As folhas ficam expostas<br />

ao sol, enquanto as raízes ficam submersas.<br />

Como o aguapé consegue sais minerais<br />

se ele não está no solo?<br />

Consegue os sais minerais presentes na água em que vive.<br />

De onde o aguapé obtém o oxigênio de<br />

que necessita?<br />

Sua raiz absorve o oxigênio dissolvido na água.<br />

Aguapé.<br />

Fabio Colombini


<strong>Capítulo</strong><br />

7<br />

Solo e saúde<br />

Nossa saúde depende do solo? Claro! Uma boa saúde depende da alimentação, da água e<br />

de minerais que vêm do solo.<br />

E há doenças que têm a ver com o solo?<br />

Monteiro Lobato, o autor do Sítio do pica-pau amarelo, criou em 1918 o personagem Jeca<br />

Tatu, que morava no campo e era visto como preguiçoso e alcoólatra. Magro, com a cor da pele<br />

amarelada e com queixa de fadiga e dores no corpo, ele se transforma quando é medicado e<br />

passa a andar com sapatos. O que ele tinha?<br />

Em setembro de 2011 um shopping center da cidade de São Paulo foi fechado pela Agência<br />

Ambiental porque acumulou, em seu interior, gases que vinham do solo, que antes foi utilizado<br />

para enterrar lixo orgânico.<br />

Você conhece outros casos que relacionam solo e saúde?<br />

AbleStock<br />

A agricultura é uma das atividades mais importantes de uma nação, e os agricultores são profi ssionais indispensáveis em<br />

uma sociedade.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Ver orientações no Manual do Professor.<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 73


74<br />

Trocando<br />

ideais<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

!<br />

Que relação existe entre a saúde e a alimentação?<br />

A alimentação depende da agricultura?<br />

A agricultura depende do solo? Sim.<br />

O crescimento das plantas depende das chuvas?<br />

Solo e alimentação<br />

Pessoas bem alimentadas têm menos problemas de saúde.<br />

Muito. A maior parte dos alimentos vem dos vegetais plantados, e os animais<br />

domésticos comem rações feitas com esses vegetais.<br />

Nosso organismo precisa receber diariamente quantidades balanceadas de diferentes alimentos<br />

para crescer e se desenvolver com saúde. As populações humanas obtêm a maioria dos<br />

alimentos do cultivo do solo.<br />

Poucos tipos de planta conseguem sobreviver em solos pobres e desgastados pela erosão.<br />

Em solos de boa qualidade, é possível manter uma agricultura diversificada, com plantas mais<br />

sadias e ricas em nutrientes.<br />

Além de o solo fornecer as plantas que nos alimentam, também fornece as plantas com<br />

as quais alimentamos os animais que comemos. Portanto, dependemos do solo direta e indiretamente.<br />

Solo e doenças<br />

No solo, vivem organismos cuja atividade é fundamental para a manutenção de sua fertilidade.<br />

Geralmente, essas populações não oferecem riscos à saúde humana.<br />

O solo, entretanto, pode ser contaminado por microrganismos e ovos de vermes lançados<br />

sobre a terra junto com as fezes humanas e dos animais domésticos.<br />

Outro exemplo é o amarelão. Os ovos do verme que causa essa doença são eliminados com<br />

as fezes do indivíduo parasitado e, encontrando no solo condições ideais, originam as larvas.<br />

Elas podem atravessar a pele , mucosas e conjuntivas e penetrar no organismo humano ou ser<br />

ingeridas juntamente com alimentos ou água contaminados, infectando um novo indivíduo.<br />

Os principais sintomas dessa doença são a diarreia, fraqueza e o desânimo.<br />

Para evitar que as populações sejam vítimas dessas doenças causadas por fezes humanas<br />

que contaminam o solo, são necessárias medidas pessoais e governamentais.<br />

As medidas pessoais mais importantes são: andar calçado, não manusear o solo, lavar as<br />

mãos sempre que tiver contato com terra, lavar bem as verduras que se ingerem.<br />

As medidas governamentais são principalmente sanitárias, com a implantação de rede de<br />

esgoto e a informação sobre o modo de contágio.<br />

Onde não há rede de esgoto, como em periferias das grandes cidades ou na zona rural, é<br />

essencial a construção de fossas.<br />

Sim.


Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Ciclo de vida do ancilóstomo (amarelão)<br />

?!<br />

ovo nas<br />

fezes<br />

ovo com embrião<br />

a larva entra pela pele, por exemplo.<br />

Como impedir que as larvas do amarelão invadam organismos sadios?<br />

Que medidas preventivas dependem das pessoas?<br />

Que medidas preventivas dependem de ações governamentais?<br />

Em quais condições ambientais essa doença é mais comum?<br />

larva<br />

(5 milímetros)<br />

no solo, a larva<br />

sai do ovo<br />

A doença é adquirida quando a larva atravessa a pele da pessoa através do contato com o solo contaminado. O parasita também pode ser<br />

ingerido por meio de água ou alimentos contaminados, por isso as medidas de higiene e sanitárias são fundamentais para evitar a doença.<br />

Pense<br />

e responda<br />

Usando medidas sanitárias<br />

(fossa, esgoto) e sapatos.<br />

Uso de botas, lavar os alimentos, evitar água e solos contaminados.<br />

A informação, coleta e tratamento<br />

de esgotos.<br />

Nos ambientes contaminados por esgoto e<br />

fezes humanas.<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 75


76<br />

Contaminação do solo com agrotóxicos<br />

A agricultura provoca alterações ambientais significativas, principalmente quando se cultiva<br />

uma grande extensão de terra com o mesmo tipo de planta. Essas monoculturas atraem<br />

insetos, que aumentam em número, pois encontram fartura de alimento. Para não ter sua<br />

plantação devorada, o agricultor pulveriza inseticida sobre ela.<br />

Além de inseticidas, o agricultor utiliza também herbicidas para combater as plantas nativas<br />

que invadem a plantação.<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

Pulverização em plantação de algodão.<br />

Ranking da Anvisa aponta alimentos contaminados por agrotóxicos<br />

37%<br />

35%<br />

28%<br />

Total de amostras<br />

insatisfatórias<br />

O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos, relativo ao ano de 2010, indica<br />

produtos com problema de contaminação. O pimentão, o morango e o pepino lideram o ranking dos<br />

alimentos com o maior número de amostras contaminadas por agrotóxico no ano em questão.<br />

(...) No balanço geral, das 2.488 amostras analisadas pelo programa, 28% apresentaram problemas.<br />

Deste total, em 24,3% dos casos, foi constatada a presença de agrotóxicos não autorizados para a<br />

cultura analisada. Em 1,7% das amostras foram encontrados resíduos de agrotóxicos em níveis acima<br />

dos autorizados.<br />

(...) Dois tipos de problemas foram detectados pela Anvisa nestas amostras: presença de resíduos de<br />

agrotóxicos acima do permitido e uso de agrotóxicos não autorizados para estas culturas. As amostras<br />

foram coletadas em 25 estados do país e no Distrito Federal. São Paulo foi o único Estado a não<br />

participar do programa em 2010.<br />

Outros produtos apresentaram problemas classificados como “preocupantes” pela Anvisa. Em 55%<br />

das amostras de alface e 50% das amostras de cenoura também foram encontrados sinais de contaminação.<br />

Beterraba, abacaxi, couve e mamão apresentaram o mesmo problema em 30% de suas<br />

Fabio Colombini<br />

Total de amostras satisfatórias<br />

com resíduos<br />

Total de amostras sem resíduos


amostras. No outro extremo, a batata foi aprovada como livre de contaminação em 100% das amostras<br />

analisadas.<br />

(...)<br />

O relatório final do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos destaca que as<br />

doenças crônicas não transmissíveis – que têm os agrotóxicos entre seus agentes causadores – são<br />

hoje um problema mundial de saúde pública. Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde<br />

(OMS), elas são responsáveis por 63% das 57 milhões de mortes declaradas no mundo em 2008, e por<br />

45,9% do volume mundial de doenças.<br />

Fonte: WEISSHEIMER, M. A. Ranking da Anvisa aponta alimentos contaminados por agrotóxicos. Carta Maior,<br />

07/12/2011. Disponível em: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19160>. Acesso<br />

em Março/2012.<br />

Alguns tipos de agrotóxico perdem sua ação poucos dias depois de aplicados, mas outros<br />

resistem ativos por meses ou anos e se acumulam no solo, nas plantas e nos animais, além de<br />

serem levados para os rios pela água da chuva.<br />

Os agrotóxicos aparecem periodicamente nos noticiários. Embora tragam benefícios, a falta<br />

de controle da quantidade e da frequência com que são usados pode comprometer a saúde de<br />

toda uma população. Além disso, ameaçam a saúde de quem os armazena e aplica.<br />

Desde 1990, há uma lei que exige que a aplicação de agrotóxicos seja feita sempre por meio<br />

de receita assinada por um engenheiro agrônomo, que é o responsável pela aplicação do produto.<br />

E vários tipos de inseticida já têm seu uso proibido.<br />

Pense<br />

e responda<br />

?!<br />

• Pelo gráfico apresentado, qual o percentual de amostras sem problemas com agrotóxicos?<br />

37%<br />

• Qual o percentual de amostras com problemas de agrotóxicos? 63%<br />

• Pela leitura do texto, você diria que o uso de agrotóxicos é um problema também de saúde<br />

pública? Justifique.<br />

Resposta pessoal. Verifique se os alunos percebem os dados da Organização Mundial de Saúde sobre a influência<br />

da contaminação dos agrotóxicos na saúde das pessoas.<br />

Contaminação do solo pelo lixo<br />

Lixão da periferia de Campinas, estado de São Paulo.<br />

Marcos Peron/Kino<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 77


78<br />

A presença de grande quantidade de lixo sobre o solo é bastante comum, sobretudo na<br />

periferia das grandes cidades. Além da poluição visual, o acúmulo de lixo tem consequências<br />

sobre a saúde da população.<br />

Os restos de comida presentes no lixo são alimento para ratos e insetos. O lixo de hospitais, as embalagens<br />

de agrotóxicos e outros materiais perigosos representam riscos diretos à saúde de pessoas que,<br />

por necessidade de sobrevivência, vasculham o lixo à procura de algo para vender ou mesmo comer.<br />

Grande parte do lixo, porém, pode ser reaproveitada. Atualmente, é possível a reciclagem<br />

de papel, plástico, vidro e latas. O lixo orgânico (restos de alimentos) pode ser transformado<br />

em adubo e gerar gás combustível.<br />

Se desejamos um ambiente sadio, devemos cuidar para seguir a recomendação dos 4R:<br />

• recolher e selecionar o lixo, separando em recipientes diferentes o lixo orgânico, o papel,<br />

o plástico, o vidro, os metais;<br />

• reutilizar o que for possível,<br />

mandando consertar o<br />

que quebrar, doando o que<br />

não se quer para quem precisa,<br />

transformando objetos;<br />

• reciclar o que for possível,<br />

como hoje se faz com as<br />

latas de alumínio, que são matéria-prima<br />

para fazer outras<br />

latas;<br />

• reduzir o consumo.<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

Atualmente, muitas cidades do Brasil já possuem recipientes para coletar os<br />

diferentes tipos de materiais que são jogados no lixo.<br />

Barco de garrafas plásticas completa viagem<br />

de quatro meses pelo Oceano Pacífico<br />

Um veleiro feito principalmente de 12 500 garrafas plásticas recicladas completou um<br />

cruzeiro de quatro meses pelo Oceano Pacífico para conscientizar as pessoas do perigo das<br />

garrafas plásticas.<br />

O Plastiki, um catamarã de 18 metros, e sua tripulação de 6 membros enfrentaram tempestades<br />

durante o percurso de 8 mil milhas náuticas. A embarcação deixou São Francisco<br />

em 20 de março e parou pelo caminho em várias nações insulares do Pacífico Sul, como<br />

Kiribati e Samoa. Ele atracou nesta segunda-feira, no porto de Sydney. [...]<br />

De Rothschild, de 31 anos, disse que a ideia da viagem lhe ocorreu depois de ler um<br />

relatório das Nações Unidas dizendo que a poluição, principalmente o lixo plástico, representa<br />

uma ameaça aos oceanos.<br />

Mortari


Ele imaginou que um bom jeito de provar que o lixo pode ser reutilizado de modo eficaz<br />

seria construir um barco. O Plastiki é totalmente reciclável e extrai energia de painéis<br />

solares e moinhos de vento.<br />

O barco é quase totalmente feito de garrafas, que são unidas por uma cola orgânica<br />

feita de cana-de-açúcar e castanhas, mas inclui outros materiais também. O mastro, por<br />

exemplo, de um tubo de irrigação reciclado.<br />

O Estado de S. Paulo, 26 de julho de 2010. (Texto Adaptado).<br />

Disponível em: .<br />

Acesso em: Março/2012.<br />

Pense<br />

e responda<br />

?!<br />

Além de garrafas plásticas, cite outros materiais que são descartados como lixo, e que podem<br />

ser reutilizados.<br />

Restos de comida, papéis, embalagens, garrafas de vidro, latas.<br />

Quais são os riscos que uma população corre ao jogar o lixo em vias públicas?<br />

Contaminação do solo e consequente propagação de doenças, assoreamento dos cursos d´água pelo lixo levado pelas chuvas.<br />

Você concorda que reutilização também é uma forma de redução do lixo? Justifique.<br />

A reciclagem é melhor opção para não acumular uma quantidade excessiva de lixo. E também seguir as recomendações dos 4R: recolher,<br />

reutilizar, reciclar e reduzir o consumo.<br />

O lixo reciclado pode ser uma fonte de renda?<br />

Sim, pois existem empresas especializadas no processo de reciclagem e muitas pessoas vivem da renda obtida pelas latas e plásticos recolhidos.<br />

Na sua casa, é praticada a coleta seletiva de lixo, isto é, sua separação em recipientes diferentes?<br />

Resposta pessoal.<br />

Na sua escola, é praticada a coleta seletiva de lixo? Resposta pessoal. Resposta pessoal.<br />

Reciclagem no Brasil (2005)<br />

Material % Toneladas<br />

Latas de Aço 29 160.000<br />

Orgânicos 3 843.150<br />

Vidro 46 390.000<br />

Papel 49,5 882.400<br />

Papelão 77,4 2.237.000<br />

Longa Vida 23 40.000<br />

Latas/Alumínio 96,2 127.600<br />

PET 47 174.000<br />

Plástico 20 261.000<br />

A maior parte da recliclagem feita no Brasil é realizada por catadores individuais, são mais de 800 mil pessoas<br />

envolvidas nessa atividade, com ganhos médios de até 1,5 salário mínimos mensais.<br />

Fonte: . Acesso em: Março/2012.<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 79


80<br />

Em outras<br />

palavras<br />

UNIDADE 2 • a litosfera<br />

“ ”<br />

balanceadas: equilibradas, bem distribuídas.<br />

contaminado: infectado, contagiado.<br />

diarreia: eliminação de fezes líquidas.<br />

ingerir: engolir.<br />

rural: do campo, de fora da cidade.<br />

sanitárias: de higiene, de limpeza.<br />

sintoma: sinal.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Defina saúde. Quais aspectos da vida de uma pessoa<br />

podem influir na saúde dela?<br />

Saúde corresponde ao bem-estar físico, mental e social. Alimentação, falta de moradia, higiene.<br />

2. Qual a importância da alimentação para a saúde de uma pessoa?<br />

O organismo necessita de quantidades balanceadas de diferentes alimentos diariamente para ter saúde.<br />

3. De que maneira o tipo de solo pode influir na dieta alimentar<br />

de uma população?<br />

Solos de boa qualidade, férteis, produzem muitos tipos de plantas e, consequentemente, há uma grande produção de alimentos.<br />

4. Como ocorre a contaminação biológica do solo?<br />

Ocorre por meio de microrganismos e ovos de vermes lançados sobre a terra pelas fezes humanas e de animais.<br />

5. Todos os organismos que vivem no solo são prejudiciais à nossa saúde?<br />

Não. Alguns ajudam a manter a fertilidade da terra.<br />

6. Sobre o amarelão responda:<br />

a) Qual seu agente biológico?<br />

b) Como uma pessoa contrai essa doença?<br />

c) Quais os principais sintomas?<br />

7. Quais são as medidas para evitar que pessoas sadias fiquem com amarelão?<br />

8. Que é tétano? Quais os sintomas? Como uma pessoa sadia pode contrair o tétano?<br />

9. Qual a utilidade dos agrotóxicos?<br />

Ancylostoma.<br />

Anemia, fraqueza, desânimo, diarreia.<br />

Boas condições de higiene, andar calçado, tratamento das pessoas doentes, educação em saúde.<br />

Combater os organismos prejudiciais à produção agrícola.<br />

10. De que maneira os agrotóxicos podem colocar em risco a saúde<br />

da população de uma cidade?<br />

Os ovos do Ancylostoma, eliminados nas fezes, transformam-se<br />

em larvas no solo que penetram na pele de um hospedeiro.<br />

É uma doença provocada por um microrganismo existente em área<br />

contaminada por fezes. Febre alta, suores intensos e fortes contrações<br />

musculares. É contraído através de ferimentos profundos.<br />

Podem se acumular em vegetais e animais que servem de alimento, e ainda contaminar os mananciais de água e os lençóis freáticos da região.<br />

11. Quais as consequências do acúmulo de lixo nas grandes cidades?<br />

Aumento na incidência de pragas urbanas como ratos e insetos.<br />

12. Como funciona a coleta e o tratamento de lixo em seu município?<br />

É adequada? Resposta pessoal.


Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Uma grande quantidade de lixo foi enterrada em um terreno baldio de um bairro populoso<br />

e sem água encanada. Depois de um certo tempo, a água dos poços ficou com gosto<br />

ruim. Explique o que aconteceu.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Elaborem folhetos informativos, alertando para as doenças transmitidas pelo solo e os<br />

meios de evitá-las.<br />

Usem a criatividade para passar a mensagem de forma clara e simples. Desenhem, façam<br />

textos com diferentes tamanhos de letra, usem cores fortes para chamar a atenção do leitor.<br />

Olhar de<br />

cidadania<br />

Ver orientações no Manual do Professor.<br />

Em um bairro onde não há rede de esgoto, coleta de lixo ou tratamento de água, as<br />

crianças sofrem com o problema das verminoses, pois andam descalças, colocam a mão suja<br />

na boca, brincam no riacho para onde escoa a água suja das casas.<br />

Façam de conta que vocês trabalham em uma organização não governamental que recebeu<br />

apoio financeiro de uma empresa.<br />

Planejem as ações que vocês fariam para ajudar os moradores do bairro.<br />

Vejam alguns exemplos:<br />

• ensinar as crianças a cultivar uma pequena horta para se alimentarem melhor;<br />

• ensinar os jovens a cuidar das praças e ruas, mantendo-as limpas;<br />

• criar uma Associação de Moradores do Bairro para conseguir melhorias para ele;<br />

• escrever e imprimir folhetos que expliquem como ocorre a contaminação por verminoses;<br />

• promover encontros comunitários para ensinar as pessoas a reciclar o lixo;<br />

• criar uma associação de catadores de lixo.<br />

Imaginem também como fariam para contar com a participação das pessoas da localidade.<br />

Se possível, pesquisem na internet como se deve fazer para criar uma organização não<br />

governamental (ONG).<br />

UNIDADE 2 • a litosfera 81


Unidade<br />

3<br />

Terra: planeta Água<br />

Ricardo Azoury<br />

Vi a Terra no espaço como uma bola tão pequena<br />

que pude encobrir com a ponta do meu polegar. Mas<br />

eu não me senti um gigante.<br />

Ao contrário, me senti muito, mas muito pequeno.<br />

Neil Armstrong<br />

Fabio Colombini


84<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

Água: onde existe?<br />

A água recobre grande parte<br />

da superfície da Terra. No<br />

entanto, fala-se em escassez<br />

de água no mundo: segundo a<br />

Unicef (Fundo das Nações Unidas<br />

para a Infância), menos da<br />

metade da população mundial<br />

tem acesso à água potável.<br />

Além de escassa, ela pode<br />

estar poluída. Por isso, não é<br />

mais considerada um recurso<br />

renovável.<br />

100<br />

80<br />

60<br />

(%)<br />

40<br />

20<br />

UNIDADE 3 • terra: PlaNeta ÁGUa<br />

0<br />

8<br />

água<br />

salgada<br />

Distribuição da água na Terra<br />

água doce líquida<br />

água da Terra<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

água na forma de gelo<br />

água subterrânea<br />

Distribuição dos recursos hídricos no Brasil<br />

68<br />

45<br />

7<br />

19<br />

16 15<br />

11<br />

19 7 7 6<br />

água dos rios,<br />

dos lagos e da<br />

atmosfera<br />

água doce líquida da Terra<br />

29<br />

18<br />

Norte Centro Oeste Sul Sudeste Nordeste<br />

Recursos hídricos Superfície População<br />

43<br />

3<br />

Fonte: DNAEE 1992.


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

O que tem mais na Terra: água salgada ou água doce? Água salgada.<br />

Onde está a maior parte da água doce líquida da Terra? No subsolo.<br />

Em que região do Brasil a água é mais abundante? Onde ela é mais escassa?<br />

A água é abundante, mas a quantidade de água<br />

Como pode faltar um recurso abundante? que serve para beber é escassa.<br />

Por que se considera que a água não é mais um recurso renovável?<br />

É possível a vida sem água? Não.<br />

Afinal, de onde vem a água?<br />

Os reservatórios subterrâneos<br />

c<br />

Caminho da água da chuva<br />

a<br />

b<br />

Na Região Norte.<br />

Na Região Nordeste.<br />

Porque a água da chuva se torna<br />

poluída antes mesmo de atingir a<br />

superfície terrestre.<br />

Do mar, dos rios, dos lagos, dos mananciais, das represas, da chuva, dos poços, da torneira.<br />

Você certamente já teve a oportunidade de observar a formação de nuvens escuras no céu,<br />

que anunciam uma pancada de chuva. Para onde vai essa água que cai sobre a terra?<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

a) A água infiltra-se no solo, até encontrar camadas mais impermeáveis, sobre as quais se acumula, formando um<br />

reservatório subterrâneo;<br />

b) Cai sobre rios, lagos e oceanos ou corre pela superfície do solo até chegar a eles. Formam-se, assim, os reser-<br />

vatórios superficiais de água;<br />

c) Evapora e retorna à atmosfera, onde formará nuvens que poderão produzir novamente chuvas.<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 85


86<br />

A água que cai sobre o solo infiltra-se através<br />

dos poros existentes entre os grãos que o<br />

formam e escorre até atingir a camada rochosa<br />

impermeável. Acumula-se, então, formando os<br />

lençóis freáticos.<br />

Os lençóis freáticos, ou subterrâneos, formam-se<br />

com o acúmulo de água nos poros de<br />

camadas saturadas do solo.<br />

Além do lençol freático, vamos encontrar<br />

água armazenada em espaços existentes entre<br />

as rochas. Esses reservatórios localizam-se geralmente<br />

a grandes profundidades e ficam intercalados<br />

entre camadas impermeáveis de rocha.<br />

São chamados reservatórios artesianos.<br />

Para utilizar a água dos reservatórios subterrâneos,<br />

são construídos poços. Assim, é possível<br />

atingir o lençol freático, de onde a água é retirada<br />

com baldes ou bombas.<br />

Os poços artesianos são construídos para<br />

atingir os reservatórios que ficam entre as rochas.<br />

São geralmente mais profundos e mais<br />

estreitos do que os poços cavados. A água, que<br />

estava presa nesses reservatórios, jorra através<br />

dos poços artesianos, chegando até a superfície.<br />

A água dos reservatórios subterrâneos pode<br />

aflorar à superfície em forma de nascentes ou<br />

fontes. Alguns oásis nada mais são que nascentes<br />

surgidas no deserto.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Poço artesiano e poço comum<br />

poço artesiano<br />

camadas com<br />

água<br />

zona não<br />

saturada<br />

zona em<br />

saturação<br />

zona<br />

saturada<br />

Zonas do lençol freático<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

poço comum<br />

rochas impermeáveis<br />

água entre as rochas<br />

poros<br />

do solo<br />

com ar<br />

e água<br />

Luis Moura<br />

Luis Moura


As águas minerais e as fontes termais<br />

As fontes de água mineral são afloramentos de água subterrânea rica em minerais.<br />

Ao atravessar camadas do subsolo ricas em sais minerais, a água acaba carregando os sais.<br />

Quando ela aflora à superfície, surge uma fonte de água mineral.<br />

Atribui-se propriedades medicinais a algumas fontes. Essas águas são classificadas de acordo<br />

com os minerais que entram em sua composição. Temos, assim, as fontes de efeito antiácido em<br />

Lindoia (SP), as radioativas de Araxá (MG), as sulfurosas de São Pedro (SP), as magnesianas de<br />

São Lourenço (MG), além de muitas outras.<br />

Engarrafamento de água mineral. São Lourenço da Serra, São Paulo, 2005.<br />

A temperatura das águas subterrâneas geralmente<br />

é igual à temperatura média anual da região<br />

onde se encontram os reservatórios.<br />

Entretanto, em alguns casos, a água subterrânea<br />

que está armazenada a grandes profundidades sofre<br />

forte aquecimento (lembre, a temperatura aumenta<br />

com a profundidade). Essa água aquecida pode retornar<br />

à superfície através das fontes termais.<br />

Uma fonte será considerada termal se a temperatura<br />

de sua água for pelo menos 5° C mais alta<br />

que a temperatura média das fontes da região.<br />

Em Poços de Caldas (MG), as águas termais chegam<br />

a uma temperatura de 40° C. Caldas Novas<br />

(GO) é outro exemplo de onde as fontes termais<br />

ocorrem no Brasil.<br />

Termas de Araxá, Minas Gerais, 2005.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem<br />

Rogério Reis/Pulsar Imagens<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 87


88<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

O Aquífero Guarani<br />

A rocha permeável que apresenta a propriedade de armazenar e escoar as águas subterrâneas<br />

entre seus poros ou fraturas é chamada aquífero.<br />

O Aquífero Guarani é o maior manancial de água doce subterrânea do mundo. Está<br />

localizado na região centro-leste da América do Sul, ocupa uma área de 1,2 milhão de km 2 ,<br />

estendendo-se pelo Paraguai (58500 km 2 ), Uruguai (58500 km 2 ), Argentina (255000 km 2 ) e<br />

Brasil (840000 km 2 ), abrangendo os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São<br />

Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.<br />

As águas em geral são de boa<br />

qualidade para o abastecimento público<br />

e outros usos.<br />

O uso mais intensivo das águas<br />

extraídas do aquífero está concentrado<br />

em território brasileiro, com<br />

maior diversidade de aplicações<br />

(abastecimento público, turismo termal,<br />

irrigação etc.).<br />

O Aquífero Guarani, por sua<br />

constituição permeável, apresenta<br />

grande vulnerabilidade à contaminação.<br />

Um dos principais problemas<br />

existentes com relação à exploração<br />

das águas do Guarani é o risco de<br />

deterioração do aquífero, em decorrência<br />

do aumento dos volumes explorados<br />

e do crescimento das fontes<br />

de poluição.<br />

80º<br />

Equador<br />

EQUADOR<br />

Mapa da Localização do Aquífero Guarani<br />

COLÔMBIA<br />

PERU<br />

Trópico de Capricórnio<br />

OCEANO<br />

PACÍFICO<br />

0 655 km<br />

70º<br />

CHILE<br />

VENEZUELA<br />

BOLÍVIA<br />

Fonte: .<br />

ARGENTINA<br />

60º<br />

50º 40º<br />

GUIANA<br />

GUIANA FRANCESA (FRA)<br />

SURINAME<br />

MT<br />

PARAGUAI<br />

MS<br />

URUGUAI<br />

GO<br />

PR<br />

SC<br />

RS<br />

SP<br />

MG<br />

10º<br />

20º<br />

OCEANO<br />

ATLÂNTICO<br />

Aquífero Guarani<br />

50º<br />

30º<br />

40º<br />

Mario Yoshida


Pense<br />

e responda<br />

?!<br />

Existem lugares em que não há água no solo, apenas no subsolo?<br />

Qual a importância de termos um reservatório de água?<br />

Em razão da escassez de água, será importante termos essa reserva tão grande água potável.<br />

Quais usos podemos fazer da água desse tipo de reservatório?<br />

Os reservatórios superficiais<br />

O Rio São Francisco percorre seu caminho, cortando<br />

terras e cidades como Petrolina, PE, 2005.<br />

Fabio Colombini<br />

Sim, em algumas regiões no Sertão<br />

nordestino, por exemplo.<br />

Os mesmos que fazemos das águas superficiais.<br />

A água de nascentes e chuvas pode se acumular sobre a superfície do solo, formando rios<br />

e lagos. Estes, junto com os oceanos, as grandes geleiras e os campos de neve, constituem os<br />

reservatórios superficiais de água no nosso planeta.<br />

Os rios<br />

O escoamento da água pode abrir minúsculos canais na superfície dos terrenos muito inclinados.<br />

O rolar das águas morro abaixo aprofunda esses pequenos canais, dando início à<br />

formação de um rio.<br />

À medida que um rio cresce, transporta cada vez mais material das margens, aumentando<br />

sua força erosiva. Com o tempo, as corredeiras e cascatas de um rio jovem vão aplainando seu<br />

leito. A inclinação mais suave do terreno reduz o impacto da correnteza. Um rio jovem pode<br />

levar algumas centenas de anos para se formar.<br />

A história de um rio não depende só do tempo, ela será diferente para cada tipo de solo.<br />

Dependerá também da inclinação do terreno e da intensidade e frequência das chuvas que<br />

caem sobre a região.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

A foz do Rio São Francisco é no mar.<br />

Ronaldo Kotscho/Kino<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 89


90<br />

Os rios podem ser alimentados pela água armazenada nos lençóis freáticos. No entanto,<br />

pode ocorrer também o deslocamento da água na direção contrária: a água do rio vai para as<br />

reservas subterrâneas.<br />

Isso acontece quando o nível do lençol freático fica mais baixo do que o leito dos rios da<br />

região. No Nordeste do Brasil, essa situação é comum: o rio fica completamente seco, embora<br />

exista água nos reservatórios subterrâneos.<br />

Os lagos<br />

Por vezes, em seu caminho sobre a superfície<br />

da Terra, a água se acumula em<br />

regiões mais baixas, formando lagos. Outros<br />

lagos podem se formar a partir de<br />

uma nascente, em terreno plano, ou do<br />

derretimento de geleiras.<br />

Nesse caso, a água, ao escorrer para terrenos<br />

mais baixos, dá origem a novos rios.<br />

Além de regular o fluxo dos rios, um<br />

lago pode ser fonte de água para a agricultura<br />

e as cidades.<br />

Geleiras e campos de neve<br />

Em muitas regiões da Terra, durante o inverno, a água cai da atmosfera sob a forma de pequenos<br />

flocos de neve, cobrindo grandes extensões. Nos polos e nas montanhas mais altas, a neve não<br />

derrete. A água fica, assim, armazenada nos eternos campos de neve do globo terrestre.<br />

Em outros locais, com a chegada da primavera, a neve começa a derreter. A maior parte da<br />

água assim liberada escorre pela superfície, indo alimentar rios e lagos.<br />

Nas regiões polares, encontram-se as grandes geleiras. As calotas de gelo que cobrem a<br />

Antártida e a Groenlândia formam o maior reservatório de água doce da Terra.<br />

Geleira.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Lago.<br />

AbleStock<br />

AbleStock


Os flocos de neve que caem na atmosfera sobre as regiões mais frias do planeta formam<br />

grandes reservatórios superficiais de água. Grandes massas de gelo podem deslizar lentamente<br />

pelas montanhas, costeiras e chegar até o mar.<br />

O maior reservatório de água doce do planeta concentra-se nos polos. Na foto, pinguins sobre bloco de gelo da Antártida.<br />

Pense<br />

e responda<br />

?!<br />

A água que forma os icebergs é salgada? Não<br />

É possível pegar um iceberg, derretê-lo e usar sua água para beber?<br />

É possível obter água do mar para o consumo humano?<br />

A água dos oceanos<br />

Sim, os icebergs já estão sendo usados<br />

em alguns países do Oriente Médio.<br />

Sim. É o processo chamado dessalinização.<br />

Os oceanos cobrem a maior parte da superfície do planeta, constituindo os grandes reservatórios<br />

de água da Terra. Mas você sabe que a água do mar é diferente das águas continentais.<br />

Você não pode bebê-la, nem usá-la para regar plantas. Basta colocar uma gota de água do mar<br />

na boca para perceber que ela é salgada.<br />

No entanto, o sal da água do mar pode ser retirado em “fábricas de água”. Pelo processo<br />

de fervura e recuperação da água, obtém-se água boa para beber.<br />

Água nos seres vivos<br />

Os seres vivos têm muita água no organismo. Nas plantas, a quantidade de água<br />

corresponde em média a 90% de todo o vegetal e, entre os animais, essa proporção também é<br />

bastante alta. No corpo humano, por exemplo, a quantidade de água é responsável por 70%<br />

do peso do corpo.<br />

Dentro dos organismos, a água é utilizada de diversas maneiras. Ela serve como meio de<br />

transporte, distribuindo alimentos e nutrientes para as diferentes partes do corpo, como meio<br />

onde ocorrem as transformações de materiais que mantêm o organismo funcionando, além<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 91


92<br />

de ser usada para eliminar os restos<br />

tóxicos.<br />

O ser humano adulto perde cerca de<br />

2 litros de água por dia. Essa quantidade<br />

precisa ser reposta, o que é feito<br />

com a ingestão de água e de alimentos<br />

que contenham água.<br />

Água no ar<br />

O vapor de água é a água na forma<br />

de gás.<br />

O vapor de água presente no ar é resultado<br />

da evaporação da água do solo,<br />

de rios, dos lagos e do mar. Além disso, a<br />

transpiração e a respiração de plantas e As águas-vivas têm o corpo composto por aproximadamente 98% de água.<br />

animais também liberam vapor de água.<br />

Tanto plantas quanto animais perdem água pela transpiração. Entre os animais, além da<br />

transpiração e da respiração, a eliminação diária de urina também acarreta a perda de grandes<br />

quantidades de água.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Perda de água nos seres vivos<br />

transpiração<br />

água<br />

Os elementos da figura não são proporcionais entre si. Cores-fantasia.<br />

urina<br />

transpiração<br />

respiração<br />

O vapor de água sobe e, ao atingir camadas mais frias do ar, transforma-se em água líquida e/ou<br />

sólida (gelo). A reunião de milhares de partículas de água líquida ou gelo dá origem às nuvens.<br />

Todos os reservatórios de água da Terra são abastecidos pela água que cai das nuvens. Essa<br />

precipitação não é uniforme: varia de lugar para lugar, de uma estação para outra e de ano para<br />

ano.<br />

água<br />

Cecília Iwashita AbleStock


“<br />

Em outras<br />

”<br />

palavras<br />

aflorar: surgir, aparecer.<br />

fluxo: caminho de um líquido (fluido).<br />

impermeável: que não permite a passagem<br />

de água.<br />

magnesianas: ricas em magnésio.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Como se formam os lençóis freáticos?<br />

radioativas: ricas em materiais radioativos,<br />

que emitem radiações.<br />

saturadas: repletas, cheias.<br />

sulfurosas: que contêm enxofre.<br />

A água que cai sobre o solo infiltra-se através dos poros existentes entre os grãos que o formam, e escorre até atingir a camada<br />

rochosa impermeável e se acumula.<br />

2. Qual a diferença entre um lençol freático e um reservatório artesiano?<br />

Os lençóis freáticos, ou subterrâneos, formam-se com o acúmulo de água nos poros de camadas saturadas do solo. O reservatório artesiano forma-se a partir de água<br />

armazenada em espaços existentes entre as rochas. Localiza-se geralmente a grandes profundidades e fica intercalado entre camadas impermeáveis de rocha.<br />

3. De que maneira o ser humano obtém água dos reservatórios subterrâneos?<br />

Basicamente de duas maneiras: em fontes que afloram na superfície e em poços.<br />

4. Quais são os reservatórios superficiais de água doce da Terra?<br />

Rios, lagos, geleiras e campos de neve.<br />

5. Descreva, em poucas palavras, a história da formação de um rio.<br />

A água escoa, abrindo canais pequenos na superfície dos terrenos inclinados. A água aprofunda esses pequenos canais, formando um rio.<br />

6. O que acontece com o deslocamento da água quando o nível do lençol freático fica mais<br />

baixo do que o leito do rio? Onde é comum essa situação?<br />

As águas dos rios vão para os lençóis freáticos, muitas vezes secando o rio. Na região do semiárido nordestino.<br />

7. Você sabe que os seres vivos têm muita água no organismo. Cite três funções dessa água.<br />

Transporte de nutrientes, meio para reações químicas e eliminação de restos tóxicos no organismo.<br />

8. Por que os seres vivos precisam ingerir grande quantidade de água todos os dias?<br />

Para a reposição da água perdida durante o dia.<br />

9. Qual a principal fonte de abastecimento dos reservatórios de água da Terra?<br />

A chuva.<br />

10. O que provoca o deslocamento da água dos reservatórios superficiais para a atmosfera?<br />

A evaporação da água.<br />

11. De que maneira os seres vivos contribuem para aumentar a quantidade de água na<br />

atmosfera?<br />

Com a respiração, transpiração e a evaporação da urina.<br />

12. Como a água fica armazenada na atmosfera?<br />

Em forma de vapor de água que pode se condensar formando nuvens.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 93


94<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Leito seco de rio na Caatinga.<br />

Você chegou ao lugar onde a foto acima foi tirada. Veja que nesse lugar havia um rio.<br />

O que aconteceu com a água? A água secou.<br />

Que hipóteses você levanta para explicar esse fato?<br />

Parte da água que estava no rio evaporou e outra parte escoou para o lençol freático que deveria estar com o nível baixo.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

• Relacione com seus colegas os recursos hídricos existentes (nascentes, córregos, rios<br />

etc.) na região em que vivem. Avaliem como são encontrados. Estão limpos ou poluídos?<br />

• No local em que moram, há poços? De que tipo? Anote o resultado das pesquisas, criem<br />

cartazes com desenhos, fotos e frases sobre os recursos hídricos da região e as formas<br />

de preservá-los.<br />

• Pesquisem “barragem subterrânea” na internet e descrevam seu significado em poucas<br />

palavras. Comparem sua descrição com as de outros grupos.<br />

Fabio Colombini


<strong>Capítulo</strong><br />

“Na Antiguidade, muitas pessoas acreditavam que existiam, no interior da Terra, grandes re-<br />

servatórios de água. Os maiores formariam rios e os menores dariam origem a lagos e córregos.<br />

Acreditava-se também que deuses e deusas carregavam grandes potes e derramavam<br />

água para formar rios.<br />

Aristóteles, que viveu três séculos antes de Cristo, não concordava com essas ideias. Ele<br />

dizia que, se os rios tivessem sua origem no interior da Terra, não haveria depósitos com<br />

volumes sufi cientes para fornecer água constantemente. Sua opinião era que ‘as regiões<br />

montanhosas e elevadas são semelhantes a uma esponja: fi ltram a água gota a gota, que<br />

cai em forma de chuva em vários locais, e a distribui para as nascentes dos rios.’<br />

