Diagnóstico molecular das infecções por Chlamydia trachomatis e ...
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1 INTRODUÇÃO<br />
1.1 Aspectos gerais e epidemiológicos<br />
A <strong>Chlamydia</strong> <strong>trachomatis</strong> e a Neisseria gonorrhoeae são responsáveis pelas<br />
doenças sexualmente transmissíveis (DST) bacterianas mais comuns em todo o<br />
mundo. Segundo a última estimativa global feita pela Organização Mundial de Saúde<br />
(OMS), ocorrem anualmente cerca de 154 milhões de novos casos de <strong>infecções</strong> <strong>por</strong><br />
C. <strong>trachomatis</strong> e N. gonorrhoeae (OMS 2001). Estas DST são considera<strong>das</strong> graves<br />
problemas de saúde pública, pois apresentam as mais altas taxas de prevalência<br />
entre adolescentes e jovens com idade inferior a 25 anos, principalmente do sexo<br />
feminino (Risser et al. 2005) e pelo grande potencial de provocarem morbidades que<br />
afetam irreversivelmente o sistema reprodutivo (Hoebe et al. 2006). A evolução de<br />
ambas as <strong>infecções</strong> em mulheres não trata<strong>das</strong> pode levar a doença inflamatória<br />
pélvica (DIP), caracterizada pelo comprometimento <strong>das</strong> trompas de falópio que pode<br />
culminar em graves seqüelas, como dor pélvica crônica, gravidez ectópica e<br />
infertilidade (Donovan 2004). Outra im<strong>por</strong>tante característica destas DST é a<br />
ausência de sintomas, aproximadamente 70% e 50% dos casos de <strong>infecções</strong><br />
clamidial e gonocócica em mulheres são assintomáticas, o que dificulta o<br />
diagnóstico e tratamento precoces (Hoebe et al. 2006).<br />
Os adolescentes e jovens estão sob maior risco de adquirirem alguma DST,<br />
pois freqüentemente têm relações sexuais sem proteção, envolvem-se em<br />
relacionamentos de curta duração com diferentes parceiros sexuais e raramente<br />
procuram os serviços de saúde (CDC 2006). Estes com<strong>por</strong>tamentos são<br />
preocupantes, pois embora a maioria <strong>das</strong> DST tenha um início benigno, elas podem<br />
levar a graves seqüelas ao longo do tempo, como infertilidade e câncer cervical,<br />
além de poderem contribuir para o aumento do risco de aquisição da infecção pelo<br />
vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) (Forhan et al. 2009).<br />
Além destes fatores com<strong>por</strong>tamentais característicos dos adolescentes e<br />
jovens, as mulheres apresentam maior vulnerabilidade para a aquisição de DST<br />
devido a fatores biológicos. Na adolescência, o colo uterino pós menarca é<br />
caracterizado pela presença de ectopia onde o epitélio colunar da endocérvice se<br />
estende para a ectocérvice (junção escamocolunar) tornando-se mais exposto,<br />
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