RBR 52(6) - Book.indb - Sociedade Brasileira de Reumatologia

RBR 52(6) - Book.indb - Sociedade Brasileira de Reumatologia RBR 52(6) - Book.indb - Sociedade Brasileira de Reumatologia

reumatologia.com.br
from reumatologia.com.br More from this publisher
31.05.2013 Views

Fritsch et al. negatividade do anti-DNA – diferente do observado neste caso. O HCV (detectado pela sorologia, com PCR quantitativo sempre negativo) também pode desencadear glomerulonefrite mesangioproliferativa. 9 Como o HCV não explica os outros achados de LES neste caso, e há a possibilidade de o anti-HCV ser falsamente positivo, consideramos o quadro renal compatível com nefrite lúpica. Entretanto, esse vírus poderia estar relacionado ao aparecimento de lesões da PCT neste paciente. A PCT já foi associada a várias doenças autoimunes. A maior casuística já publicada sobre a associação de PCT e LES data de 1998. 5 Naquela coorte, dentre 676 pacientes com porfi ria (todos os tipos), 2% tinham LES, com a maioria dos pacientes adultos na quarta década. O diagnóstico de LES antecede o da porfi ria na maior parte dos relatos, 5 o que é contrário ao nosso caso. Possíveis explicações para a coexistência de LES e porfi rias já foram sugeridas por Harris et al., 10 como alterações genéticas comuns, gatilho de resposta autoimune pela porfi ria ou erros metabólicos desencadeados pelo LES que levem à porfi ria. Quanto à primeira hipótese, sabe-se que o gene para a enzima UROD, defeituosa na PCT, está no cromossomo 1, e outra região desse mesmo cromossomo, 1q41-q42, já foi implicada na imunogenética do LES. 7 Outro fato que suporta uma patogênese comum é a simultaneidade de ocorrência das doenças em alguns pacientes. 5 Essa segunda hipótese pressupõe que porfi rinas fotoestimuladas agem sobre células do sistema imune, levando a dano celular e exposição de autoantígenos. Apesar de atraente, ela não explica todos os casos (já que o LES pode anteceder a porfi ria), e não há aumento signifi cativo de autoanticorpos em pacientes com PCT. 5 Para corroborarmos a terceira hipótese (LES desencadeante da porfi ria), seria necessário o estudo de vias metabólicas da síntese do heme em pacientes com LES, o que não existe na literatura. A ocorrência de fatores de risco em comum, como a exposição à luz ultravioleta e anticoncepcionais orais, poderia explicar apenas parte dos casos. Não há dados para defi nir se a concomitância é pura coincidência ou associação verdadeira de doenças, 4,5 tampouco defi nição de fatores de risco de evolução de uma doença para outra, ou do prognóstico desses pacientes. Além do gênero masculino, seria a associação com PCT outro fator de gravidade para o prognóstico sistêmico do LES? Isso poderia corroborar porque, apesar de a biópsia renal demonstrar nefrite classe II, o paciente teve curso clínico-laboratorial mais agressivo que o esperado. A associação traz consequências terapêuticas. A proteção solar deve ser mais intensa, pois as lesões da PCT são desencadeadas por comprimentos de onda maiores que do LES. 5 O uso rotineiro de antimaláricos no LES pode oferecer riscos à PCT. Esses riscos são dose-dependentes, e vários autores contraindicam as posologias diárias indicadas para LES, pelo risco de porfi rinúria maciça (febre, náuseas e lesão hepatocelular, inclusive com descrições de necrose hepática). 1,4,5,7 Por isso, nos casos de associação de PCT e LES, indica-se o uso de baixas doses de antimaláricos (metade da dose usual e apenas duas vezes por semana). 4 Na prática clínica, um paciente lúpico com fotossensibilidade marcante e lesões bolhosas deve ser sempre avaliado para porfi rias, visto a implicação terapêutica da associação dessas doenças. REFERENCES REFERÊNCIAS 1. Puy H, Gouya L, Deybach JC. Porphyrias. Lancet 2010; 375(9718):924−7. 2. Frank J, Poblete-Gutiérrez P. Porphyria cutanea tarda − When skin meets liver. Best Pract Res Clin Gastroenterol 2010; 24(5):735–45. 3. Vieira FMJ, Aoki V, Oliveira ZNP, Martins JEC. Estudo da imunofl uorescência direta, imunomapeamento e microscopia óptica na porfi ria cutânea tarda. An Bras Dermatol 2010; 85(6):827–37. 4. van Tuyll van Serooskerken AMT, Habets JMW, Badeloe S, Poblete- Gutiérrez P, Frank J. Porphyria cutanea tarda in pre-existent lupus erythematosus – is there an association? Int J Dermatol 2007; 46(Suppl 3):50–2. 5. Gibson GE, McEvoy MT. Coexistence of lupus erythematosus and porphyria cutanea tarda in fi fteen patients. J Am Acad Dermatol 1998; 38(4):569–73. 6. Obermoser G, Sontheimer RD, Zelger B. Overview of common, rare and atypical manifestations of cutaneous lupus erythematosus and histopathological correlates. Lupus 2010; 19(9):1050–70. 7. Haendchen L, Jordão JM, Haider O, Araújo F, Skare TL. Porfi ria cutânea tarda e lúpus eritematoso sistêmico. An Bras Dermatol 2011; 86(1):173–5. 8. Weening JJ, D’Agati VD, Schwartz MM, Seshan SV, Alpers CE, Appel GB et al. The classification of glomerulonephritis in systemic lupus erythematosus revisited. J Am Soc Nephrol 2004; 15(2):241–50. 9. Akagi S, Sugiyama H, Makino H. Infection and chronic kidney disease. Nippon Rinsho 2008; 66(9):1794–8. 10. Harris MY, Mills GC, Levin WC. Coexistent systemic lupus erythematosus and porphyria. Arch Intern Med 1966; 117:425–8. 970 Rev Bras Reumatol 2012;52(6):965-970