Além disso, Aristóteles relacionava a umidade do ar com a formação de gotas e das chuvas.<br />

Dizia ele:<br />

‘Aquilo que envolve a Terra não é apenas ar, mas uma espécie de vapor, e isto é que explica<br />

que ele se transforme de novo em água’.”<br />

Qual sua opinião sobre isso?<br />

Trocando<br />

ideias<br />

9<br />

O ciclo da água<br />

Disponível em: . Acesso em: Março/2012.<br />

!<br />

A água sempre está em estado líquido? Não.<br />

O vapor de água se condensa e forma nuvens<br />

Como se forma a chuva? com gotas que caem.<br />

A chuva que cai nos locais próximos dos oceanos é salgada? Por quê?<br />

O que é vapor de água? É a água no estado gasoso.<br />

Não. Somente a água evapora, o<br />

sal dissolvido na água é muito<br />

pesado para ser levado por ela.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 95


96<br />

Sempre a mesma água<br />

A água se desloca de um reservatório para outro constantemente. Esse caminho sem fim<br />

que a água percorre pelas diferentes partes da Terra forma um ciclo: o ciclo da água. Ao percorrer<br />

esse ciclo, a água passa por transformações que não modificam sua composição: é sempre<br />

a mesma água.<br />

O vapor de água do ar, a água líquida dos rios e oceanos, o gelo que se acumula nas regiões<br />

mais frias são as três formas diferentes de ocorrência da água na natureza.<br />

Do mar para o ar, do ar para o rio, do rio para o mar: sempre a mesma água.<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Observando as mudanças da água<br />

1. Deixe o gelo sobre um pires em um lugar ensolarado e observe o que acontece.<br />

2. Tome um banho bem quente e observe o que acontece nas paredes do banheiro.<br />

3. Retire uma garrafa gelada do congelador e deixe sobre a mesa. Observe o que se forma<br />

sobre ela.<br />

4. Coloque um pires com água ao sol e depois de algumas horas anote o que aconteceu com<br />

a água.<br />

5. Coloque um pouco de água no congelador e, depois de algumas horas, observe e anote o<br />

que acontece. Explique o que aconteceu em cada experimento.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

AbleStock


Saiba mais<br />

De que é feita a água?<br />

A composição da água começou a ser desvendada por Lavoisier, em 1777, quando pro-<br />

duziu água da combinação de gás hidrogênio e gás oxigênio.<br />

Gás + Gás Água<br />

hidrogênio oxigênio<br />

A transformação contrária, isto é, a decomposição da água, foi obtida com uma técnica<br />

chamada eletrólise, por volta de 1830.<br />

A B<br />

eletrodo de carvão<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Eletrólise<br />

+ –<br />

água com ácido sulfúrico<br />

pilhas<br />

Na eletrólise, uma das extremidades de dois fios que é ligada as pilhas e as outras<br />

colocadas no interior de tubos de ensaio emborcados em uma mistura de água com ácido<br />

sulfúrico (ou soda cáustica).<br />

Na experiência, observa-se o borbulhamento de um gás em cada tubo. Recolhendo-se o<br />

gás obtido no polo positivo, nota-se que ele pode avivar as brasas de um palito de fósforo.<br />

É o gás oxigênio, responsável pelos processos de queima. O gás do outro tubo, na presença<br />

de um fósforo aceso, provoca um estouro. É o gás hidrogênio, muito inflamável. Com a<br />

eletrólise, confirmou-se: a água é formada por hidrogênio e oxigênio.<br />

Somente por volta de 1860 os cientistas descobriram que a água era constituída por<br />

duas partes de hidrogênio e uma parte de oxigênio, chegando assim à célebre fórmula H 2 0.<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 97


98<br />

Estados de agregação da água<br />

As três formas de ocorrência da água na natureza são chamadas de estados de agregação<br />

da água. O gelo que se forma na geladeira é água no estado sólido.<br />

A água que sai das torneiras está no estado líquido.<br />

Quando você ferve a água, forma-se água no estado gasoso.<br />

Quando você toma um banho quente, forma-se água no estado gasoso e ela se torna líquida<br />

quando entra em contato com a parede fria.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

A foto mostra a água nos seus três estados. O mar é água em estado líquido.<br />

O iceberg, em estado sólido. E o vapor de água, que é invisível, está no ar. As<br />

nuvens representam a água em estado líquido ou sólido.<br />

Os cientistas afirmam que todo material é formado<br />

pela reunião de partículas muito pequenas, que<br />

não podemos enxergar e que estão em permanente<br />

agitação. A água é, portanto, formada por minúsculas<br />

partículas encontradas tanto no estado sólido<br />

quanto no líquido e no gasoso.<br />

Imagine as partículas de água como pequenas bolinhas.<br />

No estado sólido, as partículas vibram sem abandonar<br />

sua posição. O gelo tem forma e volume definidos,<br />

pois suas partículas têm arranjo ordenado e fixo.<br />

No estado líquido, as partículas se agitam mais do<br />

que no estado sólido, chegando a mudar de lugar.<br />

Podemos dizer que elas rolam umas sobre as outras.<br />

Um material no estado líquido tem volume definido,<br />

mas não forma. Esta vai ser determinada pelo<br />

recipiente que o contiver.<br />

No estado gasoso, as partículas, livres umas das<br />

outras, deslocam-se com grande velocidade em todas<br />

as direções. Um material no estado gasoso não tem<br />

definição de forma nem de volume. Sua tendência é<br />

expandir-se, ocupando todo o espaço disponível.<br />

AbleStock<br />

Estado sólido da água<br />

Estado líquido da água<br />

Estado gasoso da água<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Cícero Soares


Podemos então dizer que é o grau de agitação e de união das partículas que formam o<br />

material que diferencia um estado físico do outro.<br />

Mudanças do estado de agregação da água<br />

A água muda de estado de agregação dependendo da temperatura. Podemos obter gelo<br />

esfriando a água e vapor, fervendo a água líquida.<br />

estado sólido<br />

fusão<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Saiba mais<br />

Mudanças do estado de agregação da água<br />

solidificação<br />

A água na forma de gás tem o<br />

nome de vapor de água.<br />

Mas o vapor não é o que vemos<br />

saindo da chaleira enquanto a água<br />

ferve. O que vemos é o vapor de água<br />

condensado, ou seja, são gotas de<br />

água suspensas no ar. Elas se formam<br />

quando o vapor sai da chaleira e esfria<br />

ao entrar em contato com o ar.<br />

aumento de temperatura<br />

estado líquido<br />

vaporização<br />

condensação<br />

diminuição de temperatura<br />

vapor de água condensado<br />

estado gasoso<br />

O vapor de água é invisível. O que você enxerga saindo<br />

do bico de uma chaleira são gotículas de água na forma<br />

líquida que estão se misturando com o ar.<br />

Mortari<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 99


100<br />

Fusão e solidificação<br />

Observe atentamente a temperatura da água na sequência de ilustrações durante a fusão<br />

e a solidificação da água.<br />

I.<br />

15º C<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

fusão (aquecendo)<br />

0º C 0º C -4º C<br />

II. III. IV.<br />

líquido líquido+sólido<br />

solidificação (esfriando)<br />

• A temperatura da água no estado líquido cai de 15º C para 0º C (I e II).<br />

• Quando começa a ocorrer a solidificação, a temperatura mantém-se constante enquanto<br />

houver água no estado líquido (II e III).<br />

• Depois que ocorre a solidificação total da água, a temperatura baixa novamente (IV).<br />

Na passagem de água do estado sólido para o estado líquido, verificamos as situações descritas<br />

a seguir.<br />

• Assim que começa a fusão, a temperatura da água começa a subir (III).<br />

• Enquanto ocorre a fusão, a temperatura permanece constante enquanto houver água<br />

no estado sólido (II).<br />

• Depois que ocorre a fusão de toda a água, a temperatura começa a subir novamente (I).<br />

Portanto, durante a fusão ou a solidificação, a temperatura da água permanece constante.<br />

Essa temperatura é chamada ponto de fusão ou ponto de solidificação da água e corresponde<br />

a zero grau Celsius (0º C).<br />

Vaporização e condensação<br />

Vaporização é a passagem do estado líquido para o gasoso, com a formação de vapor.<br />

Evaporação é a vaporização que ocorre espontaneamente.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Luis Moura<br />

sólido<br />

Ebulição é a vaporização que ocorre pela fervura.<br />

Cícero Soares<br />

Luis Moura


Observe atentamente a temperatura na sequência de ilustrações que representam a ebulição<br />

e a condensação da água. Em seguida, acompanhe a explicação do que foi observado.<br />

I.<br />

III.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

100º C<br />

IV.<br />

II.<br />

100º C<br />

• Antes de a água entrar em ebulição, formam-se pequenas bolhas junto à parede do recipiente;<br />

essas bolhas são de ar e vapor de água que estavam misturados com a água líquida (I).<br />

• A temperatura da água sobe até que comece a ebulição; esta se caracteriza pela formação<br />

de grandes bolhas de vapor em todo o líquido, que sobem e estouram na superfície.<br />

• Enquanto está ocorrendo a ebulição, a temperatura da água se mantém constante e igual<br />

a 100º C – ao nível do mar (II e III).<br />

• Um pouco acima do recipiente forma -se uma nuvem, resultado da reunião de muitas gotinhas<br />

de água no estado líquido. Essas gotinhas se formam porque o vapor, ao subir, mistura-se ao<br />

ar mais frio. Com a queda da temperatura, o vapor se condensa: a água retorna ao estado<br />

líquido. Parte da água, porém, dispersa-se na atmosfera na forma gasosa (IV).<br />

• O vapor de água se condensa também ao encontrar uma superfície mais fria (IV).<br />

• Durante a ebulição, a temperatura da água permanece constante e igual a 100º C. Essa<br />

temperatura é chamada ponto de ebulição da água.<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 101


102<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Ponto de ebulição<br />

A figura abaixo representa três cidades localizadas no estado de Santa Catarina: São Joaquim,<br />

Lages e Florianópolis. Na primeira, em região montanhosa, a água ferve mais depressa do<br />

que à beira-mar, se a intensidade do fogo for a mesma.<br />

pressão atmosférica<br />

São Joaquim<br />

Altitude: 1 360 m<br />

Temperatura de<br />

ebulição da água:<br />

aproximadamente 95,5º C<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Temperatura de ebulição da água conforme a altitude<br />

Lages<br />

Altitude: 904 m<br />

Temperatura de ebulição da<br />

água: aproximadamente 97º C<br />

pressão atmosférica<br />

pressão<br />

atmosférica<br />

Florianópolis<br />

Altitude: 0 m<br />

Temperatura de<br />

ebulição da água:<br />

aproximadamente 100º C<br />

O ponto de ebulição varia em altitudes diferentes.<br />

A superfície de um líquido está constantemente sendo “empurrada para baixo” por<br />

aquilo que chamamos pressão do ar.<br />

Quanto mais alto o local, menor será a quantidade de ar existente e menor será a pressão<br />

do ar exercida pela atmosfera (pressão atmosférica).<br />

Para um líquido ferver, é necessário que vença essa pressão, e é claro que isso será mais<br />

fácil no alto de uma montanha!<br />

Isso explica por que o ponto de ebulição de um líquido é menor em lugares elevados:<br />

temos de fornecer menor quantidade de calor para que ocorra a ebulição. Quanto maior a<br />

altitude, menor o ponto de ebulição.<br />

Cícero Soares


A energia solar e o ciclo da água<br />

A água é um dos materiais que mais se movimentam na Terra. Ela circula constantemente<br />

pelo planeta graças às mudanças de estado por que passa. Você já aprendeu quais as condições<br />

necessárias para que essas mudanças ocorram. Mas como isso acontece dentro do ciclo da água?<br />

Evaporação no ciclo da água<br />

O calor necessário para que a evaporação ocorra é fornecido pelos raios solares que atingem<br />

a superfície da Terra. Isso provoca a evaporação da água dos oceanos, rios e lagos, além<br />

da umidade contida em camadas superficiais do solo. A respiração e a transpiração de animais<br />

e vegetais também são fontes de vapor de água para a atmosfera.<br />

evaporação<br />

mar<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Evaporação da água<br />

solo lago<br />

rio<br />

transpiração<br />

das plantas e<br />

dos animais<br />

Quando há muita umidade, a evaporação ocorre com dificuldade, e quando o ar está seco,<br />

ele recebe mais vapor de água.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Ilustrações: Cícero Soares<br />

Cecília Iwashita<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 103


104<br />

Além disso, quando a água ocupa uma grande superfície, seu contato com o ar é maior e<br />

mais rápida é a evaporação.<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

evaporação mais rápida<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Superfície de contato com o ar.<br />

De onde vem o sal de cozinha?<br />

evaporação mais lenta<br />

O sal de cozinha pode ser obtido da água do mar. Para isso, a água do mar é levada por<br />

meio de bombas até numerosos tanques, de onde evapora. O sal se acumula no fundo dos<br />

tanques das salinas.<br />

O local para construção de uma salina deve ser quente na maior parte do ano; estar<br />

exposto a ventos constantes e intensos, e na região não deve chover demais. Os tanques<br />

são rasos, o que favorece a evaporação.<br />

Depois de retirado da água do mar, o sal é submetido a processos industriais para se<br />

tornar consumível.<br />

O sal de cozinha não é produzido apenas nas salinas. Ele pode também ser extraído<br />

de imensos depósitos encontrados no solo.<br />

São as jazidas de sal-gema.<br />

Esses depósitos de sal formaram-se há<br />

milhões de anos, quando um trecho de mar<br />

ficou aprisionado, transformando-se em uma<br />

espécie de enorme lago salgado.<br />

Com a evaporação da água, o sal depositou-se<br />

e foi depois recoberto por uma<br />

fina camada de solo. Esse lento processo de<br />

sedimentação produziu as jazidas de sal-<br />

-gema, que são exploradas economicamente<br />

em várias partes do mundo.<br />

Água evaporando ao Sol. O sal fica depositado no fundo.<br />

Cícero Soares<br />

AbleStock


Pense<br />

e responda<br />

?!<br />

Nas geleiras, no cume das montanhas, nos<br />

icebergs e nos polos.<br />

Em que lugares da Terra encontramos água no estado sólido?<br />

Aqui no Brasil, encontramos água em que estados da matéria principalmente?<br />

No estado líquido e gasoso. Em alguns lugares, pode nevar, aparecendo a água em estado sólido.<br />

Condensação no ciclo da água<br />

O vapor de água, que chega até a atmosfera<br />

por evaporação, passa para o estado<br />

líquido por condensação. Para ocorrer a<br />

condensação, é preciso que haja queda da<br />

temperatura e que o vapor de água encontre<br />

uma superfície sólida sobre a qual possa se<br />

condensar. Como isso ocorre na atmosfera?<br />

O ar quente sobe e se resfria. À medida<br />

que o ar se eleva, sua temperatura cai cerca<br />

de 10° C a cada quilômetro.<br />

O ar quente sobe e esfria, provocando a condensação da água.<br />

No ar, existem núcleos de condensação. Isso forma a nuvem.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Os núcleos de condensação podem ser pequenas<br />

partículas sólidas de poeira ou mesmo<br />

de fumaça resultante da queima de diferentes materiais. O vapor de água se condensa em<br />

torno desses núcleos e forma as gotas que vão constituir as nuvens. Dentro delas, as gotas se<br />

chocam, formando gotas maiores, que podem<br />

se precipitar sob a forma de chuvas.<br />

A maior parte da condensação que<br />

ocorre na atmosfera deve-se aos movimentos<br />

ascendentes do ar. No entanto,<br />

algumas nuvens se formam próximo à superfície:<br />

são conhecidas como nevoeiro ou<br />

neblina. Resultam do resfriamento de ar<br />

carregado de umidade ao entrar em contato<br />

com uma camada de ar mais frio, próximo<br />

à superfície.<br />

O orvalho, que se forma nas manhãs<br />

frias sobre as folhas ou qualquer objeto<br />

que fica ao relento, ocorre quando a<br />

atmos fera carregada de umidade entra em<br />

contato com superfícies sólidas. O vapor<br />

então se condensa sobre essas superfícies,<br />

na forma de pequenas gotas de orvalho.<br />

Nevoeiros muito intensos podem provocar acidentes em estradas,<br />

pois dificultam a visão do motorista.<br />

AbleStock<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 105


106<br />

Investigue<br />

e relate<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Medidor de chuva (pluviômetro)<br />

Você sabe quanto chove por mês na sua região? Então você irá fazer uma experiência<br />

que o ajudará a responder a essa questão.<br />

Você vai precisar de uma garrafa de plástico transparente<br />

e uma régua.<br />

• Peça para um adulto cortar a parte superior da garrafa.<br />

• Vire a parte cortada com o gargalo para baixo e encaixe<br />

na parte inferior. Agora você tem um recipiente<br />

com funil para captar a água.<br />

• Coloque seu medidor de chuva (pluviômetro) em local<br />

descoberto, mas longe de árvores. Prenda a garrafa no<br />

chão com uma cerca de gravetos, pedra ou tijolos.<br />

• Depois da chuva, meça com uma régua quantos milímetros<br />

de água há dentro da garrafa e anote.<br />

• Esvazie a garrafa e coloque-a no mesmo lugar outra vez.<br />

• Sempre que chover, anote a quantidade de água na<br />

garrafa. Não se esqueça de esvaziar a garrafa.<br />

• Ao final de 30 dias, some as medidas e divida por<br />

30. Assim, descobrirá quantos milímetros choveu em<br />

média por dia durante esse período.<br />

Solidificação no ciclo da água<br />

A passagem do estado líquido para o sólido<br />

ocorre quando a temperatura cai. Nas regiões<br />

mais frias da Terra, a superfície de lagos e rios<br />

congela quando chega o inverno. Mas há outros<br />

exemplos de solidificação dentro do ciclo da água.<br />

O granizo é uma forma de precipitação de<br />

água congelada. As pedras de granizo se formam<br />

no interior de nuvens que chegam a 1 600 m de<br />

altitude. Essas pedras podem atingir o tamanho<br />

de uma laranja, e sua precipitação provoca danos<br />

sérios para a agricultura.<br />

Duas outras formas de ocorrência da água no<br />

estado sólido são a neve e a geada. Os cristais<br />

de neve podem apresentar diferentes formas. A<br />

geada é uma fina camada de gelo que se acumula<br />

sobre as plantas ou outras superfícies sólidas.<br />

Granizo sobre grama.<br />

Com uma garrafa plástica você pode<br />

fazer um medidor de chuva. Prefira a<br />

garrafa de fundo plano para a medida<br />

ser mais precisa.<br />

Mortari<br />

Fabio Colombini


A água ocorre na natureza em seus três estados físicos. As mudanças de um estado para outro<br />

permitem sua circulação pela hidrosfera, atmosfera, litosfera e biosfera. Esse ciclo depende<br />

do calor do Sol, que provoca a evaporação da água.<br />

nuvens<br />

movimento das nuvens<br />

pequeno<br />

ciclo<br />

mar<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Saiba mais<br />

Ciclo da água<br />

evaporação, transpiração<br />

e respiração de plantas<br />

e animais<br />

condensação<br />

(chuva)<br />

grande ciclo<br />

animais<br />

plantas<br />

rio<br />

água infiltrada no solo<br />

Impactos ambientais da irrigação<br />

nuvens<br />

lago<br />

condensação<br />

(chuva)<br />

Essencial à vida, a água é um elemento necessário a diversas atividades humanas, além<br />

de constituir componente fundamental da paisagem e do meio ambiente. Recurso de valor<br />

inestimável, a água apresenta utilidades múltiplas, como geração de energia elétrica, abastecimento<br />

doméstico e industrial, irrigação, navegação, recreação, turismo, aquicultura,<br />

piscicultura, pesca e, ainda, assimilação e condução de esgoto.<br />

Com o crescimento populacional, a humanidade se vê compelida a usar a maior quantidade<br />

possível de solo agricultável, o que vem impulsionando o uso da irrigação, não só para<br />

complementar as necessidades hídricas das regiões úmidas, como para tornar produtivas as<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 107


108<br />

Campo irrigado.<br />

áreas áridas e semiáridas do globo, que constituem cerca de 55% de sua área continental<br />

total. Atualmente, mais de 50% da população mundial depende de produtos irrigados.<br />

Denomina-se irrigação o conjunto de técnicas destinadas a deslocar a água no tempo<br />

ou no espaço para modificar as possibilidades agrícolas de cada região. A irrigação visa a<br />

corrigir a distribuição natural das chuvas.<br />

Os principais impactos ambientais possíveis devido ao uso da irrigação são: modificação do<br />

meio ambiente, consumo exagerado da disponibilidade hídrica da região, contaminação dos recursos<br />

hídricos, salinização do solo nas regiões áridas e semiáridas e problemas de saúde pública.<br />

Na avaliação das consequências dos impactos negativos sobre as reservas hídricas devem-<br />

-se enfatizar os problemas correlatos de erosão dos solos, assoreamento dos corpos de água<br />

e falta de controle no uso de fertilizantes e biocidas. A situação agrava-se pela insuficiente<br />

proteção das fontes e dos mananciais, que muitas vezes inviabiliza o aproveitamento dessa<br />

água para outros usos, ou onera seu custo por causa da necessidade de tratamento que, em<br />

última instância, será tributado à comunidade.<br />

A agricultura irrigada é a atividade humana que demanda maior quantidade total de água.<br />

Em termos mundiais, estima-se que esse uso responda por cerca de 80% das derivações de água;<br />

no Brasil, esse valor supera os 60% (FGV, 1998). A irrigação é exigente em termos de qualidade<br />

da água e, nos casos de grandes projetos, implica obras de regularização de vazões, ou seja,<br />

barragens, que interferem no regime fluvial dos cursos d’água e sobre o meio ambiente.<br />

Apesar de o Brasil possuir em seu território 8% de toda a reserva de água doce do mundo,<br />

deve-se alertar que 80% dessa água encontra–se na região Amazônica, ficando os restantes<br />

20% circunscritos ao abastecimento das áreas do território onde se concentram 95% da<br />

população. Por isso, mesmo com grande potencial hídrico, a água é objeto de conflito em<br />

várias regiões de nosso país.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

LIMA, J. E. F. W.; FERREIRA, R. S. A.; CHRISTOFIDIS, D. O uso da irrigação no Brasil.<br />

Disponível em: . Acesso em: Março/2012.<br />

AbleStock


“<br />

Em outras<br />

”<br />

palavras<br />

ascendente: que sobe, se dirige para cima.<br />

espontaneamente: naturalmente.<br />

expandir: ampliar, aumentar, ocupar maior espaço.<br />

recipiente: vasilha, vaso.<br />

volume: espaço ocupado por um material.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

Sólido, líquido e gasoso. Gelo, água<br />

1. Quais são os estados físicos da água? Dê exemplo de cada um. líquida é vapor de água.<br />

2. Um material passa de um estado físico para outro sem modificar sua composição. O que<br />

muda de um estado físico para outro? A organização e a agitação das moléculas.<br />

3. Que é preciso acontecer com a temperatura para que comece a solidificação da água? E<br />

Para a solidificação, a temperatura deve baixar até zero<br />

para que comece a fusão? grau. Para a fusão, chegar acima de zero grau.<br />

A evaporação ocorre espontaneamente. A<br />

4. Qual a diferença entre evaporação e ebulição? ebulição ocorre pela fervura.<br />

5. É possível ocorrer a fervura da água abaixo de 100º C? Em que situação?<br />

6. Que mudança de estado deve ocorrer para que a água passe dos reservatórios superficiais<br />

para a atmosfera? De líquido para gasoso.<br />

7. Qual a influência do Sol sobre essa passagem? O Sol aumenta a temperatura da água e agita as moléculas.<br />

8. Em que estado está a água das nuvens? Líquido ou sólido (nuvens cirrus).<br />

9. Durante a fervura da água, podemos ver uma pequena nuvem próxima da panela. Essa<br />

nuvem é água em que estado? Justifique. Líquido. É o vapor de água condensado.<br />

10. Onde ocorre a condensação dentro do ciclo da água: na hidrosfera, na atmosfera ou na<br />

litosfera? Atmosfera.<br />

11. Como a água das nuvens volta para a superfície da Terra? Em forma de chuva.<br />

12. As nuvens ficam no mesmo lugar onde se formam? Não. Podem ser transportadas pelo vento.<br />

13. Descreva situações de seu dia a dia que comprovem a existência de vapor de água no ar.<br />

Processo pelo qual a água passa desde<br />

14. O que é o ciclo da água? sua queda no solo até retornar ao ar.<br />

15. De que modo os seres vivos participam do ciclo da água?<br />

Por meio da evaporação da urina, transpiração e respiração.<br />

16. Faça um esquema para descrever o ciclo da água, indicando as mudanças de estado que<br />

ocorrem.<br />

17. Por que se considera que a água não é um recurso renovável se ela está sempre circu-<br />

Ao ser poluída ela deixa de ser aproveitável.<br />

lando entre o subsolo, a superfície e a atmosfera?<br />

Sim. Quando diminui a<br />

pressão sobre a água.<br />

13. Quando fervemos água e tomamos banho<br />

quente, podemos ver o vapor de água condensado<br />

em forma de uma “nuvem”.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 109


110<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Do oceano, vêm as nuvens.<br />

Das nuvens, vem a chuva.<br />

Da chuva, nascem os rios.<br />

Dos rios, nascem os oceanos.<br />

Esse é o ciclo das águas.<br />

Esse é o ciclo do mundo.<br />

Inspire-se nesse texto indiano de 3mil anos e crie uma história em quadrinhos que traduza<br />

em imagens o que ele expressa.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Façam uma coletânea das histórias em quadrinhos desenvolvidas na seção “Aplique seus<br />

conhecimentos” e montem uma pequena revista sobre a origem da água.<br />

Vocês podem fazer um concurso para elaborar a capa dessa revista.<br />

AbleStock


<strong>Capítulo</strong><br />

10<br />

Como usamos a água?<br />

Na avaliação da ONU, uma pessoa precisa de no mínimo 50 litros de água por dia para atender<br />

suas necessidades. E uma em cada cinco pessoas no mundo não tem acesso à água potável<br />

ou saneamento.<br />

No Brasil, a região onde o acesso à água é mais difícil é o semiárido. Abrangendo nove estados,<br />

nele vivem 22 milhões de pessoas.<br />

Embora seja o semiárido mais chuvoso do planeta, as chuvas são irregulares no tempo e no<br />

espaço. Além disso, a quantidade de chuva é menor do que o índice de evaporação.<br />

Atualmente, de cada três famílias rurais que aí vivem, duas não possuem acesso à rede geral<br />

de abastecimento de água.<br />

Isso signifi ca que as famílias precisam<br />

se preparar para a chegada da<br />

chuva. Ter reservatórios para captar e<br />

armazenar água é fundamental para<br />

garantir a água de beber e cozinhar no<br />

período de estiagem.<br />

Entre as soluções desenvolvidas para<br />

conviver com a seca, estão as cisternas<br />

domésticas e as barragens subterrâneas.<br />

Disponível em: .<br />

Acesso em: Março/2012.<br />

Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Cisterna de captação e armazenamento da água de chuva, região do<br />

semiárido brasileiro.<br />

Quais usos se fazem da água na sua casa? Faça uma lista das atividades que precisam direta<br />

ou indiretamente da água. Cozinhar, tomar banho, limpar a casa, usar o vaso sanitário, regar as plantas, entre outras.<br />

Você sabe quanto se gasta de água na sua casa por mês?<br />

O que se pode fazer para economizar água?<br />

Reaproveitar a água da limpeza, fi car menos tempo no banho, evitar o gotejar das torneiras e revisar os encanamentos.<br />

www.asabrasil.org.br<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 111


112<br />

Os usos da água<br />

Só nos damos conta da importância da água quando ela está em falta. Daí é que vamos<br />

lembrar que, sem água, não podemos cozinhar, nem tomar banho; ficamos com sede, as instalações<br />

do banheiro não funcionam, lavar roupa é impossível.<br />

Além dos usos domésticos, a água é essencial para muitas outras atividades humanas, que<br />

vão da produção de alimentos ao lazer.<br />

A existência de água é fundamental para a vida na Terra.<br />

Água como solvente<br />

A água dissolve vários materiais<br />

e, portanto, é um ótimo<br />

solvente. O café, o chá e os refrigerantes<br />

são exemplos do<br />

uso que fazemos da água como<br />

solvente em nosso dia a dia.<br />

A água dissolve gás oxigênio.<br />

É isso que torna possível a<br />

respiração dos peixes e de outros<br />

seres vivos aquáticos!<br />

Quando lavamos algum objeto<br />

– roupas, louças, carros –,<br />

estamos aproveitando a capacidade<br />

da água para dissolver<br />

muitos materiais. A sujeira que<br />

retiramos desses objetos é<br />

composta de poeira, gordura,<br />

tintas etc.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

AbleStock<br />

O uso de sabões ou detergentes facilita o trabalho da água, na higienização da pele.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

AbleStock<br />

AbleStock


Água e energia<br />

Muitos aparelhos elétricos ou eletrônicos, como geladeira,<br />

televisão e computador, fazem parte de nosso<br />

dia a dia. Esses aparelhos, bem como as lâmpadas que<br />

nos iluminam durante a noite, são alimentados por<br />

energia elétrica. Em nossa casa, nos hospitais e nas indústrias,<br />

grande parte das atividades humanas depende<br />

do bom funcionamento de aparelhos elétricos.<br />

Você já deve ter ouvido falar em usinas hidrelétricas.<br />

É nesses locais que se obtém a energia elétrica por meio<br />

do movimento da água.<br />

Junto à usina, há quase sempre uma represa, que é<br />

um reservatório onde se armazena enorme quantidade<br />

de água. Para represar a água de um rio, constrói-se<br />

uma barragem, uma espécie de grande muro. Nessa<br />

barragem, são feitas algumas passagens para a água:<br />

as comportas, que controlam o nível da água da represa<br />

e do rio que segue adiante.<br />

reservatório<br />

de água<br />

geradores (turbinas<br />

e dínamos)<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Esquema de uma hidroelétrica<br />

estação de<br />

transformação<br />

A energia elétrica é responsável pela iluminação<br />

das cidades.<br />

linhas de<br />

transporte<br />

de energia<br />

AbleStock<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 113


114<br />

A água represada realiza uma enorme pressão sobre a barragem, mas só há dois lugares por<br />

onde ela pode escapar: pelas comportas ou pelos canos que a levam às turbinas.<br />

Cada turbina é formada por um cilindro, dentro do qual existem pás em forma de hélice. O<br />

movimento da água pelo cilindro provoca o giro da hélice, o que faz funcionar um mecanismo<br />

que gera energia elétrica, os dínamos.<br />

Das turbinas, saem fios elétricos, que<br />

conduzem a eletricidade até as cidades.<br />

As usinas hidrelétricas são mecanismos<br />

que transformam a energia da<br />

queda-d’água em energia elétrica.<br />

Em muitas regiões do Brasil, é possível<br />

encontrar mecanismos mais simples<br />

de aproveitamento da energia gerada<br />

pelo movimento da água. Um desses<br />

mecanismos é a roda-d’água: uma roda<br />

de pás, colocada geralmente em pequenos<br />

córregos e utilizada para gerar<br />

energia elétrica para pequenas cidades<br />

ou fazendas. A roda-d’água é também<br />

utilizada para movimentar moinhos de<br />

milho ou de trigo.<br />

A roda-d’água é uma forma antiga de uso da energia da água.<br />

Água como meio de transporte<br />

A água é uma via de transporte para navios. Para compreender como isso é possível, precisamos<br />

compreender o que é a densidade da água.<br />

Para entendê-la, vamos primeiro saber o que é densidade. Em seguida, vamos acompanhar<br />

o trabalho de Arquimedes, que foi o primeiro a apresentar um bom cálculo do empuxo.<br />

Densidade (d)<br />

Uma experiência foi feita<br />

para medir a massa existente<br />

em volumes iguais<br />

de água e óleo. Note que<br />

a massa relaciona-se com a<br />

quantidade de matéria do<br />

corpo. E a unidade de medida<br />

usada foi o grama (g). O<br />

volume relaciona-se com o<br />

espaço ocupado pelo corpo.<br />

Usaremos para o volume a<br />

unidade mililitro (mL).<br />

Na experiência, em dois<br />

recipientes iguais foram colocados<br />

20 mL de água e 20<br />

mL de óleo. Com uma balança,<br />

mediram-se as massas.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

20 mL<br />

massa = 20 g<br />

Água e óleo<br />

20 mL<br />

massa = 18 g<br />

água óleo<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Marcos Perón/Kino<br />

Cícero Soares


Constatou-se que, num mesmo volume (20 mL), a massa da água (20 g) era maior que a<br />

massa do óleo (18 g).<br />

A relação entre a massa e o volume de um material é uma característica importante.<br />

Densidade é o número que indica quantos gramas do material existem em 1 mL.<br />

Se usarmos os resultados da experiência para calcularmos a densidade da água, teremos:<br />

Densidade da água =<br />

?!<br />

Agora, calcule você o valor da densidade do óleo.<br />

0,9 g/mL<br />

De forma geral, esse cálculo pode ser representado assim:<br />

Densidade = massa (m)<br />

volume (v)<br />

ou<br />

D = m (gramas)<br />

v (mililitros)<br />

Para calcular a densidade, portanto, basta dividir a quantidade de gramas pela de mililitros.<br />

1. O que acontece quando colocamos água e óleo<br />

num copo? O óleo ficará por cima da água.<br />

2. Por que isso acontece?<br />

A água (mais densa) fica embaixo e o óleo<br />

(menos denso) fica em cima.<br />

20 gramas 1 grama 1 g<br />

= =<br />

20 mililitros 1 mililitro mL<br />

A densidade da água é, portanto, 1 grama por mililitro.<br />

Pense<br />

e responda<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

líquido<br />

menos<br />

denso<br />

líquido<br />

mais<br />

denso<br />

Óleo sobre água<br />

óleo<br />

água<br />

Imagens não proporcionais.<br />

Cores-fantasia.<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 115


116<br />

Pense<br />

e responda<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

?!<br />

Em outra experiência, um engenheiro pegou um cubinho de alumínio maciço e mediu o volume<br />

e a massa. Descobriu que o volume era de 10 mL e a massa de 27 g. Com isso, calculou<br />

a densidade.<br />

Densidade do alumínio maciço<br />

27 gramas = 2,7 g/mL<br />

10 mililitros<br />

Com um martelo, o engenheiro amassou o alumínio até formar uma esfera oca. Ao final do<br />

trabalho, ele novamente calculou a massa e o volume do alumínio. A massa era a mesma mas<br />

o volume passou a ser de 30 mL.<br />

Qual a densidade dessa esfera? 0,9 g/mL<br />

Lembrando que a densidade da água é igual a 1 g/mL, se ele colocasse o cubo maciço e a<br />

esfera oca em um recipiente com água, o que você esperaria que acontecesse? Justifique<br />

sua resposta.<br />

Que a esfera boiasse e o cubo afundasse. A esfera tem densidade menor que a da<br />

água (0,9 g/mL < 1 g/mL), enquanto o cubo tem densidade maior (2,7 g/mL > 1 g/mL).<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

O cubo e a esfera possuem<br />

a mesma massa, mas a esfera<br />

oca é muito menos densa. A esfera<br />

oca flutuaria, porque é um<br />

corpo menos denso que a água,<br />

enquanto o cubo maciço afundaria<br />

por ter densidade maior<br />

que a da água.<br />

Um pequeno barco ou um<br />

enorme navio flutuam pelo<br />

mesmo motivo, ambos são menos<br />

densos que a água.<br />

Flutuação<br />

A densidade do navio é menor que a da água.<br />

Cícero Soares<br />

AbleStock


Investigue<br />

e relate<br />

A experiência do ovo na água<br />

Se colocarmos objetos dentro de um líquido, aqueles que tiverem densidade maior que a<br />

do líquido afundarão. Os objetos com densidade menor que a do líquido flutuarão.<br />

Agora você fará uma experiência. Você precisará de um ovo, sal e uma vasilha com água.<br />

Siga os passos abaixo e vá anotando no seu caderno os resultados. Coloque o ovo na água<br />

sem o sal. O que acontece?<br />

Vá adicionando sal de pouquinho e observe o que vai acontecendo.<br />

Como você explicaria o resultado da experiência? Elabore hipóteses e discuta com os<br />

colegas na sala.<br />

Água Água com sal Água com muito sal<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

O trabalho de Arquimedes<br />

Ver orientação no Manual do Professor.<br />

Arquimedes nasceu há cerca de 2280 anos (século III a.C.), em Siracusa, uma cidade-Estado<br />

grega. Conhecedor da obra de outros matemáticos e físicos da Antiguidade, buscava explicações<br />

racionais para os fenômenos que observava. E, além disso, inventava e fabricava instrumentos<br />

para suas experiências e para uso civil e militar.<br />

Muito do que se sabe de sua vida e obra deve-se a textos escritos por autores romanos, que<br />

muito o admiravam. É o caso da história a seguir, que tem como fonte a escrita de um arquiteto<br />

romano que viveu no século I a.C.<br />

O rei Hierão, de Siracusa, determinou que se colocasse num certo santuário uma coroa de<br />

ouro, como oferenda aos deuses por suas conquistas. Encomendou o trabalho e pesou a quantidade<br />

exata de ouro para o ourives.<br />

Mais tarde, surgiram informações de que, para fazer a coroa, parte do ouro tinha sido substituída<br />

por igual quantidade de prata. Hierão, indignado, pediu a Arquimedes para resolver o<br />

mistério. Como descobrir a solução do problema sem danificar o objeto?<br />

Enquanto Arquimedes tentava resolver o problema, foi a um balneário público e, ao entrar<br />

numa banheira, notou que a quantidade de água que transbordava da cuba era igual ao volume<br />

do seu corpo imerso. Isso indicou-lhe um meio para resolver o problema e, na sua alegria,<br />

pulou da banheira e precipitou-se nu em direção a sua casa, gritando que tinha encontrado o<br />

que procurava: Eureka! Eureka! (Encontrei! Encontrei!).<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 117


118<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Arquimedes comparou os dois volumes. Se fossem iguais, ele poderia concluir que o ourives<br />

havia realmente usado, na confecção da coroa, todo o ouro dado pelo rei.<br />

E se houvesse prata misturada com o ouro?<br />

Vamos usar nosso conhecimento sobre densidade.<br />

A densidade do ouro é quase igual a 20 g/mL e a da<br />

prata é igual a 10 g/mL.<br />

Supondo que a massa da coroa fosse igual a 200 g,<br />

se ela fosse só de ouro deveria ter um volume de<br />

10 mL. Se fosse feita só de prata, teria um volume de<br />

20 mL. E se fosse de uma mistura de ouro e prata, teria<br />

um volume maior que 10 mL e menor que 20 mL.<br />

Por isso, medindo o volume da coroa, Arquimedes<br />

encontrou a resposta do problema. Diz a lenda que<br />

o ourives teria sido realmente desonesto: os volumes<br />

não eram iguais.<br />

Mas Arquimedes não se deu por satisfeito.<br />

Comparou o peso de um objeto fora da água (peso real) com o peso do objeto dentro da<br />

