Diagnóstico molecular das infecções por Chlamydia trachomatis e ...
Diagnóstico molecular das infecções por Chlamydia trachomatis e ...
Diagnóstico molecular das infecções por Chlamydia trachomatis e ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
três proteínas: duas proteínas ricas em cisteína (OmcA e OmcB) e uma proteína<br />
principal de membrana externa denominada MOMP (do inglês, major outer<br />
membrane protein) (Sun et al. 2007). Com base nas variações antigênicas presentes<br />
na MOMP foram identifica<strong>das</strong> 19 sorovariedades de C. <strong>trachomatis</strong> (Brunham & Rey-<br />
Ladino 2005, Spaargaren et al. 2005).<br />
As sorovariedades A, B, Ba e C infectam o epitélio da conjuntiva e podem<br />
levar ao tracoma (Brunham & Rey-Ladino 2005), uma doença caracterizada pelo<br />
desvio da margem palpebral que induz o crescimento dos cílios em direção ao globo<br />
ocular provocando uma irritação permanente da conjuntiva bulbar e da córnea<br />
podendo resultar em cegueira (Peeling et al. 2006). As sorovariedades D, Da, E, F,<br />
G, H, I, Ia, J, Ja e K estão associa<strong>das</strong> às <strong>infecções</strong> do trato urogenital como<br />
cervicites, uretrites, endometrites e quando persistentes podem levar à doença<br />
inflamatória pélvica (DIP), infertilidade e gravidez ectópica. Estas sorovariedades<br />
causam também <strong>infecções</strong> perinatais caracteriza<strong>das</strong> pela conjuntivite neonatal e<br />
pneumonia nos recém-nascidos (Brunham & Rey-Ladino 2005). Os tipos L1, L2a,<br />
L2b e L3 causam o linfogranuloma venéreo (LGV) uma doença mais invasiva do que<br />
aquelas causa<strong>das</strong> pelas sorovariedades D-K. O LGV pode se manifestar como uma<br />
síndrome inguinal caracterizada <strong>por</strong> ulcerações genitais e linfadenopatia inguinal<br />
(bubões) ou como uma síndrome anogenitoretal com proctocolite e hiperplasia<br />
intestinal e do tecido linfático periretal (Spaargaren et al. 2005).<br />
1.2.2 Ciclo evolutivo<br />
To<strong>das</strong> as sorovariedades de C. <strong>trachomatis</strong> podem infectar uma grande<br />
variedade de células eucarióticas, mas só se replicam em células epiteliais.<br />
Geralmente infectam células epiteliais da conjuntiva ocular e células do epitélio<br />
simples colunar presentes na endocérvice <strong>das</strong> mulheres e na uretra dos homens<br />
(Brunham & Rey-Ladino 2005, Peeling et al. 2006). Nestes locais a bactéria inicia<br />
seu ciclo de vida bifásico no qual se apresenta sob duas formas: uma extracelular<br />
denominada corpo elementar e a outra forma intracelular chamada de corpo<br />
reticulado (Mpiga & Ravaoarinoro 2006).<br />
Os corpos elementares são partículas circulares que variam de 0,2 a 0,6 µm<br />
de diâmetro, osmoticamente estáveis e metabolicamente inativos com função de<br />
4