RBR 52(6) - Book.indb - Sociedade Brasileira de Reumatologia
RBR 52(6) - Book.indb - Sociedade Brasileira de Reumatologia RBR 52(6) - Book.indb - Sociedade Brasileira de Reumatologia
ARTIGO ORIGINAL Efeito da hidrocinesioterapia sobre qualidade de vida, capacidade funcional e qualidade do sono em pacientes com fi bromialgia RESUMO INTRODUÇÃO Kyara Morgana Oliveira Moura Silva 1 , Silvia Jurema Pereira Tucano 1 , Claudia Kümpel 2 , Antonio Adolfo Mattos de Castro 3 , Elias Ferreira Porto 4 Introdução: A síndrome da fi bromialgia acomete 8% da população com mais de 40 anos de idade. Dos pacientes com fi bromialgia, 75% queixam-se de má qualidade do sono. Objetivo: Avaliar os efeitos da hidrocinesioterapia sobre a capacidade funcional e a qualidade de sono em pacientes com fi bromialgia. Métodos: As pacientes foram atendidas na policlínica da UNASP. Foram avaliadas 60 pacientes portadoras de fi bromialgia na faixa etária entre 30 e 65 anos. Das pacientes avaliadas, 20 foram excluídas e 10 desistiram devido à impossibilidade de apresentar-se no horário do programa de exercícios. Todas as pacientes responderam aos seguintes questionários: Questionário sobre o Impacto da Fibromialgia (QIF), Índice da Qualidade do Sono de Pittsburgh e Escala de Sonolência de Epworth. As sessões foram realizadas duas vezes por semana, com duração de 60 minutos cada, por um período de dois meses. Resultados: A média da idade das pacientes foi de 45 anos; 66% eram trabalhadoras ativas e 34% estavam afastadas do trabalho. Verifi couse que imediatamente após participarem do programa da hidrocinesioterapia, as pacientes apresentaram melhora nos seguintes aspectos avaliados por meio do QIF: capacidade funcional, absenteísmo ao trabalho, capacidade de serviço, intensidade da dor, fadiga, cansaço matinal, rigidez (P < 0,0001), ansiedade (P = 0,0013) e depressão (P < 0,0001). Houve também melhora da qualidade do sono (P < 0,0001) e no grau de sonolência diurna (P = 0,0003). Conclusão: A hidrocinesioterapia promove melhora de qualidade do sono, capacidade funcional, situação profi ssional, distúrbio psicológicos e sintomas físicos da síndrome em pacientes com fi bromialgia. Palavras-chave: fi bromialgia, sono, hidroterapia, qualidade de vida. © 2012 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados. A síndrome da fi bromialgia (SFM) é uma das doenças reumatológicas mais frequentes, caracterizada por dor musculoesquelética difusa e crônica, com pontos sensíveis (tender points) nos músculos ou na junção miotendinosa. São 18 tender points situados em locais distintos do corpo. 1–3 Sua etiologia ainda é desconhecida, e sua fi siopatologia não está totalmente esclarecida. Entretanto, há evidências sobre alterações metabólicas e de oxigenação nas fi bras musculares, desequilíbrio entre a percepção dolorosa e os mecanismos das vias aferentes, além de diminuição dos níveis de serotonina e endorfi na. 4 A fi siopatologia da SFM é multicausal, e vários experimentos demonstram que atuações não coordenadas dos mecanismos de nocicepção e de inibição da dor resultam de uma distorção sensorial. 5 Segundo Weidebach, 6 a SFM não era uma doença bem defi nida clinicamente antes da década de 1970, quando foram publicados os primeiros achados que deram margem para pesquisas mais aprofundadas sobre a doença. Contrariamente ao que se pensava, ela não é uma doença infl amatória, não gera comprometimentos articulares, nem causa deformidades. Recebido em 08/11/2011. Aprovado, após revisão, em 05/09/2012. Os autores declaram a inexistência de confl ito de interesse. Comitê de Ética: FR – 460754. Centro Universitário Adventista de São Paulo – UNASP. 1. Fisioterapeuta; Membro do grupo de pesquisa sobre hidroterapia em doenças crônicas, Universidade Adventista de São Paulo – UNASP 2. Mestre; Professora dos Cursos de Fisioterapia e Administração, UNASP 3. Doutorando, Universidade Federal de São Paulo – Unifesp; Professor do curso de Fisioterapia, Universidade Federal do Pampa – Unipampa 4. Doutorando, Unifesp; Professor do curso de Fisioterapia, UNASP Correspondência para: Silvia Jurema Pereira Tucano. Universidade Adventista de São Paulo – UNASP. Estrada de Itapecerica, 5859, Capão Redondo. CEP: 05858-001. São Paulo, SP, Brasil. E-mail: silvinha_tucano@hotmail.com Rev Bras Reumatol 2012;52(6):846-857 851