água (peso aparente). O valor do empuxo seria a diferença entre esses dois pesos.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Flutuação<br />

água<br />

transbordada<br />

barra de ouro coroa de ouro<br />

Peso real (Pr)<br />

Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

Empuxo<br />

E<br />

Pr – Pa = Empuxo (E)<br />

Volume da água transbordada<br />

volume de água<br />

transbordado<br />

pelo ouro<br />

se a coroa fosse de<br />

ouro puro<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Peso aparente (Pa)<br />

volume de água<br />

transbordado<br />

pela coroa<br />

Cícero Soares<br />

Cícero Soares<br />

Cícero Soares


Arquimedes descobriu também, em outras experiências, que o valor do empuxo era igual<br />

ao peso do líquido que transbordava.<br />

É o princípio de Arquimedes. Ele diz que todo corpo mergulhado em um líquido sofre uma<br />

força para cima denominada empuxo. A intensidade do empuxo é igual ao peso do líquido<br />

deslocado.<br />

Esse princípio é usado para a construção de barcos e navios.<br />

pedra<br />

Princípio de Arquimedes<br />

1 2 3<br />

Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

Saiba mais<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

prato com água transbordada<br />

Submarino<br />

tanques de imersão<br />

tanque tanque<br />

O submarino<br />

água do prato é despejada no copo<br />

Os submarinos afundam, emergem e se deslocam dentro do mar. Existe algum empuxo<br />

agindo sobre eles?<br />

Cícero Soares<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 119


120<br />

Um submarino possui compartimentos especiais, com válvulas que se abrem para o<br />

ambiente externo. Quando ele está flutuando na superfície, esses compartimentos estão<br />

cheios de ar.<br />

Para submergir, o submarino deve ficar mais denso. Abrem-se as válvulas dos compartimentos<br />

especiais chamados tanques de imersão: eles se enchem de água e o submarino<br />

afunda.<br />

Para subir, ele deve ficar menos denso. Nesse caso, bombas jogam a água para fora dos<br />

compartimentos e os enchem de ar novamente; então o submarino sobe.<br />

Controlando a quantidade de água que entra e sai desses compartimentos especiais e<br />

utilizando motores e hélices, é possível determinar a profundidade em que o submarino<br />

deve ficar.<br />

Água para consumo doméstico<br />

A água para consumo chega por um sistema de encanamento que recolhe água de rios e<br />

lagos e poços artesianos e ela é transportada para reservatórios abertos, chamados represas,<br />

onde fica armazenada.<br />

Antes de chegar ao seu destino, a água é tratada para livrar-se de impurezas e micróbios<br />

que produzem doenças.<br />

Para garantir o abastecimento de água potável para a população, o tratamento é feito em<br />

várias etapas.<br />

A água que vem do reservatório passa por uma filtração através de telas metálicas (grades<br />

de retenção) para a retirada de detritos volumosos, tais como pedaços de madeira, folhas<br />

ou pedras.<br />

Em seguida, a água é encaminhada para tanques e recebe substâncias químicas que permitem<br />

a deposição de resíduos sólidos no fundo dos tanques.<br />

Para a eliminação final dos resíduos, a água passa por uma última filtração. Nesse momento,<br />

ela está límpida e recebe cloro para eliminação de micróbios.<br />

Depois dessa etapa, a água está potável. Antes de ser distribuída, ela ainda pode receber<br />

uma dose de flúor, como parte de um programa de prevenção de cáries dentárias.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Aspecto geral de uma estação de tratamento de água.<br />

Miguel Cavallaro/Kino


A água tratada é armazenada em caixas-d’água, de onde será distribuída para toda a cidade.<br />

Essa distribuição é feita por encanamentos, dentro dos quais ela corre.<br />

O sistema de distribuição das grandes cidades é construído de modo que seja possível aproveitar<br />

as propriedades que fazem com que a água corra dentro dos encanamentos. Uma dessas<br />

propriedades é a pressão exercida por ela.<br />

Os mananciais<br />

A água brota da terra e forma<br />

nascentes. Essas nascentes<br />

formam riachos, e estes formam<br />

reservatórios. Os reservatórios,<br />

riachos e nascentes destinados<br />

ao abastecimento de<br />

água potável são chamados de<br />

mananciais de água.<br />

Segundo as leis de proteção<br />

aos mananciais, na região<br />

em torno deles, nada pode ser<br />

construído nem pode haver<br />

desmatamento. Mas nem sempre<br />

essa lei é respeitada, especialmente<br />

se os mananciais<br />

estiverem perto das grandes<br />

cidades.<br />

A água do reservatório para a estação de tratamento.<br />

O crescimento da população<br />

dessas cidades faz com que as áreas ao redor dos mananciais sejam ocupadas por casas, plantações,<br />

pastos e indústrias. O esgoto produzido é despejado nos mananciais e a água fica poluída.<br />

As principais consequências da destruição dos mananciais são:<br />

• falta de água para consumo;<br />

• comprometimento da saúde humana e animal;<br />

• comprometimento do meio ambiente.<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Os mananciais são importantes para nossa vida. São eles que fornecem a água limpa<br />

para que possamos beber, tomar banho, cozinhar e limpar nossa casa.<br />

Faça uma pesquisa sobre quais são os mananciais de sua cidade, de onde vem a água<br />

limpa que você bebe, se ela é tratada ou não. Para isso, você deverá fazer uma série de<br />

entrevistas com os adultos. Pergunte a eles se sabem o quanto é importante preservarmos<br />

os mananciais.<br />

Escreva uma redação sobre os mananciais e o que se deve fazer para preservá-los.<br />

Mortari<br />

121<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 121


122<br />

A pressão da água em<br />

nossa casa<br />

Como todos os líquidos, a água exerce<br />

uma força sobre os corpos nela mergulhados,<br />

bem como sobre as paredes do recipiente<br />

que a contém.<br />

Podemos observar a pressão da água,<br />

colocando água em recipientes de formas<br />

e capacidades diferentes, ligados entre si.<br />

Quando o equilíbrio é estabelecido, a altura<br />

do líquido é a mesma em todos eles.<br />

Nos vasos comunicantes, a atmosfera<br />

exerce pressão sobre o líquido contido em<br />

seu interior. E essa pressão é a mesma para<br />

todos os pontos situados no mesmo nível.<br />

Ou seja, a pressão atmosférica “empurra”<br />

igualmente a água nos vários ramos dos vasos<br />

comunicantes e as superfícies do líquido<br />

atingem o mesmo nível.<br />

Pense<br />

e responda<br />

Você também pode aplicar esse prin-<br />

Distribuição da água no bairro<br />

cípio. Basta colocar água dentro de um<br />

tubo de plástico transparente. Encostando<br />

os dois ramos do tubo em uma mesa, por<br />

exemplo, você pode verificar se ela está nivelada.<br />

Basta que o nível da mesa coincida<br />

com o da água nas duas pontas do tubo.<br />

Você já deve ter observado que toda<br />

caixa-d’água é instalada em pontos altos.<br />

Essa localização permite que a água seja<br />

distribuída para todo o bairro por meio de<br />

um sistema de vasos comunicantes.<br />

A água contida na caixa-d’água exerce Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

pressão sobre a que está dentro do encanamento, empurrando-a. Assim, todos os encanamentos<br />

ligados a uma mesma caixa-d’água recebem a água que saiu da estação de tratamento.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

?!<br />

Vasos Comunicantes<br />

Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

Vasos Comunicantes - Tubo em “U”<br />

Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

Se você levantar uma das pontas do tubo e abaixar a outra, o que acontece?<br />

O nível se manterá?<br />

Se levantarmos muito, a água poderá entornar do tubo, pois com a tendência de<br />

manter o mesmo nível, a água ultrapassará a ponta do tubo.<br />

Cícero Soares<br />

Cícero Soares<br />

Cícero Soares


Em alguns edifícios, a água<br />

é armazenada antes em um re<br />

servatório subterrâneo. Desse<br />

reservatório, ela é bombeada<br />

para uma caixa-d’água que fica<br />

em cima do prédio. Daí a água<br />

é liberada para os encanamentos,<br />

distribuindo-se para todos<br />

os andares.<br />

A caixa-d’água das residências<br />

geralmente fica sobre a<br />

casa. Segundo o princípio dos<br />

vasos comunicantes, a água desce<br />

pelos encanamentos, chegando<br />

até as torneiras e aos banheiros.<br />

Quando abrimos a torneira,<br />

a água que estava sob pressão<br />

corre para fora do cano.<br />

rede de água<br />

Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

Distribuição da água em um prédio<br />

com reservatório subterrâneo<br />

reservatório<br />

reservatório<br />

Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

bomba<br />

Distribuição da água em uma casa<br />

registro<br />

Cícero Soares<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 123


124<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Por que a caixa-d’água não transborda?<br />

Todos os componentes de<br />

encanamento de uma casa<br />

Boia da caixa-d’água<br />

usam o princípio dos vasos<br />

comunicantes para funcionar.<br />

Seja a caixa-d’água, a torneira<br />

ou o vaso sanitário.<br />

A água chega da rua à caixa-d’água<br />

por um cano. Dentro<br />

da caixa-d’água, existe<br />

uma boia que vai subindo à medida que a caixa enche. A boia possui uma haste ligada a<br />

uma torneira especial. Quando a caixa está cheia de água, a posição da boia fecha a torneira,<br />

impedindo a entrada de mais água.<br />

Quando você usa a água, abrindo qualquer torneira da casa, o nível na caixa desce, a<br />

torneira especial se abre e permite novamente a entrada da água.<br />

A torneira<br />

Quando queremos que a água<br />

saia pela torneira, giramos sua<br />

parte superior. Dessa forma, o<br />

courinho da torneira sobe e deixa<br />

passar a água. Se girarmos a<br />

torneira em sentido contrário, o<br />

courinho desce e fecha a passagem<br />

da água. Em muitos casos,<br />

para consertar uma torneira que<br />

não está fechando bem, basta<br />

que se troque o courinho.<br />

O sifão<br />

Observe embaixo da pia da cozinha ou do banheiro<br />

de sua casa. Ela deve ter um tubo em U.<br />

Seu nome é sifão. Essa peça, em virtude de seu<br />

formato, fica sempre cheia de água e impede o<br />

retorno do mau cheiro do encanamento de esgoto.<br />

Todas as pias de sua casa devem ter um sifão.<br />

courinho<br />

Torneira<br />

pia<br />

Pia<br />

sifão<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Cícero Soares<br />

Cícero Soares<br />

Cícero Soares


O vaso sanitário<br />

Depois da descarga, sempre fica um pouco de água no<br />

fundo do vaso sanitário. Isso porque, antes de chegar até<br />

os encanamentos do esgoto, a água precisa vencer uma<br />

pequena elevação que existe dentro do canal de saída.<br />

Essa água tem a função de impedir que o mau cheiro dos<br />

canos de esgoto retorne para dentro de nossa casa!<br />

Analise<br />

a tabela<br />

A tabela abaixo mostra o gasto médio de água em uma casa.<br />

Gasto médio de água em uma casa<br />

Atividade Consumo<br />

Escovar os dentes<br />

Com a torneira aberta durante 2 minutos<br />

Lavar as mãos<br />

Com a torneira aberta durante 2 minutos<br />

Tomar banho<br />

Com o chuveiro aberto por 15 minutos<br />

Dar descarga de água no vaso sanitário<br />

Com a válvula automática aberta por 12 segundos<br />

Com uma caixa de descarga de 10 litros<br />

Lavar o rosto<br />

Com a torneira aberta durante 1 minuto<br />

Lavar a louça<br />

Com a torneira aberta durante 15 minutos<br />

Regar o jardim<br />

Com mangueira aberta por 10 minutos<br />

Lavar roupa<br />

Na lavadora para 5 quilos de roupa<br />

10 litros<br />

10 litros<br />

140 litros<br />

20 litros<br />

10 litros<br />

3 litros<br />

130 litros<br />

180 litros<br />

130 litros<br />

Total 633 litros<br />

Fonte: Sabesp.<br />

Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 125


126<br />

Baseado nos dados da tabela, responda no seu caderno.<br />

Qual o cômodo da casa que deve gastar mais água? Área de serviço, jardim, banheiro ou<br />

cozinha? O banheiro usa mais água.<br />

Qual a atividade em que se consome menos água?<br />

Qual atividade em que se usa mais água?<br />

Descubra qual é a quantidade, em litros, de água consumida por mês na sua casa. Se a conta<br />

de água estiver em metros cúbicos (m 3 ), converta-a para litros. Um metro cúbico (m 3 ) equivale<br />

a mil litros de água. Faça as contas.<br />

O destino das águas servidas<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Regar o jardim.<br />

Lavar o rosto.<br />

Em todas as casas das cidades deve haver um sistema de encanamento que recolhe a água<br />

utilizada. Os encanamentos de esgoto, ao sair das casas, desembocam em grossos canos subterrâneos<br />

que se dirigem para estações de tratamento de esgoto. Nas estações, o esgoto é separado<br />

em uma parte líquida e outra sólida.<br />

Com o tratamento que recebem, tanto a parte líquida<br />

quanto a parte sólida do esgoto ficam livres de microrganismos<br />

que possam provocar doenças. A porção líquida pode,<br />

então, ser lançada em rios ou no mar. A porção sólida pode<br />

ser utilizada como adubo na agricultura depois de tratada.<br />

O recolhimento e tratamento das águas servidas, infelizmente,<br />

ainda é muito restrito. Na maioria das cidades do<br />

país, a água usada em residências e indústrias é lançada diretamente<br />

nos reservatórios naturais, sem nenhum cuidado.<br />

Água e saúde<br />

Água potável é aquela que podemos beber<br />

sem nenhum risco para a saúde. Ela deve ser límpida,<br />

sem gosto, sem cheiro e livre de microrganismos<br />

que provocam doenças.<br />

Ultimamente a quantidade e a qualidade da<br />

água disponível para consumo humano tem preocupado<br />

as autoridades responsáveis pela coleta e<br />

distribuição.<br />

À medida que a população humana cresce, a<br />

quantidade de água potável torna-se mais escassa.<br />

Durante seu trajeto sobre a terra, a água é sobrecarregada<br />

com detritos naturais e lixo. Isso pode<br />

provocar a contaminação da água por agentes biológicos<br />

ou químicos, prejudiciais à saúde humana.<br />

O esgoto não tratado muitas vezes é<br />

despejado nos rios.<br />

Represa Tapacurá, São Lourenço da Mata, PE.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Mortari<br />

João Prudente/Pulsar Imagens


Contaminação biológica da água<br />

A contaminação biológica ocorre quando o lixo ou o material dos esgotos alcança diretamente<br />

rios e lagos.<br />

As principais doenças que podem ser contraídas pela ingestão de água contaminada são<br />

a amebíase, a febre tifoide, a hepatite e as infecções intestinais em geral. Os micróbios se reproduzem<br />

no corpo doente, sendo eliminados com as fezes, que podem contaminar a água<br />

novamente. Por isso, é necessário tratar a água destinada ao consumo.<br />

Eis algumas medidas para evitar essas doenças:<br />

• quem recebe em casa água não tratada, ou cujo tratamento seja de qualidade duvidosa,<br />

deve ferver por 20 minutos a que será usada para beber e para preparar alimentos. Após<br />

ferver, deixar esfriar e agitar para que ela recupere o ar;<br />

• a água também pode ser esterilizada com o uso de pastilhas de cloro e de permanganato<br />

de potássio, à venda em farmácias e distribuídas em postos de saúde;<br />

• filtrar não esteriliza a água. Apenas as partículas sólidas (areia, barro) são retidas. Só os filtros<br />

com carvão ativado retiram o gosto ruim da água. Esse material se satura e precisa ser<br />

trocado regularmente;<br />

• em caso de suspeita sobre a qualidade da água da torneira, não use a de poço ou bicas,<br />

por mais límpida que pareça, sem que tenha sido examinada recentemente pelo órgão de<br />

saúde pública.<br />

Doenças transmitidas pela contaminação biológica da água<br />

Doença Agente causador Sintomas<br />

Giardíase Giardia lamblia Distúrbios digestivos<br />

Amebíase Entamoeba histolytica Enjoos, vômitos, diarreia,<br />

sangue nas fezes<br />

Esquistossomose Schistossoma mansoni<br />

(penetração pela pele)<br />

Aumento do fígado e baço<br />

(barriga-d’água), perturbações<br />

digestivas sérias<br />

Ascaridíase (lombriga) Ascaris lumbricoides Dores de barriga<br />

Cólera Vibrio cholerae Diarreia intensa, desidratação,<br />

dor abdominal<br />

Febre tifoide Salmonella typhi Dores de cabeça, febre alta,<br />

fraqueza, diarreias<br />

Disenterias bacterianas Bactérias Shigella e pasteurella Febre, dores de cabeça, diarreias<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 127


128<br />

Enchentes<br />

Durante a época das chuvas, muitas cidades do Brasil sofrem com as enchentes. Elas decorrem<br />

de pelo menos três fatores:<br />

• impermeabilização do solo nas cidades;<br />

• ocupação das partes baixas do relevo e das margens dos rios;<br />

• disposição inadequada do lixo, fazendo com que as vias de escoamento de água da chuva<br />

fiquem entupidas.<br />

Nas enchentes, as águas de rios misturam-se às águas de esgotos e fossas, trazendo o risco<br />

de tudo isso ser levado para dentro das casas. Muitas vezes, a água potável acaba sendo contaminada<br />

nos poços e redes de abastecimento.<br />

Nas enchentes, ocorrem muitos casos de febre tifoide, pela contaminação da água com<br />

fezes, como também casos de leptospirose, pela contaminação da água com urina de rato.<br />

Enchente na cidade de Boa Vista, RR, em 2011.<br />

Pense<br />

e responda<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

?!<br />

Por que devemos evitar contato com fontes de água de origem desconhecida?<br />

Para evitarmos o contágio por doenças transmitidas pela água.<br />

Para combater doenças transmitidas pela água, devemos cuidar do ambiente em que vivemos?<br />

Sim. Evitar jogar lixo nos rios. Exigir das autoridades limpeza e tratamento das águas dos rios e esgoto.<br />

Como o município em que você vive é atendido em relação ao saneamento básico?<br />

Resposta Pessoal.<br />

Na sua casa, há cuidados especiais com a água utilizada? E com a higiene dos alimentos?<br />

Resposta Pessoal.<br />

Wilson Dias/ABr


Contaminação química da água<br />

Como a água é capaz de dissolver e carregar as mais<br />

diversas substâncias, o destino de tudo o que está livre<br />

no ambiente pode ser os lagos e os rios, assim como os<br />

reservatórios superficiais e subterrâneos de água.<br />

Os mais importantes contaminantes químicos presentes<br />

em águas superficiais e subterrâneas são os metais<br />

pesados, os agrotóxicos e os combustíveis e solventes.<br />

Os metais pesados – mercúrio, chumbo, cromo, níquel<br />

– são geralmente originados de processos industriais.<br />

Quando absorvidos pelo organismo, eles não são<br />

excretados e se acumulam, causando toxidez crescente.<br />

Os solventes utilizados por indústrias de tinta, de<br />

plástico e de corante, assim como o óleo e o combustível<br />

de automóveis e de postos de abastecimento, mal<br />

conservados, liberados no ambiente são potencialmente<br />

cancerígenos.<br />

Os agrotóxicos carreados para corpos-d’água, geralmente<br />

por causa da aplicação na agricultura, têm efeito<br />

de veneno quando absorvidos pelo organismo.<br />

Também contribui para a contaminação química da<br />

água a sobra de óleo usado no preparo de refeições<br />

que é lançado na pia da cozinha, assim como os remédios<br />

e demais produtos descartados da mesma forma.<br />

Saiba mais<br />

Reuso das águas<br />

Os rios são poluídos por esgoto, produtos<br />

químicos e lixo.<br />

O reaproveitamento ou reúso da água é o processo pelo qual a água, tratada ou não, é<br />

reutilizada para o mesmo ou outro fim. Essa reutilização pode ser direta ou indireta, decorrentes<br />

de ações planejadas ou não.<br />

- Reúso indireto não planejado da água: ocorre quando a água, utilizada em alguma<br />

atividade humana, é descarregada no meio ambiente e novamente utilizada a jusante, em<br />

sua forma diluída, de maneira não intencional e não controlada. Caminhando até o ponto<br />

de captação para o novo usuário, a mesma está sujeita às ações naturais do ciclo hidrológico<br />

(diluição, autodepuração).<br />

- Reúso indireto planejado da água: ocorre quando os efluente depois de tratados são<br />

descarregados de forma planejada nos corpos de águas superficiais ou subterrâneas, para<br />

serem utilizadas a jusante, de maneira controlada, no atendimento de algum uso benéfico.<br />

Mortari<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 129


130<br />

O reuso indireto planejado da água pressupõe que exista também um controle sobre as<br />

eventuais novas descargas de efluentes no caminho, garantindo assim que o efluente tratado<br />

estará sujeito apenas a misturas com outro efluentes que também atendam ao requisitos<br />

de qualidade do reuso objetivado.<br />

- Reuso direto planejado das águas: ocorre quando os efluentes, após tratados, são encaminhados<br />

diretamente do seu ponto de descarga até o local do reuso, não sendo descarregados<br />

no meio ambiente. É o caso com maior ocorrência, destinando-se a uso em indústria<br />

ou irrigação.<br />

- Reciclagem de água: é o reuso interno da água, antes de sua descarga em um sistema<br />

geral de tratamento ou outro local de disposição. Essas tendem, assim como fonte suplementar<br />

de abastecimento do uso original. Este é um caso particular do reuso direto planejado.<br />

Veja dois sites importantes sobre reuso de água.<br />

www.usp.br/cirra - Centro Intermacional de Referência em Reuso de Água<br />

www.abcmac.org.br - Assoc. Bras. de Caotação e Manejo de Água de Chuva<br />

Estação de tratamento de água de Guaraú, SP.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Disponível em:<br />

.<br />

Acesso em: Março/2012.<br />

“ ”<br />

disponível: que pode ser utilizada.<br />

emergem: sobem para a superfície.<br />

escassa: rara, em pequena quantidade.<br />

submergir: mergulhar, afundar em um líquido.<br />

Hely Demutti


Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Dê quatro exemplos que justifiquem a afirmação de que a água é essencial para as atividades<br />

humanas. Matar a sede, plantar, higiene, produção de energia elétrica, transporte.<br />

2. Com o crescimento populacional, o que tem acontecido com a água potável disponível<br />

para consumo humano nos últimos anos? Tem diminuído.<br />

3. Por que podemos afirmar que a água é um ótimo solvente? Dê exemplos de materiais<br />

que se dissolvem na água. A água dissolve diversas substâncias, como sal, açúcar, certos líquidos e também gases.<br />

4. Explique como é possível usar a água de um rio para fornecer energia elétrica a uma<br />

cidade. A pressão da água nas turbinas transforma a energia potencial em energia elétrica.<br />

5. Como seria nossa vida sem energia elétrica? Quais atividades você deixa de realizar<br />

quando há interrupção de energia elétrica em sua casa?<br />

6. Por que um pedaço de rolha de cortiça flutua na água e uma bolinha de gude afunda?<br />

Porque a rolha tem menor densidade que a bola de gude.<br />

7. Como navios, que são tão grandes, podem flutuar na água? Será que um índio aplica o<br />

conceito de densidade para construir seus pequenos barcos?<br />

8. De onde é retirada a água para o consumo da população de grandes cidades? Por que<br />

essa água não é distribuída diretamente para as casas?<br />

9. Por que, quando você mergulha, percebe uma sensação estranha em seus ouvidos?<br />

10. Que afirma o princípio dos vasos comunicantes?<br />

11. Descreva duas aplicações práticas do princípio dos vasos comunicantes.<br />

12. Por que as águas servidas não devem ser lançadas diretamente em rios ou lagos?<br />

13. Como ocorre a contaminação biológica da água de rios e lagos?<br />

14. Que doenças podem ser adquiridas com a ingestão de água biologicamente contaminada?<br />

Cite as principais medidas para se evitar a contaminação biológica da água de rios<br />

e represas. Giardíase, amebíase etc. Evitar o contato com a água contaminada, ferver a água, usar cloro.<br />

15. Por que é comum a ocorrência de epidemias após as enchentes?<br />

16. Dê exemplos de substâncias químicas que, lançadas nos rios, provocam sua contaminação.<br />

17. Quais as principais consequências da contaminação química dos rios?<br />

Sem a energia elétrica não teríamos nenhum<br />

aparelho elétrico.<br />

Densidade é a divisão da massa de um objeto sobre seu volume. Em ambos os casos, o mesmo conceito é usado.<br />

Dos rios, lagos, represas e poços artesianos. Para que se evitem doenças.<br />

É o efeito da pressão da água sobre nosso corpo.<br />

A pressão atmosférica “empurra” igualmente a água nos<br />

vários ramos dos vasos comunicantes e as superfícies do<br />

líquido atingem o mesmo nível.<br />

Caixa-d’água, pia do banheiro e o vaso sanitário são exemplos de aplicações práticas dos vasos comunicantes.<br />

Para evitar a poluição dos rios e contaminação das águas a serem consumidas pela população.<br />

Com o lançamento de esgotos nas suas águas.<br />

Porque águas contaminadas com esgotos, urina de rato entram em contato com as pessoas.<br />

Detergentes, mercúrio, chumbo, adubos e pesticidas.<br />

Esses produtos podem provocar sérios danos à saúde humana, doenças do sistema nervoso, e diversas formas de câncer.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 131


132<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Você sabe como a água chega à sua casa e como é distribuída? Então, mãos à obra.<br />

1. Faça uma pesquisa para saber se ela vem de um poço, bica, açude ou de um encanamento<br />

na rua.<br />

2. Procure saber se a água é tratada, isto é, se passa por algum processo para ficar limpa,<br />

sem microrganismos nocivos à saúde.<br />

3. Descubra qual o caminho que a água percorre em sua casa. Tente fazer um esquema<br />

desse caminho, indicando também as pias, o tanque, o chuveiro. Marque onde estão os<br />

ralos para o escoamento da água.<br />

4. Descubra onde está a caixa de água e quantos litros de água ela armazena.<br />

5. Se na casa há filtro de vela, observe se as velas estão limpas.<br />

6. Descubra onde está o medidor de consumo de água: o hidrômetro. Anote a marcação<br />

do hidrômetro um dia pela manhã e à noite. Assim, saberá quanto de água foi gasto na<br />

sua casa nesse dia.<br />

7. Se a água é encanada, verifique a quantidade de metros cúbicos que é consumida. Um<br />

metro cúbico corresponde a mil litros. Para isso, observe a conta de água. Aproveite<br />

para anotar quanto se paga pela água por mês.<br />

8. Compare a quantidade de água consumida em sua casa com a de seus colegas. Relacione<br />

o consumo com o número de pessoas que vive na residência. Em caso de gasto excessivo<br />

de água, avaliem se ela se justifica. Discutam maneiras de economizar água.<br />

9. Anote as informações e escreva uma redação: “A água na minha casa”. Troque sua redação<br />

com a de um colega e avalie se ele relatou com clareza as observações que fez.<br />

10. Faça, com seu grupo, um cartaz sobre as maneiras de economizar água e coloque o<br />

cartaz no pátio da sua escola.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Ver orientações no Manual do Professor.<br />

A água em sua casa


Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Usamos a água diariamente para muitas finalidades.<br />

Na lista abaixo, existem várias formas de utilização da água. Anote em seu caderno as formas<br />

que você considera que representem desperdício de água e explique por quê.<br />

• Lavar o carro com esguicho.<br />

• Fechar o chuveiro enquanto se ensaboa.<br />

• Escovar os dentes com a torneira aberta.<br />

• Lavar a calçada e quintais com a água usada na lavagem de roupa.<br />

• Deixar a torneira pingando sem conserto.<br />

• Limpar o quintal com vassoura em vez de água.<br />

Observe no cotidiano de sua família situações de desperdício de água. Faça uma campanha<br />

de conscientização dentro de casa.<br />

Se cada um fizer isso em sua família, em breve teremos uma geração que dirá não à falta de<br />

cuidado com um recurso tão precioso.<br />

Se você deixar a verdura de molho antes de lavar<br />

as folhas, vai economizar água.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Mortari<br />

Se você varrer em vez de lavar a calçada, vai economizar água.<br />

Mortari<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 133


134<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Em grupo, entrevistem pessoas de sua comunidade, casa, escola, igreja ou rua para saber<br />

se alguém já teve algumas das doenças assinaladas na tabela de doenças transmitidas<br />

por contaminação biológica da água. Procurem saber como elas ficaram doentes, qual foi a<br />

forma de contágio e os sintomas.<br />

Verifiquem quantas pessoas tiveram cada uma das doenças e marque as que tiveram<br />

mais de uma doença.<br />

Descubram como são tratadas essas doenças.<br />

Com o que foi estudado e com as informações que conseguiram nas entrevistas, façam<br />

cartazes alertando para o risco de se usar água contaminada e expliquem como se prevenir.<br />

Coloquem no mural da escola.<br />

Olhar de<br />

cidadania<br />

Você e seus colegas de turma irão fazer uma simulação. Uma simulação consiste em<br />

representar uma situação real atribuindo papéis às pessoas, que interpretarão um personagem,<br />

defendendo sua opinião.<br />

A história será sobre um debate entre habitantes de uma cidade do litoral sobre a instalação<br />

de uma grande indústria química.<br />

Os alunos deverão escolher nove colegas para interpretarem os seguintes papéis:<br />

Prefeito – É a favor da instalação da indústria, pois ela trará empregos e investimentos<br />

à cidade, permitindo que se façam grandes benefícios com o dinheiro arrecadado<br />

pelos impostos. O prefeito sonha com escolas novas, uma ponte, casas populares e uma<br />

nova prefeitura.<br />

Ativista ambiental – É contra, pois conhece bem a empresa que se instalará. Sabe que<br />

ela não zelará pelo ambiente e isso pode prejudicar a pesca, o turismo e causar problemas<br />

para os animais e plantas da região com o lixo que será despejado no rio e no mar.<br />

Jovem desempregado – Ele sabe que, se a empresa se instalar na cidade, surgirão novos<br />

empregos. Inclusive já conversaram com ele sobre trabalhar lá. Na cidade, os únicos<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água<br />

Ver orientações no Manual do Professor.


empregos que existem são para pescadores ou para atividades em hotéis ou pousadas,<br />

mas mesmo assim não há vagas.<br />

Dono de hotel – Contra. Apesar de entender que a indústria pode trazer avanços<br />

para a cidade, sabe que a poluição que ela pode causar atrapalhará o seu trabalho. Os<br />

turistas não visitarão mais a cidade se as lindas praias ficarem poluídas.<br />

Representante da indústria – Sem dúvida nenhuma, a favor. Sua função é defender<br />

a empresa, mostrando argumentos sobre as vantagens de a fábrica se instalar lá.<br />

Ele demonstrará que a empresa zela pelo meio ambiente e apresentará os benefícios<br />

que está disposta a trazer, como a montagem de uma escola técnica para os jovens<br />

da cidade.<br />

Médico – O médico da cidade entra no debate contra a instalação da empresa.<br />

Ele conhece os produtos químicos que serão lançados nas águas e no ar e prevê um<br />

aumento das doenças de pulmão e provável intoxicação dos habitantes por conta da<br />

água contaminada.<br />

Pescador 1 – A favor. Cansado de trabalhar com pesca, pois cada dia tem que ir<br />

mais longe para encontrar algum cardume de peixes. Ele pensa em trabalhar na indústria<br />

e largar a pesca.<br />

Pescador 2 – Contra. Sua família é de pescadores. Seu bisavô, seu avô, seu pai e<br />

ele sempre foram pescadores. Só sabe fazer isso e ama esse trabalho. Teme que, se a<br />

indústria se instalar, os peixes, que já são poucos, desaparecerão.<br />

Moderador – O responsável pelo debate. Ele cuidará para que todos exponham<br />

organizadamente suas opiniões e seus motivos. Ele não julgará nada nem dará sua<br />

opinião. Ele é o organizador e criará uma ordem para o debate.<br />

O debate deverá ocorrer numa determinada ordem, com cada um expondo suas<br />

opiniões. Depois começará o debate com o moderador permitindo a cada um contestar<br />

a opinião do outro. Cada debatedor terá um tempo. O ideal é que o debate dure um<br />

tempo definido. Combinem com o professor.<br />

Depois de encerrado o debate, os alunos farão uma votação para aprovar ou desaprovar<br />

a instalação da indústria. Cada aluno escreverá o seu voto em um papel, argumentando<br />

contra, se não quiser a instalação, e a favor, se concordar que a empresa<br />

deve se instalar na cidade.<br />

Contam-se os votos e divulga-se o resultado.<br />

Cada aluno deverá elaborar uma pequena redação, explicando seus pontos de vista<br />

e por que acha que os colegas escolheram aquele resultado.<br />

UNIDADE 3 • terra: planeta água 135


Unidade<br />

O ar<br />

Getty Images<br />

4<br />

Deus me deu por gaiola a imensidade:<br />

Não me roubes a minha liberdade...<br />

Quero voar! voar! ...<br />

Olavo Bilac<br />

AbleStock


138<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

11<br />

Como o ar se comporta?<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes<br />

Não podemos vê-lo nem sentir seu gosto.<br />

Não podemos pegá-lo entre as mãos.<br />

Não podemos viver sem ele!<br />

Que personagem misterioso é esse que move as folhas das árvores, levanta poeira e<br />

papéis, faz as bandeiras tremularem, faz voar o meu chapéu?<br />

Quem empurra os barcos a vela, que sustenta o voo das aves, permite o voo da asa-delta,<br />

faz pousar o paraquedas, mantém a pipa no ar, faz o cata-vento girar?<br />

Mortari<br />

Fotos: AbleStock


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Você sabe do que estamos falando?<br />

Sabe onde ele existe? Sabe do que ele é feito?<br />

Por que não podemos viver sem ele?<br />

Precisamos pagar para usá-lo?<br />

O que é atmosfera?<br />

Analise<br />

os experimentos<br />

Para estudar o que não podemos ver, podemos fazer alguns experimentos, como os que mostramos<br />

nas fotos que seguem.<br />

Experimento 1<br />

A. Amassamos um pedaço de papel e<br />

colocamos no fundo de um copo.<br />

Depois, enchemos um recipiente<br />

com água e nele mergulhamos o<br />

copo, com a boca para baixo.<br />

1. O papel no fundo do copo molhou?<br />

2. Por que isso acontece?<br />

Mortari<br />

Não.<br />

O copo está cheio de ar e<br />

não deixa a água entrar.<br />

B. Inclinamos o copo, a água subiu, mas<br />

não molhou o papel.<br />

3. Por que isso acontece?<br />

Ainda há ar dentro do<br />

copo.<br />

4. O que acontecerá se inclinarmos o<br />

copo um pouco mais?<br />

O ar vai sair e subir para a superfície. A água vai entrar no<br />

copo e molhar o papel.<br />

Mortari<br />

UNIDADE 4 • o ar 139


140<br />

Experimento 2<br />

Uma seringa tem duas partes: o corpo e<br />

o êmbolo. O êmbolo desliza por dentro do<br />

corpo da seringa.<br />

Nós puxamos o êmbolo e depois o empurramos<br />

até o fim.<br />

Em seguida, puxamos o êmbolo novamente<br />

e, depois, tampamos a seringa com o dedo e<br />

não conseguimos empurrar o êmbolo.<br />

Experimento 3<br />

Colocamos uma garrafa emborcada na água de uma vasilha.<br />

Depois, enfiamos uma borracha na garrafa e assopramos.<br />

O nível da água dentro da garrafa abaixou e o nível da água na vasilha subiu.<br />

Explique por que isso aconteceu.<br />

Quando assopramos ar na garrafa, ele subiu, ocupou o fundo da garrafa e fez a água sair.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

Mortari<br />

1. O que entrou na seringa quando puxamos<br />

o êmbolo?<br />

2. Quando empurramos o êmbolo, ele deslizou<br />

até o fim do corpo da seringa. Por<br />

Porque expulsamos o ar de dentro do<br />

quê? corpo da seringa.<br />

3. Quando tampamos a seringa, não conseguimos<br />

empurrar o êmbolo. Por quê?<br />

Entrou ar quando puxamos o êmbolo.<br />

O ar não permitiu o movimento do êmbolo.<br />

Se você não conseguir responder a essas perguntas, experimente fazer esses experimentos<br />

e depois relate o ocorrido.<br />

Mortari<br />

Cícero Soares


O ar ocupa espaço<br />

Olhando à nossa volta, não vemos o ar, mas podemos afirmar que todo lugar “vazio” está<br />

cheio de ar. Um pedaço de pão, uma fatia de queijo, um chumaço de algodão, uma esponja<br />

têm espaços “vazios”. Se você mergulhar esses materiais numa vasilha com água, vai perceber<br />

as bolhas de ar que se soltam desses espaços à medida que vão sendo preenchidos pela água.<br />

Esponja de plástico mergulhada na água.<br />

Todo lugar que parece vazio está cheio de ar. Portanto, o ar ocupa lugar no espaço!<br />

Esse lugar não pode ser ocupado, ao mesmo tempo, por outra coisa.<br />

O ar ocupa sempre o mesmo espaço?<br />

Para colocar ar na seringa,<br />

puxamos o êmbolo. O ar entra e<br />

ocupa um certo volume.<br />

Para aprisionar o ar dentro da<br />

seringa, basta fechar sua ponta<br />

com o dedo.<br />

Ao empurrar o êmbolo, diminuímos<br />

o espaço ocupado pelo<br />

ar e ele passa a ocupar um volume<br />

menor. Dizemos que o ar está<br />

comprimido.<br />

Ao soltar o êmbolo, ele é em-<br />

Ar comprimido<br />

purrado pelo ar comprimido. O ar<br />

volta a ocupar o volume inicial.<br />

volume inicial<br />

ocupado pelo ar ar comprimido<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Mortari<br />

o ar volta a ocupar o<br />

volume inicial<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 4 • o ar 141


142<br />

O ar, também, pode se expandir.<br />

Isso acontece quando puxamos<br />

o êmbolo e o ar passa a ocupar um<br />

volume maior.<br />

Ao soltar o êmbolo, ele é em<br />

purrado pelo ar de fora e retorna à<br />

posição inicial. O ar volta a ocupar<br />

o mesmo volume de antes.<br />

O ar exerce pressão por todos os lados de todos os corpos com os quais está em contato.<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

