Diagnóstico molecular das infecções por Chlamydia trachomatis e ...
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CR3 possivelmente aumenta a sobrevivência bacteriana <strong>por</strong> inibir a sinalização<br />
celular e a explosão respiratória, uma vez que, moléculas que se ligam ao domínio I<br />
de CR3 não induzem resposta inflamatória nas células (Berton et al. 1992, Edwards<br />
et al. 2001).<br />
Existem evidências de que a bactéria pode se replicar no meio intracelular.<br />
Simons et al. (2005), em estudo realizado com PMNs, observaram que o<br />
microrganismo penetra nestas células e induz explosão respiratória que é<br />
responsável pela eliminação de parte dos gonococos. Porém, alguns<br />
microrganismos resistem à ação bactericida dos PMNs e conseguem se replicar.<br />
Isso foi evidenciado pelo aumento considerável no número de bactérias viáveis no<br />
interior da célula após seis horas de infecção.<br />
Após 40 horas de infecção a N. gonorrhoeae deixa a célula e chega ao<br />
estroma tecidual subepitelial (Nassif et al. 1999, Merz & So 2000). Esta transição<br />
ocorre pela transcitose da bactéria em direção à superfície baso-lateral da célula e<br />
envolve a participação do pilus, sendo que esta movimentação ocorre sem<br />
rompimento <strong>das</strong> barreiras epiteliais (Merz et al. 1996). A N. gonorrhoeae é também<br />
capaz de controlar a sobrevivência da célula hospedeira através da ação <strong>das</strong><br />
<strong>por</strong>inas que induzem apoptose (Müller et al. 1999) ou pela indução da expressão de<br />
genes celulares anti-apoptóticos sugerindo que a maior sobrevivência da célula<br />
epitelial pode permitir que a bactéria prolifere no meio intracelular e,<br />
conseqüentemente promova a colonização gonocócica (Binnicker et al. 2003).<br />
Especula-se que a indução da apoptose pelas <strong>por</strong>inas e os efeitos citotóxicos sejam<br />
eventos tardios no curso da infecção que são precedidos <strong>por</strong> um prolongado tempo<br />
de sobrevivência tanto da célula hospedeira como do patógeno (Müller et al. 1999).<br />
Uma vez no espaço subepitelial a N. gonorrhoeae induz um processo<br />
inflamatório que será responsável pelos sintomas da doença. Embora a bactéria<br />
infecte seletivamente as células não-cilia<strong>das</strong> serão as células cilia<strong>das</strong> as mais<br />
danifica<strong>das</strong> durante a inflamação. Se a infecção não for tratada, a função dos cílios<br />
nestas células pode ser completamente perdida (Stephens et al. 1987). Os danos às<br />
células cilia<strong>das</strong> se devem principalmente aos efeitos tóxicos de fragmentos solúveis<br />
de peptideoglicanos e LOS bacterianos (Gregg et al. 1981, Melly et al. 1984).<br />
Durante seu crescimento, a N. gonorrhoeae induz exteriorização de vesículas<br />
celulares contendo LOS e peptideoglicanos. A ligação dos anticorpos a estes<br />
antígenos ativa a cascata do complemento com a conseqüente formação do<br />
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