COMUNICAÇÃO BREVE Anticorpos anti-C1q, anticromatina/nucleossomo e anti-dsDNA em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil Adriana Almeida de Jesus 1 , Lucia Maria Arruda Campos 1 , Bernadete Lourdes Liphaus 2 , Magda Carneiro-Sampaio 3 , Cristóvão Luis Pitangueira Mangueira 4 , Eliane Aparecida Rosseto 5 , Clovis Artur Almeida da Silva 6 , Morton Scheinberg 7 RESUMO INTRODUÇÃO Objetivos: Avaliar a presença de anticorpos anti-C1q, anticromatina/nucleossomo e anti-DNA de duplo fi lamento (dsDNA) em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico juvenil (LESJ) e controles. Métodos: Foram analisados 67 pacientes com LESJ e 34 controles saudáveis para presença de anticorpos anti-C1q, anticromatina/nucleossomo e anti-dsDNA pelo método ELISA. Os níveis de C1q foram avaliados por imunodifusão radial. Resultados: Na época, a média de idade era similar entre os pacientes com LESJ e os controles (14,6 ± 3,86 vs. 13,6 ± 2,93 anos; P = 0,14). Foram observadas frequências mais altas de anticorpos anti-C1q, anticromatina/nucleossomo e anti-dsDNA em pacientes com LESJ em relação aos controles (20% vs. 0%; P = 0,0037; 48% vs. 0%; P < 0,0001 e 69% vs. 3%; P < 0,0001, respectivamente). A mediana dos anticorpos anti-C1q, anticromatina/nucleossomo e anti-dsDNA também foi signifi cativamente mais alta em pacientes com LESJ em relação aos controles [9,6 (5,5–127) vs. 7,5 (5–20) unidades, P = 0,0006; 18 (1,9–212) vs. 3,2 (1,7–17) unidades, P < 0,0001; e 111 UI/mL (6–741) vs. 14 (6–33) UI/mL, P < 0,0001, respectivamente]. A sensibilidade para os anticorpos anti-C1q, anticromatina/nucleossomo e anti-dsDNA foi: 21% (IC: 11–33), 49% (IC: 36–62) e 70% (IC: 57–81). A especifi cidade foi de 100% (IC: 88–100), 100% (88–100) e 97% (IC: 83–99), respectivamente. Foi observada uma correlação positiva entre os níveis de anti-dsDNA e tanto anticorpos anti-C1q (r = 0,51; IC: 0,29–0,68; P < 0,0001) como anticromatina/nucleossomo (r = 0,87; IC: 0,79–0,92; P < 0,0001). Foi observada uma correlação negativa entre os níveis de anti-C1q e C1q (r = −0,33; IC: −0,56–0,05; P = 0,018). A frequência de anti-dsDNA foi mais alta em pacientes com SLEDAI-2K ≥ 1 (P = 0,0047), e não foram observadas diferenças nas frequências desses três autoanticorpos e nefrite (P > 0,05). Conclusão: Nosso estudo demonstrou elevada especifi cidade para diagnóstico de lúpus envolvendo os três autoanticorpos, especialmente anti-C1q e anticromatina/nucleossomo. Palavras-chave: lúpus eritematoso sistêmico juvenil, complemento C1q, nucleossomos, autoanticorpos, DNA. © 2012 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados. O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença infl amatória crônica caracterizada pela presença de vários autoanticorpos. Autoanticorpos específi cos e patogênicos foram previamente estudados em pacientes com LES juvenil (LESJ), particularmente os anticorpos anti-C1q, 1–4 anti- DNA de duplo fi lamento (anti-dsDNA) 3–5 e anticromatina/ Recebido em 02/12/2011. Aprovado, após revisão, em 05/09/2012. Suporte Financeiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP (bolsa 2008/58238-4), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científi co e Tecnológico − CNPq (bolsas 303165/2008-1 para MCS e 302724/2011-7 para CAS) e Bolsa da Federico Foundation para CAS. Os autores declaram a inexistência de confl ito de interesse. Instituto da Criança, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – ICr-HC-FMUSP. 1. Doutora em Reumatologia Pediátrica; Médica-Assistente da Unidade de Reumatologia Pediátrica, Instituto da Criança, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo – ICr-HC-FMUSP 2. Doutora em Reumatologia Pediátrica; Médica-Assistente do Laboratório de Investigação Médica (LIM) 36, HC-FMUSP 3. Professora Titular do Departamento de Pediatria, HC-FMUSP 4. Doutor em Patologia, HC-FMUSP; Chefe do Departamento de Patologia, Hospital Israelita Albert Einstein, e da Seção de Autoanticorpos, Laboratório Central, HC-FMUSP 5. Médica Residente em Patologia Clínica, HC-FMUSP; Médica do Departamento de Patologia, Hospital Israelita Albert Einstein; Médica da Seção de Autoanticorpos, Laboratório Central, HC-FMUSP 6. Professor Livre-Docente, Departamento de Pediatria, HC-FMUSP; Chefe da Unidade de Reumatologia Pediátrica, HC-FMUSP 7. Professor Livre-Docente em Imunologia, HC-FMUSP; Diretor Científi co, Hospital Abreu Sodré – AACD; Médico, Hospital Israelita Albert Einstein Correspondência para: Adriana Almeida de Jesus. Av. Dr. Enéas Carvalho Aguiar, 647 – Pinheiros. CEP: 05403-000. São Paulo, SP, Brasil. E-mail: adriana.jesus@icr.usp.br 976 Rev Bras Reumatol 2012;52(6):971-981