Uma mesma quantidade de ar pode ocupar diferentes volumes.<br />

Essa propriedade é chamada de elasticidade do ar.<br />

O ar exerce pressão<br />

Quando pressionamos o êmbolo,<br />

comprimimos o ar e ele exerce pressão<br />

sobre as paredes da seringa. Nesse caso,<br />

a pressão exercida pelo dedo é maior<br />

do que a pressão do ar comprimido.<br />

Quando soltamos o êmbolo, ele<br />

volta para a posição inicial porque é<br />

empurrado pela pressão do ar comprimido.<br />

Nesse caso, a pressão do ar<br />

comprimido é maior do que a pressão<br />

fora da seringa.<br />

Ao puxar o êmbolo, o ar se expande<br />

dentro da seringa e fica rarefeito.<br />

Ao soltar o êmbolo, ele retorna à posição<br />

inicial, empurrado pelo ar que está<br />

à sua volta. O ar fora da seringa exerce<br />

pressão, que é maior do que a exercida<br />

pelo ar rarefeito dentro da seringa!<br />

volume inicial<br />

ocupado pelo ar<br />

pressão do dedo<br />

pressão do ar comprimido<br />

Ar rarefeito<br />

ar rarefeito<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

o ar volta a<br />

ocupar o<br />

volume inicial<br />

pressão do ar fora da seringa<br />

pressão do ar comprimido<br />

Cícero Soares<br />

Cícero Soares


Saiba mais<br />

Ar comprimido e ar rarefeito<br />

Pneus de carros, caminhões e aviões contêm ar comprimido.<br />

Esse ar faz pressão sobre a borracha de que é<br />

feito o pneu, e ela se torna dura e elástica. Essa pressão<br />

sustenta o peso do veículo e amortece os impactos. Se o<br />

pneu fosse de um material não elástico, uma simples pedra<br />

poderia provocar impactos no veículo em movimento.<br />

O ar comprimido é usado para outras finalidades: encher<br />

bolas e barcos infláveis, acionar buzinas e freios,<br />

movimentar instrumentos e brinquedos.<br />

O ar rarefeito é encontrado a grandes altitudes. Em<br />

La Paz, capital da Bolívia, o ar é rarefeito porque essa é<br />

uma das cidades mais altas do mundo: ela está situada<br />

a 3800 metros de altitude. Os visitantes se sentem mal<br />

quando chegam a essa cidade. Depois de alguns dias,<br />

melhoram porque a quantidade de glóbulos vermelhos<br />

do sangue aumenta e favorece o transporte de oxigênio<br />

disponível no ar.<br />

Alterando a pressão do ar<br />

Mergulhador.<br />

Se enchermos de ar um balão de borracha, aumentaremos sua pressão interna. Quanto<br />

mais ar colocamos, maior a pressão. O balão arrebenta quando a pressão do ar dentro dele<br />

vence a resistência da borracha.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

A pressão do ar aumenta dentro de um recipiente quando aumenta a<br />

quantidade de ar em seu interior.<br />

Florida Aquarium/NYT Photos<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 4 • o ar 143


144<br />

A pressão do ar dentro de um recipiente também varia com a temperatura. Assim, se fecharmos<br />

a boca de um frasco com um balão e aquecermos o frasco, o ar aquecido se expande e<br />

enche o balão. Colocando-se gelo ao redor do frasco, o ar esfria, contrai-se, diminui a pressão<br />

e o balão esvazia.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

Variação da pressão com a temperatura<br />

A pressão do ar aumenta quando sua temperatura aumenta.<br />

A pressão do ar diminui quando sua temperatura diminui.<br />

Colocamos um balãozinho de borracha dentro de uma seringa.<br />

Em seguida, empurramos o êmbolo.<br />

O ar que está na seringa é comprimido, exerce maior pressão sobre o balãozinho e ele<br />

diminui de tamanho. O ar dentro dele também fica comprimido.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Cícero Soares<br />

Cícero Soares


Agora observe o que acontece quando puxamos o êmbolo.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

1. Nesse caso, o ar dentro da seringa passa a ocupar mais ou menos espaço?<br />

2. Esse ar fica comprimido ou rarefeito? O ar fica rarefeito.<br />

3. A pressão sobre o balãozinho aumenta ou diminui?<br />

4. O ar dentro do balãozinho fica comprimido ou rarefeito?<br />

A pressão do ar diminui quando aumenta o volume por ele ocupado.<br />

A pressão do ar aumenta quando diminui o volume por ele ocupado.<br />

Saiba mais<br />

A pressão sobre o balãozinho diminui.<br />

Cícero Soares<br />

O ar passa a ocupar<br />

mais espaço.<br />

O ar dentro do balãozinho fica rarefeito.<br />

Conquistando os céus: o que é um balão de ar quente<br />

O ar, quando aquecido, torna-se menos denso, podendo dessa forma se elevar. Para nós,<br />

leigos, o ar parece bastante leve, porém esse é um conceito errado. Um metro cúbico de ar<br />

pesa, em condições normais de temperatura e pressão, 1,25 kg. Um típico balão de quatro<br />

passageiros tem 2 180 metros cúbicos (modelo AX7) e contém aproximadamente 2,6 ton.<br />

antes de aquecido. Quando aquecido, o ar dilata, e parte sai pela boca do balão. Os equipamentos,<br />

junto com os passageiros, pesam aproximadamente 600 kg, e esse é o peso que<br />

deve ser expelido do “envelope“ para que ele possa voar (princípio de Arquimedes). Neste<br />

exemplo, a temperatura é 100° C, uma temperatura típica.<br />

Num balão moderno de ar quente, uma grande massa de ar é contida por um “envelope”<br />

feito de nylon tratado, um tecido resistente, leve e pouco poroso. A vida útil de um envelope<br />

normal é de 200 a 300 horas de voo, chegando hoje a 600, dependendo dos materiais usados.<br />

O propano líquido (gás usado para o balonismo, por ser o de maior pressão) sobe até a<br />

válvula do maçarico de onde será liberado quando necessário. Existem três saídas para o gás.<br />

A primeira pelo piloto: uma chamazinha pequena que está sempre acesa, alimentada apenas<br />

UNIDADE 4 • o ar 145


146<br />

por vapor, servindo de “piloto” para a segunda saída, alimentada por propano líquido, que evapora<br />

ao passar pela serpentina, aquecida pela chama, aumentando a eficiência da queimada.<br />

A primeira é para alimentar o piloto; sendo assim, deve deixar que passe apenas o vapor,<br />

por isso está localizada na parte superior do cilindro, tendo apenas um orifício com<br />

uma válvula de conexão para a mangueira do piloto.<br />

A segunda saída é a de propano líquido e, para isso, tem um “pescador” (tubo que vai<br />

até o fundo do cilindro), podendo dessa forma utilizar todo o gás.<br />

A terceira e última saída é a válvula de segurança, também utilizada durante o abastecimento,<br />

quando é aberta para deixar o vapor sair, permitindo que o propano líquido entre<br />

com mais facilidade, quando começa a sair o gás líquido é porque já está cheio, de acordo<br />

com a capacidade do cilindro. Essa válvula de segurança tem um pequeno “pescador” que<br />

vai até o limite onde o gás deveria chegar, para não colocar excesso de pressão no cilindro.<br />

Temos dois tipos básicos de cestos: o flexível (feito de vime) e o rígido (feito de fibra<br />

de vidro, ferro etc.). O cesto é preso no envelope com cabos que dão a volta por baixo do<br />

cesto, e são ligados aos cabos de aço vindos do balão.<br />

Varas de náilon conectadas ao cesto dão sustentação ao maçarico quando o balão está no<br />

solo. Quando em voo, essas varas são dispensáveis, pois o que dá sustentação são os cabos<br />

de aço. O cesto rígido perdeu espaço para o flexível, uma vez que amortece o choque de um<br />

pouso mais conturbado. Esses cestos são feitos de vime, um material bastante resistente.<br />

No cesto temos, além dos bujões de gás, os instrumentos,<br />

que são basicamente o altímetro e o<br />

variômetro, que informam com bastante precisão<br />

quando o balão está subindo ou descendo. Ainda<br />

há o termômetro interno, que fica na parte superior<br />

do envelope, indicando a sua temperatura (que<br />

não deve ultrapassar em muito os 120° C).<br />

Disponível em: .<br />

Acesso em: Março/2012.<br />

“<br />

Em outras<br />

”<br />

palavras<br />

aprisionar: prender.<br />

comprimido: apertado, reduzido a um volume menor.<br />

expandir: dilatar, ampliar, espalhar.<br />

rarefeito: ralo, pouco concentrado.<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

Balão.<br />

AbleStock


Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Colocamos água em um tubo sem enchê-lo totalmente. Tampamos o tubo com o dedo.<br />

Colocamos esse tubo dentro de outro vidro com água.<br />

Depois, colocamos esse conjunto em um vidro maior e fechamos com um pedaço de borracha.<br />

coluna de<br />

água sobe<br />

Cícero Soares<br />

Cícero Soares<br />

Em seguida, empur<br />

ramos a borracha e vemos<br />

que a coluna de<br />

água sobe dentro do<br />

tubo. Depois, puxamos<br />

a borracha e vemos que<br />

a coluna de água desce<br />

dentro do tubo.<br />

coluna de<br />

água desce<br />

1. Quando empurramos a borracha, a coluna de água<br />

sobe. Por quê?<br />

2. Quando puxamos a borracha, o ar dentro do vidro passa<br />

a ocupar maior ou menor espaço?<br />

3. O que acontece com a pressão do ar nessa situação?<br />

4. O que acontece com a coluna de água dentro do tubo?<br />

A coluna de água desce.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

A pressão do ar dentro do vidro aumenta e empurra o líquido.<br />

Cícero Soares<br />

O ar passa a ocupar maior espaço.<br />

A pressão do ar diminui.<br />

UNIDADE 4 • o ar 147


148<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Embora não possamos ver o ar, sabemos que ele existe. Dê três exemplos de fenômenos<br />

que confirmam isso.<br />

2. Existe ar no solo? Como você poderia demonstrar isso?<br />

3. O ar ocupa lugar no espaço? Como você poderia demonstrar isso?<br />

4. É possível aprisionar o ar?<br />

5. O que é elasticidade do ar?<br />

6. Como você explica a sustentação de uma coluna de água dentro de um tubo de vidro<br />

emborcado sobre uma bacia cheia de água?<br />

7. O que acontece com a coluna de água da questão anterior:<br />

a) quando a pressão atmosférica aumenta?<br />

b) quando a pressão atmosférica diminui?<br />

8. Como você pode aumentar a pressão do ar contido em um recipiente fechado?<br />

9. O pneu do carro achatou quando foi furado por um prego. Por que os pneus de um carro<br />

“amolecem” quando isso acontece? Porque o ar escapa pelo furo e a borracha do pneu fica sem pressão.<br />

10. Quando é necessário encher mais os pneus dos carros: em dias muito frios ou em dias<br />

muito quentes? Justifique.<br />

11. Os pássaros voam. Nós construímos máquinas para realizar essa atividade. Por que não<br />

voamos como os pássaros?<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

O vento, que é ar em movimento. Amassar uma esponja em água. Soprar com canudo<br />

num copo com água. Encher um balão. Lançar um avião de papel.<br />

Sim. Basta colocar água em uma vasilha com terra: veremos bolhas de ar saindo da terra.<br />

Sim. Podemos comprovar isso com o experimento do copo emborcado na água.<br />

Sim.<br />

É a propriedade que o ar tem de ser comprimido.<br />

A pressão do ar sobre a água é maior do que a pressão da coluna de água dentro do tubo.<br />

Aumentando a temperatura do ar.<br />

Sobe o nível da coluna de água.<br />

Desce o nível da coluna de água.<br />

Em dias muito frios, porque o ar diminui de volume e consequentemente a pressão do ar dentro dos pneus é reduzida.<br />

Os pássaros têm muitas adaptações para o voo e nós, não.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Pesquisem o mito de Ícaro.<br />

Depois, façam uma história em quadrinhos mostrando o que esse mito conta.<br />

Afixem no mural da sala de aula a história que criaram.


<strong>Capítulo</strong><br />

12<br />

Uma camada de ar envolve o planeta<br />

O gás ozônio, situado entre 10 e 50 km da superfície da Terra, funciona como um fi ltro<br />

solar, protegendo os seres vivos dos danos causados pela radiação ultravioleta do Sol.<br />

Porém, alguns gases usados em geladeiras, condicionadores de ar, sprays etc. combinam-se<br />

com o ozônio. Como consequência dos vazamentos ou lançamentos desses gases<br />

na atmosfera, esse escudo protetor diminui de espessura e as radiações ultravioleta passam<br />

a atingir mais intensamente a superfície da Terra. O resultado é que uma quantidade<br />

muito maior de raios ultravioleta chega à Terra, provocando efeitos nocivos para a vida.<br />

A cada ano, a espessura da camada diminui sobre a Antártida, onde há uma região<br />

de concentração baixa de ozônio. O problema é que nessa parte do globo, em razão das<br />

temperaturas baixas e da presença de nuvens polares estratosféricas, há maior retenção<br />

de gases que destroem o ozônio.<br />

Em uma convenção das Nações Unidas, fi cou estabelecido que os gases que causam<br />

a destruição do ozônio precisam ser substituídos completamente em todos os países, o<br />

que, de fato, vem acontecendo.<br />

A área de ozônio com baixa densidade cobre a Antártica. Foto de 2007, feita pela NASA.<br />

NYT Photos<br />

UNIDADE 4 • o ar 149


150<br />

Trocando<br />

ideias<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

!<br />

A camada de ozônio faz parte da camada de ar que envolve a Terra. Que camada é essa?<br />

Essa camada é a atmosfera.<br />

Essa camada chega até a Lua? Não, ela termina muito antes.<br />

A atmosfera é sempre igual, desde a superfície do planeta até as grandes altitudes?<br />

Não, o ar da atmosfera vai se tornando cada vez mais rarefeito.<br />

A atmosfera<br />

A camada de ar que envolve o planeta é a atmosfera. Ela tem quilômetros de altura. O ar<br />

da atmosfera é mais concentrado perto da superfície da Terra e vai se tornando cada vez mais<br />

rarefeito até que, em grandes altitudes, praticamente não existe.<br />

Os cientistas dividiram a atmosfera em camadas, de acordo com a altitude, a temperatura<br />

e a composição do ar.<br />

Troposfera<br />

Começa no solo e chega até 10 quilômetros de altitude.<br />

Nessa camada o ar está mais denso. Nela ocorrem os principais fenômenos meteorológicos,<br />

como as chuvas, os ventos, os furacões e as nevascas.<br />

A troposfera influi no clima do planeta e, dela, os seres vivos retiram o oxigênio para a respiração<br />

celular e as plantas retiram o gás carbônico para a fotossíntese.<br />

Na troposfera está o Monte Everest, com quase 9 quilômetros de altitude. Nela circulam os<br />

aviões não supersônicos e os balões.<br />

Estratosfera<br />

Essa camada vai de 10 a 50 quilômetros de altitude. Nela o ar é bastante rarefeito, com<br />

quantidade mínima de oxigênio e nitrogênio e há maior concentração de ozônio, formando-se<br />

a camada de ozônio.<br />

Nessa camada voam os aviões supersônicos e os balões meteorológicos.<br />

Mesosfera<br />

Com cerca de 30 quilômetros de espessura, a mesosfera chega a 80 quilômetros de altitude.<br />

É a região mais fria da atmosfera.<br />

Termosfera<br />

Essa camada começa aos 80 quilômetros de altitude e vai se dissipando entre 600 e 1000<br />

quilômetros; nela ocorre o bombardeamento de raios cósmicos vindos do espaço exterior.<br />

Exosfera<br />

Começa por volta dos 800 quilômetros de altitude e se perde no espaço. Nessa camada<br />

estão os satélites de retransmissão das ondas telefônicas e de televisão. Aí circulam, também,<br />

os satélites que monitoram o clima da Terra, colaboram nas pesquisas dos recursos terrestres,<br />

fiscalizam as queimadas etc.


500 km<br />

80 km<br />

50 km<br />

12 km<br />

exosfera<br />

termosfera<br />

mesosfera<br />

estratosfera<br />

troposfera<br />

foguete<br />

camada de ozônio<br />

Camadas da atmosfera<br />

Monte Everest<br />

satélite<br />

balão meteorológico<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

A pressão varia com a altitude?<br />

A atmosfera vai se tornando mais rarefeita à medida que nos<br />

afastamos da superfície terrestre. Isso quer dizer que uma garrafa<br />

destampada contém menos ar em altas altitudes do que na superfície<br />

terrestre.<br />

Nessa subida, a pressão atmosférica vai diminuindo. Por isso, um<br />

balão, conforme vai subindo, vai aumentando de tamanho porque encontra<br />

ar cada vez mais rarefeito. Quanto mais rarefeito o ar, menor é<br />

a pressão que ele exerce sobre o balão. O ar contido dentro do balão<br />

exerce pressão sobre suas paredes, de dentro para fora. Assim, a pressão<br />

fora do balão vai ficando menor que a de dentro. O ar de dentro<br />

do balão empurra suas paredes, provocando o aumento de tamanho.<br />

A pressão atmosférica no alto de uma montanha é menor do<br />

que no nível do mar. É por isso que sentimos pressão sobre os ouvidos<br />

quando descemos uma serra de ônibus ou automóvel, pois a<br />

pressão do ar aumenta e empurra os tímpanos – membranas que<br />

temos dentro da orelha. Isso provoca uma sensação desagradável e<br />

parece que ficamos um pouco surdos!<br />

raios cósmicos<br />

explosão nuclear<br />

1000º C<br />

– 95º C<br />

– 5º C<br />

– 60º C<br />

ºC<br />

Cícero Soares<br />

Diminuição da<br />

pressão com a altitude<br />

menor pressão<br />

balão maior<br />

maior pressão<br />

balão menor<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 4 • o ar 151


152<br />

Do que é feita a atmosfera?<br />

A composição da atmosfera varia muito conforme a altitude. Porém, nas camadas inferiores,<br />

é possível determinar a proporção de cada um dos componentes dessa mistura de gases.<br />

Os gases mais abundantes na atmosfera são o nitrogênio e o oxigênio, mas dela fazem<br />

parte também o gás carbônico, o vapor de água e outros gases.<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

Cores-fantasia.<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

Quantidade de gases do ar<br />

nitrogênio oxigênio gás carbônico e outros gases<br />

1. Observe o gráfico acima e diga qual é o gás presente em maior quantidade na atmosfera?<br />

Nitrogênio.<br />

2. Quantas partes de oxigênio existem em 100 partes de ar? 21 partes.<br />

3. Quais os componentes em menor parte na atmosfera? Gás carbônico e outros gases.<br />

Cícero Soares


Seres vivos e atmosfera<br />

A maioria dos seres vivos absorve gás oxigênio da atmosfera e libera gás carbônico. Os seres<br />

vivos fotossintetizantes, além disso, sob luz, absorvem gás carbônico e eliminam gás oxigênio.<br />

É por causa dos seres fotossintetizantes, principalmente das algas marinhas, que o oxigênio da<br />

atmosfera é sempre renovado.<br />

gás carbônico<br />

atmosfera<br />

animais e seres fotossintetizantes<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Saiba mais<br />

Trocas gasosas dos seres vivos e a atmosfera<br />

oxigênio<br />

gás carbônico<br />

Preservação da Floresta Amazônica<br />

atmosfera<br />

seres fotossintetizantes em<br />

presença de luz<br />

A preocupação com a proteção do meio ambiente recebe grande destaque nos jornais e<br />

na televisão. Em meio aos esforços de proteção da Amazônia, costumamos ouvir que essa<br />

região, ocupada principalmente pela floresta, é o pulmão do mundo. Com isso querem dizer<br />

que as árvores produzem o oxigênio de que os seres vivos precisam para viver.<br />

É verdade que a floresta produz uma enorme quantidade de oxigênio pela fotossíntese.<br />

Mas todo esse oxigênio é consumido no processo respiratório das plantas e outros organismos<br />

das florestas, dia e noite.<br />

Os principais produtores de oxigênio são as algas marinhas que formam o fitoplâncton.<br />

A taxa de fotossíntese delas é muito maior do que a respiração.<br />

Muitos outros argumentos podem ser usados para preservar a maior floresta tropical do<br />

mundo. Uma delas é a riqueza em biodiversidade, pois a Amazônia é o maior reservatório<br />

de espécies do mundo, sendo que muitas delas ainda são desconhecidas.<br />

Além disso, a evapotranspiração das plantas da Floresta Amazônica influi na umidade<br />

do ar do planeta inteiro e sua destruição terá consequências imprevisíveis.<br />

oxigênio<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 4 • o ar 153


Fotos reproduzidas em escalas diferentes<br />

154<br />

Combustão<br />

Se você colocar um copo sobre uma vela, logo ela se apaga. A combustão consome o oxigênio<br />

do ar que está dentro do copo. Quando esse gás acaba, o fogo apaga.<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

O material que queima é o combustível. O oxigênio que alimenta a queima é o comburente.<br />

A combustão é, portanto, uma reação entre o oxigênio e um combustível. Essa reação libera<br />

energia sob a forma de calor e luz.<br />

Quando abanamos as brasas do carvão, aumentamos a quantidade de oxigênio no local da<br />

queima, o que ativa o fogo. Ao contrário, se você abafar o fogo com um cobertor molhado ou<br />

jogar terra em cima, estará diminuindo a quantidade de oxigênio no local da queima e, consequentemente,<br />

o fogo se apagará.<br />

Voando na atmosfera<br />

O voo dos pássaros despertou nas pessoas a vontade de voar.<br />

AbleStock<br />

Uma das primeiras maneiras de o ser humano voar foi em<br />

balões cheios de ar quente.<br />

Cícero Soares<br />

Don Melvin/NYT Photos


Fotos reproduzidas em escalas diferentes<br />

Os balões dirigíveis têm forma alongada para facilitar o deslocamento.<br />

A direção a ser seguida é determinada pela posição do leme.<br />

Rick Mckay/NYT Photos<br />

Motores leves e potentes aperfeiçoaram as<br />

“máquinas de voar”.<br />

Em 1906, o brasileiro Santos Dumont foi o primeiro a voar em uma máquina mais pesada<br />

do que o ar. Com seu avião 14-Bis, percorreu uma distância de mais de 60 m, a 6 m de altura,<br />

na cidade de Paris.<br />

Em pouco tempo, o avião tor-<br />

Forças que atuam sobre um avião<br />

nou-se um dos mais importantes<br />

meios de transporte. Durante a<br />

Primeira Guerra Mundial (1914-<br />

Rodando na pista<br />

sustentação<br />

-1918), passou por grandes aperfeiçoamentos,<br />

pois se tratava de<br />

tração<br />

arma poderosa que permitia o<br />

deslocamento de tropas e armamentos<br />

a grandes distâncias.<br />

Sabe-se que Santos Dumont não<br />

resistência<br />

aprovava a utilização de sua in-<br />

gravidade<br />

venção com finalidade de guerra.<br />

O grande inventor morreu<br />

antes de poder acompanhar os<br />

benefícios de sua “máquina de<br />

voar” em tempos de paz.<br />

Sobre um avião atuam quatro<br />

forças.<br />

decolagem<br />

• Tração: força que depende<br />

do motor do avião e o impulsiona<br />

para a frente.<br />

• Gravidade: força que puxa o<br />

avião para baixo.<br />

• Sustentação: força que mantém<br />

o avião no ar.<br />

• Resistência: força contrária<br />

ao movimento do avião.<br />

Dessas quatro forças, a sustentação<br />

e a resistência são<br />

causadas pelo ar.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

durante o voo<br />

NYT Photos<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 4 • o ar 155


156<br />

Quando o avião está rodando sobre a pista, a sustentação<br />

é igual à gravidade. Ele se desloca para a frente porque a<br />

força de tração é maior do que a resistência ao avanço.<br />

Na decolagem, a sustentação fica maior do que a força da<br />

gravidade e a tração, maior do que a resistência.<br />

Durante o voo, a sustentação fica igual à gravidade; a tração<br />

continua maior do que a resistência.<br />

Como se explica a força que sustenta o avião no ar? Você já<br />

deve ter percebido que a asa do avião é levemente inclinada: a<br />

parte da frente fica um pouco mais alta do que a de trás. Compare<br />

a asa de um avião com uma pipa. O mecanismo de sustentação<br />

da pipa no ar e da asa do avião é praticamente o mesmo.<br />

Quando o avião se desloca, a parte de baixo das asas empurra<br />

o ar para baixo. Esse deslocamento de ar empurra o<br />

avião para cima. É a mesma coisa que acontece quando se empina<br />

uma pipa.<br />

Os primeiros aviões, com asas muito finas, feitas de pano,<br />

mantinham-se no ar justamente por esse mecanismo. Suas<br />

asas ficavam ligeiramente inclinadas para cima.<br />

Mas os aviões modernos são revestidos de alumínio e têm<br />

asas mais grossas. Você já deve ter notado que essas asas são encurvadas na parte de cima e praticamente<br />

planas na parte de baixo. Dessa forma, a extensão da face superior é um pouco maior<br />

do que a da face inferior.<br />

Compare os movimentos<br />

do ar em torno da asa<br />

do avião com o que acontece<br />

quando o menino assopra<br />

a tira de papel.<br />

Quando o menino assopra<br />

sobre a tira de papel,<br />

provoca uma corrente de ar.<br />

Dessa forma, o ar se desloca<br />

mais rapidamente sobre<br />

o papel do que na parte de<br />

baixo. Com isso, a pressão<br />

acima do papel torna-se menor<br />

do que a pressão abaixo<br />

dele: a tira é então empurrada<br />

para cima. Com a asa<br />

do avião acontece o mesmo:<br />

o ar que passa por cima se<br />

desloca com maior velocidade<br />

do que o ar que passa por<br />

baixo. A maior pressão na<br />

face inferior da asa provoca<br />

a subida do avião.<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

O tirante, ou cabresto, mantém<br />

a pipa inclinada e virada contra<br />

o vento. O movimento da pipa<br />

empurra o ar para baixo e este<br />

empurra a pipa para cima.<br />

AbleStock<br />

Cícero Soares


Dirigindo um avião de papel<br />

Você certamente sabe fazer vários tipos<br />

de avião de papel. Embora eles geralmente<br />

não possuam lemes, é possível conseguir<br />

que façam uma curva, um planado mais<br />

longo ou que sejam mais rápidos. Basta<br />

modificar a posição da ponta das asas.<br />

Observe as ilustrações e faça um teste.<br />

Com criatividade, você poderá projetar<br />

novos modelos, incluir outras alterações<br />

e, com treino, poderá dirigir os aviões de<br />

papel conforme sua vontade.<br />

Aviões a jato<br />

Durante a Segunda Guerra Mundial,<br />

que terminou em 1945, um novo tipo de<br />

motor foi desenvolvido: o motor de reação.<br />

Com o uso desse motor, foi possível<br />

construir aviões que ultrapassavam os<br />

1200 quilômetros por hora.<br />

Como funciona esse motor de reação?<br />

Lembre-se de quando você enche um balão<br />

de borracha: o ar aprisionado dentro<br />

do balão exerce pressão sobre as paredes<br />

em todos os sentidos. Ao soltar o bico do<br />

balão, o ar sai e o balão se desloca no sentido<br />

oposto.<br />

Nos aviões a jato, o motor de reação<br />

provoca uma situação parecida com a do<br />

balão de borracha. Nesse motor, o combustível é lançado dentro de uma câmara e misturado<br />

com o ar. A queima do combustível forma grande quantidade de gases, que saem com muita<br />

velocidade por uma abertura na parte traseira do motor.<br />

Ao soltar o bico do balão, ele se desloca no sentido oposto à saída do ar.<br />

Avião de papel<br />

Dobre a ponta vermelha para cima e, depois, para baixo e veja se a<br />

trajetória se modifica.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Cícero Soares<br />

Ilustrações: Cícero Soares<br />

UNIDADE 4 • o ar 157


158<br />

Em outras<br />

palavras<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

”<br />

dissipando: tornando mais ralo, menos concentrado.<br />

espessura: grossura.<br />

ozônio: gás que barra a entrada de excesso de raios ultravioleta.<br />

1. Qual o nome da camada de ar que envolve a Terra?<br />

Atmosfera.<br />

2. Por que não é possível determinar exatamente onde acaba a atmosfera?<br />

Porque ela vai se tornando rarefeita pouco a pouco.<br />

3. Uma garrafa “vazia”, aberta, contém mais ar ao nível do mar ou a 10 mil metros de<br />

altitude? Por quê?<br />

Ao nível do mar, porque a 10 mil metros o ar é rarefeito.<br />

4. Por que podemos considerar a estratosfera como um filtro protetor para os seres<br />

vivos?<br />

Nessa camada está a camada de ozônio, que filtra os raios ultravioleta da luz solar.<br />

5. Explique de que maneira certas atividades industriais colocam em risco a existência<br />

desse filtro.<br />

Essas indústrias produzem gases que se combinam com o ozônio, e a camada protetora se torna mais fina.<br />

6. Por que percebemos uma sensação desagradável nos ouvidos ao descer uma serra?<br />

A pressão do ar aumenta e empurra o tímpano, membrana que separa a orelha externa da média.<br />

7. Quais os gases que compõem a maior parte da atmosfera?<br />

Nitrogênio e oxigênio.<br />

8. Ao colocar um copo sobre uma vela acesa, por que ela se apaga depois de algum<br />

tempo?<br />

Ela apaga porque o oxigênio existente no interior do copo é totalmente consumido.<br />

9. Que componente do ar é indispensável para que ocorra a queima?<br />

O oxigênio.<br />

10. Escreva cinco linhas sobre os conceitos de combustão e combustível.<br />

Resposta pessoal.<br />

“<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

11. Faça uma lista dos combustíveis usados em seu dia a dia.<br />

Gasolina, gás de rua e de botijão, álcool etc.<br />

12. Se todos os seres vivos consomem oxigênio durante a respiração, por que o oxigênio do<br />

ar não acaba?<br />

As algas marinhas repõem o oxigênio do ar.<br />

13. As primeiras “máquinas de voar” não passavam de balões cheios de ar quente. Por que<br />

esses balões subiam?<br />

O ar quente é mais leve do que o ar frio.


<strong>Capítulo</strong><br />

13<br />

Atmosfera e previsão do tempo<br />

Logo que acorda, você olha pela janela e observa o tempo. Para poder escolher a roupa<br />

com a qual vai sair, tenta adivinhar como o tempo fi cará mais tarde. No que costuma<br />

se basear para fazer essa previsão?<br />

Muitas atividades humanas dependem das condições do tempo. Numa corrida de automóveis,<br />

por exemplo, a previsão do tempo determinará se será ou não necessário ter<br />

um jogo de pneus para pista molhada.<br />

Quais outras atividades precisam prever o tempo? E quais não precisam?<br />

EG_GEO_V4_UNI2_CAP6_m023<br />

Mapa de previsão do tempo no Brasil<br />

Equador<br />

Rio Branco<br />

22˚/32˚<br />

Céu claro<br />

Parcialmente nublado<br />

Nublado<br />

Pancadas de chuva<br />

Chuva<br />

Chuvoso<br />

Geada<br />

Neve<br />

Vento forte<br />

60° O<br />

Boa Vista<br />

22˚/31˚<br />

Manaus<br />

22˚/29˚<br />

Porto Velho<br />

22˚/32˚<br />

Cuiabá<br />

24˚/34˚<br />

Campo Grande<br />

22˚/37˚<br />

Trópico de Capricórnio<br />

23<br />

26<br />

29<br />

32<br />

35<br />

Macapá<br />

24˚/32˚<br />

Goiânia<br />

20˚/25˚<br />

Palmas<br />

23˚/31˚<br />

Belém<br />

23˚/32˚<br />

Brasília<br />

19˚/25˚<br />

São Paulo<br />

19˚/29˚<br />

Curitiba<br />

18˚/27˚<br />

São Luís<br />

23˚/32˚<br />

Belo Horizonte<br />

19˚/32˚<br />

Teresina<br />

23˚/32˚<br />

Vitória<br />

20˚/32˚<br />

Rio de Janeiro<br />

24˚/34˚<br />

Fortaleza<br />

26˚/29˚<br />

Natal<br />

23˚/29˚<br />

Fernando<br />

de Noronha<br />

23˚/31˚<br />

João Pessoa<br />

22˚/31˚<br />

Recife<br />

21˚/30˚<br />

Maceió<br />

21˚/31˚<br />

Aracaju<br />

24˚/32˚<br />

Salvador<br />

23˚/31˚<br />

Fonte: Folha de S. Paulo, 10/01/2011.<br />

O mapa acima mostra a previsão do tempo para o Brasil no dia 10 de janeiro de 2011.<br />

40° O<br />

Florianópolis<br />

22˚/27˚<br />

Porto Alegre<br />

20˚/29˚ OCEANO 0 545 1090<br />

ATLÂNTICO<br />

km<br />

Mario Yoshida<br />

Cores-fantasia.<br />

UNIDADE 4 • o ar 159


160<br />

Trocando<br />

ideias<br />

A ilustração abaixo mostra a circulação do ar no litoral durante o dia.<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

!<br />

No verão, o Rio de Janeiro tem dias de maior calor com temperaturas que podem chegar a 40º C.<br />

Você costuma ler a previsão do tempo nos jornais? Resposta pessoal.<br />

Que tempo indica o mapa para a cidade de Cuiabá? da página anterior.<br />

Qual a diferença entre tempo e clima?<br />

Qual é o clima do Rio de Janeiro no verão?<br />

Quando amanhece chovendo isso se refere ao tempo ou ao clima?<br />

Como se formam os ventos?<br />

ar frio<br />

mar mais frio do que a terra terra mais quente do que o mar<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Máxima de 31º C e mínima de 21º C, no mapa<br />

Clima é o conjunto de características de uma região, abrangendo temperatura,<br />

quantidade de chuva, ventos. É característico de um determinado período do<br />

ano em determinada região.Tempo é a variação de temperatura e<br />

quantidade de chuva em determinado dia. Em um período de clima quente<br />

de verão, pode fazer um tempo frio.<br />

Se você fizer o experimento ao lado, verá que o<br />

cata-vento<br />

cilindro gira ao ser aquecido por uma lâmpada. Isso<br />

ar quente<br />

acontece porque o ar aquecido pela lâmpada sobe e<br />

escapa pela abertura de cima do tubo. Esse ar quente<br />

é substituído pelo ar frio que entra pelas aberturas<br />

laterais. Aquecido, esse ar sobe e escapa, permitindo<br />

a entrada de mais ar frio por baixo. A corrente assim<br />

formada provoca a movimentação do cata-vento.<br />

A formação dos ventos na atmosfera ocorre de<br />

maneira semelhante a essa do experimento. O Sol<br />

ar frio<br />

aquece a superfície da Terra e o ar que está junto do Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

chão. Esse ar quente sobe e seu lugar passa a ser ocupado pelo ar mais frio, que estava abaixo.<br />

Assim, formam-se correntes de ar, que são os ventos.<br />

Analise<br />

as ilustrações<br />

Tempo. Por que o tempo refere-se ao estado momentâneo<br />

em um determinado local.<br />

ar quente<br />

Luis Moura<br />

Luis Moura


1. Durante o dia, o que aquece mais rápido: a água do mar ou a terra?<br />

2. Durante o dia, o ar aquece mais sobre o mar ou sobre a terra?<br />

3. Que ar sobe? Que ar desce? O ar sobre a terra sobe e o ar sobre o mar desce.<br />

4. Durante o dia, o vento sopra do mar para a terra ou da terra para o mar?<br />

Durante o dia, o vento sopra do mar para a terra.<br />

Durante o dia, a terra aquece<br />

mais rápido do que o mar.<br />

Durante o dia, o ar sobre a terra<br />

aquece mais do que sobre o do mar.<br />

A ilustração abaixo mostra a circulação do ar no litoral durante a noite. Repare que essa<br />

circulação ocorre da terra para o mar. Explique por que isso acontece.<br />

Durante a noite, a situação se inverte. A terra esfria mais depressa do que o mar: este fica mais quente.<br />

O ar próximo ao mar sobe e seu lugar é ocupado pelo ar frio que vem do continente.<br />

ar frio<br />

ar quente<br />

mar mais quente do que a terra terra mais fria do que o mar<br />

Nas regiões litorâneas, o vento muda de direção por causa das diferenças de aquecimento e<br />

resfriamento entre o oceano e o continente. Em geral, os movimentos de ar na atmosfera são<br />

produzidos assim: o ar quente sobe e o ar frio vem ocupar o lugar do ar que subiu.<br />

O ar frio é mais denso do que o ar quente. Por isso a pressão é maior nas regiões de ar frio.<br />

Na atmosfera, os ventos<br />

se formam a partir de<br />

deslocamentos de ar de<br />

regiões de alta pressão<br />

para regiões de baixa<br />

pressão.<br />

As diferenças de<br />

pressão e temperatura<br />

entre duas regiões da atmosfera<br />

provocam movimentos<br />

circulares do ar,<br />

conhecidos como correntes<br />

de convecção.<br />

As correntes de convecção<br />

representam somente<br />

um dos tipos de<br />

circulação atmosférica.<br />

Há também ventos que<br />

se formam dos polos<br />

em direção ao Equador,<br />

além daqueles resultantes<br />

dos contrastes de<br />

temperatura terra-água.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

ar desce<br />

resfriamento<br />

temperatura menor<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Movimentos do ar na atmosfera<br />

vento<br />

deslocamento de ar<br />

Luis Moura<br />

temperatura maior<br />

ar<br />

sobe<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 4 • o ar 161


162<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

Ciclone<br />

O ciclone é qualquer área de circulação fechada, com ventos convergentes e circulares,<br />

no centro da qual a pressão é baixa. A circulação do vento segue a direção horária no Hemisfério<br />

Sul e anti-horária no Hemisfério Norte.<br />

Outros nomes que o ciclone recebe são: sistema de baixa pressão, furacão, poeira do<br />

diabo, tornado e sistemas tropical e extratropical.<br />

Furacão é um ciclone que se forma nas águas quentes (temperatura maior que 27° C)<br />

dos oceanos tropicais, no Oceano Atlântico norte, Mar do Caribe, Golfo do México e no norte<br />

oriental do Oceano Pacífico.<br />

Apresenta temperaturas altas no seu interior e ventos girando em sentidos opostos nos<br />

níveis próximos à superfície e em níveis altos, ou seja, cerca de 12 km de altura.<br />

Os estragos provocados pelos ciclones são sempre muito grandes, em razão da extrema<br />

violência dos ventos. O litoral leste dos Estados Unidos é uma região favorável à formação<br />

de furacões, conforme observamos frequentemente em notícias de jornais.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes<br />

NYT Photos<br />

As fotos mostram uma cadeira presa a fios elétricos e um morador no local onde estava sua casa, destruída pelo furacão Katrina,<br />

que atingiu em 2005 a cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos.<br />

Nuvens diferentes, tempo diferente<br />

Estudando os diversos tipos de nuvens, sabe-se que algumas delas trazem chuva e outras,<br />

não. Esses tipos foram classificados com base em suas formas e receberam diferentes nomes.<br />

• Estratos: são nuvens cinzentas, com muitas camadas. Essa nuvem é sinal de chuva.<br />

• Cúmulos: são nuvens brancas como algodão. Elas indicam tempo bom, sem chuva.<br />

• Cirros: são nuvens altas, como pinceladas no céu, formadas por finíssimos cristais de gelo.<br />

