Diagnóstico molecular das infecções por Chlamydia trachomatis e ...
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Todos os NAATs comercializados permitem a detecção da C. <strong>trachomatis</strong> e<br />
da N. gonorrhoeae em amostras de swab endocervical de mulheres, swab uretral de<br />
homens e urina de ambos (CDC 2002). A habilidade de detectar estes<br />
microrganismos na urina foi a característica mais marcante da criação dos NAATs,<br />
pois pro<strong>por</strong>cionou maior adesão de pacientes aos programas de triagem realizados<br />
fora do ambiente clínico, uma vez que não era mais necessário o exame pélvico com<br />
introdução de espéculo em mulheres para coleta de amostras ou a coleta de swab<br />
intra-uretral em homens. A coleta de amostras de forma não invasiva tornou possível<br />
o exame em indivíduos assintomáticos e permitiu a realização de estudos<br />
epidemiológicos de prevalência e incidência destas <strong>infecções</strong> na população<br />
(Schachter et al. 2005, Fang et al. 2008).<br />
Embora os NAATs tenham aumentado a capacidade de detectar C.<br />
<strong>trachomatis</strong> e N. gonorrhoeae eles apresentam algumas desvantagens como: a<br />
possibilidade de ocorrência de reação cruzada com outras espécies de Neisseria<br />
spp, sendo mais problemática em amostras de origem não genital (Palmer et al.<br />
2003); a impossibilidade de diferenciar microrganismos vivos de mortos e <strong>por</strong> isso<br />
não podem ser utilizados em pacientes que fizeram uso de antibióticos nas três<br />
semanas anteriores ao exame (Olshen & Shrier 2005); a possível ocorrência de<br />
resultados falso-negativos devido a presença de substâncias nas amostras, como a<br />
gonadotrofina coriônica humana (β-HCG), cristais, nitritos e hemoglobina, que são<br />
capazes de induzir inibição dos NAATs. Porém, o efeito inibidor pode ser revertido<br />
com a diluição da amostra ou com o armazenamento em baixas temperaturas e<br />
pode ser detectado com a utilização de um controle interno que indica se houve ou<br />
não inibição (Mahony et al. 1998, Cosentino et al. 2003). Além disso, podem ocorrer<br />
também resultados falso-positivos principalmente em populações com baixa<br />
prevalência <strong>das</strong> <strong>infecções</strong> clamidial e gonocócica que resulta em um menor valor<br />
preditivo positivo do teste (VPP