Diagnóstico molecular das infecções por Chlamydia trachomatis e ...
Diagnóstico molecular das infecções por Chlamydia trachomatis e ...
Diagnóstico molecular das infecções por Chlamydia trachomatis e ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
de adesão celular (CEACAMs ou CD66), expressos diferentemente em vários tipos<br />
celulares (Bos et al. 1998, Naumann et al. 1999). Estas proteínas modulam o<br />
rearranjo do citoesqueleto necessário para a endocitose de gonococos associados<br />
às células ativando diferentes proteínas quinases (Grassmé et al. 1997, Hauck et al.<br />
1998).<br />
A proteína Opa52 permite a interação do microrganismo com células<br />
fagocitárias através de sua ligação ao CD66 em neutrófilos humanos (Virji et al.<br />
1996, Gray-Owen et al. 1997). Hauck et al. (1998) sugeriram que a fagocitose de N.<br />
gonorrhoeae mediada <strong>por</strong> esta interação pode facilitar a acomodação e<br />
sobrevivência da bactéria no interior dos fagócitos, uma etapa essencial durante o<br />
curso da infecção. Williams et al. (1998) observaram que no meio intracelular as<br />
proteínas Opa podem também aumentar a sobrevida do microrganismo<br />
seqüestrando a enzima piruvato quinase da célula como um meio de adquirir o<br />
piruvato, que é necessário para a viabilidade gonocócica.<br />
A membrana externa da N. gonorrhoeae possui grande quantidade de<br />
lipooligossacarídeos (LOS). O LOS difere do lipopolissacarídeo (LPS), encontrado<br />
na maioria <strong>das</strong> bactérias Gram negativas, pela ausência do antígeno O que compõe<br />
a cadeia polissacarídica do LPS (Preston et al. 1996). Durante o crescimento do<br />
gonococo in vitro, ocorrem variações fenotípicas na expressão de epítopos<br />
oligossacarídeos no LOS entre microrganismos de uma mesma cepa ou de cepas<br />
diferentes. A observação dessa variação antigênica entre os membros de um<br />
mesmo clone demonstra que a composição <strong>das</strong> cadeias de LOS pode variar em um<br />
mesmo microrganismo (Apicella et al. 1987). A conversão espontânea destes<br />
determinantes pode mudar o modo de associação ao tecido do hospedeiro e<br />
possivelmente alterar o curso da infecção (Edwards & Apicella 2004).<br />
Outro fator de virulência são as <strong>por</strong>inas (proteína I) que têm im<strong>por</strong>tante papel<br />
no mecanismo patogênico da N. gonorrhoeae, controlando, <strong>por</strong> exemplo, a<br />
sobrevivência da célula hospedeira. Müller et al. (1999) observaram que as <strong>por</strong>inas<br />
podem induzir a apoptose de células epiteliais e fagocíticas in vitro. Durante a<br />
infecção, as <strong>por</strong>inas presentes na membrana externa da bactéria migram para a<br />
membrana da célula hospedeira e induzem um rápido influxo de cálcio para o citosol<br />
resultando na ativação de calpaínas e caspases que são responsáveis <strong>por</strong> iniciar os<br />
mecanismos de morte celular. As <strong>por</strong>inas podem também modular a maturação dos<br />
fagossomos dos PMNs alterando a expressão de proteínas (Mosleh et al. 1998),<br />
11