Elas indicam que não vai chover.<br />

NYT Photos


• Cúmulos-nimbos: são nuvens<br />

bem escuras, carregadas, que<br />

indicam chuva.<br />

Os demais tipos de nuvens são<br />

combinações desses tipos básicos.<br />

No interior das nuvens, as gotículas<br />

de água se deslocam em<br />

todas as direções. Elas se chocam<br />

e formam gotas maiores, que então<br />

caem na forma de chuva.<br />

Nuvens muito frias contêm<br />

partículas de gelo. Quando as gotículas<br />

de água se cristalizam sobre<br />

essas partículas, formam-se flocos<br />

de neve, que se precipitam. Se passarem<br />

por regiões mais quentes da<br />

atmosfera, esses flocos derretem,<br />

produzindo chuvas pesadas, acompanhadas<br />

de trovoadas. Se isso<br />

não acontecer, os flocos atingem o<br />

solo sob a forma de neve.<br />

frente fria<br />

massa de ar polar<br />

Uma frente fria, empurrada por<br />

uma massa de ar polar, encontra<br />

ar quente que vem do solo.<br />

1<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

cirros<br />

Formação do granizo<br />

gotas de água<br />

ar quente<br />

2<br />

cirros-estratos<br />

altos-cúmulos<br />

altos-estratos<br />

cúmulos<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

O encontro provoca a formação<br />

de nuvens de chuva.<br />

Tipos de nuvens<br />

estratos<br />

cirros-cúmulos<br />

7 900 metros de altitude<br />

nimbos-estratos<br />

2 000 metros de altitude<br />

cristais de gelo<br />

cúmulos-nimbos<br />

3<br />

Luis Moura<br />

A uma altitude de 8 km,<br />

onde a temperatura chega a 35º C<br />

negativos, as gotas solidificam-se e<br />

formam cristais de gelo.<br />

Cícero Soares<br />

UNIDADE 4 • o ar 163


Fotos reproduzidas em escalas diferentes<br />

164<br />

Em resumo, os diferentes tipos de chuva dependem de vários fatores:<br />

• tamanho das gotículas que formam as nuvens;<br />

• movimento das gotículas no interior das nuvens;<br />

• presença de cristais de gelo no interior das nuvens.<br />

Os diferentes movimentos de ar também influem no tipo de chuva. Quando o ar sobe<br />

rapidamente, produz nuvens do tipo cumuliforme e chuvas pesadas. Quando o ar apresenta<br />

movimentos horizontais, com leve deslocamento para cima, formam-se nuvens do tipo estratiforme,<br />

que trazem chuvas contínuas.<br />

As diferentes combinações dessas condições dão origem a quatro tipos principais de precipitação.<br />

temperatura forma<br />

nuvens frias, com<br />

cristais de gelo e água<br />

nuvens aquecidas com<br />

gotículas de água aquecidas<br />

A previsão do tempo<br />

A previsão do tempo é feita em estações meteorológicas.<br />

Há estações de muitos tipos, algumas grandes e equipadas com aparelhos modernos. Outras<br />

menores, com aparelhos antigos.<br />

Em uma estação meteorológica trabalham pessoas de formações diferentes, cada uma<br />

especialista em uma área. Todos os dias elas monitoram o tempo de várias maneiras para saber<br />

as condições dos ventos, os tipos de nuvens que estão se formando, a umidade do ar, a pressão<br />

atmosférica, a formação de ciclones. Para isso, recebem informações de balões e satélites, de<br />

radares e de estações localizadas em regiões diferentes do planeta.<br />

Os satélites meteorológicos enviam às estações imagens<br />

e dados sobre a pressão, a temperatura e a umidade do<br />

ar em várias regiões da Terra. Com isso, podem prever<br />

até a formação de furacões.<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

Tipos de precipitação<br />

nuvem cumuliforme<br />

(movimentos ascendentes do<br />

ar sobre pequena área)<br />

StockPhoto<br />

nuvem estratiforme<br />

(movimentos horizontais com<br />

leve ascensão sobre área grande)<br />

pancadas de chuva e trovoadas tempestade de neve ou<br />

chuva contínua<br />

pancadas de chuva garoa<br />

As antenas captam os sinais enviados pelos satélites.<br />

AbleStock


Para a previsão do tempo<br />

também são usados outros equipamentos,<br />

mais simples, como os<br />

termômetros, barômetros, higrômetros,<br />

pluviômetros.<br />

Os termômetros registram a<br />

variação de temperatura de cada<br />

dia.<br />

O barômetro indica variações<br />

de pressão atmosférica. Quando<br />

ela cai, os meteorologistas<br />

preveem em a possibilidade de<br />

ocorrência de chuvas. Se a pressão<br />

está subindo, é provável que<br />

o tempo melhore.<br />

A umidade do ar é medida<br />

por um aparelho chamado higrômetro.<br />

Quanto maior a umidade<br />

do ar, mais vapor de água<br />

existe na atmosfera e maior a<br />

probabilidade de chover.<br />

A velocidade e a direção dos<br />

ventos são fatores importantes<br />

para a previsão do tempo. Às vezes,<br />

ventos fortes podem trazer<br />

nuvens rapidamente, o que poderá<br />

provocar a formação de chuvas<br />

em poucas horas. Nas estações<br />

meteorológicas, o aparelho que<br />

mede o vento é o anemômetro.<br />

O pluviômetro mede a quantidade<br />

de chuva que atinge uma<br />

região. É o que se denomina índice<br />

pluviométrico.<br />

As massas de ar<br />

As imagens enviadas pelos satélites mostram a formação de furacões e<br />

ciclones.<br />

Pluviômetro e anemômetro da Estação Meteorológica.<br />

Uma informação que ajuda os meteorologistas a prever o tempo é o deslocamento das<br />

massas de ar.<br />

Massa de ar é uma enorme quantidade de ar com temperatura e umidade constantes. Uma<br />

mesma massa de ar pode cobrir muitos quilômetros quadrados da superfície terrestre.<br />

A massa de ar se forma quando fica parada durante muito tempo sobre uma região chamada<br />

região formadora. São as características da região formadora que determinam a temperatura<br />

e a umidade da massa de ar. Com base nas regiões formadoras, as massas de ar são<br />

classificadas em massas de ar frias e quentes.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes<br />

Fotos: Rui Peruquetti/Kino<br />

NYT Photos<br />

UNIDADE 4 • o ar 165


166<br />

É comum ouvirmos no noticiário<br />

que uma frente fria avança sobre<br />

Região formadora Massa de ar<br />

o Brasil. E ficamos imaginando se Continental polar fria<br />

ela vai chegar até o lugar onde<br />

moramos.<br />

Continental tropical quente<br />

A atmosfera está constan- Marítima polar fria<br />

temente se movimentando. Os Marítima tropical quente<br />

ventos e as correntes de convecção<br />

provocam os movimentos das<br />

grandes massas de ar que se formam<br />

junto à superfície do planeta.<br />

Equatorial quente<br />

As massas de ar frio se encontram com massas de ar quente, provocando a formação de<br />

uma região de instabilidade. Aí estão as frentes: regiões de contato entre uma massa de ar frio<br />

e outra de ar quente.<br />

A frente fria se forma quando uma massa de ar frio colide com outra de ar quente que<br />

estava estacionada. O resfriamento do ar provoca a formação de nuvens cúmulos-nimbos, que<br />

frequentemente trazem chuvas. A temperatura da região cai e os dias ficam mais frios, mesmo<br />

depois que as chuvas param.<br />

A frente quente forma-se quando uma massa de ar quente se desloca na direção de uma<br />

massa de ar frio. Essa frente também provoca chuvas, mas aquece o ambiente.<br />

Como essas frentes podem se deslocar até 1400 quilômetros a cada 24 horas, o meteorologista<br />

pode fazer previsões sobre o que ocorrerá com o tempo no dia seguinte.<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Representação da movimentação<br />

das massas de ar<br />

massas de ar tropical<br />

massas de ar polar<br />

zona de encontro<br />

Cícero Soares


ar frio<br />

frente fria<br />

cúmulos<br />

ar frio<br />

Frente fria<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Saiba mais<br />

nuvens de<br />

tempestade<br />

cirros<br />

ar quente<br />

Luis Moura<br />

Energia eólica<br />

frente quente<br />

ar quente<br />

Frente quente<br />

nimbos-estratos<br />

altos-estratos<br />

ar frio<br />

A energia eólica é a energia do vento. Usar essa energia para gerar energia elétrica é<br />

ecologicamente correto, pois não causa poluição térmica, como as usinas termelétricas, não<br />

usa substâncias radioativas, como as usinas nucleares, e não inunda grandes áreas, como as<br />

usinas hidrelétricas. Além disso, a energia eólica existe em abundância e nunca se esgotará.<br />

Os custos das usinas eólicas estão<br />

cada vez mais baixos graças à evolução<br />

das novas tecnologias na fabricação<br />

dos cata-ventos.<br />

Os impactos ambientais das usinas<br />

eólicas são poucos. Um deles é o ruído<br />

em suas proximidades, devido ao movimento<br />

das pás do cata-vento. Outro<br />

é o efeito visual formado por centenas<br />

de cata-ventos de grande altura, que<br />

não agrada a todos. Mas esses impactos<br />

podem ser contornados se houver o<br />

cuidado de fazer a sua integração com<br />

o entorno na fase de planejamento e<br />

escolha do local mais propício para a<br />

instalação dos cata-ventos. Outros fato- Cata-ventos para geração de energia elétrica.<br />

AbleStock<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 4 • o ar 167


168<br />

res negativos, como interferências eletromagnéticas que podem perturbar os sistemas de<br />

telecomunicações, o efeito de sombras em movimento e a mortalidade de aves em zonas de<br />

migração, causada pelas pás em movimento, podem ser muito atenuados ou inexistentes se<br />

for correta a planificação da localização dos cata-ventos.<br />

As pessoas que vivem nas imediações das usinas eólicas, já bastante comuns em vários<br />

países, incluindo o Brasil, acham que os cata-ventos são atraentes, tornando-se muitas<br />

vezes atrações turísticas e um símbolo elegante de um futuro melhor para o nosso planeta.<br />

Estudos realizados na Alemanha, Holanda, Dinamarca e Reino Unido mostraram que os<br />

aerogeradores (como são chamados os cata-ventos) têm demonstrado que as usinas eólicas<br />

e as usinas solares são formas de se obter energia para nossa sobrevivência sem causar<br />

danos ao meio ambiente.<br />

Em outras<br />

palavras<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

“<br />

”<br />

colide: encontra-se, dá uma “trombada”.<br />

constantes: contínuos, que não se modificam.<br />

instabilidade: qualidade do que muda sempre, é sujeito a alterações.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Durante o dia se forma uma corrente de ar vinda do mar para a praia. Qual é a causa<br />

desse fenômeno?<br />

Durante o dia, o mar é mais frio do que a terra; logo, o ar sobre a terra é mais quente e sobe.<br />

2. À noite essa corrente de ar se inverte. Qual é a causa desse fenômeno?<br />

O mar esfria mais devagar que a terra. Logo, o mar fica mais quente e o ar sobre ele sobe.<br />

3. Por que os satélites permitiram grande avanço da meteorologia?<br />

Eles coletam dados sobre o clima enquanto giram ao redor da Terra.<br />

4. Qual é a influência da medida da umidade do ar sobre a previsão do tempo?<br />

Quanto maior a umidade maior a quantidade de vapor de água no ar e maior a possibilidade de chuva.<br />

5. Como se chama o aparelho que mede a umidade do ar?<br />

Higrômetro.<br />

6. Qual é a importância da determinação da velocidade dos ventos para a previsão do<br />

tempo?<br />

Ventos fortes podem trazer rapidamente uma massa de ar.


7. Que é massa de ar?<br />

É uma quantidade de ar que fica estacionada sobre uma região formadora durante um certo tempo.<br />

8. Como se formam as frentes frias?<br />

Uma massa de ar frio se choca com outra de ar quente que está estacionada.<br />

9. E as frentes quentes?<br />

Uma massa de ar quente se choca com outra de ar frio que está estacionada.<br />

10. Imagine que você está em uma região de alta pressão e um colega seu está em outra,<br />

de pressão mais baixa. Qual dos dois perceberia uma corrente de ar vindo em sua<br />

direção?<br />

O seu colega, porque o ar se desloca da região de alta pressão (mais frio) para a de baixa pressão (mais quente).<br />

11. O que é energia eólica? Por que é considerada uma energia limpa?<br />

É a energia do vento. Ela é considerada uma energia limpa porque sua obtenção e seu uso causam poucos impactos no ambiente e<br />

não causam poluição.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

1. As fotos abaixo mostram dois tipos de nuvem.<br />

Qual delas indica bom tempo e qual indica que vai chover?<br />

Cúmulos-nimbos.<br />

Na primeira foto estão cúmulos-nimbos, que indicam chuva.<br />

Na segunda foto vemos cirros-cúmulos, que indicam tempo bom.<br />

AbleStock<br />

Cirros-cúmulos.<br />

AbleStock<br />

UNIDADE 4 • o ar 169


170<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

Ar e saúde<br />

14<br />

Encha os pulmões de ar. Agora, expire livremente. Esses atos são tão comuns desde que<br />

nascemos, que respiramos sem nem prestar atenção. Inspire e expire conscientemente: isso<br />

te acalma?<br />

O ar que entra e o que sai dos pulmões têm a mesma composição? Qual a importância<br />

do ar para nossa vida?<br />

Há doenças que dependem da temperatura do ar? E da umidade?<br />

Nos dias frios, aumentam os problemas respiratórios.<br />

Jorge Araújo/Folha Imagem


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

O ambiente em que o ar fica parado pode ser prejudicial à saúde?<br />

Facilitando-se a renovação do ar, dificulta-se a transmissão de doenças?<br />

Você já contraiu alguma doença transmitida pelo ar? Resposta pessoal.<br />

A poluição nas grandes cidades afeta a saúde das pessoas?<br />

Doenças transmitidas pelo ar<br />

Bactérias e vírus são microrganismos que podem viver em vários lugares. São tão pequenos<br />

que não podemos vê-los, mas existem muitos no ar que nos rodeia. Alguns deles são patogênicos,<br />

isto é, provocam doenças quando se instalam em nosso corpo.<br />

No quadro seguinte, você tem uma relação das principais doenças que podem ser transmitidas<br />

pelo do ar.<br />

Atualmente, a maioria da população brasileira está livre dessas doenças, pois foi vacinada<br />

quando criança, excetuando-se a gripe.<br />

Nome da doença Agente causador Órgãos afetados<br />

Tuberculose bactéria: bacilo de Koch<br />

Mycobacterium tuberculosis<br />

ataca principalmente os pulmões,<br />

diminuindo a capacidade respiratória e<br />

provocando ferimentos em seu interior<br />

Pneumonia diferentes bactérias ataca os pulmões, diminuindo a<br />

capacidade respiratória<br />

Coqueluche bactéria: Bordetella pertussis ataca praticamente todo o sistema<br />

respiratório; tosse intensa<br />

Caxumba vírus ataca as glândulas salivares provocando<br />

seu inchaço e muita dor<br />

Gripe diferentes tipos de vírus ataca as vias respiratórias, provoca dores<br />

de cabeça e em todo o corpo<br />

Sarampo vírus ataca as vias respiratórias, provoca<br />

erupções na pele, com muita coceira<br />

Meningite vários tipos, provocados<br />

por vírus e bactérias<br />

Poliomielite<br />

(Paralisia infantil)<br />

Sim, pois há aumento da concentração<br />

de microrganismos no ar em função da<br />

pouca circulação.<br />

ataca as meninges, membranas que<br />

envolvem o cérebro; pode acarretar<br />

várias consequências, como surdez,<br />

debilidade mental e até a morte<br />

vírus ataca o sistema nervoso e causa paralisia<br />

Sim.<br />

Sim, pois há presença de gases tóxicos na poluição.<br />

UNIDADE 4 • o ar 171


172<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Que vacinas você já tomou?<br />

Procure descobrir olhando sua carteira de vacinação ou, então, pergunte para quem cuidou<br />

de você.<br />

Anote quais doenças são evitadas pelas vacinas que você tomou.<br />

Compare as vacinas que você tomou com aquelas que seus colegas tomaram.<br />

Poluição do ar<br />

A poluição atmosférica é causada por gases tóxicos e materiais particulados, como a fumaça,<br />

a poeira e a fuligem.<br />

Os principais responsáveis pela poluição atmosférica são: os carros, os ônibus e os caminhões;<br />

a atividade industrial; as queimadas. Tudo isso libera enorme quantidade de gases, poeira e calor.<br />

O dióxido de enxofre, os óxidos de nitrogênio e o monóxido de carbono são lançados no ar<br />

na queima de diesel, gasolina, gás de cozinha. A principal fonte desses gases são os motores de<br />

veículos. Os óxidos de enxofre e nitrogênio são emitidos pelas indústrias.<br />

Esses gases poluentes causam irritação das vias respiratórias, nos olhos e na pele. O monóxido<br />

de carbono diminui a capacidade do sangue para transportar oxigênio.<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

Situação normal<br />

ar mais frio<br />

ar frio<br />

ar quente<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

ar frio<br />

solo frio<br />

Inversão térmica<br />

ar frio<br />

ar quente<br />

Ilustrações: Luis Moura


Os óxidos de enxofre e nitrogênio formam ácido sulfúrico e ácido nítrico, corrosivos, que<br />

desgastam o mármore e as estruturas metálicas. Esses óxidos são os responsáveis pelas chuvas<br />

ácidas, que prejudicam a vida aquática, causam danos às florestas e põem em risco crianças,<br />

idosos e pessoas com doenças pulmonares.<br />

O dióxido de enxofre (S02), além de causar a chuva ácida, compromete a capacidade pulmonar.<br />

Muitas vezes, as condições locais do clima podem agravar a poluição. Normalmente, a circulação<br />

do ar facilita a dispersão dos poluentes. Quer dizer, os ventos espalham os gases e as<br />

partículas, evitando que se concentrem sobre uma região. No entanto o fenômeno da inversão<br />

térmica pode complicar a situação.<br />

A inversão térmica deve-se geralmente a um rápido resfriamento da superfície do solo.<br />

Com isso, as camadas superiores se tornam relativamente mais quentes. O ar frio, com grandes<br />

quantidades de poluentes, fica preso próximo à superfície do solo.<br />

Efeitos globais da poluição do ar<br />

Parte das radiações solares que chegam à atmosfera terrestre são refletidas para o espaço,<br />

como se a atmosfera fosse um espelho. Outra parte atravessa a atmosfera e atinge a superfície,<br />

aquecendo o solo, os oceanos e a própria atmosfera. Do calor irradiado pela superfície terrestre<br />

aquecida, parte perde-se no espaço sideral, parte é absorvida pela atmosfera ou refletida e<br />

retorna à Terra. Essa parte do calor retida é a causa do chamado efeito estufa.<br />

radiações solares<br />

refletidas pela<br />

atmosfera<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

radiações solares<br />

aquecem a Terra<br />

Efeito estufa<br />

radiação infravermelha (calor)<br />

radiação<br />

infravermelha<br />

refletida<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 4 • o ar 173


174<br />

A combustão nos veículos contribui para o aquecimento global.<br />

Numa estufa de vidro para plantas, de forma semelhante ao que ocorre com um carro<br />

estacionado ao sol, com as janelas fechadas, a luz entra, aquece seu interior, mas os vidros<br />

não deixam muitas das radiações de calor sair. A temperatura dentro da estufa aumenta e se<br />

mantém mais constante do que fora dela. A atmosfera faz o papel do vidro da estufa: é mais<br />

transparente para a luz do que para o calor.<br />

Sem o efeito estufa, a Terra seria gelada, impossibilitando a vida como a conhecemos. O<br />

problema é que nos últimos 100 anos aumentou na atmosfera a quantidade de gases que favorecem<br />

o efeito estufa, principalmente o gás carbônico, o metano e o óxido nitroso. Isso está<br />

promovendo a elevação da temperatura média do planeta, o chamado aquecimento global.<br />

Esse aumento é resultado principalmente da queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo,<br />

gás), que representam ¾ das emissões globais de gás carbônico. O restante é causado<br />

principalmente pelo desmatamento e por queimadas.<br />

A elevação da temperatura média da Terra está provocando o derretimento das geleiras<br />

e calotas polares, pode alterar o regime de ventos e de chuvas, elevar o nível dos oceanos e<br />

causar fortes impactos sobre os ecossistemas em geral e para as comunidades humanas, com<br />

consequências sociais, econômicas e políticas.<br />

Como se trata de um problema global, as iniciativas para sua solução têm sido tomadas pela<br />

ONU – Organização das Nações Unidas. A redução das emissões de gases de efeito estufa estão<br />

estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto e por outros acordos internacionais.<br />

Outro efeito global da poluição do ar é o desgaste da camada de ozônio. Não importa em<br />

que ponto do planeta estejam as indústrias que utilizam os gases que destroem o ozônio, eles<br />

provocam a redução da quantidade de ozônio, diminuindo sua ação filtradora dos raios ultravioleta.<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

AbleStock


Em outras<br />

palavras<br />

dispersão: separação.<br />

emitidos: expelidos, eliminados.<br />

”<br />

1. Qual a composição natural da atmosfera?<br />

Nitrogênio, oxigênio, gás carbônico e outros gases.<br />

2. Dê exemplos de duas atividades humanas que podem alterar essa composição.<br />

Queima de combustíveis, queimadas, indústrias poluentes.<br />

3. Dê exemplos de doenças causadas por microrganismos patogênicos que podem ser<br />

transmitidos pelo do ar.<br />

Gripe, pneumonia, tuberculose, poliomielite, sarampo, caxumba.<br />

4. Quais as fontes dos gases tóxicos lançados na atmosfera?<br />

Queima de combustíveis, indústrias poluidoras.<br />

5. Quais os efeitos desses gases e partículas sobre a saúde da população das grandes<br />

cidades?<br />

Irritam as vias respiratórias, agravam a asma e a bronquite, irritam os olhos.<br />

6. Como se formam as chuvas ácidas?<br />

Óxidos de enxofre e nitrogênio se dissolvem na água formando ácidos corrosivos.<br />

7. Descreva uma situação que agrava a poluição atmosférica.<br />

Na inversão térmica, quando o ar frio fica preso junto à superfície.<br />

8. Por que os poluentes do ar emitidos em um local podem provocar impactos ambientais<br />

globais?<br />

Eles são dispersados pelos ventos.<br />

“<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

9. Qual a consequência do efeito estufa?<br />

Aquecimento global que, por sua vez, causa derretimento das geleiras e calotas polares, alterações do clima e elevação dos oceanos.<br />

10. Qual a consequência da destruição da camada de ozônio?<br />

As radiações ultravioleta das radiações solares atravessam a atmosfera.<br />

11. O que provoca o chamado “efeito estufa”?<br />

O acúmulo de gases na atmosfera, principalmente de gás carbônico.<br />

12. Que medidas devem ser tomadas para reduzir o efeito estufa?<br />

Diminuir o uso de combustíveis, substituir os combustíveis fósseis, impedir o uso excessivo de veículos particulares, proibir as queimadas.<br />

UNIDADE 4 • o ar 175


176<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Fábrica poluidora. Área verde.<br />

1. Compare os ambientes acima quanto aos gases que produzem.<br />

2. Em qual deles o ar está carregado de poluentes? Na imagem da esquerda.<br />

3. Em qual deles as pessoas estão mais sujeitas a doenças respiratórias?<br />

As pessoas ficam mais vulneráveis a doenças respiratórias onde há mais gases tóxicos, ou seja, a imagem do lado esquerdo.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Façam uma pesquisa sobre uma doença transmitida pelo ar.<br />

Descubram qual o agente transmissor dela, a forma de contágio, os sintomas, o tratamento.<br />

Elaborem um folheto preventivo sobre essa doença.<br />

UNIDADE 4 • o ar<br />

Na imagem da esquerda há eliminação<br />

de poluentes pelas fábricas e na direita<br />

existe um ambiente menos poluído.<br />

Fotos: AbleStock


Olhar de<br />

cidadania<br />

Um movimento internacional iniciado por cientistas, organizações da sociedade e lideranças<br />

governamentais e empresariais fez a ONU promover uma série de encontros a partir<br />

de 1988, para tratar das mudanças climáticas que atingem todo o planeta, especialmente<br />

do aquecimento global.<br />

Desde então, entende-se que o combate às causas do aquecimento global exige leis internacionais<br />

e a participação da sociedade e de governos, de empresas, agricultores e pecuaristas.<br />

Todo cidadão precisa acompanhar as leis ambientais que visam à melhoria da qualidade<br />

de vida das pessoas. Várias dessas leis estão no Protocolo de Kyoto, que trata do aquecimento<br />

global, que pode causar vários danos ambientais, como enchentes (devido ao derretimento<br />

das calotas polares), prejuízos às atividades agrícolas e ao desenvolvimento econômico.<br />

Líderes mundiais estão se conscientizando da gravidade da questão. Para reverter esse<br />

processo danoso ao meio ambiente, será necessária a adoção de medidas em conjunto, por<br />

diversos países.<br />

Em 1992 foi aprovada a Convenção sobre Mudança Climática, que estabeleceu estratégias<br />

de combate ao efeito estufa, com o comprometimento de representantes de mais de<br />

150 países. A convenção deu origem ao Protocolo de Kyoto.<br />

O Protocolo de Kyoto é um instrumento para implementar a Convenção das Nações Unidas<br />

sobre Mudanças Climáticas. Em 1997, representantes das nações se reuniram na cidade<br />

de Kyoto, no Japão, para uma conferência que resultou na elaboração de um acordo global<br />

que prevê a redução das emissões dos principais gases poluentes.<br />

O objetivo é fazer com que os países industrializados (os principais responsáveis pelo<br />

efeito estufa) façam redução e controle na emissão de gases, atingindo a meta de redução<br />

até 2008-2012.<br />

Os países assumiram diferentes metas percentuais e poderão utilizar-se de “mecanismos<br />

flexíveis”, que servirão também para abater as metas de carbono absorvidas nos chamados<br />

“sorvedouros”, como florestas e terras agrícolas. Estão previstas penalidades para os países<br />

que não conseguirem cumprir a sua parte na meta. Uma das principais medidas para se<br />

atingir o resultado esperado é investir em formas alternativas de produção de energia.<br />

Para vigorar e adquirir o status de lei internacional, o documento precisa ser assinado<br />

pelos governos de diversos países. Porém, o governo norte-americano, que responde por<br />

25% da emissão de gases poluentes no mundo, está em busca de medidas alternativas e<br />

não assinou o tratado.<br />

O governo brasileiro assinou o acordo, sob a condição da aprovação, ocorrida no primeiro<br />

semestre de 2002, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.<br />

O Protocolo de Kyoto é o mais importante mecanismo para reverter os danos provocados<br />

pelo aquecimento global. Nesse documento, há orientações para que os governos possam<br />

colaborar, garantindo um planeta saudável para as futuras gerações. Se você fosse o presidente<br />

de um país, assinaria o Protocolo de Kyoto? Resposta pessoal.<br />

Justifique sua resposta.<br />

UNIDADE 4 • o ar 177


Unidade<br />

5<br />

Ecologia: ambiente<br />

e seres vivos<br />

Mortari<br />

A Terra produz o sufi ciente para todos,<br />

mas não para a cobiça de todos.<br />

Mahatma Gandhi<br />

AbleStock


180<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

Sol: a luz da vida<br />

UNIDADE 5 • eColoGia: aMBieNte e seres ViVos<br />

15<br />

A hipótese mais aceita para explicar a extinção dos dinossauros afi rma que um grande<br />

meteoro atingiu a Terra e produziu uma imensa nuvem de poeira, que se espalhou pelos<br />

ares de todo o mundo.<br />

A poeira cobriu o céu e diminuiu muito a chegada da luz ao solo. Isso criou uma situação<br />

nova, para a qual muitos seres vivos não estavam preparados.<br />

O que deve ter acontecido com a temperatura? E com os vegetais e animais? Quais foram<br />

as consequências desse acontecimento?<br />

O que seria da Terra sem a luz do Sol?<br />

O Sol mantém a vida na Terra.<br />

AbleStock


A fotossíntese<br />

As plantas, como todo ser vivo, precisam de nutrientes: água, sais minerais, proteínas, carboidratos,<br />

gorduras e vitaminas. Elas retiram a água e os sais minerais do solo. Os demais nutrientes,<br />

as plantas sintetizam.<br />

O ponto de partida para a síntese de nutrientes pelas plantas é a fotossíntese. Essa palavra<br />

quer dizer “síntese com luz”, pois é captando a luz solar que as partes verdes das plantas sintetizam<br />

glicose. Da glicose, a planta fabrica os demais nutrientes.<br />

A energia solar captada na fotossíntese fica armazenada na glicose. A matéria-prima usada<br />

para essa síntese é o gás carbônico do ar e a água.<br />

A fotossíntese pode ser resumida da seguinte maneira:<br />

gás carbônico + água + energia luminosa glicose + oxigênio<br />

a luz solar é<br />

absorvida pela<br />

clorofila<br />

síntese da<br />

glicose<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Respiração celular<br />

Fotossíntese<br />

a água com sais<br />

minerais entra<br />

na folha<br />

o gás carbônico<br />

entra na folha<br />

a seiva elaborada<br />

é distribuída na<br />

planta<br />

o oxigênio sai<br />

da folha<br />

Em todas as atividades que realizam, as células das plantas usam a energia da glicose. Para<br />

isso, o oxigênio que entra na planta pelas folhas e raízes é distribuído para todas as células. Ele<br />

reage com a glicose, libertando a energia nela contida. Nessa reação, formam-se gás carbônico<br />

e água. Parte da energia se transforma em calor.<br />

Os animais comem as plantas para delas retirarem os nutrientes de que precisam. As células<br />

dos animais também fazem a respiração celular, que liberta a energia da glicose, usada para<br />

muitas finalidades, e se transforma em energia calorífica.<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 5 • Ecologia: ambiEntE E sErEs vivos 181


Fotos reproduzidas em escalas diferentes.<br />

182<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Extraindo pigmentos<br />

As folhas têm pigmentos que as tornam<br />

coloridas.<br />

Colete folhas de cores diferentes. Coloque<br />

folhas da mesma cor em um recipiente<br />

com um pouco de álcool e amasse.<br />

Corte uma tira de papel-toalha ou filtro de<br />

papel. Encoste a ponta do papel ao líquido.<br />

Faça a mesma coisa com folhas de outras<br />

cores.<br />

1. O que aconteceu nas tiras?<br />

2. Todas as folhas têm pigmentos de várias<br />

cores? Sim.<br />

UNIDADE 5 • Ecologia: ambiEntE E sErEs vivos<br />

Elas absorveram o<br />

líquido e ficaram<br />

com faixas coloridas.<br />

Produtores e consumidores<br />

Coleus, planta ornamental com folhas coloridas.<br />

Cada ser vivo mantém relações com muitos outros, entre essas relações as mais importantes<br />

são as alimentares.<br />

Conforme o tipo de alimento que comem, os animais podem ser herbívoros, carnívoros,<br />

onívoros. Há também os seres saprófagos, como o fungo, que comem seres em decomposição.<br />

Entre os herbívoros, há os que só comem frutos (frugívoros) e, entre os carnívoros, há os<br />

que só comem insetos (insetívoros).<br />

O tamanduá-bandeira é um animal insetívoro. Na foto, ele está comendo cupins. O tucano é um animal frugívoro, que se alimenta de frutas.<br />

Sergio Schnitzler<br />

Fotos: AbleStock


Analise<br />

a ilustração<br />

Ao estudar as relações alimentares entre os seres de uma certa região, um ecólogo fez anotações<br />

de modo esquemático. Por exemplo: para indicar que as plantas são alimento para os<br />

gafanhotos da região, ele desenhou uma planta e uma flecha indo da planta para o gafanhoto.<br />

Entre os ecólogos esse é o modo de representar que a energia e a matéria da planta vão<br />

para o gafanhoto que come a planta. Essa relação representa um elo alimentar. A representação<br />

de uma sequência de elos é chamada de cadeia alimentar.<br />

Agora, observe a ilustração e responda às questões que seguem.<br />

Sapos<br />

sapos<br />

gafanhotos<br />

bactérias<br />

e fungos<br />

decompositores<br />

Elementos da figura não proporcionais entre si. Cores-fantasia.<br />

Teia alimentar<br />

corujas<br />

ratos<br />

plantas<br />

1. Escreva as cadeias alimentares dessa teia.<br />

2. Para quais seres os gafanhotos servem de alimento?<br />

Os gafanhotos são alimento para os sapos e, quando morrem, para bactérias e fungos.<br />

cobras<br />

coelhos<br />

sapos<br />

bactérias<br />

e fungos<br />

decompositores<br />

plantas ~ gafanhotos ~ sapos ~ corujas ~ bactérias e fungos<br />

plantas ~ gafanhotos ~ sapos ~ cobras ~ corujas ~ bactérias e fungos<br />

plantas ~ ratos ~ corujas ~ bactérias e fungos<br />

plantas ~ ratos ~ cobras ~ corujas ~ bactérias e fungos<br />

plantas ~ coelhos ~ corujas ~ bactérias e fungos<br />

plantas ~ coelhos ~ cobras ~ bactérias e fungos<br />

3. Quantas cadeias alimentares começam nas plantas e terminam nos decompositores?<br />

Todas elas.<br />

4. A coruja é um animal herbívoro ou carnívoro?<br />

A coruja é um animal carnívoro.<br />

5. Quais são os seres vivos que iniciam todas as cadeias alimentares?<br />

São as plantas.<br />

6. Que seres se alimentam das fezes e da urina dos animais?<br />

As bactérias e os fungos.<br />

7. Que seres se alimentam de restos de plantas?<br />

As bactérias e fungos.<br />

UNIDADE 5 • Ecologia: ambiEntE E sErEs vivos 183<br />

Cecília Iwashita


184<br />

Em todos os ambientes existem muitas cadeias alimentares que se cruzam e formam as teias<br />

alimentares. As teias são complexas e envolvem um grande número de seres que se relacionam<br />

pelo alimento.<br />

Os restos de seres vivos, incluindo as fezes e a urina, são digeridos pelos fungos e bactérias,<br />

que são os decompositores nas teias alimentares. A decomposição libera sais minerais, que são<br />

absorvidos pelas plantas e entram novamente nas teias alimentares.<br />

Nas teias alimentares, os produtores são os seres vivos que sintetizam alimento para si próprios<br />

e constituem a fonte de alimento dos outros seres. Consumidores são os seres vivos que<br />

se alimentam de outros seres vivos.<br />

Os consumidores que comem plantas são consumidores de primeira ordem. Os que comem<br />

os de primeira ordem são os consumidores de segunda ordem, e os que comem estes são os<br />

consumidores de terceira ordem. Um mesmo consumidor pode ser de segunda, terceira ou<br />

quarta ordem, dependendo da cadeia em que está.<br />

Os fungos e bactérias estão sempre no final das cadeias alimentares. Consumidores especiais<br />

eles são: os decompositores. Quando vivem sobre os seres vivos, são consumidores parasitas.<br />

produtor<br />

UNIDADE 5 • Ecologia: ambiEntE E sErEs vivos<br />

Os componentes das cadeias alimentares<br />

consumidor de<br />

primeira ordem<br />

consumidor de<br />

segunda ordem<br />

consumidor de<br />

terceira ordem<br />

consumidor de<br />

quarta ordem<br />

planta gafanhoto sapo cobra coruja<br />

bactérias<br />

decompositores<br />

Elementos da figura não proporcionais entre si. Cores-fantasia.<br />

fungos<br />

A rica diversidade de relações entre seres vivos pode ser classificada conforme os benefícios<br />

ou prejuízos que causam e o grau de dependência entre os seres envolvidos.<br />

Entre seres de mesma espécie podem ocorrer relações coloniais ou sociais. Entre espécies<br />

diferentes são comuns o parasitismo, o comensalismo, o mutualismo, a cooperação e o<br />

inquilinismo.<br />

Ilustrações: Cecília Iwashita


Fotos reproduzidas em escalas diferentes<br />

Relações entre os seres vivos<br />

Colônia<br />

Conjunto formado por indivíduos de mesma espécie ligados entre si, com forte grau de interdependência<br />

e todos favorecidos pela parceria. A caravela parece ser um indivíduo, mas é,<br />

na verdade, uma colônia formada por inúmeros indivíduos com formatos e funções diferentes:<br />

alguns são responsáveis pela alimentação, outros pela proteção e outros ainda pela reprodução<br />

da colônia. Os recifes de coral e agrupamentos bacterianos de estreptococos ou estafilococos são<br />

exemplos de colônias de seres semelhantes em que não há divisão de trabalho.<br />

Sociedade<br />

Conjunto de indivíduos da mesma espécie que cooperam entre si, com forte grau de interdependência<br />

e com divisão de trabalho, como é o caso dos agrupamentos sociais de primatas,<br />

das colmeias de abelhas e dos formigueiros.<br />

Os corais são colônias.<br />

O abutre é um comensal da savana africana.<br />

AbleStock<br />

AbleStock<br />

As abelhas vivem em sociedade: a rainha põe ovos<br />

enquanto outras alimentam a colmeia.<br />

Parasitismo<br />

Relação em que o parasita vive dentro ou sobre outro ser vivo (hospedeiro) e dele retira<br />

alimento, prejudicando-o. São parasitas humanos a lombriga, a pulga e o carrapato. Entre as<br />

plantas também há exemplo de parasitas, como o cipó-chumbo e a erva-de-passarinho. Os parasitas<br />

dependem fortemente da existência dos seus hospedeiros.<br />

Comensalismo<br />

Comensais são aqueles que comem à mesma mesa. Comensalismo é a relação em que uma espécie<br />

aproveita do alimento de outra, sem prejudicá-la. É o que acontece entre os leões, as hienas<br />

e os abutres nas savanas africanas. Também acontece entre tubarões e o peixe-piolho ou rêmora,<br />

que só desgruda do tubarão quando ele para de comer sua presa, que passa a ser seu alimento.<br />

O cipó-chumbo é uma planta parasita que pode matar<br />

o hospedeiro.<br />

UNIDADE 5 • Ecologia: ambiEntE E sErEs vivos 185<br />

AbleStock<br />

Fabio Colombini


186<br />

Mutualismo<br />

Simbiose ou mutualismo é uma relação entre espécies diferentes tão importante que elas não<br />

sobrevivem independentemente. O benefício, portanto, é mútuo e a interdependência é total. São<br />

exemplos os cupins e os protozoários que vivem em seu intestino. O cupim fornece madeira, umidade<br />

e proteção aos protozoários e estes digerem a celulose da madeira e assim alimentam os cupins.<br />

Cooperação<br />

As formigas e os pulgões têm uma relação de cooperação. Os pulgões sugam a seiva elaborada<br />

que as plantas produzem e as formigas transportam e protegem os pulgões, deles aproveitando<br />

as gotas de líquido açucarado que liberam conforme se alimentam.<br />

Saiba mais<br />

UNIDADE 5 • Ecologia: ambiEntE E sErEs vivos<br />

Os pulgões também são chamados de vaquinhas das formigas, pois eles sugam a seiva<br />

das plantas e produzem fezes adocicadas que certas espécies de formiga apreciam.<br />