Fritsch et al.<br />

negativida<strong>de</strong> do anti-DNA – diferente do observado neste<br />

caso. O HCV (<strong>de</strong>tectado pela sorologia, com PCR quantitativo<br />

sempre negativo) também po<strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar glomerulonefrite<br />

mesangioproliferativa. 9 Como o HCV não explica os outros<br />

achados <strong>de</strong> LES neste caso, e há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o anti-HCV<br />

ser falsamente positivo, consi<strong>de</strong>ramos o quadro renal compatível<br />

com nefrite lúpica. Entretanto, esse vírus po<strong>de</strong>ria estar<br />

relacionado ao aparecimento <strong>de</strong> lesões da PCT neste paciente.<br />

A PCT já foi associada a várias doenças autoimunes. A maior<br />

casuística já publicada sobre a associação <strong>de</strong> PCT e LES data <strong>de</strong><br />

1998. 5 Naquela coorte, <strong>de</strong>ntre 676 pacientes com porfi ria (todos<br />

os tipos), 2% tinham LES, com a maioria dos pacientes adultos<br />

na quarta década. O diagnóstico <strong>de</strong> LES antece<strong>de</strong> o da porfi ria<br />

na maior parte dos relatos, 5 o que é contrário ao nosso caso.<br />

Possíveis explicações para a coexistência <strong>de</strong> LES e porfi rias já<br />

foram sugeridas por Harris et al., 10 como alterações genéticas<br />

comuns, gatilho <strong>de</strong> resposta autoimune pela porfi ria ou erros<br />

metabólicos <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ados pelo LES que levem à porfi ria.<br />

Quanto à primeira hipótese, sabe-se que o gene para a enzima<br />

UROD, <strong>de</strong>feituosa na PCT, está no cromossomo 1, e outra região<br />

<strong>de</strong>sse mesmo cromossomo, 1q41-q42, já foi implicada na<br />

imunogenética do LES. 7 Outro fato que suporta uma patogênese<br />

comum é a simultaneida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência das doenças em alguns<br />

pacientes. 5 Essa segunda hipótese pressupõe que porfi rinas fotoestimuladas<br />

agem sobre células do sistema imune, levando a<br />

dano celular e exposição <strong>de</strong> autoantígenos. Apesar <strong>de</strong> atraente,<br />

ela não explica todos os casos (já que o LES po<strong>de</strong> antece<strong>de</strong>r a<br />

porfi ria), e não há aumento signifi cativo <strong>de</strong> autoanticorpos em<br />

pacientes com PCT. 5 Para corroborarmos a terceira hipótese<br />

(LES <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ante da porfi ria), seria necessário o estudo <strong>de</strong><br />

vias metabólicas da síntese do heme em pacientes com LES, o<br />

que não existe na literatura. A ocorrência <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco em<br />

comum, como a exposição à luz ultravioleta e anticoncepcionais<br />

orais, po<strong>de</strong>ria explicar apenas parte dos casos.<br />

Não há dados para <strong>de</strong>fi nir se a concomitância é pura coincidência<br />

ou associação verda<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> doenças, 4,5 tampouco <strong>de</strong>fi nição<br />

<strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> evolução <strong>de</strong> uma doença para outra,<br />

ou do prognóstico <strong>de</strong>sses pacientes. Além do gênero masculino,<br />

seria a associação com PCT outro fator <strong>de</strong> gravida<strong>de</strong> para o<br />

prognóstico sistêmico do LES? Isso po<strong>de</strong>ria corroborar porque,<br />

apesar <strong>de</strong> a biópsia renal <strong>de</strong>monstrar nefrite classe II, o paciente<br />

teve curso clínico-laboratorial mais agressivo que o esperado.<br />

A associação traz consequências terapêuticas. A proteção<br />

solar <strong>de</strong>ve ser mais intensa, pois as lesões da PCT são<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas por comprimentos <strong>de</strong> onda maiores que do<br />

LES. 5 O uso rotineiro <strong>de</strong> antimaláricos no LES po<strong>de</strong> oferecer<br />

riscos à PCT. Esses riscos são dose-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, e vários autores<br />

contraindicam as posologias diárias indicadas para LES,<br />

pelo risco <strong>de</strong> porfi rinúria maciça (febre, náuseas e lesão hepatocelular,<br />

inclusive com <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> necrose hepática). 1,4,5,7<br />

Por isso, nos casos <strong>de</strong> associação <strong>de</strong> PCT e LES, indica-se o<br />

uso <strong>de</strong> baixas doses <strong>de</strong> antimaláricos (meta<strong>de</strong> da dose usual e<br />

apenas duas vezes por semana). 4<br />

Na prática clínica, um paciente lúpico com fotossensibilida<strong>de</strong><br />

marcante e lesões bolhosas <strong>de</strong>ve ser sempre avaliado<br />

para porfi rias, visto a implicação terapêutica da associação<br />

<strong>de</strong>ssas doenças.<br />

REFERENCES<br />

REFERÊNCIAS<br />

1. Puy H, Gouya L, Deybach JC. Porphyrias. Lancet 2010;<br />

375(9718):924−7.<br />

2. Frank J, Poblete-Gutiérrez P. Porphyria cutanea tarda − When skin<br />

meets liver. Best Pract Res Clin Gastroenterol 2010; 24(5):735–45.<br />

3. Vieira FMJ, Aoki V, Oliveira ZNP, Martins JEC. Estudo da<br />

imunofl uorescência direta, imunomapeamento e microscopia óptica<br />

na porfi ria cutânea tarda. An Bras Dermatol 2010; 85(6):827–37.<br />

4. van Tuyll van Serooskerken AMT, Habets JMW, Ba<strong>de</strong>loe S, Poblete-<br />

Gutiérrez P, Frank J. Porphyria cutanea tarda in pre-existent lupus<br />

erythematosus – is there an association? Int J Dermatol 2007;<br />

46(Suppl 3):50–2.<br />

5. Gibson GE, McEvoy MT. Coexistence of lupus erythematosus and<br />

porphyria cutanea tarda in fi fteen patients. J Am Acad Dermatol<br />

1998; 38(4):569–73.<br />

6. Obermoser G, Sontheimer RD, Zelger B. Overview of common, rare<br />

and atypical manifestations of cutaneous lupus erythematosus and<br />

histopathological correlates. Lupus 2010; 19(9):1050–70.<br />

7. Haendchen L, Jordão JM, Hai<strong>de</strong>r O, Araújo F, Skare TL. Porfi ria<br />

cutânea tarda e lúpus eritematoso sistêmico. An Bras Dermatol<br />

2011; 86(1):173–5.<br />

8. Weening JJ, D’Agati VD, Schwartz MM, Seshan SV, Alpers CE,<br />

Appel GB et al. The classification of glomerulonephritis in<br />

systemic lupus erythematosus revisited. J Am Soc Nephrol 2004;<br />

15(2):241–50.<br />

9. Akagi S, Sugiyama H, Makino H. Infection and chronic kidney<br />

disease. Nippon Rinsho 2008; 66(9):1794–8.<br />

10. Harris MY, Mills GC, Levin WC. Coexistent systemic lupus<br />

erythematosus and porphyria. Arch Intern Med 1966; 117:425–8.<br />

970 Rev Bras Reumatol 2012;<strong>52</strong>(6):965-970

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!