A apicultura<br />

Apicultura é uma atividade que causa impactos positivos, tanto sociais quanto econômicos,<br />

além de contribuir para a manutenção e preservação dos ecossistemas existentes.<br />

A cadeia produtiva da apicultura propicia a geração de inúmeros postos de trabalho, empregos<br />

e fluxo de renda, principalmente no ambiente da agricultura familiar, sendo, dessa<br />

forma, determinante na melhoria da qualidade de vida e fixação do homem no meio rural.<br />

O Brasil apresenta características especiais de flora e clima que, junto com a presença da<br />

abelha africanizada, conferem um potencial fabuloso para a atividade apícola, ainda pouco<br />

explorada. Nesse sentido, o governo vem apoiando o desenvolvimento da apicultura no Brasil,<br />

especialmente na região Nordeste.<br />

Fabio Colombini


Um dos objetivos dessa ação é promover a geração e a transferência de tecnologias que<br />

visem à melhoria do desempenho dos apicultores, contribuindo dessa forma com o aumento<br />

de produtividade e a melhoria da qualidade dos produtos da colmeia.<br />

O mel é um produto elaborado pelas abelhas a partir do néctar que coletam das flores. É<br />

um alimento de fácil digestão, constituindo uma fonte de energia.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes<br />

Abelha coletando néctar e pólen da flor.<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes<br />

O ciclo da matéria e o fluxo da energia<br />

A planta sintetiza substâncias<br />

orgânicas usando elementos<br />

do ambiente: gás carbônico<br />

do ar, água e os sais<br />

minerais que suas raízes tiram<br />

do solo.<br />

O capim, por exemplo,<br />

sintetiza proteínas, carboidratos,<br />

gorduras, vitaminas.<br />

Com esses materiais ele cresce,<br />

floresce e forma frutos e<br />

sementes. Muitas substâncias<br />

são gastas nas atividades das<br />

células do capim. Veja, no esquema<br />

ao lado, a proporção<br />

do que é incorporado e do<br />

que é gasto.<br />

Substâncias gastas/substâncias incorporadas<br />

O capim sintetiza substâncias a<br />

partir da fotossíntese<br />

substâncias<br />

incorporadas<br />

O capim cresce por causa das<br />

substâncias que incorpora<br />

Total das substâncias produzidas pelo capim<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Apicultor cuidando da colmeia.<br />

substâncias gastas<br />

UNIDADE 5 • Ecologia: ambiEntE E sErEs vivos 187<br />

Fotos: AbleStock<br />

Luis Moura


188<br />

Um herbívoro pode ser comido por um carnívoro (consumidor de segunda ordem) ou morrer<br />

por outra razão. O carnívoro pode ser comido por outro (consumidor de terceira ordem) e<br />

assim por diante.<br />

Os restos dos seres vivos servem de alimento às bactérias e aos fungos, que os decompõem,<br />

transformando-os em materiais simples: gases, água e sais minerais. Esses materiais podem ser<br />

aproveitados pelas plantas na síntese dos nutrientes.<br />

gás carbônico<br />

oxigênio<br />

A matéria-prima que o capim usa para sintetizar alimentos vem do solo (água e sais minerais)<br />

e do ar (gás carbônico). O capim absorve oxigênio para a respiração celular e elimina gás<br />

carbônico. Ele também transpira, eliminando água.<br />

O capim é alimento para o veado. As células do veado também usam oxigênio na respiração<br />

celular e eliminam gás carbônico. O veado bebe água e transpira. Suas fezes e urina contêm água.<br />

O veado é alimento da onça. Ela também inspira oxigênio e expira gás carbônico. Ela também<br />

bebe água, transpira, elimina fezes e urina.<br />

Assim, as substâncias sintetizadas<br />

pelas plantas vão<br />

passando de um ser vivo<br />

para outro na teia alimentar,<br />

voltam ao solo ou à atmosfera,<br />

podendo novamente<br />

fazer parte dos seres vivos.<br />

A matéria circula entre<br />

os seres vivos e o ambiente.<br />

A energia vem do Sol,<br />

passa pelos seres vivos e<br />

escapa para o ambiente,<br />

sem volta.<br />

UNIDADE 5 • Ecologia: ambiEntE E sErEs vivos<br />

Relações entre os animais e destes com o ambiente<br />

alimento<br />

água e sais minerais<br />

Elementos da figura não proporcionais entre si. Cores-fantasia.<br />

transpiração e<br />

respiração<br />

Sol<br />

gás carbônico<br />

alimento<br />

fezes e urina<br />

energia térmica<br />

(calor)<br />

energia luminosa<br />

energia química<br />

dos alimentos<br />

transpiração e<br />

respiração<br />

sais minerais<br />

energia<br />

química<br />

energia<br />

térmica<br />

Elementos da figura não proporcionais entre si. Cores-fantasia.<br />

oxigênio<br />

energia<br />

térmica<br />

bactérias e fungos<br />

energia<br />

térmica<br />

energia<br />

química energia química<br />

Cecília Iwashita Cecília Iwashita


Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Qual a diferença entre a alimentação de uma planta e a de um animal?<br />

A planta sintetiza seus alimentos a partir da fotossíntese. Os animais precisam ingerir alimentos.<br />

A glicose.<br />

2. Em relação à fotossíntese, qual é a substância sintetizada?<br />

3. De que elementos do ambiente a planta precisa para essa síntese?<br />

4. Que substância gasosa se forma na fotossíntese?<br />

5. Os seres vivos podem ser classificados segundo o tipo de alimentação que consomem.<br />

Pensando nisso, responda:<br />

Como podemos classificar o homem?<br />

O oxigênio.<br />

Luz, gás carbônico, água.<br />

Ele é um consumidor primário, secundário, terciário ou de ordem<br />

superior pois come muitos tipos de seres vivos.<br />

Ambos comem vegetais, mas os<br />

6. Qual a diferença entre animais herbívoros e animais frugívoros? frugívoros só comem frutos.<br />

7. Como o urubu é classificado? Ele é um consumidor de 2<br />

8. Monte uma teia alimentar em que o homem apareça como consumidor de primeira,<br />

segunda e terceira ordem.<br />

9. Em uma teia alimentar o que representam as setas?<br />

10. Nas cadeias alimentares, o que são as plantas? E os animais?<br />

11. Qual a importância dos decompositores?<br />

12. A matéria da Terra circula entre o vivo e o não vivo. E a energia, ela circula também?<br />

a ordem ou de ordem superior.<br />

Representam a matéria e a energia passando entre os<br />

seres vivos.<br />

As plantas são produtores e os animais<br />

são consumidores.<br />

Eles devolvem os sais minerais dos<br />

organismos para o ambiente.<br />

Não, a energia do Sol chega à Terra e é aproveitada pelas plantas, mas não forma ciclos, pois é perdida na forma de calor.<br />

Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

Mortari<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes<br />

UNIDADE 5 • Ecologia: ambiEntE E sErEs vivos 189<br />

Mortari


190<br />

A nossa casa no espaço<br />

Esta é a Terra, a nossa casa no espaço.<br />

Nela, passamos a vida.<br />

Nela, viverão os filhos dos nossos filhos.<br />

Dela, dependemos para viver.<br />

A imagem ao lado é uma fotografia da Terra<br />

tirada em 1972 pela tripulação da Apollo 17.<br />

Note os desertos laranja-avermelhados, em<br />

contraste com o azul profundo dos oceanos.<br />

Se a foto mostrasse as Américas, sobressairia<br />

também o verde da Amazônia.<br />

UNIDADE 5 • Ecologia: ambiEntE E sErEs vivos<br />

Mortari<br />

1. Observe as fotos e construa cadeias alimentares com cada um desses animais.<br />

Identifique, em cada uma, o produtor e os consumidores.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Crie um jogo da memória educativo. Pesquise com seus amigos cinco diferentes teias<br />

alimentares. Desenhe, em diferentes cartões, cada um dos componentes da teia.<br />

Embaralhe as cartas, com os desenhos virados para baixo. Vá desvirando as cartas e,<br />

quando encontrar pares que pertençam à mesma teia, pode juntá-los.<br />

Será vencedor aquele que conseguir mais pares pertencentes à mesma teia alimentar.<br />

Olhar de<br />

cidadania<br />

AbleStock<br />

Planeta Terra.<br />

Cerca de um terço da superfície terrestre é coberto por pastos e plantações, um terço por<br />

florestas e outro terço por desertos, tundras, terras incultas e áreas pavimentadas.<br />

Mortari


Ecologia – um tema que veio para ficar<br />

Poucos falavam de meio ambiente ou de ecologia antes de 1972. Nesse ano aconteceu a<br />

primeira reunião da Organização das Nações Unidas para discutir questões ambientais.<br />

Os problemas mundiais tratados foram basicamente três: o esgotamento dos recursos<br />

naturais, a poluição e o subdesenvolvimento econômico e social.<br />

São problemas que exigem a atuação dos governos e também a dos empresários, da sociedade<br />

em geral e de cada cidadão em particular. E logo se percebeu que as ações locais<br />

– em defesa de uma árvore, por exemplo – são tão importantes quanto participar de um<br />

movimento contra o desmatamento da Amazônia.<br />

Isso fez com que a ecologia se tornasse um assunto de jornais, da televisão, das conversas<br />

de todo dia.<br />

Vinte anos depois, em 1992, realizou-se no Rio de Janeiro a Conferência das Nações<br />

Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, também conhecida como Eco-92 ou<br />

Cúpula da Terra.<br />

A conferência contou com representantes de 172 países, 108 chefes de Estado e 2 400<br />

Organizações Não Governamentais. Dela resultaram a Agenda 21, a Declaração do Rio sobre<br />

Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Declaração sobre Florestas, além de duas convenções<br />

– uma sobre mudanças climáticas e outra sobre biodiversidade.<br />

Todos aqueles que participam da solução dos problemas ecológicos, agindo localmente<br />

ou globalmente, compartilham um novo patamar de cidadania. São cidadãos planetários.<br />

Esgotamento dos recursos naturais<br />

Os recursos que retiramos da natureza podem ser renováveis ou não. Peixes e florestas são<br />

renováveis, enquanto ferro e petróleo são exemplos de recursos não renováveis.<br />

Os recursos não renováveis tendem a escassear, pois não são repostos naturalmente. O<br />

que podemos fazer é usar menos, reusar ou reciclar o que foi usado. Ou, então, substituir<br />

por outro produto.<br />

Quanto aos recursos renováveis, depende. A população de peixes que pescamos em um<br />

lago, por exemplo, pode manter um número constante se a taxa de retirada de peixes for<br />

semelhante à taxa de sua reprodução. Se for pescado mais do que é reposto, porém, poderá<br />

ocorrer esgotamento.<br />

O mesmo ocorre com a água. Embora seja um recurso renovável, pois retorna depois de<br />

usada, sua poluição pode torná-la inaproveitável para o uso que se queira fazer dela.<br />

O problema da renovação ou do esgotamento dos recursos naturais levou à valorização<br />

da ideia de sustentabilidade. Dizemos que é sustentável tudo o que pode se manter<br />

sem acabar.<br />

Biodiversidade<br />

A variedade de seres vivos e de ambientes naturais é um patrimônio natural que deve<br />

ser muito bem cuidado.<br />

UNIDADE 5 • Ecologia: ambiEntE E sErEs vivos 191


192<br />

Fotos reproduzidas em escalas diferentes<br />

Nenhuma espécie é descartável. O relacionamento entre as diferentes espécies que<br />

convivem num ecossistema é tão íntimo que o desaparecimento de uma pode influenciar a<br />

sobrevivência de outras, assim como uma alteração ambiental drástica pode influenciar a<br />

sobrevivência de várias espécies.<br />

Ainda hoje a produção alimentícia e farmacêutica se abastece de variedades nativas e<br />

crioulas de plantas, assim como de animais, para produzir novidades. E são as populações<br />

tradicionais, como a dos índios, que mais conhecem as características da flora e da fauna<br />

que podem ser aproveitadas para uso humano. Eles têm muito que ensinar.<br />

Para cuidar das espécies, precisamos conservar o ambiente em que vivem. Uma das<br />

estratégias mais importantes para isso é a criação de unidades de conservação, como<br />

parques, reservas ecológicas e áreas de proteção ambiental. Há unidades de conservação<br />

em sua região?<br />

Arara, um dos mais belos<br />

animais da fauna brasileira.<br />

Poluição<br />

UNIDADE 5 • Ecologia: ambiEntE E sErEs vivos<br />

Jaguatirica.<br />

Onça-pintada.<br />

Poluição é uma alteração do ambiente pela introdução de alguma substância ou forma<br />

de energia (calor, som) que afeta a saúde dos seres vivos, as funções naturais ou o uso<br />

humano.<br />

Atualmente, qualquer obra ou empreendimento que pode potencialmente provocar a<br />

poluição do ar, do solo ou da água deve ter autorização dos órgãos ambientais do governo.<br />

A fiscalização dessas atividades deve ser feita pelo governo, pela polícia, pela população e<br />

pelo Ministério Público.<br />

Quais as causas de poluição mais frequentes em sua cidade? O que está sendo feito para<br />

melhorar a qualidade do ambiente? O que você pode fazer?<br />

Desenvolvimento sustentável<br />

É possível que a agricultura, a indústria e o desenvolvimento urbano não sejam necessariamente<br />

poluidores e promotores do esgotamento dos recursos naturais?<br />

Esse foi o desafio que a Eco-92 colocou para governantes, empresários e sociedade em<br />

geral. Será possível deixar para as gerações futuras a mesma base de recursos do planeta que<br />

nos foi emprestada pelas gerações passadas?<br />

Fotos: AbleStock


Para isso ser possível, o desenvolvimento das atividades humanas não poderia mais acontecer<br />

à custa das condições sociais ou ambientais. O desenvolvimento de uma comunidade<br />

não pode ser medido apenas pela melhoria da sua condição econômica. É necessário que se<br />

leve em conta também sua qualidade de vida, suas condições sociais, assim como a qualidade<br />

de seu ambiente.<br />

Não há dúvidas de que a monocultura da cana, do café, da soja e tantas outras diminuem<br />

a biodiversidade. Mas se cada fazenda separa uma área destinada a ficar intacta, para<br />

a conservação de espécies nativas, é possível manter a variedade de espécies naturalmente<br />

encontrada na região.<br />

A indústria consome grande quantidade de energia e de materiais, aumenta os riscos<br />

de poluição e de um acidente ambiental e nem sempre melhora as condições de vida da<br />

comunidade onde está instalada. Mas cada vez mais se exige que as empresas assumam<br />

sua responsabilidade social. Elas não devem poluir o ambiente nem produzir mercadorias<br />

que sejam esbanjadoras de materiais ou de energia. Devem garantir a qualidade do<br />

produto, favorecer a reciclagem de suas embalagens e ser responsáveis por elas mesmo<br />

após o seu uso.<br />

É preciso valorizar as práticas de sustentabilidade ambiental e social para que possamos<br />

viver melhor em sociedade.<br />

Extinção de espécies<br />

Cada espécie de animal ou de planta que se extingue é uma perda para as gerações futuras.<br />

Com o desaparecimento de uma espécie, perdemos o que ela poderá nos oferecer como<br />

alimento, como fonte de substâncias para tratar as doenças.<br />

O desaparecimento de animais, plantas, fungos e algas diminui a beleza da Terra, pois<br />

cada espécie é única.<br />

O que você sentiria se soubesse pela televisão que a última onça-pintada da face da Terra<br />

morreu e, portanto, essa espécie estaria extinta?<br />

Turismo responsável<br />

O Brasil é conhecido mundialmente por suas belezas naturais. Isso atrai turistas de todas<br />

as partes do nosso território e, também, de outras partes do mundo.<br />

O turismo predatório é considerado uma ameaça aos ambientes brasileiros. Por essa razão,<br />

em todas as reservas naturais existe fiscalização para que as plantas e os animais sejam<br />

admirados, mas não molestados.<br />

Um dos pontos turísticos considerados como modelo para o mundo é o da região de Bonito,<br />

no Pantanal Mato-grossense. Nesse paraíso ecológico, visitado por turistas do mundo<br />

inteiro, há guias preparados para orientar as pessoas a cada momento e existem regras severas<br />

para evitar danos ao ambiente. Um exemplo é a proibição de uso de qualquer tipo de<br />

bronzeador ao entrar nas águas límpidas da região. Também é proibido pisar no fundo dos<br />

remansos: as pessoas descem a correnteza boiando.<br />

UNIDADE 5 • Ecologia: ambiEntE E sErEs vivos 193


Unidade<br />

6<br />

O Universo<br />

AbleStock<br />

Em um Universo que já tem 10 ou 15 bilhões de anos,<br />

estamos constantemente esbarrando em surpresas.<br />

AbleStock<br />

Carl Sagan


196<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

UNIDADE 6 • o UNiVerso<br />

16<br />

Olhando o céu<br />

O objetivo deste capítulo é que o aluno perceba a importância da observação na construção do conhecimento e na compreensão dos fenômenos do<br />

dia a dia. Inicie o tema conversando com seus alunos sobre: o que podem aprender observando os astros; se costumam olhar o céu e o que lhes chama<br />

a atenção, a relação entre os fenômenos da natureza e os astros: dia – Sol; noite – Lua e estrelas; estações do ano, dias mais longos etc.<br />

O céu sempre foi intrigante e desafi ador para o ser humano. Que são esses milhares de<br />

pontos brilhantes que vemos no céu à noite? Por que possuem brilhos diferentes? Por que<br />

ocorrem o dia e a noite? Por que a Lua aparece com diferentes formas? Essas e muitas outras<br />

indagações já povoavam a mente dos humanos primitivos e dos nossos antepassados<br />

distantes. As respostas a essas perguntas formaram a base da contagem dos dias e anos, da<br />

previsão do tempo da chegada das chuvas, do plantio e da colheita. Os índios brasileiros<br />

sabiam tudo isso e também se inspiravam no céu, desenhando nele seus mitos e valores.<br />

Constelação da Anta e do Veado do povo indígena Tembé, da Amazônia. Em geral, os antigos gregos,<br />

os romanos, os povos indígenas identifi cam e nomeiam as contelações associadas, aqui por exemplo,<br />

aos animais que vivem em sua região.<br />

Divulgação


Trocando<br />

ideias<br />

!<br />

Que instrumentos os antigos usavam para estudar o céu?<br />

Que astros você pode ver quando olha para o céu?<br />

Por que observar o céu ficou mais difícil nos dias atuais?<br />

Nós e o Universo<br />

Professor caso seus alunos respondam apenas telescópio, esclareça que<br />

o telescópio foi inventado por Isaac Newton, em 1668. Antes dele, havia<br />

a luneta astronômica, criada em 1609 por Galileu Galilei, além de outros<br />

instrumentos, como o astrolábio, o sextante e o quadrante, utilizados para<br />

medir a distância entre os astros ou a altura deles no céu.<br />

Sol, Lua, estrelas etc.<br />

É intensa a iluminação das cidades e<br />

há muita poluição.<br />

O que sabemos hoje do Universo foi construído ao longo da história da humanidade, e o<br />

século XX ficou marcado como o século da exploração espacial. Desde que o ser humano pisou<br />

na Lua pela primeira vez, em 1969, naves partem levando astronautas, por exemplo, às estações<br />

espaciais, sondas são enviadas a outros planetas e satélites artificiais navegam ao redor da<br />

Terra enviando informações sobre o nosso planeta ou a respeito de outros astros.<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

As primeiras descobertas astronômicas foram conseguidas observando-se os astros a<br />

olho nu e fazendo relações com os fenômenos que ocorriam no dia a dia.<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

O que acontece com a sombra da pessoa e dos objetos ao longo do dia?<br />

Em que momento do dia as sombras são maiores e quando são menores?<br />

Maiores: quando o Sol está próximo ao horizonte, tanto ao nascer quanto ao se pôr. Menores:<br />

próximo ao meio-dia, quando o Sol está póximo ao ponto mais alto do céu.<br />

Luneta (ou telescópio refrator), e telescópio,<br />

astrolábio, sextante, etc.<br />

Ilustrações: Luis Moura<br />

Muda de tamanho e de posição.<br />

UNIDADE 6 • o universo 197


198<br />

Investigue<br />

e relate<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

O relógio de Sol<br />

Você vai precisar de uma vareta (pode ser um palito de churrasco), régua, cartolina,<br />

lápis e um relógio. Em local plano e exposto ao sol, fixe a vareta na cartolina, de modo que<br />

fique na vertical. Cuide para que a cartolina fique sempre na mesma posição. Por volta das<br />

10h da manhã, marque o comprimento da sombra da vareta e trace uma circunferência com<br />

o centro na vareta e o raio igual ao tamanho da sombra.<br />

Quando a sombra da vareta atingir a circunferência novamente, marque essa posição na<br />

cartolina. No meio das duas projeções das sombras marque uma linha tracejada. Essa linha<br />

corresponde ao meio-dia.<br />

Trace uma reta perpendicular à linha do meio-dia, para encontrar as posições das 6h<br />

e das 18h.<br />

6 h 18 h<br />

No dia seguinte, faça marcações de hora em hora. O relógio de Sol pode ser usado para<br />

localizar as direções leste-oeste e norte-sul. A reta perpendicular à linha do meio-dia indica<br />

o leste-oeste. O lado onde o Sol nasce é o lado leste e onde ele se põe é o oeste. A<br />

linha do meio-dia indica a direção norte-sul. Aponte o braço direito para o lado leste e o<br />

esquerdo para oeste. O norte está à frente e o sul no sentido oposto.<br />

PONTOS CARDEAIS: Os pontos onde nasce e onde se põe o Sol variam ao longo do ano e,<br />

por isso, não coincidem sempre com o ponto cardeal leste e o ponto cardeal oeste. Isso acontece<br />

apenas em duas ocasiões por ano, chamadas de equinócios: entre 22 e 23 de setembro<br />

e entre 20 e 21 de março. Os dois outros pontos cardeais, norte e sul, apontam, respectivamente,<br />

para o Polo Norte e o Polo Sul.<br />

Luis Moura<br />

Após a leitura do texto, motive seus alunos a levantarem<br />

hipóteses sobre a causa de o Sol nascer<br />

no ponto cardeal Leste apenas nos equinócios.<br />

Anote os comentários dos alunos e retome-os<br />

ao desenvolver os temas das páginas 203 e 204<br />

(“Observando as sombras” e “As estações do<br />

ano”), enfatizando que isso acontece por causa<br />

do movimento da Terra.


Saiba mais<br />

Existem relógios de Sol construídos há<br />

3,5 mil anos, no Egito, que marcavam períodos<br />

regulares de tempo, como as horas de<br />

um dia. A observação do movimento aparente<br />

do Sol resultou na divisão do dia em<br />

horas e serviu de base para a construção dos<br />

relógios que hoje utilizamos.<br />

Movimento aparente do Sol<br />

Movimento aparente do Sol<br />

Relógio de sol da Igreja da<br />

Ordem Terceira de São Francisco.<br />

Salvador, BA, 2007.<br />

Quando estamos dentro de um veículo em movimento, pode parecer que estamos parados<br />

e que são as casas, as árvores e outros objetos externos que estão se movendo. Esse movimento<br />

aparente se dá no sentido contrário ao do veículo em que estamos.<br />

O mesmo acontece em relação ao Sol. Durante o dia temos a impressão de que o Sol se<br />

move de um lado a outro no céu, indo do leste para oeste. Na verdade, é a Terra que gira em<br />

torno de um eixo imaginário que atravessa seu centro e passa pelos polos Norte e Sul. Esse movimento<br />

de rotação da Terra é o responsável pelo movimento aparente do Sol.<br />

Todos os dias, o Sol e outros astros são vistos nascendo do lado leste e desaparecendo do lado oeste. Isso acontece por<br />

que o movimento de rotação da Terra ocorre no sentido contrário, ou seja, de oeste para leste.<br />

Esclareça aos alunos que o sentido da rotação da Terra é contrário ao do movimento aparente do Sol, ou seja, a Terra gira de oeste para leste.<br />

Como estamos nos movendo junto com a Terra, não percebemos o movimento que ela realiza.<br />

UNIDADE 6 • o universo 199<br />

Fabio Colombini<br />

Luis Moura<br />

Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.


200<br />

Pense<br />

e responda<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

?!<br />

1. O Sol nasce no mesmo horário em todos os lugares da Terra?<br />

Não. Enquanto no Brasil o Sol está nascendo, por exemplo, no Japão o Sol está se pondo.<br />

2. A sombra se move no mesmo sentido que o do movimento aparente do Sol?<br />

Não. A sombra é projetada no sentido oposto aos raios solares e, portanto, se move em sentido contrário ao do movimento aparente do Sol.<br />

3. Ao fornecer o horário de um evento, é comum ouvirmos algo do tipo: “O jogo terá início<br />

às 16 horas, horário de Brasília”. Por quê?<br />

As horas são diferentes em cada cidade, de acordo com sua localização no planeta.<br />

Os fusos horários<br />

O movimento de rotação da Terra também é responsável pelo ciclo dia e noite, que dura,<br />

aproximadamente, 24 horas. Ao meio-dia, o Sol passa exatamente em cima do meridiano do<br />

lugar. Para padronizar as horas de acordo com a passagem do Sol, criaram-se os fusos horários.<br />

Para isso, a superfície terrestre foi dividida em 24 faixas. Cada faixa ou fuso horário corresponde<br />

a 1 hora do dia.<br />

A partir do meridiano de Greenwich – linha imaginária que passa pelo Observatório Astronômico<br />

de Greenwich, na Inglaterra – determinam-se os horários em qualquer parte da Terra.<br />

Professor, questione seus alunos em relação ao que sabem sobre “meridianos”. Esclareça que são linhas imaginárias que unem os polos Sul e Norte da<br />

Terra. Em seguida, faça a leitura da imagem localizando os meridianos e motivando-os a perceber que as faixas horárias não seguem o traçado dos meridianos.<br />

Esclareça que isso ocorre porque cada país pode ajustar as faixas horárias de acordo com suas necessidades políticas e administrativas.<br />

Linha Internacional de Mudança de Data<br />

Fusos horários<br />

0h 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12h 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0h<br />

segunda-feira<br />

domingo<br />

Equador<br />

0 2 874 5 748 km<br />

0h 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12h 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 0h<br />

Fonte: BARRETO, M. Atlas escolar geográfico. São Paulo: Escala Educacional, 2005.<br />

Meridiano de Greenwich<br />

segunda-feira<br />

domingo<br />

Linha Internacional de Mudança de Data<br />

Maps World


Pense<br />

e responda<br />

Se julgar oportuno,<br />

amplie a discussãoperguntando<br />

aos alunos se<br />

o relógio deverá<br />

ser atrasado ou<br />

adiantado? Após<br />

os comentários,<br />

esclareça que o<br />

relógio deverá<br />

ser atrasado já<br />

que a cidade de<br />

Rio Branco está a<br />

oeste de Recife.<br />

Sabendo que a<br />

diferença de fuso<br />

horário entre<br />

essas cidades é<br />

de 1 hora, se em<br />

Recife são 13h, em<br />

Rio Branco serão<br />

12h.<br />

COLÔMBIA<br />

Equador<br />

PERU<br />

?!<br />

Fusos horários do Brasil em relação a Greenwich<br />

Limite prático de<br />

fuso horário<br />

Em relação à hora<br />

de Greenwich<br />

1. Localize no mapa o estado em que você vive. Qual é a hora na sua cidade, quando em<br />

Brasília são duas horas? Resposta pessoal.<br />

2. Qual é a hora na cidade de Natal (Rio Grande do Norte), quando em São Paulo são 20<br />

horas? Natal e São Paulo terão a mesma hora, pois estão localizadas no mesmo fuso horário.<br />

3. Viajando da cidade de Recife, em Pernambuco, para Rio Branco, no Acre, é necessário<br />

acertar os relógios? Por quê? Sim, porque Rio Branco e Recife estão localizadas em fusos horários diferentes.<br />

4. Uma pessoa embarcou ao meio-dia no aeroporto de Porto Velho, em Rondônia, com destino<br />

a Macapá (Amapá). A viagem durou cerca de três horas. A que horas essa pessoa irá<br />

desembarcar?<br />

Duração do ano<br />

– 5<br />

ACRE<br />

OCEANO<br />

PACÍFICO<br />

CHILE<br />

Trópico de Capricórnio<br />

VENEZUELA GUIANA<br />

SURINAME<br />

AMAZONAS<br />

RORAIMA<br />

RONDÔNIA<br />

BOLÍVIA<br />

ARGENTINA<br />

PARAGUAI<br />

PARÁ<br />

MATO GROSSO<br />

MATO<br />

GROSSO<br />

DO SUL<br />

URUGUAI<br />

AMAPÁ<br />

PARANÁ<br />

RIO GRANDE<br />

DO SUL<br />

GUIANA<br />

FRANCESA<br />

TOCANTINS<br />

DF<br />

Brasília<br />

GOIÁS<br />

MINAS<br />

GERAIS<br />

SÃO PAULO<br />

SANTA<br />

CATARINA<br />

–5 –4<br />

–3 –2<br />

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.<br />

MARANHÃO<br />

CEARÁ<br />

Arq. de Fernando<br />

de Noronha<br />

RIO GRANDE<br />

DO NORTE<br />

PIAUÍ PARAÍBA<br />

PERNAMBUCO<br />

0 619 1 238 km<br />

Os fusos horários do Brasil em relação a<br />

Greenwich são os seguintes: -2 horas para<br />

Fernando de Noronha e Ilhas Oceânicas;<br />

-3 horas para os estados das regiões Sul,<br />

Sudeste e Nordeste, Goiás, Distrito Federal,<br />

Tocantins, Amapá e Pará; -4 horas para<br />

Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Mato<br />

Grosso do Sul e Mato Grosso.<br />

Macapá está a leste de Porto Velho, e a diferença de fuso horário entre essas cidades é de 1 hora. Quando é meio-dia em<br />

Porto Velho, em Macapá são 13 horas. Assim, quando chegar ao destino, após três horas de viagem, serão 16 horas.<br />

Marcar a passagem do tempo possibilita determinar a época do plantio e deve ter motivado<br />

a construção de calendários desde tempos imemoriais. Milhares de anos antes de Cristo os<br />

egípcios notaram que o período de inundação do Rio Nilo começava quando a estrela Sirius, a<br />

mais brilhante do céu, surgia pela primeira vez pouco antes do nascer do Sol. O que acontecia,<br />

em média, a cada 365 dias. Outros calendários foram desenvolvidos a partir da observação<br />

constante do Sol e da Lua.<br />

BAHIA<br />

ESPÍRITO<br />

SANTO<br />

RIO DE<br />

JANEIRO<br />

OCEANO<br />

ATLÂNTICO<br />

ALAGOAS<br />

SERGIPE<br />

Maps World<br />

UNIDADE 6 • o universo 201


202<br />

Observando a variação no tamanho da sombra de uma vareta fincada no chão na vertical,<br />

é possível determinar a duração do ano.<br />

Medindo a sombra dessa vareta sempre ao meio-dia, verifica-se que o comprimento medido<br />

varia com o passar dos dias. Os antigos perceberam que, nas épocas mais frias, a sombra observada<br />

era maior do que nas épocas mais quentes. Perceberam, também, que após atingir um valor<br />

máximo, a sombra diminuía até chegar ao tamanho mínimo, quando começava a aumentar<br />

novamente. Essas observações levaram à divisão do ano em quatro estações.<br />

Início do inverno<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

Início da primavera e<br />

Início do outono<br />

Imagem não proporcional. Cores-fantasia.<br />

?!<br />

1. O que causa as estações do ano?<br />

2. No lugar onde você mora, o Sol nasce sempre:<br />

• à mesma hora? Não.<br />

• no mesmo lugar? Não.<br />

Início<br />

do verão<br />

A sombra da vareta é máxima no primeiro dia de inverno e mínima, no primeiro dia de verão.<br />

O verão inicia no momento em que a sombra da vareta vertical é mínima e termina quando<br />

atinge a metade do comprimento máximo. Nesse momento, começa o outono, que termina quando<br />

a sombra atinge seu tamanho máximo. O inverno inicia no dia em que a sombra atinge seu<br />

valor máximo e termina no dia em que chega à metade desse valor, quando começa a primavera.<br />

Acompanhando a observação do ciclo das estações, verificou-se que um ciclo se completava<br />

após 365 dias, aproximadamente.<br />

Pense<br />

e responda<br />

A inclinação do eixo de rotação da Terra, associada ao movimento de<br />

translação desse planeta ao redor do Sol.<br />

Luis Moura


Investigue<br />

e relate<br />

Observando as sombras<br />

Escolha um local dentro de sua casa onde bata Sol e fixe na parede uma fita de papel.<br />

Observe o ponto em que o Sol atinge a fita e faça uma marca. Anote o mês, dia e hora<br />

em que fez o registro.<br />

Depois de uma semana, faça nova observação exatamente na mesma hora da anterior.<br />

Marque novamente a posição do Sol e anote a data do registro.<br />

Repita o procedimento, toda semana, no mínimo, quatro meses. Agora responda: O Sol<br />

atingiu sempre o mesmo lugar? Qual é a causa do resultado que você obteve?<br />

Não. A mudança na posição das marcas é causada pelo movimento da Terra em torno do Sol.<br />

Pense<br />

e responda<br />

?!<br />

As questões propostas têm o objetivo de levantar os conhecimentos dos<br />

alunos em relação às estações do ano.<br />

1. A quantidade de calor recebida em uma cidade depende de sua localização em relação à<br />

Linha do Equador?<br />

Sim. Quanto mais próximo do Equador, os raios solares atingem a superfície da Terra mais diretamente,<br />

e a quantidade de calor recebida é maior, aquecendo mais a região.<br />

2. Durante o ano, os dias (períodos de claridade) têm a mesma duração das noites?<br />

Não. Nas estações mais quentes os dias são mais longos do que nas estações mais frias.<br />

3. As cidades localizadas próximas à Linha do Equador têm as estações do ano bem<br />

definidas? Não. A quantidade de calor recebida nessas regiões não muda muito durante o ano.<br />

4. Por que é verão no Hemisfério Norte quando é inverno no Hemisfério Sul?<br />

A Terra gira ao redor do Sol mantendo o eixo inclinado e sempre apontando para a mesma direção. Conforme a Terra<br />

realiza esse movimento, os raios solares incidem mais diretamente em um hemisfério ou no outro.<br />

As estações do ano<br />

A Terra realiza também um movimento de translação ao redor do Sol.<br />

O eixo de rotação da Terra está inclinado em relação à sua órbita ao redor do Sol. Durante<br />

o movimento de translação, esse eixo aponta sempre na mesma direção. Porque a Terra gira ao<br />

redor do Sol, a quantidade de luz e calor recebida em cada um dos hemisférios da Terra não<br />

é a mesma. Ao longo do ano, ora os raios solares atingem mais diretamente o Hemisfério Sul<br />

UNIDADE 6 • o universo 203


204<br />

(HS), aquecendo-o mais, ora é o Hemisfério Norte (HN) que recebe mais diretamente os raios<br />

solares. Assim, quando é verão no Hemisfério Norte, é inverno no Hemisfério Sul, e vice-versa.<br />

Estimule os alunos a<br />

perceber que a direção<br />

do eixo da Terra<br />

não muda ao longo<br />

de sua órbita ao redor<br />

do Sol.<br />

Luz e calor<br />

Você vai precisar de uma cartolina, lápis de três cores<br />

diferentes e uma lanterna.<br />

Coloque a cartolina sobre uma mesa e peça para um<br />

de seus colegas segurar, com uma das mãos, a lanterna<br />

ligeiramente inclinada a 30 cm, aproximadamente, acima<br />

da cartolina. Acenda a lanterna e observe na cartolina a<br />

região iluminada. Com um dos lápis de cor, desenhe na<br />

cartolina o contorno da região iluminada. Repita a operação,<br />

inclinando um pouco mais a lanterna. Desenhe o<br />

Imagens não proporcionais entre si. Cores-fantasia.<br />

contorno da área iluminada com outro lápis de cor. Em<br />

seguida, posicione a lanterna na vertical e faça novo contorno, usando o terceiro lápis de cor.<br />

Compare o tamanho dos três desenhos.<br />

• A quantidade de luz e calor que uma região recebe do Sol é maior quando os raios solares<br />

são oblíquos ou quando são mais retos? Quando a projeção da luz é direta sobre a superfície, a área iluminada é<br />

menor. Quando a projeção é oblíqua, a mesma quantidade de luz é<br />

distribuída numa área maior. A inclinação da lanterna, portanto, transfere menor quantidade de energia por área iluminada.<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

HN inverno<br />

22-23 dez.<br />

HS verão<br />

Data<br />

Estação do ano no<br />

Hemisfério Sul<br />

Estação do ano no<br />

Hemisfério Norte<br />

22 - 23 de setembro primavera outono<br />

22 - 23 de dezembro verão inverno<br />

20 - 21 de março outono primavera<br />

22 - 23 de junho inverno verão<br />

Investigue<br />

e relate<br />

As estações do ano<br />

HN outono<br />

HS primavera<br />

22-23 set.<br />

HN primavera<br />

20-21 mar.<br />

HS outono<br />

HN verão<br />

22-23 jun.<br />

HS inverno<br />

As estações do ano ocorrem devido à inclinação do eixo de rotação da Terra e do<br />

fato de ele não mudar sua direção ao longo da órbita da Terra ao redor do Sol.<br />

Imagens não proporcionais entre si. Cores-fantasia.<br />

Luis Moura<br />

Claudia Marianno


A tabela mostra a duração do dia e da noite, em quatro datas do ano, nas cidades de Boa<br />

Vista, Macapá, São Paulo e Porto Alegre.<br />

LOCALIDADE<br />

1. Em que cidades a duração do dia e da noite é praticamente a mesma durante o ano?<br />

Boa Vista e Macapá.<br />

2. Quais as cidades que apresentam diferença maior entre a duração do dia e da noite ao<br />

longo do ano? São Paulo e Porto Alegre.<br />

3. Em relação às cidades de São Paulo e Porto Alegre, em que época do ano:<br />

a) as noites são mais longas? 22 de junho / inverno<br />

b) os dias são mais longos? 22 de dezembro / verão<br />

4. Analisando a tabela, escreva um texto que relacione a duração do dia e a da noite assim<br />

como a localização das cidades em relação à Linha do Equador. Para isso, observe a localização<br />

dessas cidades em um mapa do Brasil. Resposta Pessoal.<br />

Fases da Lua<br />

Analise<br />

a tabela<br />

DATA – Duração do dia e da noite<br />

21 de março 22 de junho 23 de setembro 22 de dezembro<br />

DIA NOITE DIA NOITE DIA NOITE DIA NOITE<br />

BOA VISTA 12:08 11:52 12:19 11:41 12:08 11:52 11:59 12:01<br />

MACAPÁ 12:08 11:52 12:09 11:51 12:07 11:53 12:00 12:00<br />

SÃO PAULO 12:07 11:53 10:43 13:17 12:10 11:50 13:37 10:23<br />

PORTO ALEGRE 12:07 11:53 10:14 13:46 12:11 11:40 14:07 9:53<br />

Os antigos já haviam percebido que a Lua passava por diferentes formas. Era vista no céu<br />

como um disco brilhante, diminuindo pouco a pouco até se tornar um filete quase invisível. Além<br />

disso, perceberam que essas formas se repetiam de tempos em tempos, em um ciclo de fases.<br />

A Lua passa por quatro fases básicas:<br />

Lua nova: quando a face visível da Lua não recebe a luz do Sol, pois os dois astros estão na<br />

mesma direção. Nessa fase, a Lua está no céu durante o dia, nascendo e se pondo aproximadamente<br />

junto com o Sol.<br />

Lua quarto-crescente: tem a forma de um semicírculo com a parte convexa voltada para o<br />

oeste. Vistos da Terra, Lua e Sol estão separados num ângulo de aproximadamente 90°. A Lua<br />

nasce por volta do meio-dia e se põe perto da meia-noite.<br />

Lua cheia: a face visível está totalmente iluminada. A Lua está no céu durante toda a noite,<br />

nasce quando o Sol se põe e se põe no nascer do Sol. Vistos da Terra, Lua e Sol estão em direções<br />

opostas, separados aproximadamente por 180°, ou 12 horas.<br />

Lua quarto-minguante: a Lua está aproximadamente 90° a oeste do Sol e tem a forma de<br />

um semicírculo, com a convexidade apontada para o leste. A Lua nasce aproximadamente à<br />

meia-noite e se põe por volta do meio-dia.<br />

UNIDADE 6 • o universo 205


206<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

1. Como é um calendário lunar? Apresenta as fases da Lua a cada dia durante o ano.<br />

2. Quantas fases da Lua você pode identificar no calendário lunar?<br />

3. Qual a duração de um ciclo de fases da Lua?<br />

O ciclo completo das fases da Lua dura 29,5 dias, aproximadamente.<br />

Duração do mês<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

Fases da Lua: Outubro/2013<br />

Professor, estimule os alunos a identificar as fases básicas e a contar os dias para um<br />

ciclo completo. Inicie com a Lua Nova, no dia 3, a fase quarto-crescente, com início no<br />

dia 10, a Lua cheia, dia 18, e a quarto-minguante, dia 25. No dia 31, a fase minguante<br />

está praticamente no final e, no dia 1 o de agosto, terá início a fase da nova.<br />

Resposta pessoal.<br />

NASA<br />

Calendário lunar.<br />

Procure motivar os alunos a perceber que são consideradas<br />

4 fases básicas (cheia, quarto-minguante,<br />

nova, quarto-crescente) e que entre uma fase (básica)<br />

e outra, a região visível da Lua vai se tornando<br />

pouco a pouco maior ou menor.<br />

Além do Sol, é fácil perceber que a Lua é o astro que mais chama a atenção do ser humano.<br />

E, assim como o Sol, a Lua foi muito importante para organizar e orientar as atividades dos<br />

nossos ancestrais.<br />

A Lua possui uma forma praticamente esférica, porém é fácil verificar que, com o passar dos<br />

dias, essa forma parece mudar.<br />

A Lua só é visível quando iluminada pelo Sol. Como a Lua gira ao redor da Terra, sua posição,<br />

em relação à Terra e ao Sol, vai mudando. Assim, a região iluminada pelo Sol varia durante<br />

esse movimento. Algumas vezes, apenas uma parte da superfície da Lua é iluminada,<br />

tornando-se visível, outras vezes podemos ver a Lua como um disco brilhante no céu.


Nova<br />

4<br />

5<br />

6<br />

3<br />

Terra<br />

7<br />

2<br />

Fases da Lua<br />

1<br />

1 2 3 4 5 6 7 8 1<br />

A figura mostra a Lua em diferentes posições conforme realiza sua órbita ao redor da Terra. A região clara é a região iluminada<br />

pelo Sol. Os números correspondem às formas aparentes da Lua, como indicadas na sequencia de fases, para um observador<br />

que está no Hemisfério Sul da Terra. Imagens não proporcionais entre si. Cores-fantasia.<br />

Quando a Lua dá uma volta ao redor da Terra, completa-se um ciclo de fases da Lua. A<br />

observação constante da Lua mostrou que um ciclo completo de fases, chamado lunação, demorava<br />

29 ou 30 dias. Essa descoberta possibilitou agrupar os dias e levou à definição do mês,<br />

uma contagem de tempo em blocos de 29 ou 30 dias.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

A Lua é o satélite natural da Terra. Façam uma pesquisa sobre as viagens à Lua: quando<br />

começaram, quem foi o primeiro ser humano a pisar na Lua, quem foi o primeiro astronauta<br />

brasileiro, quando viajou ao espaço, qual a importância dessa viagem para o Brasil e para o<br />

conhecimento científico etc. No final, apresentem para a turma o resultado da pesquisa.<br />

Lua<br />

Quarto-crescente Lua cheia Quarto-minguante<br />

8<br />

Sol<br />

Nova<br />

Luis Moura<br />

UNIDADE 6 • o universo 207


208<br />

Eclipses<br />

Em Astronomia, eclipse quer dizer o desaparecimento total ou parcial de um astro. Aqui da<br />

Terra, podemos observar o eclipse da Lua e o eclipse do Sol.<br />

Uma sombra é formada quando um objeto, ao ser iluminado, não deixa que a luz o atravesse.<br />

Veja o que acontece quando coloca sua mão entre uma lâmpada e uma mesa. Com a Terra e a<br />

Lua acontece o mesmo.<br />

Quando os raios solares atingem a Terra ou a Lua, sempre se forma uma sombra na direção<br />

oposta aos raios solares. Essa sombra tem a forma de um cone, que se estende pelo espaço.<br />

Como a Lua gira ao redor da Terra, os eclipses ocorrem quando:<br />

• a Lua atravessa a sombra da Terra – eclipse lunar;<br />

• a sombra da Lua é projetada na Terra – eclipse solar.<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

Sol<br />

Imagens não proporcionais entre si.<br />

Sol<br />

Imagens não proporcionais entre si.<br />

Eclipse lunar<br />

Eclipse solar<br />

Terra<br />

Lua<br />

Terra<br />

Lua<br />

cores-fantasia.<br />

Cores-fantasia.<br />

A Lua percorre um caminho ao redor da Terra, que está inclinado em relação à órbita terrestre<br />

ao redor do Sol. Essa inclinação faz com que em um ano ocorram, no máximo, sete eclipses:<br />

dois lunares e cinco solares ou três lunares e quatro solares. Durante o século XXI, haverá<br />

68 eclipses totais do Sol, dos quais apenas cinco serão visíveis em alguma parte do Brasil, e 85<br />

eclipses totais da Lua.<br />

Luis Moura<br />

Luis Moura


Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. Escreva um texto sobre a importância de se observar o céu. Resposta pessoal.<br />

2. Explique como ocorrem os eclipses da Lua e do Sol. Resposta pessoal.<br />

Facilita as relações internacionais, o<br />

3. Por que é importante existir um padrão para marcar as horas? comércio etc.<br />

4. Por que dizemos que o movimento do Sol é aparente?<br />

5. O que são os fusos horários? São faixas que indicam a hora em relação ao meridiano de Greenwich.<br />

6. Quantos fusos horários o Brasil possui? Três.<br />

7. Imagine que seu melhor amigo mudou-se de Brasília para a cidade de Natal, no Rio<br />

Grande do Norte, e você resolveu telefonar para ele. Olhando no relógio, você viu que<br />

eram 16h. A que horas seu amigo recebeu a ligação? Por quê?<br />

8. Quais as consequências do movimento de rotação da Terra? Ciclo dia e noite.<br />

• E do movimento de translação? Ciclo das estações do ano.<br />

9. Como os antigos determinaram a duração do ano? E do mês?<br />

A variação do mês foi estabelecida observando as fases da Lua.<br />

10. Sua turma ganhou um concurso de projetos de Ciências e vocês precisam viajar para<br />

a França. A viagem está marcada para o dia 20 de fevereiro. Que tipo de roupas vocês<br />

levariam na bagagem? Por quê?<br />

11. Por que ocorrem as fases da Lua?<br />

12. O que aprendemos com a observação do Sol e da Lua? Resposta pessoal.<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Em grupo, façam uma pesquisa<br />

sobre a profissão de astrônomo.<br />

Procurem obter informações sobre<br />

locais de trabalho, atividades dessa<br />

profissão e cursos necessários para<br />

se tornar um profissional habilitado.<br />

Quem se move ao redor do Sol é a Terra. Como nos<br />

movemos junto com ela, temos a impressão de que<br />

é o Sol que se move.<br />

Às 16 horas, porque essas cidades estão<br />

situadas no mesmo fuso horário.<br />

Pela variação do tamanho da sombra de uma<br />

vareta vertical, ao longo do ano.<br />

Roupas mais quentes, como casacos, calças compridas, agasalhos de moleton, meias de lã,<br />

cachecol etc. Como a França está localizada no Hemisfério Norte, nessa época é inverno.<br />

Por causa do movimento que a Lua realiza ao redor da Terra, mudando sua posição<br />

em relação à Terra e ao Sol.<br />

Nicolau Copérnico (1473-1543) observando um eclipse em 1500.<br />

Sheila Terry/Science Photo Library<br />

UNIDADE 6 • o universo 209


210<br />

<strong>Capítulo</strong><br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

17<br />

Conhecendo o céu<br />

Converse com seus alunos sobre os astros que conhecem, se eles podem ser vistos a olho nu, se todos os astros vistos à noite são estrelas<br />

etc. Poderia se questionar por que as estrelas parecem um ponto, e por que o Sol e a Lua parecem ser tão grandes etc.<br />

Como será que surgiram os astros que vemos no céu?<br />

Essa pergunta ainda não tem uma resposta defi nitiva. Com o avanço do conhecimento<br />

e o desenvolvimento das Ciências, porém, surgiram diferentes teorias que procuram<br />

explicar como tudo começou.<br />

A teoria mais aceita pelos cientistas para a origem do Universo é a Teoria do Big Bang<br />

(Grande Explosão). Essa teoria estabelece o tempo “zero” em que se iniciou um processo<br />

de expansão do Universo.<br />

Há cerca de 14 bilhões de anos, instantes após o Big Bang, o espaço, a matéria e a<br />

energia que constituem o Universo começaram a existir.<br />

Com o passar do tempo, nuvens de gases e poeira cósmica começaram a se agrupar,<br />

iniciando a formação das galáxias, das estrelas e de outros corpos celestes que fazem<br />

parte do Universo que conhecemos.<br />

No Universo estão os astros como estrelas, planetas, cometas, asteroides e muitos outros.<br />

NASA


!<br />

1. O que você sabe sobre os astros ?<br />

2. Você diria que a Terra é um corpo celeste? Por quê?<br />

3. É importante estudar o Universo?<br />

Resposta pessoal.<br />

Este é um convite para os alunos conversarem livremente<br />

sobre o assunto. Cada um diz o que sabe. Você enriquece a<br />

troca de ideias por meio de comentários.<br />

Professor, com esta questão o aluno precisa rever o conceito de<br />

astros e o significado da palavra como sinônimo de corpo celeste,<br />

identificá-los no texto e resgatar conhecimento prévio.<br />

Resposta pessoal.<br />

Sim. Professor, deixe que os alunos expressem suas opiniões e motive-os a perceber<br />

que, conhecendo outros astros, conhecemos também nossas origens, pois tudo surgiu<br />

a partir dos mesmos componentes.<br />

4. Por que vemos os astros tão pequenos quando olhamos o céu à noite?<br />

Os astros que vemos no céu estão muito distantes de nós, por isso os vemos tão pequenos. Vemos o Sol e a Lua maiores porque estão mais perto.<br />

Ano-luz<br />

Trocando<br />

ideias<br />

Para medir as distâncias entre os astros, os astrônomos criaram uma unidade de medida, o<br />

ano-luz (a.l.). Essa medida equivale à distância percorrida pela luz, no espaço, no período de<br />

um ano.<br />

A distância aproximada que nos separa da estrela mais brilhante do céu é de 8,5 anos-luz.<br />

Isso quer dizer que a luz emitida por Sirius demora 8,5 anos para chegar até nós. Já a luz do Sol,<br />

a estrela mais próxima da Terra, que está a uma distância de 150 000 000 km, somente chegará<br />

à Terra cerca de oito minutos após ser emitida.<br />

Pense<br />

e responda<br />

?!<br />

1. A estrela Alfa-Centauro está a uma distância aproximada de 4,3 anos-luz. Suponha que:<br />

• você está observando essa estrela. Quando a luz que você vê foi enviada? Há 4,3 anos.<br />

• se ela explodisse nesse momento, após quanto tempo teríamos conhecimento desse<br />

fato?<br />

4,3 anos.<br />

2. Podemos garantir que todas as estrelas que vemos no céu ainda existem? Por quê?<br />

Não. As estrelas estão muito distantes de nós. Assim, estamos vendo hoje a luz que foi emitida há anos.<br />

3. Você concorda com a afirmação: “Quando vemos as estrelas, elas estão no passado”? Por<br />

quê?<br />

Resposta pessoal. Se, por exemplo, uma estrela está 30 anos-luz distante da<br />

Terra, a luz que vemos hoje corresponde àquela emitida 30 anos atrás.<br />

4. Como podemos observar astros tão distantes?<br />

Professor, converse com seus alunos sobre a importância do desenvolvimento<br />

tecnológico na construção de telescópios potentes. Faça um levantamento<br />

dos conhecimentos prévios de seus alunos em relação a esses instrumentos.<br />

Questione-os sobre o que sabem acerca da Astronomia brasileira. Esclareça que<br />

o Brasil faz parte de dois grandes projetos: o Gemini, que envolve 2 telescópios<br />

de 8 m de diâmetro, localizados no Havaí e no Chile; e o projeto SOAR, um<br />

telescópio de 4,2 m de diâmetro, localizado no Chile.<br />

Com instrumentos mais potentes, como os telescópios terrestres<br />

de grande porte, os telescópios espaciais e outros.<br />

UNIDADE 6 • o universo 211


212<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Durante uma semana, observem o céu à noite, sempre na mesma hora. Registre a hora<br />

em que realizaram a atividade, o tempo que ficaram observando o céu e o que viram durante<br />

esse tempo e responda às perguntas.<br />

1. Todos os pontos brilhantes que vemos à noite no céu são estrelas? Por quê?<br />

2. Todos apresentam mesmo brilho e cor?<br />

3. Olhando o céu, podemos ver uma faixa mais clara com maior número de estrelas. O que<br />

você acha que é essa faixa?<br />

Galáxias<br />

Quando olhamos para o céu em noites sem<br />

nuvens, ou quando estamos em locais com<br />

pouca iluminação, vemos uma faixa clara, esbranquiçada,<br />

atravessando o céu. Essa faixa foi<br />

chamada pelos antigos gregos Via Láctea, por<br />

parecer um caminho de leite no céu.<br />

No início do século XVII, Galileu Galilei, um<br />

astrônomo italiano, construiu uma luneta e<br />

com ela passou a observar o céu de perto. Com<br />

esse instrumento, Galileu descobriu que essa<br />

faixa esbranquiçada era formada por um grande<br />

número de estrelas.<br />

Com o avanço do conhecimento sobre os astros,<br />

os astrônomos descobriram que, ao observar<br />

essa faixa de estrelas, estamos vendo uma<br />

região da galáxia em que vivemos. A nossa Galáxia<br />

recebeu o nome de Via Láctea.<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

Os objetivos desta atividade são: servir de motivação para o estudo dos<br />

corpos celestes e introduzir os conceitos de planeta e estrela.<br />

Nem todos os pontos brilhantes vistos à noite são estrelas. Alguns pontos brilhantes podem ser planetas.<br />

Não. Alguns são mais brilhantes do que outros: uns são mais azuis, outros, mais avermelhados etc.<br />

Professor, motive seus alunos a expressar livremente as próprias ideias e opiniões a esse respeito<br />

e faça um registro. Após a leitura do texto, retome a questão, comparando as respostas<br />

dos alunos.<br />

Na Via Láctea, além de bilhões de estrelas, existem também regiões escuras.<br />

Galileu Galilei (1564-1642) observando o céu. Criação artística.<br />

Larry Landolfi/NASA<br />

Sheila Terry/Science Photo Library


A galáxia mais próxima à nossa é Andrômeda. Acredita-se que a Via Láctea seja muito parecida com Andrômeda, porém duas vezes menor.<br />

Com a construção de telescópios<br />

cada vez mais potentes, foi possível<br />

a observação mais detalhada do<br />

Universo e descobriu-se a existência<br />

de inúmeras outras galáxias com diferentes<br />

formas e tamanhos.<br />

Hoje sabemos que as galáxias<br />

são compostas por uma infinidade<br />

de estrelas, gás e poeira, girando em<br />

torno de um centro comum.<br />

Nas galáxias, existem também<br />

formações conhecidas como nebulosas,<br />

compostas de nuvens de gás<br />

e poeira que podem ter formas e<br />

tamanhos variados. Algumas dessas<br />

nebulosas são verdadeiros berçários<br />

de estrelas.<br />

Pense<br />

e responda<br />

?!<br />

1. Existe apenas a nossa galáxia, a Via Láctea, no Universo?<br />

2. Do que são formadas as galáxias?<br />

3. Em qual galáxia está localizada a Terra?<br />

4. Depois do Big Bang ainda se formam estrelas?<br />

5. O que são nebulosas?<br />

Imagens reproduzidas em escalas diferentes.<br />

A nebulosa da Águia apresenta colunas imensas de gás e poeira em que<br />

ocorrem as condições necessárias para a formação de estrelas.<br />

Imagens reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Estrelas, planetas, gás e poeira.<br />

Na Via Láctea.<br />

Não. Existem muitas outras galáxias.<br />

Sim, existem nebulosas que são regiões de formação de estrelas.<br />

Nuvens de gás e poeira. Alguns tipos de nebulosas são regiões de formação de estrelas.<br />

Jason Ware /NASA<br />

J. Hester/P. Scowen/NASA<br />

UNIDADE 6 • o universo 213


214<br />

O uso de instrumentos para observar o céu foi fundamental para o avanço do conhecimento<br />

do Universo. Façam uma pesquisa sobre esses instrumentos e sua importância para o<br />

desenvolvimento da Astronomia. Procurem também informações sobre os planetários existentes<br />

no Brasil, a importância e características desses locais. Para concluir, criem um mural<br />

com as informações obtidas.<br />

Estrelas<br />

Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

As estrelas são astros compostos de gases e produzem energia em seu interior. Essa energia<br />

sai da estrela em forma de luz e calor. A vida da estrela dura enquanto em seu interior houver<br />

combustível suficiente para que ela possa brilhar.<br />

Existem estrelas de diferentes tamanhos e cores: azuis, vermelhas, amarelas etc. Podemos<br />

dizer que uma estrela é de pequena massa quando sua massa é cerca de três vezes menor que<br />

a do Sol; e de grande massa, quando sua massa é cerca de dez vezes maior que a do Sol. As<br />

estrelas de pequena massa brilham durante um período e vão se apagando aos poucos. As de<br />

grande massa têm uma vida curta. Elas queimam rapidamente seu combustível e explodem,<br />

produzindo uma supernova.<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

Nebulosa do Caranguejo – restos da explosão de uma estrela.<br />

O Sol pode ser considerado uma estrela de massa intermediária, que poderá produzir energia<br />

durante mais cinco bilhões de anos aproximadamente. Nos estágios finais de sua vida, o Sol começará<br />

a inchar e crescerá tanto que irá tornar-se uma estrela do tipo gigante vermelha. No final, irá<br />

diminuir subitamente e se transformará em uma estrela anã branca, até esfriar totalmente.<br />

NASA


Constelações<br />

Desde a Antiguidade os nossos antepassados<br />

olhavam para o céu à noite e, ligando<br />

as estrelas, imaginavam figuras associadas<br />

aos costumes, crenças e histórias de suas vidas.<br />

Cada grupo de estrelas recebia o nome<br />

da figura formada. Os antigos gregos, por<br />

exemplo, imaginaram o grande caçador<br />

Órion, personagem de suas crenças mitológicas,<br />

formado por um agrupamento de estrelas<br />

que chamaram e constelação Órion.<br />

A constelação de Órion desempenhou<br />

um papel importante para as civilizações<br />

antigas, pois sua posição no céu anunciava<br />

a chegada do inverno ou do verão. No Hemisfério<br />

Sul, é uma constelação típica do<br />

verão, já que em dezembro pode ser vista<br />

a noite toda.<br />

Constelação de Órion: o cinturão do caçador é formado por<br />

três estrelas de mesmo brilho, alinhadas e próximas entre<br />

si, conhecidas como Três Marias. Cores-fantasia.<br />

O Cruzeiro do Sul é uma constelação fácil de ser identificada no Hemisfério Sul. Ela é formada<br />

por um conjunto de cinco estrelas: quatro estrelas formam a cruz e uma quinta, menor e<br />

menos brilhante, entre os braços da cruz, é chamada no Brasil Intrometida. Essa estrela facilita<br />

a localização da constelação do Cruzeiro do Sul no céu.<br />

Esclareça aos alunos<br />

que a região<br />

escura próxima<br />

à constelação do<br />

Cruzeiro do Sul é<br />

conhecida como<br />

“Saco de carvão”,<br />

uma nuvem muito<br />

densa de gás e<br />

poeira que nos<br />

impede de ver os<br />

astros que estão<br />

atrás dela.<br />

Imagens reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Constelação do Cruzeiro do Sul (no lado direito da fotografia). As duas estrelas à esquerda<br />

são Alfa-centauro e Beta-centauro, as mais brilhantes da constelação do Centauro.<br />

Imagens reproduzidas em escalas diferentes.<br />

NASA/GSFC<br />

Joe Tucciarone/Science Photo Library<br />

UNIDADE 6 • o universo 215


216<br />

A constelação do Cruzeiro do Sul é ponto de referência celeste para a Navegação Astronômica.<br />

Começou a ser citada em documentos e cartas de navegação, após o descobrimento do<br />

Brasil, passando a ser usada para orientar os navegadores durante as viagens no Hemisfério<br />

Sul. Olhando essa constelação, podemos achar o sul.<br />

Saiba mais<br />

A constelação do Cruzeiro do Sul é um dos símbolos mais conhecidos do Hemisfério Sul.<br />

É representada ou citada em letras de músicas e poemas e em bandeiras de cinco países.<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

Para achar o Sul, prolongamos a linha do braço maior da cruz em dois momentos de<br />

observação. No ponto onde essas linhas se cruzam baixamos o olhar até o horizonte e temos<br />

o Sul. A direção norte fica do lado oposto. Imagens não proporcionais. Cores-fantasia.<br />

Bandeiras com o Cruzeiro do Sul<br />

Brasil Austrália Papua-Nova Guiné Nova Zelândia<br />

NASA<br />

Vivian Rosa


Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Fazendo constelações<br />

Arranjem uma caixa de madeira ou papelão e tirem o fundo. Cubram esse local com papel-<br />

-cartão preto. Desenhem ou façam um xerox da forma das constelações e colem sobre o papel<br />

preto. Façam furos nos desenhos das constelações, nos locais onde estariam localizadas as<br />

estrelas. Coloquem a caixa sobre uma mesa, deixando o lado em que estão os furos virados<br />

para uma parede. Coloquem uma lanterna ou uma lâmpada elétrica dentro da caixa iluminando<br />

os furos. Apaguem a luz do local onde estão e observem as imagens.<br />

Investigue<br />

e relate<br />

Professor, amplie esta atividade propondo a observação de outras constelações.<br />

Observe o céu e procure localizar:<br />

1. A Via Láctea. Como você descreveria essa região do céu que está observando?<br />

2. As estrelas mais brilhantes. Verifique a diferença de cor entre essas estrelas.<br />

3. As constelações do Cruzeiro do Sul e de Órion.<br />

• O Cruzeiro do Sul pode ser visto praticamente o ano todo. Entre março e setembro é possível<br />

ver essa constelação no início das noites, em qualquer região do Brasil. Em maio e<br />

junho, o Cruzeiro do Sul aparece já alto no céu.<br />

• A constelação de Órion está visível de novembro, a partir das 22 horas, até final de maio,<br />

quando se põe logo após o Sol. Para nós do Hemisfério Sul, Órion surge em dezembro, a<br />

leste (região contrária ao pôr do sol) no começo da noite, indicando a chegada do verão.<br />

Planetas<br />

Observando o céu, os antigos perceberam que cinco astros se moviam entre as constelações.<br />

Esses astros foram chamados planetas e receberam nomes de deuses romanos. Com o uso dos<br />

telescópios outros planetas foram descobertos séculos depois.<br />

Mercúrio<br />

Com um brilho amarelado, Mercúrio pode<br />

ser visto sempre próximo ao horizonte,<br />

por estar muito próximo do Sol. Em certas<br />

épocas, pode-se observá-lo pouco antes<br />

do nascer do Sol; em outras, é visível<br />

pouco depois do anoitecer.<br />

NASA/JPL<br />

UNIDADE 6 • o universo 217


218<br />

Vênus<br />

Vênus ou Estrela-d’Alva ou Estrela da Manhã<br />

tem atmosfera espessa que reflete grande parte<br />

dos raios solares, o que o torna o planeta<br />

mais brilhante do céu. Pode ser visto com um<br />

brilho branco-azulado poucas horas antes do<br />

amanhecer e poucas horas depois do anoitecer.<br />

Marte<br />

Astro avermelhado, Marte sempre despertou<br />

a curiosidade sobre a existência de vida extraterrestre.<br />

Hoje, estudos do solo e da atmosfera<br />

de Marte, realizados por meio de sondas espaciais,<br />

mostraram a presença de água no planeta.<br />

Essa descoberta é um grande passo para<br />

as pesquisas relacionadas à existência de vida<br />

em outros planetas.<br />

Júpiter<br />

O maior de todos os planetas é visto com intenso<br />

brilho prateado. Com a ajuda de um<br />

pequeno telescópio, podemos ver algumas<br />

das faixas coloridas (nuvem com movimento<br />

e temperaturas diferentes) e a Grande Mancha<br />

Vermelha que caracterizam o planeta. Em<br />

1979, a sonda Voyager 1 descobriu que Júpter<br />

possuía um sitema de anéis.<br />

Saturno<br />

Saturno aparece no céu com um brilho pálido<br />

e acinzentado. O Planeta dos Anéis, como<br />

é conhecido, apresenta um sistema de anéis<br />

compostos por partículas de gelo e poeira.<br />

Urano<br />

Os anéis de Urano foram observados em 1977,<br />

quando um astrônomo analisava uma estrela<br />

que estava sendo ocultada pelo planeta.<br />

Netuno<br />

Esse planeta possui quatro anéis muito finos,<br />

muito separados uns dos outros, descobertos<br />

pela sonda Voyager em 1989. Com telescópios<br />

terrestres, os anéis de Netuno se parecem com<br />

arcos que rodeiam o planeta.<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

Imagens reproduzidas em escalas diferentes.<br />

NASA<br />

NASA<br />

NASA<br />

NASA<br />

NASA/JPL<br />

NASA


Terra e Lua<br />

Esse é o único planeta do<br />

Sistema Solar onde se tem<br />

certeza da existência de<br />

vida. A distância que está<br />

do Sol contribui para que<br />

a temperatura na superfície<br />

do planeta permitia a<br />

existência de água líquida.<br />

Essa característica foi<br />

fundamental para o desenvolvimento<br />

da vida no<br />

planeta. Olhando ao nosso<br />

redor, podemos ver a vida<br />

em todos os cantos do planeta.<br />

Vista do espaço, as<br />

imagens da Terra nos mostram<br />

as águas azuis dos<br />

mares e oceanos, o verde<br />

e o marrom dos continentes<br />

e as nuvens brancas em<br />

um fundo negro.<br />

Planeta-anão<br />

Quase um século depois da<br />

descoberta de Netuno, um novo<br />

astro foi identificado: Plutão, o<br />

deus do inferno. A princípio, esse<br />

novo astro foi classificado como<br />

planeta. Mas, atualmente, para<br />

um astro ser considerado um planeta,<br />

é preciso que esteja em órbita<br />

ao redor do Sol, possua uma<br />

forma esférica e apresente um<br />

tamanho predominante entre os<br />

astros que se encontram em órbitas<br />

vizinhas.<br />

Com essa nova definição de planeta,<br />

surgiu uma nova categoria de<br />

astros do sistema solar, semelhantes<br />

a Plutão: os planetas-anões.<br />

Imagens reproduzidas em escalas diferentes.<br />

Depois de Plutão, quatro outros astros foram classificados como<br />

planetas-anões: Éris, Ceres, Haumea e Makemake.<br />

Imagens reproduzidas em escalas diferentes.<br />

NASA<br />

NASA<br />

UNIDADE 6 • o universo 219


220<br />

Pense<br />

e responda<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

?!<br />

1. Por que os planetas são astros errantes?<br />

2. Qual a diferença entre estrelas e planetas?<br />

3. Por que foi possível a vida se desenvolver na Terra?<br />

Porque os antigos perceberam que esses astros se movimentavam entre<br />

as estrelas, que pareciam fixas.<br />

Estrelas são compostas por gases e produzem enorme quantidade de<br />

energia em seu interior, que sai em forma de luz e calor. Já os planetas<br />

só podem ser vistos porque refletem a luz do Sol.<br />

A Terra apresenta características que possibilitam manter a temperatura adequada e a presença de água líquida.<br />

4. Apenas a existência da água líquida garante o desenvolvimento da vida em um planeta?<br />

Não. São necessárias outras condições que permitam a vida: temperatura e substâncias químicas adequadas, alimento etc.<br />

O Sistema Solar<br />

Durante muito tempo acreditou-se que a Terra seria o centro do Universo. Ptolomeu, um<br />

astrônomo grego, escreveu no ano de 140 uma síntese da astronomia conhecida até sua época,<br />

que passou a ser a base do conhecimento astronômico dos árabes, indianos e europeus até o<br />

século XVI. Nessa obra, a Terra ocupa o centro do Universo e é rodeada por oito esferas de<br />

cristal. Na última estão as estrelas e em cada uma das demais esferas situam-se cada um dos<br />

planetas conhecidos, além da Lua e do Sol.<br />

O Universo de Ptolomeu, com a Terra no centro.<br />

Durante toda a Idade Média, do século V ao XV, havia pouca mobilidade social. As pessoas<br />

viviam principalmente no campo, ser rico era ter terras e havia pouca liberdade de pensamento.<br />

Esse quadro se altera conforme se desenvolvem as cidades, cresce o intercâmbio comercial<br />

e a circulação de dinheiro, aumenta a inventividade tecnológica e as criações culturais, e o eixo<br />

da produção intelectual desloca-se para as universidades.<br />

As viagens marítimas, como as empreendidas por Colombo e Cabral, exigiam conhecimentos<br />

astronômicos aplicados à navegação, o que criava as condições propícias para a revisão de<br />

ideias e o debate de novas proposições.<br />

Library Congress – USA


Nicolau Copérnico, um astrônomo polonês, baseado em autores antigos que propunham ser o<br />

Sol o centro do Universo, apresenta em 1530 uma obra na qual afirma que a Terra gira ao redor de<br />

seu eixo e assim explica de maneira nova o movimento aparente do Sol e das estrelas, o dia e a noite.<br />

Copérnico descreveu sua teoria matematicamente e construiu um sistema capaz de explicar<br />

os movimentos dos astros que observava. Nesse sistema, colocou os planetas em ordem de<br />

distância do Sol e deduziu que quanto mais perto o planeta está maior é sua velocidade no<br />

movimento ao redor do Sol.<br />

A prova da teoria proposta por Copérnico surgiu com Galileu Galilei. Observando os astros<br />

com a luneta que construiu, Galileu fez muitas descobertas que questionavam o geocentrismo<br />

e favoreciam a teoria heliocêntrica de Copérnico.<br />

O trabalho de Galileu, embora estimulado pelo Papa, terminou por desagradar a Igreja da<br />

época: o astrônomo foi julgado pela Inquisição e condenado à prisão domiciliar até a sua morte.<br />

Em 1992, mais de séculos após a morte de Galileu, a Igreja revisou o processo de Inquisição contra<br />

ele e decidiu pela sua absolvição.<br />

Analise<br />

a ilustração<br />

Vênus<br />

Mercúrio<br />

Terra<br />

Sistema Solar<br />

Marte<br />

Júpiter<br />

1. Quais são os planetas pertencentes ao Sistema Solar.<br />

O objetivo desta atividade é desenvolver o tema trabalhando<br />

algumas características dos planetas do Sistema Solar.<br />

Saturno<br />

Urano<br />

2. Quatro planetas são formados por rochas e metais. Quais são eles?<br />

3. Quatro planetas chamados de gigantes gasosos não têm superfície sólida. Quais são eles?<br />

4. Como você localizaria a Terra no Sistema Solar?<br />

5. Qual é o satélite natural da Terra?<br />

A Lua.<br />

Netuno<br />

Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano<br />

e Netuno.<br />

NASA<br />

Mercúrio, Vênus, Terra e Marte.<br />

Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.<br />

A Terra é o terceiro planeta mais próximo do Sol; a Terra está<br />

localizada no Sistema Solar entre os planetas Vênus e Marte.<br />

UNIDADE 6 • o universo 221


222<br />

Pense<br />

e responda<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

?!<br />

1. O que é a teoria heliocêntrica?<br />

2. Quais eram as ideias de Nicolau Copérnico?<br />

3. Por que Galileu foi condenado à prisão?<br />

4. Quais evidências provaram a teoria de Copérnico?<br />

As observações de Galileu dos satélites de Júpiter.<br />

É a teoria que dizia que a Terra era o centro do Universo.<br />

Cometas, asteroides e meteoritos<br />

Que o Sol era o centro do Universo e a Terra se movimenta ao seu redor.<br />

Por questionar o geocentrismo e colaborar para a aceitação da teoria<br />

heliocêntrica, proposta por Copérnico.<br />

Além do Sol, dos planetas e seus satélites naturais e dos planetas-anões, o Sistema Solar é<br />

formado por pequenos corpos celestes, astros menores como cometas, asteroides e meteoritos.<br />

Os cometas são corpos celestes compostos por uma mistura de grãos de poeira e gelo que<br />

estão na órbita do Sol. Esses pequenos corpos do Sistema Solar ficam visíveis apenas quando se<br />

aproximam do Sol. Nessas condições, o material da superfície dessa “bola de gelo sujo”, como<br />

são descritos os cometas, passa do estado sólido para o gasoso e forma-se uma nuvem de gás e<br />

poeira. A luz do Sol refletida por essa nuvem torna o cometa brilhante. O movimento do cometa<br />

e a ação do vento solar fazem com que essa nuvem se estenda por milhões de quilômetros,<br />

na direção oposta ao Sol. Formam-se então duas caudas: uma de gás e outra de poeira.<br />

Cada vez que um cometa se aproxima do Sol, perde uma parte do material de que é formado.<br />

Alguns cometas passam regularmente perto do Sol e outros podem passar uma vez e levar milênios para<br />

retornarem. O cometa Halley apareceu em 1986 e voltará a aparecer em 2062.<br />

Mathias Montana


Os asteroides se formaram a partir de materiais que não foram agregados durante a formação<br />

do Sistema Solar. São astros rochosos, semelhantes aos planetas, mas muito menores, que giram ao<br />

redor do Sol. Esses astros possuem formas e tamanhos bem variados. A maioria está concentrada<br />

em uma região, conhecida como Cinturão de Asteroides, entre as órbitas de Marte e Júpiter.<br />

Asteroide Ida, visitado pela Sonda Galileo, em 1993.<br />

Se você olhar o céu em uma noite estrelada, possivelmente verá traços luminosos atravessando<br />

a escuridão. Esse fenômeno luminoso, chamado de estrela cadente ou meteoro, é produzido<br />

por meteoroides, fragmentos de material interplanetário, que ao entrar em contato com a atmosfera<br />

terrestre sofrem forte aquecimento e se inflamam. Quase todos os meteoroides se desintegram<br />

na atmosfera, mas os maiores podem chegar até a superfície do nosso planeta, sendo<br />

então chamados meteoritos.<br />

A composição dos meteoritos não é sempre a mesma: alguns, por exemplo, são formados quase<br />

só de ferro, outros têm vários minerais misturados e são de composição semelhante à das rochas.<br />

Saiba mais<br />

A extinção dos dinossauros<br />

Existem várias questões acerca da origem da vida, sobre os animais do passado e entre<br />

outros enigmas que sempre acompanhou o homem.<br />

Os dinossauros, que são animais pré-históricos, instigam vários ramos das ciências que<br />

tentam descobrir o que ocasionou o seu fim.<br />

Foram muitos os direcionamentos, as teorias, as discussões, mas de forma conjunta os<br />

cientistas chegaram a uma conclusão depois de muito estudar as rochas do período mesozoico.<br />

Nesse período havia caído na Terra um meteoro de grandes proporções, com tamanho<br />

NASA<br />

UNIDADE 6 • o universo 223


224<br />

entre 6 e 14 km, colidindo com a Terra a uma velocidade aproximada de 72.000 Km/h, isso<br />

provocou a abertura de uma cratera de aproximadamente 200 km de diâmetro.<br />

Após a colisão, restou um rasto de destruição na área atingida, sem contar que levantou<br />

uma camada de poeira que impediu a entrada de luz solar; alguns cientistas dizem que essa<br />

nuvem de poeira permaneceu por seis meses na atmosfera, é bom lembrar que o impacto foi<br />

tão forte que alterou o eixo da Terra.<br />

A partir daí foram sucessivas perdas, primeiramente a Terra entrou em um processo de<br />

resfriamento, como consequência as plantas não puderam realizar a fotossíntese, então os<br />

animais que dependiam das plantas para se alimentar (herbívoros) acabaram morrendo de<br />

fome, assim como seus predadores.<br />

Essa é uma das teorias mais aceitas entre os cientistas, mas existem controvérsias, pois<br />

outro grupo acredita que foram as alterações climáticas, próprias da evolução da Terra, que<br />

levaram os dinossauros à extinção.<br />

FREITAS, E. A extinção dos dinossauros. Disponível em: . Acesso em: Março/2012.<br />

Pense<br />

e responda<br />

1. O que são cometas?<br />

2. Quando um cometa aproxima-se do Sol, em que direção a cauda se forma?<br />

3. Quando um cometa fica visível? Explique.<br />

4. O que são asteroides?<br />

5. Qual a diferença entre meteoro e meteorito?<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

Museu pré-histórico localizado no College of Eastern Utah, Estados Unidos.<br />

O museu abriga muitos esqueletos de dinossauros, como o do T-Rex, 2010.<br />

?!<br />

Corpos celestes compostos por grãos de poeira e gelo.<br />

O vento solar empurra o gás e a poeira para trás, portanto ela se forma na direção, contrária ao sol.<br />

Quando se aproxima do Sol. Nessas condições, o material da superfície do<br />

cometa passa do estado sólido para o gasoso, formando uma nuvem que brilha<br />

ao refletir a luz do Sol.<br />

Astros semelhantes aos planetas, porém menores, que giram ao redor do Sol.<br />

Meteoro é o nome dado ao fenômeno lumisono produzido por fragmentos de material interplanetário quando atravessam a<br />

atmosfera da Terra. Meteoritos são os fragmentos que atingem a superfície terrestre.<br />

Mathias Montana


Aplique seus<br />

conhecimentos<br />

A atmosfera do planeta Vênus é muito densa e composta por, aproximadamente, 97% de<br />

gás carbônico (CO 2 ) e 3% de gás nitrogênio (N 2 ). Essa atmosfera é responsável por elevar a<br />

temperatura na superfície do planeta a 460º C.<br />

Vênus está mais distante do Sol que Mercúrio e, no entanto, sua temperatura é maior que<br />

a temperatura de Mercúrio. Como você explicaria esse fato?<br />

Efeito estufa. Assim como acontece na Terra, o gás carbônico presente na atmosfera de Vênus é responsável por esse fenômeno. A<br />

atmosfera de Vênus retém parte da energia solar, aquecendo as regiões próximas à superfície do planeta.<br />

Revise seus<br />

conhecimentos<br />

1. O que é a Via Láctea?<br />

2. O que é o ano-luz?<br />

3. A galáxia mais próxima da Via Láctea está a 25 mil anos-luz. Você diria que estamos<br />

vendo o passado dessa galáxia? Justifique.<br />

4. O que são estrelas?<br />

5. Faça uma história em quadrinhos sobre a vida das estrelas.<br />

6. Qual a importância das estrelas para a navegação?<br />

7. O que é o Cruzeiro do Sul?<br />

8. Descreva como se determinam as direções norte-sul, leste-oeste usando o Cruzeiro do Sul.<br />

Resposta pessoal.<br />

9. Quem foi Nicolau Copérnico?<br />

E Galileu Galilei?<br />

10. “Possivelmente a Terra é o único planeta do Sistema Solar com vida”. Com relação à<br />

afirmação: dê uma razão lógica para explicar a ausência de vida em Mercúrio e no<br />

planeta-anão Plutão.<br />

O nome da nossa galáxia. Esse nome foi dado pelos gregos antigos à faixa esbranquiçada que podemos<br />

observar cruzando o céu. Hoje se sabe que essa faixa é uma região de nossa galáxia.<br />

Uma medida de distância utilizada pelos astrônomos. Corresponde à distância percorrida pela luz no<br />

vácuo em um ano: cerca de 9,5 trilhões de km.<br />

Sim, porque a luz que estamos vendo hoje<br />

foi enviada há 25 mil anos.<br />

São corpos celestes formados por gases e que produzem elevadas quantidades de energia em seu interior.<br />

Resposta pessoal.<br />

Os navegadores se orientam pela posição das estrelas.<br />

Uma constelação que só pode ser vista do Hemisfério Sul. Ela é a composta por cinco estrelas:<br />

quatro formando uma cruz e uma entre os braços da cruz.<br />

Astrônomo que afirmou que a Terra girava ao redor do Sol e ao redor de si mesma.<br />

Astrônomo que aperfeiçoou e usou a luneta para observar o céu de perto. Ao descobrir os satélites de<br />

Júpter, provou que as esferas de cristal, propostas por Ptolomeu, não existiam, fortalecendo, assim, a teoria<br />

helioêntrica de Copérnico.<br />

A proximidade de Mercúrio e a distância de Plutão em relação ao Sol.<br />

UNIDADE 6 • o universo 225


226<br />

Olhar de<br />

cidadania<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

Opções energéticas<br />

A partir de meados do século XX, os avanços tecnológicos e o crescimento populacional<br />

provocaram um aumento no consumo de energia elétrica. Essa crescente demanda energética<br />

exigiu, cada vez mais, medidas que promovessem a economia de energia e novas fontes<br />

de produção. O horário de verão foi uma das medidas adotadas pelo governo para diminuir<br />

o consumo de energia. A princípio de forma esporádica, ou seja, só de vez em quando, o<br />

horário de verão começou a ser instituído regularmente, todos os anos, a partir de 1985.<br />

Entretanto, só vigora em alguns estados brasileiros.<br />

A maioria das fontes geradoras de eletricidade, além de caras, prejudicam o ambiente.<br />

Na construção das usinas hidrelétricas, por exemplo, grandes áreas são alagadas provocando<br />

a desocupação dos moradores da região, a morte de muitos animais, destruição das<br />

plantas naturais etc. Além disso, o funcionamento das usinas termelétricas depende de<br />

combustíveis fósseis, que liberam gás carbônico para a atmosfera e, consequentemente,<br />

contribuem para o aumento do efeito estufa e do aquecimento global do planeta.<br />

Assim, criar novas usinas hidrelétricas ou termelétricas representa agravar a situação<br />

ambiental, ameaçando ainda mais a qualidade do ar, a saúde humana, a vegetação e a estabilidade<br />

do clima. Deve-se, portanto, incentivar a busca por fontes geradoras de energia<br />

que preservem o ambiente e a vida.<br />

Uma delas é a energia solar. A utilização dessa fonte de luz e calor natural traz vantagens<br />

tanto ambientais quanto econômicas. Os avanços tecnológicos, o conhecimento<br />

científico e a criatividade humana proporcionaram o desenvolvimento de técnicas fáceis e<br />

baratas para a construção de coletores solares, tornando-os acessíveis.<br />

• Em sua região existem locais onde se utiliza a energia solar?<br />

• Os representantes de sua comunidade incentivam o desenvolvimento e a divulgação<br />

de tecnologias que contribuem para a economia de energia e a preservação ambiental?<br />

• Sua comunidade tem acesso fácil para a construção de coletores solares de baixo custo<br />

para serem utilizados em suas casas?<br />

Planejem ações de conscientização da comunidade para o uso da energia solar e de sensibilização<br />

dos representantes para que a população tenha acesso a essa tecnologia. Veja<br />

alguns exemplos:<br />

• Imprimir folhetos para conscientizar a população sobre a importância de praticar hábitos<br />

de combate ao desperdício de energia.<br />

• Criar panfletos com práticas de consumo econômico de energia.<br />

• Escrever cartas para o prefeito e vereadores da sua cidade sugerindo:<br />

• Implantar cursos que ensinem e motivem a comunidade a construir coletores de<br />

energia solar com material de baixo custo ou reciclado.<br />

• A divulgação mais eficaz das novas fontes de energia, cuja relação custo/benefício<br />

favoreça a comunidade.


Trabalhe com<br />

seus colegas<br />

Professor, para representar corretamente a distância entre os astros é necessário grandes<br />

espaços, o que torna a atividade inviável na sala de aula. Assim, se possível, planeje uma<br />

aula no pátio ou na quadra da escola, onde os alunos poderão dispor os planetas e<br />

avaliar a distância entre eles e o Sol.<br />

Junto com seus colegas:<br />

1. Façam uma pesquisa sobre curiosidades e características dos astros que formam o Sistema<br />

Solar. Criem cartazes com ilustrações e textos com as informações obtidas. Para<br />

finalizar, montem um mural sobre o Sistema Solar.<br />

2. Construam uma maquete que represente o tamanho e a localização dos planetas no<br />

Sistema Solar. O Sol poderá ser representado por um balão de aniversário grande, com<br />

50 cm de diâmetro. Para os planetas, utilizem esferas de massa de modelar e de isopor.<br />

Vocês poderão pintar as esferas conforme as características dos planetas e representar<br />

os anéis nos planetas que os possuem.<br />

A construção dessa maquete envolve duas dificuldades principais: a representação do<br />

tamanho dos astros e a distância existente entre eles. Considerando o Sol como uma esfera<br />

de 50 cm, os valores aproximados do diâmetro dos planetas do sistema solar deverão ser:<br />

Planetas Diâmetro<br />

Mercúrio 2 milímetros<br />

Vênus 4,5 milímetros<br />

Terra 5 milímetros<br />

Marte 2,5 milímetros<br />

Júpiter 5 centímetros<br />

Saturno 4,5 centímetros<br />

Urano 2 centímetros<br />

Netuno 2 centímetros<br />

Planeta-anão Diâmetro<br />

Plutão 1,5 milímetros<br />

UNIDADE 6 • o universo 227


228<br />

Ciência em revista<br />

Além da Terra<br />

O astronauta Collins foi fotografado pelo astronauta Armstrong durante a exploração da Lua, em julho de 1969.<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

AbleStock


“A Terra é azul!”<br />

Essa exclamação emocionada<br />

foi dita por Yuri Gagarin<br />

em 12 de abril de 1961, a bordo<br />

da nave Vostok I, ao ver a<br />

Terra do espaço. Esse cosmonauta<br />

russo foi o primeiro ser<br />

humano a ver a Terra de tão<br />

longe.<br />

A exploração espacial começou<br />

com o lançamento<br />

do satélite artificial Sputnik<br />

pela antiga União Soviética,<br />

no dia 4 de outubro de 1957.<br />

Esse acontecimento provocou<br />

uma corrida pela conquista<br />

do espaço entre a então<br />

União Soviética e os Estados<br />

Unidos, que culminou com a<br />

chegada do homem à Lua.<br />

O número de satélites<br />

artificiais terrestres e sondas<br />

espaciais lançados pelos<br />

Estados Unidos e pela URSS<br />

se multiplicou nos primeiros<br />

Pegada da bota do astronauta. Essa pegada até hoje está como aparece na foto,<br />

pois na Lua não venta.<br />

anos da corrida espacial. Aos Sputniks da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas)<br />

seguiram-se, além do Explorer I, as Vanguard I, II e III dos Estados Unidos, uma grande<br />

quantidade de satélites de comunicação e meteorológicos.<br />

Em julho de 1958 foi criada a agência espacial dos Estados Unidos, a Nasa, responsável<br />

por coordenar o esforço de exploração e administrar o programa espacial.<br />

Os primeiros astronautas que deram uma volta ao redor da Lua foram os tripulantes da<br />

Apollo 8, Frank Borman, James A. Lovell Jr. e William A. Anders, na noite de Natal de 1968.<br />

Entre as várias mensagens enviadas para a Terra, a que ficou famosa foi esta:<br />

”Este é um pequeno passo para um homem, mas um gigantesco salto para a humanidade.”<br />

Essa frase foi dita por Neil Armstrong em 20 de julho de 1969, ao descer do módulo<br />

Eagle e pisar no solo lunar. Um milhão de pessoas assistiram à cena.<br />

Armstrong, Aldrin e Collins chegaram à Lua a bordo da nave Columbia. Armstrong e<br />

Collins entraram no módulo lunar Eagle e alunissaram. Exploraram o ambiente ao redor do<br />

módulo por duas horas e meia. Um mundo de luzes e sombras estranhas, sem som, onde o<br />

peso das coisas e os movimentos são diferentes, e o céu é preto. Realizaram experimentos,<br />

Nasa /NYT Photos<br />

UNIDADE 6 • o universo 229


230<br />

recolheram amostras, tiraram fotos. Lá, também deixaram uma placa onde se lê: Aqui os<br />

homens do planeta Terra pisaram na Lua pela primeira vez em julho de 1969. Viemos em<br />

paz em nome da humanidade.<br />

Depois da Apollo 11, outras seis missões Apollo pousaram na Lua, e um total de 12<br />

astronautas caminharam nesse satélite.<br />

Voyager 1 e 2<br />

Os anos passaram. O projeto de exploração da Lua foi abandonado, mas os projetos<br />

de exploração do espaço continuaram com o lançamento de cerca de 70 satélites de<br />

comunicação. Em 1980, a espaçonave Voyager 1 fez a maior aproximação do planeta<br />

Saturno. Foi o primeiro reconhecimento em detalhe desse planeta gigantesco. Naquele<br />

dia, chegaram aos cientistas imagens com detalhes jamais vistos de Saturno, incluindo<br />

três satélites novos e a estrutura complexa dos anéis.<br />

A Voyager 1 foi lançada 15 dias depois Voyager 2 em direção a Urano e Netuno.<br />

Cada uma dessas naves levou a bordo um disco de cobre com saudações em 54 línguas<br />

diferentes, músicas e outros sons humanos e da natureza, além de informações eletrônicas<br />

para que civilizações mais avançadas pudessem converter em diagramas e fotografias.<br />

A missão das Voyagers não se encerrou. Desde 1998 elas são os objetos humanos<br />

que alcançaram maior distância da Terra, pois passaram a explorar o espaço além do<br />

Sistema Solar.<br />

Esta foto mostra uma cena criada por um artista. Nela, a Voyager 1 está sobre um planeta de outro sistema e de<br />

outra galáxia.<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

Nasa/NYT Photos


Ônibus espaciais<br />

Os ônibus espaciais são grandes espaçonaves que comportam áreas de laboratórios<br />

e convivência, podendo ter vários cientistas a bordo. Com exceção do tanque externo,<br />

todas as suas partes são reutilizáveis. Eles podem ser usados para resgatar satélites em<br />

mau funcionamento e trazê-los à Terra para reparos.<br />

O primeiro ônibus espacial, o Columbia, foi lançado em 12 de abril de 1981, e aterrissou<br />

após 36 horas e 54 minutos no espaço. Essa foi uma viagem de teste de um novo modelo<br />

de lançamento, em que a nave não perde partes de sua estrutura ao entrar no espaço.<br />

Um ônibus espacial é capaz de transportar até 25 toneladas para o espaço e retornar<br />

com 14 toneladas. O Discovery foi o ônibus responsável por colocar em órbita o<br />

supertelescópio Hubble.<br />

O Discovery, em uma de suas muitas viagens.<br />

Sondas espaciais<br />

Sondas espaciais são espaçonaves criadas para conduzir experimentos científicos. Elas<br />

não carregam pessoas. Ajudam na coleta de informações sobre o Sistema Solar.<br />

A maior parte das sondas é construída para não voltar à Terra. Umas pousam em outros<br />

planetas onde ficam. Outras voam próximas aos planetas e os fotografam. Existem<br />

até mesmo sondas espaciais que entram em órbita ao redor de outros planetas e os estudam<br />

por longo tempo.<br />

Nasa/NYT Photos<br />

UNIDADE 6 • o universo 231


232<br />

As informações que as sondas coletam nos ajudam a entender o relevo, a composição,<br />

se existe água ou vida nesses planetas. Essas informações ajudam a planejar outras missões<br />

espaciais, tais como a missão Mars Pathfinder e a missão Cassini.<br />

Em 4 de julho de 1997, a unidade de aterrissagem da sonda Pathfinder tocou a superfície<br />

do planeta Marte. Levava um robô chamado Sojourner, do tamanho de um aparelho<br />

de televisão, que tirou fotos da superfície e as enviou à Terra. Ele também coletou amostras<br />

de rochas e do solo marciano.<br />

As informações enviadas pelas sondas auxiliam os cientistas a pesquisar a possibilidade<br />

de ter existido vida no planeta e, também, se é possível habitá-lo.<br />

Sojourner, o robô que investigou o planeta Marte.<br />

A sonda Cassini tinha por missão<br />

alcançar Saturno. Lançada em outubro<br />

de 1997, é a mais cara e maior<br />

sonda e alcançou seu alvo em julho<br />

de 2004. Então, os cientistas começaram<br />

a receber informações do planeta<br />

e de seus anéis. A Cassini enviou a<br />

sonda Huygens para Titã, o maior satélite<br />

de Saturno, a fim de investigar<br />

a quantidade de materiais orgânicos<br />

e água ali presentes.<br />

A Cassini fez sua pesquisa até<br />

2010. E trará, além de belas imagens,<br />

muitas informações importantes sobre<br />

a origem do nosso Sistema Solar.<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

Imagens não proporcionais.<br />

Cores-fantasia<br />

Cassini, a sonda espacial que investigou o planeta Saturno.<br />

Nasa/Store Photos<br />

Nasa/Stock Photos


O telescópio espacial Hubble<br />

Uma revolução está acontecendo no estudo do Universo com as imagens enviadas<br />

pelo telescópio espacial Hubble, projetado e construído nos anos 1970 e 1980. Ele foi<br />

lançado pela Nasa em 24 de abril de 1990, a bordo do ônibus espacial Discovery.<br />

Um astronauta faz reparos no telescópio espacial Hubble, em uma foto tirada em 15 de fevereiro de 1997. Esses<br />

reparos foram tão benfeitos que a Academia Nacional de Ciência dos Estados Unidos determinou que a Nasa mande<br />

sempre astronautas para fazer reparos no Hubble, e não robôs.<br />

NYT Photos<br />

UNIDADE 6 • o universo 233


234<br />

Embora não seja o maior telescópio do mundo (existem 28 telescópios maiores do<br />

que o Hubble espalhados pelo mundo), o fato de estar a 600 km da superfície da Terra<br />

faz dele um telescópio que não sofre interferência da atmosfera, pois a luz dos astros<br />

chega diretamente até ele. Isso faz diferença, pois as informações recebidas de um<br />

astro provêm da luz que vem dele. Parte dessa luz e, portanto, parte das informações,<br />

se perde ao atravessar a atmosfera e, por isso, os observatórios astronômicos estão em<br />

lugares altos.<br />

Orbitando ao redor da Terra com suas 12 toneladas de equipamentos, o Hubble retira<br />

sua energia de dois painéis solares de 24 metros quadrados cada um. Logo depois de<br />

lançado, apresentou um defeito, mas foi consertado em órbita por astronautas que nele<br />

instalaram espelhos corretivos. Foram necessárias cinco caminhadas pelo espaço até que<br />

o reparo fosse concluído. A operação ocorreu em 1993.<br />

Em 2000, o Hubble completou dez anos de trabalho. Durante esse tempo observou<br />

14 mil objetos celestes, e enviou informações preciosas, que foram fonte para cerca de<br />

sete mil publicações científicas. Ele colocou à disposição dos cientistas informações sobre<br />

tempestades de poeira em Marte, nascimento de estrelas e galáxias, buracos negros e<br />

sobre a extremidade do Universo.<br />

Enfim, o Hubble se tornou um instrumento básico na Astronomia moderna. Após<br />

atua lizações e reparos realizados em 2009, o Hubble ficou mais potente. E, assim, o final<br />

de sua missão, que seria em 2010, foi adiado.<br />

O laboratório espacial: Skylab<br />

Skylab, palavra inglesa que significa laboratório do céu, foi o nome de uma estação<br />

espacial lançada ao espaço em 1973 até uma altitude de 435 km e que reentrou na<br />

atmosfera em 1979. Esse também é o nome de uma missão: Skylab I, que colocou a estação<br />

em órbita, e outras três missões tripuladas, Skylab II, III e IV, que foram lançadas para<br />

trabalhar na estação espacial.<br />

Uma importante função da estação espacial Skylab era tirar fotografias da Terra utilizando<br />

câmeras especiais de infravermelho. Uma das imagens possibilitou que os cientistas<br />

ajudassem vítimas da fome na África a encontrar água.<br />

Também foi planejada para permitir que os astronautas vivessem e trabalhassem no<br />

espaço por várias semanas. Deveria ser um laboratório para os astronautas e uma base<br />

para as espaçonaves.<br />

No entanto, ao ser lançada, uma de suas placas de metal foi arrancada, e uma correia<br />

ligada ao escudo de proteção enganchou-se a uma das asas solares. Esse tranco<br />

abriu a asa e, enquanto o foguete continuava a subir, a asa solar e o escudo de proteção<br />

do laboratório foram atirados ao espaço. O escudo, que havia sido elaborado para<br />

proteger a estação espacial contra objetos espaciais e a radiação do Sol, era essencial.<br />

Sem ele, as temperaturas dentro da Skylab seriam muito altas para que fosse usada<br />

como laboratório.<br />

UNIDADE 6 • o universo


Skylab, um laboratório espacial que não teve o sucesso esperado porque quebrou durante a viagem de ida e nunca mais se<br />

recuperou totalmente.<br />

Alguns meses depois, uma tripulação de três astronautas foi enviada à Skylab e levan-<br />

tou um escudo protetor substituto, deixando a estação pronta para alcançar seus objetivos.<br />

Uma segunda tripulação foi lançada em 1974; e uma terceira, em novembro do mes-<br />

mo ano. As três tripulações passaram um total de 171 dias orbitando a Terra. Circularam<br />

ao redor dela 2 476 vezes e passaram cerca de 3 000 horas conduzindo experimentos.<br />

O tempo total de caminhadas no espaço foi de 41 horas e 46 minutos. Esses pesquisadores<br />

do espaço obtiveram dados sobre os efeitos da vida no espaço e imagens do Sol<br />

e da Terra.<br />

Depois de seis anos no espaço, a estação espacial Skylab reentrou na atmosfera da Terra<br />

e queimou. Alguns fragmentos caíram ao chão em uma parte inabitada da Austrália.<br />

Estação Espacial Internacional<br />

A Estação Espacial Internacional é um programa que envolve 16 nações. Sua montagem<br />

começou em 1998, com o acoplamento dos dois primeiros módulos, um americano e<br />

outro russo, Unity e Zarya. O ônibus espacial Endeavour levou o módulo americano para<br />

Nasa/NYT Photos<br />

UNIDADE 6 • o universo 235


236<br />

Na foto, tirada durante uma missão que durou dez dias, em abril de 2002, um astronauta faz um passeio espacial durante a<br />

construção da Estação Espacial Internacional.<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

Nasa/Stock Photos


o espaço e o conectou com o Zarya no dia 10 de dezembro. O controle de voo da estação<br />

fica em Korolev, na Rússia, e em Houston, nos Estados Unidos.<br />

A Estação Espacial Internacional (ISS) começou em 1998. Com 110 metros de comprimento<br />

por 80 metros de largura e 450 toneladas de peso, dá uma volta completa ao redor<br />

da Terra a cada uma hora e meia, a uma velocidade de 28 mil km/hora, numa altitude<br />

que varia entre 350 e 460 quilômetros da superfície terrestre.<br />

O programa envolve mais de cem mil pessoas e centenas de empresas em todo o<br />

mundo. Prevista para ter vida útil de dez anos, a Estação permitirá uma série de experimentos<br />

importantes, possibilitando o desenvolvimento futuro de novos medicamentos e<br />

materiais ultrarresistentes.<br />

No início, o Brasil ficou encarregado da fabricação de seis peças para a ISS: as janelas<br />

e os suportes para as câmeras que irão fotografar a superfície terrestre. A Embraer,<br />

Estação Espacial Internacional, tendo ao fundo a terra, fotografada, por um tripulante a bordo do ônibus espacial Discovery,<br />

em 2005.<br />

Nasa/NYT Photos<br />

UNIDADE 6 • o universo 237


238<br />

empresa brasileira especializada na construção de aviões, encarregou-se da produção<br />

dessas peças. Com isso, nosso país ganhava o direito de realizar pesquisas científicas e<br />

biomédicas no ambiente espacial, além da participação na equipe de bordo. Mas, ao<br />

longo do tempo, o acordo brasileiro com a Nasa sofreu alterações e o Brasil deixou de<br />

contribuir para o projeto de construção.<br />

Em março de 2006, a bordo da espaçonave russa Soyuz TMA-8, o Brasil enviou ao espaço<br />

o primeiro astronauta brasileiro da história, o tenente-coronel Marcos César Pontes.<br />

Ele candidatou-se a uma vaga em 1998 e venceu uma disputa que mobilizou centenas dos<br />

mais experientes pilotos de caça brasileiros. Depois de dois anos de curso, em dezembro<br />

de 2000, Pontes tornou-se, oficialmente, o primeiro astronauta brasileiro.<br />

Viajando para Marte<br />

Viajar para Marte não é uma ideia nova, pois desde a década de 1960 estão sendo<br />

lançados jipes-robôs para esse planeta. O que é nova é a ideia de mandar homens para lá.<br />

Essa viagem seria a mais longa que o ser humano já fez, e as naves atuais não suportam<br />

tais distâncias. Assim, a Nasa tem trabalhado para descobrir novos meios para chegar<br />

até Marte. Suprimentos precisam ser mandados para o planeta, pois transportá-los<br />

em uma só nave não é prático. Os cientistas estimam ser necessárias seis ou oito viagens<br />

para isso.<br />

Ilustração de uma base lunar. A Lua está sendo preparada para os experimentos que visam à viagem para Marte.<br />

UNIDADE 6 • o universo<br />

Nasa/NYT Photos


O planeta precisa estar preparado para quando os humanos, pousarem lá. Um módulo<br />

de habitação será enviado antes da tripulação, para estar pronto quando ela chegar. Algumas<br />

vezes, diversas naves se encontrarão no percurso e se combinarão para formar uma<br />

grande unidade. Isso servirá como entreposto de suprimentos para a viagem até Marte.<br />

O módulo de comando principal ficará orbitando o planeta para que os astronautas<br />

possam fazer pequenas excursões. Esse módulo seria o responsável pelo retorno dos astronautas<br />

à Terra.<br />

Estima-se que a primeira missão tripulada até Marte sairá da Terra por volta de 2016, aterrissando<br />

naquele planeta em 2018 e devendo retornar ao nosso planeta por volta de 2020.<br />

A viagem vai durar aproximadamente 180 dias, mas não estamos prontos ainda para<br />

essa aventura.<br />

O satélite Orbital de Reconhecimento de Marte está investigando a fundo a superfície do planeta para verificar as condições<br />

para a viagem do homem a Marte.<br />

Nasa/NYT Photos<br />

UNIDADE 6 • o universo 239


240<br />

Indicação de leituras complementares<br />

ANTONELLI FILHO, Roberto. A vida nas florestas temperadas. São Paulo: FTD, 1996.<br />

(Coleção Vida Livre).<br />

______ . A vida nas savanas e cerrados. São Paulo: FTD, 1996. (Vida Livre).<br />

______ . Os segredos do Universo. São Paulo: Atual, 1995. (Projeto Ciência).<br />

ATLAS VISUAIS. Animais. São Paulo: Ática, 1999.<br />

ATLAS VISUAIS. O Universo. São Paulo: Ática, 1995.<br />

ATLAS VISUAIS. Plantas. São Paulo: Ática, 1996.<br />

ATLAS VISUAIS. Terra. São Paulo: Ática, 1998.<br />

AVEROUS, Pierre e Heliadore. Da montanha ao mar. São Paulo: Scipione, 1992. (Resposta<br />

a pequenas curiosidades).<br />

BAINES J. Preserve a atmosfera. São Paulo: Scipione, 1993. (Preserve o Mundo).<br />

BANKS, Martins. Preserve as florestas tropicais. São Paulo: Ática, 1999.<br />

BAROLLI, Elisabeth e GONÇALVES FILHO, Aurélio. Nós e o Universo. São Paulo: Scipione,<br />

1996. (O universo da Ciência).<br />

BENETT, Paul. Terra – uma incrível máquina de reciclagem. São Paulo: Moderna,<br />

1997. (Desafios).<br />

BRANCO, Samuel M. Natureza e agroquímicos. São Paulo: Moderna, 1995. (Desafios).<br />

______ . Viagem ao redor do sol. São Paulo: Moderna, 1995. (Desafios).<br />

______ . Passeio por dentro da Terra. São Paulo: Moderna, 1995. (Viramundo).<br />

BRETONES, Paulo S. Os segredos do sistema solar. São Paulo: Atual, 1993. (Projeto<br />

Ciência).<br />

CAPOZZOLI, Ulisses e GEWANDSZAJDER, Fernando. Origem e história da vida. São<br />

Paulo: Ática, 2004. (De Olho na Ciência).<br />

CARVALHO, José Cândido M. Atlas da fauna brasileira. São Paulo: Melhoramentos,<br />

1995.<br />

DURAN, J. B. A vida em pequenos passos. São Paulo: Campanhia <strong>Editora</strong> Nacional,<br />

2006.


FARIA, Romildo P. Iniciação à astronomia. São Paulo: Ática, 2004. (De Olho na<br />

Ciência).<br />

______ . Visão para o universo. São Paulo: Ática, 1995.<br />

FARNDON, John. O tempo. São Paulo: Ática, 1995.<br />

FURLAN, Sueli Ângelo; NUCCI, João Carlos. A conservação das florestas tropicais.<br />

São Paulo: Atual, 1999. (Meio Ambiente).<br />

FUTEMA, Edson. O ecossistema marinho. São Paulo: Ática, 2000. (Investigando).<br />

HARA, Massao. A água e os seres vivos. São Paulo: Scipione, 1990. (O Universo da<br />

Ciência).<br />

JAKIEVICIUS, Mônica. Vida no mar. São Paulo: DCL, 2004. (Ambientes).<br />

______ . Vida nos rios. São Paulo: DCL, 2003. (Ambientes).<br />

MAGOSSI, Luiz R. e BONACELLA, Paulo H. Poluição das águas. São Paulo: Moderna,<br />

1991. (Desafios).<br />

MATSUURA, Oscar. Atlas do Universo. São Paulo: Scipione, 1996.<br />

MICHEL, F. A água em pequenos passos. São Paulo: Companhia <strong>Editora</strong> Nacional,<br />

2006.<br />

______ . Geologia em pequenos passos. São Paulo: Companhia <strong>Editora</strong> Nacional,<br />

2006.<br />

MONTANARI, Valdir e CUNHA, Paulo. Nas ondas da luz. São Paulo: Moderna, 1996.<br />

(Desafios).<br />

PARKER, Steve. Clima e previsão do tempo. São Paulo: Melhoramentos, 1995.<br />

(Ciência Divertida).<br />

RANGEL NETTO, Edgar. O mapa do céu. São Paulo: FTD, 1993. (Galáxia).<br />

RODRIGUES, Rosicler M. Vida na Terra. São Paulo: Moderna, 1995. (Desafios).<br />

TOKITAKA, Sônia e GEBARA, Heloísa. O verde e a vida. São Paulo: Ática, 1004. (De<br />

Olho na Ciência).<br />

VANIN, José Atílio. Alquimistas e químicos: o passado, o presente e o futuro. São<br />

Paulo: Moderna, 1994. (Polêmica).<br />

WALPOLE, Brenda. Água. São Paulo: Melhoramentos, 1991. (Ciência Divertida).<br />

YOUSSEF, M. Da Penha B.; HARA, Massao; RODRIGUES, Rosicler M. Ambientes brasileiros:<br />

recursos e ameaças. São Paulo: Scipione, 1992.<br />

241


242<br />

Sites<br />

Alô, Escola!<br />

www.tvcultura.com.br/aloescola<br />

O que há no site: informações para professores e estudantes. O site da TV<br />

Cultura de São Paulo disponibiliza a educadores e alunos farto material de<br />

apoio para o desenvolvimento de seus cursos, temas de pesquisas e estudos,<br />

com base nos programas educativos transmitidos pela TV. Há indicações bibliográficas,<br />

ilustrações etc. Acesso em: Março/2012.<br />

Astronomia<br />

www.cdcc.usp.br/cda/ensino-fundamental-astronomia/index.html<br />

O que há no site: introdução à astronomia, à Terra e ao Universo. Orientação<br />

e observação do céu; estações do ano, calendários; Sistema Solar. Com<br />

estrutura didática, possui links e ilustrações e propõe questões para autoavaliação.<br />

Acesso em: Março/2012.<br />

Ciência Hoje On-line<br />

http://cienciahoje.uol.com.br<br />

O que há no site: artigos selecionados das revistas Ciência Hoje, Ciência<br />

Hoje das Crianças e Ciência Hoje na Escola, notícias sobre ciência e tecnologia<br />

no Brasil e no mundo e a produção tecnológica das universidades. Acesso em:<br />

Março/2012.<br />

Ciência Viva<br />

www.cienciaviva.pt<br />

O que há no site: divulgação dos Centros Ciência Viva, espaços interativos<br />

de divulgação científica e tecnológica distribuídos pelo território português.<br />

Inclui também a rede de projetos que reúne trabalhos elaborados por alunos<br />

das escolas participantes do programa, além de outras seções. Acesso em:<br />

Março/2012.


Brincando com Ciência<br />

www.on.br/site_daed<br />

O que há no site: jogos, experiências, curiosidades e testes relacionados a<br />

astronomia e geofísica, produzidos pela Divisão de Atividades Educacionais do<br />

Observatório Nacional. Acesso em: Março/2012.<br />

Estação Ciência da USP<br />

www.eciencia.usp.br/<br />

O que há no site: descrições e fotos das exposições em cartaz no prédio da<br />

Estação Ciência. No Laboratório Virtual, há animações em shockwave sobre o<br />

tema de algumas das exposições. Acesso em: Março/2012.<br />

Grupo de Ensino de Ciências & Tecnologia<br />

darwin.futuro.usp.br<br />

O que há no site: projetos de ensino de Ciências com o uso de tecnologias<br />

em escolas públicas e particulares. Os temas abrangem botânica, ecologia,<br />

energia solar, zoologia, gestão ambiental, epidemiologia, saúde, astronomia,<br />

entre outros. Acesso em: Março/2012.<br />

Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT)<br />

www.ibict.br/<br />

O que há no site: o site do IBICT contém seção dedicada à revista Ciência da<br />

Informação, com diversos artigos, além de produtos e serviços, programas, ensino<br />

e pesquisa, cooperação técnico-científica e notícias. Acesso em: Março/2012.<br />

Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT)<br />

www.mct.gov.br<br />

O que há no site: o site do MCT contém sua história, regimentos e estatutos,<br />

prêmios científicos, programas, artigos, publicações, legislação, eventos, entre<br />

outros. Acesso em: Março/2012.<br />

Museu de Ciências e Tecnologia (MCT)<br />

www.pucrs.br/mct<br />

O que há no site: entre outros objetivos, promove a divulgação e a difusão<br />

do conhecimento científico à comunidade, popularizando a compreensão dos<br />

fenômenos naturais e contribuindo com a educação científica de crianças e jo-<br />

243


244<br />

vens, possibilitando a construção de uma consciência de proteção e conservação<br />

do ambiente natural. Acesso em: Março/2012.<br />

O Mundo de Beakman<br />

www.cienciamao.if.usp.br/tudo/index.php?midia=omb<br />

O que há no site: respostas didáticas e divertidas demonstradas pelo personagem<br />

Beakman (do seriado da TV Cultura), sobre ciências, biologia, astronomia,<br />

entre outros. Também há vídeos de outras séries de TV e documentários<br />

sobre temas científicos. Acesso em: Março/2012.<br />

X-TUDO<br />

www.tvcultura.com.br/x-tudo<br />

O que há no site: você encontrará instruções para experiências fáceis de entender,<br />

assim como as explicações para os fenômenos. Há ainda mágicas e artes.<br />

Acesso em: Março/2012.<br />

Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST)<br />

www.mast.br/<br />

O que há no site: o Museu de Astronomia e Ciências Afins é espaço de<br />

múltiplas atividades: instituição pública federal criada em 1985, no Rio de<br />

Janeiro, trabalha com a história científica e tecnológica do Brasil, ao mesmo<br />

tempo que promove e estuda a divulgação e a educação em Ciências. Os espaços<br />

de exposição permanente se espalham pelo campus do MAST. Acesso em:<br />

Março/2012.


Bibliografia<br />

A BASE MOLECULAR DA VIDA. São Paulo: Polígono; Edusp, 1971. (Textos da<br />

revista Scientific American).<br />

A BIOSFERA. São Paulo: Polígono; Edusp, 1974.<br />

A CÉLULA VIVA. São Paulo: Polígono; Edusp, 1969.<br />

ASIMOV, Isaac. O cérebro humano: suas capacidades e funções. São Paulo: Boa<br />

Leitura, sd.<br />

______ . O corpo humano: sua estrutura e funcionamento. São Paulo: Boa Leitura,<br />

sd.<br />

BAILEY, F. R. et al. Histologia. São Paulo: Edgard Blücher; Brasília: INL, 1973.<br />

BAKER, Jefrey J. W.; ALLEN, Garland E. Estudo da biologia. São Paulo: Edgard<br />

Blücher, 1975. v. 2.<br />

CANGUILHEM, Georges. El conocimiento de la vida. Barcelona: Anagrama, 1976.<br />

CAPRA, F. Sabedoria incomum. São Paulo: Cultrix, 1988.<br />

CHASSOT, A.; OLIVEIRA, J. R. Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo:<br />

Unisinos, 1998.<br />

CHIAPPINI, L. Aprender e ensinar com textos de alunos. São Paulo: Cortez, 2002.<br />

v. 1, 2 e 3.<br />

COUTINHO, Leopoldo M. Botânica. 8. ed. São Paulo: Cultrix, sd.<br />

CUNHA, M. V. da. A educação dos educadores: da escola nova à escola de hoje.<br />

Campinas: Mercado das Letras, 1995.<br />

CURTIS, Helena. Biologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1977.<br />

______; BARNES, N. Sue. Biology. New York: Worth Publishers, Inc., 1989.<br />

DAJOZ, Roger. Ecologia geral. Petrópolis: Vozes, 1978.<br />

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Ouviram do Ipiranga as margens plácidas<br />

De um povo heroico o brado retumbante,<br />

E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,<br />

Brilhou no céu da Pátria nesse instante.<br />

Se o penhor dessa igualdade<br />

Conseguimos conquistar com braço forte,<br />

Em teu seio, ó liberdade,<br />

Desafia o nosso peito a própria morte!<br />

Ó Pátria amada,<br />

Idolatrada,<br />

Salve! Salve!<br />

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido<br />

De amor e de esperança à terra desce,<br />

Se em teu formoso céu, risonho e límpido,<br />

A imagem do Cruzeiro resplandece.<br />

Gigante pela própria natureza,<br />

És belo, és forte, impávido colosso,<br />

E o teu futuro espelha essa grandeza.<br />

Terra adorada,<br />

Entre outras mil,<br />

És tu, Brasil,<br />

Ó Pátria amada!<br />

Dos filhos deste solo és mãe gentil,<br />

Pátria amada,<br />

Brasil!<br />

HINO NACIONAL<br />

Letra: Joaquim Osório Duque Estrada<br />

Música: Francisco Manuel da Silva<br />

Deitado eternamente em berço esplêndido,<br />

Ao som do mar e à luz do céu profundo,<br />

Fulguras, ó Brasil, florão da América,<br />

Iluminado ao sol do Novo Mundo!<br />

Do que a terra mais garrida<br />

Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;<br />

“Nossos bosques têm mais vida”,<br />

“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.<br />

Ó Pátria amada,<br />

Idolatrada,<br />

Salve! Salve!<br />

Brasil, de amor eterno seja símbolo<br />

O lábaro que ostentas estrelado,<br />

E diga o verde-louro desta flâmula<br />

– Paz no futuro e glória no passado.<br />

Mas, se ergues da justiça a clava forte,<br />

Verás que um filho teu não foge à luta,<br />

Nem teme, quem te adora, a própria morte.<br />

Terra adorada<br />

Entre outras mil,<br />

És tu, Brasil,<br />

Ó Pátria amada!<br />

Dos filhos deste solo és mãe gentil,<br />

Pátria amada,<br />

Brasil!<br />

ISBN 978-85-342-3107-7<br />

ENSINO FUNDAMENTAL<br />

9 788534 231077<br />

BI23107

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