Silva et al. Contudo, considerando seu caráter crônico, a SFM causa impacto negativo na qualidade de vida de seus portadores. Em 1990, o American College of Rheumatology (ACR) defi niu os seguintes critérios de classifi cação e diagnóstico para a SFM: 1) queixas frequentes de dor difusa por um período de pelo menos três meses; e 2) apresentação de dor difusa em no mínimo 11 dos 18 tender points padronizados. Considerando que tanto os exames laboratoriais de atividades infl amatórias quanto os de imagem são normais, o diagnóstico da SFM é prioritariamente clínico. 6,7 Ribeiro e Proietti 8 afi rmam que além da dor e da sensibilidade dos tender points, os pacientes também apresentam irregularidades no sono, fadiga, rigidez matinal, diminuição da capacidade funcional, ansiedade e depressão, que reduzem a capacidade do paciente de realizar as tarefas domésticas básicas. Todos esses sintomas prejudicam a vida social e profi ssional do fi bromiálgico. Cerca de 75% dos pacientes com SFM queixam-se de má qualidade do sono, o que é atribuído a uma desordem eletroencefálica, pela ausência da última fase do sono, chamada sono REM (rapid eye movement). 9 Segundo Dinges et al., 10 a sonolência diurna é uma das alterações mais frequentes do paciente com SFM. Neste sentido, Ferro et al. 11 mostraram que a má qualidade de sono está relacionada com maior predisposição a outras doenças. Affl eck et al. 12 mostraram a relação entre dor e sono em pacientes com SFM, e concluíram que uma das maiores queixas é a perda do sono vinculada à dor difusa. Martinez et al. 13 mostraram associação entre os números de tender points e a perda da capacidade funcional, e que pacientes com SFM têm prejuízos em relação a pessoas saudáveis. A hidrocinesioterapia, geralmente praticada em água aquecida entre 32ºC e 33ºC, é fortemente indicada para o tratamento da SFM. Durante a imersão, os estímulos sensoriais competem com os estímulos dolorosos, interrompendo o ciclo da dor. 14 Os efeitos estão relacionados a alívio da dor, diminuição dos espasmos, relaxamento muscular, aumento da amplitude de movimento, aumento da circulação sanguínea, fortalecimento muscular, aumento da resistência muscular e melhora na autoestima. 15 O presente estudo teve como objetivo verifi car a melhora de dor, irregularidades do sono, fadiga muscular, depressão, ansiedade e redução das atividades da vida diária em pacientes portadores de SFM submetidos à hidrocinesioterapia. MÉTODOS Este é um estudo prospectivo de autocontrole em que foram avaliadas 60 pacientes com diagnóstico clínico de SFM, seguindo os critérios do ACR (paciente com dor difusa com duração igual ou superior a três meses e presença de dor à palpação em 11 ou mais dos 18 tender points). Das 60 pacientes avaliadas, 20 não preencheram os critérios de inclusão e 10 desistiram devido à impossibilidade de se apresentar ao horário do programa. Foram incluídas no estudo 30 mulheres na faixa etária entre 35–65 anos e com capacidade cognitiva de entender os propósitos do estudo e de assinar o termo de consentimento livre e esclarecido, independente de estado civil, raça, religião e aspectos socioeconômicos. Foram excluídas do estudo as pacientes praticantes de musculação e de outras atividades físicas em academia previamente ao início do programa de hidrocinesioterapia, e as que apresentavam algum tipo de doença dermatológica, alterações cardiorrespiratórias incompatíveis com a realização de exercício físico aeróbico e comorbidades graves. O programa de hidrocinesioterapia foi realizado em piscina aquecida a 32ºC, em área coberta no setor de hidroterapia na Policlínica do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP). A coleta dos dados foi processada somente após a aprovação do Comitê de Ética institucional. Todas as pacientes foram avaliadas antes e imediatamente após a intervenção pelo mesmo avaliador, por meio de uma fi cha contendo dados demográfi cos e clínicos. Para avaliar a qualidade de vida das pacientes, utilizou-se o Questionário sobre o Impacto da Fibromialgia (QIF). O QIF é um instrumento de avaliação da qualidade de vida específi co para pacientes com SFM, composto de 19 questões relacionadas à capacidade funcional, situação profi ssional, bem-estar geral, distúrbios psicológicos (como ansiedade e depressão) e sintomas físicos (como dor, sono, fadiga e rigidez), organizadas em 10 itens. Quanto maior o escore, maior é o impacto da SFM na qualidade de vida do indivíduo. Burckhardt et al. 16 concluíram que o QIF é válido para ser utilizado em situações clínicas e de pesquisa. Para avaliação da qualidade do sono utilizou-se o Índice da Qualidade do Sono de Pittsburgh (IQSP), um instrumento com confi abilidade e validade previamente estabelecidas. Esse questionário é composto de 19 itens, agrupados em sete componentes, cada qual pontuado em uma escala de 0–3. Os componentes são: 1) qualidade subjetiva do sono; 2) latência do sono; 3) duração do sono; 4) efi ciência habitual do sono; 5) alterações do sono; 6) uso de medicações para o sono; e 7) disfunção diurna. Os escores dos sete componentes são somados para conferir uma pontuação global do IQSP, que varia de 0–21. Pontuações de 0–4 indicam boa qualidade do sono; de 5–10 indicam qualidade ruim; e acima de 10 indicam distúrbio do sono. 17 852 Rev Bras Reumatol 2012;52(6):846-857
- Page 1 and 2: BRAZILIAN JOURNAL OF RHEUMATOLOGY R
- Page 3 and 4: EDITORIAL Anticorpos antinucleossom
- Page 5 and 6: Incapacitação e qualidade de vida
- Page 7 and 8: Anti-CCP Incapacitação e qualidad
- Page 9 and 10: Incapacitação e qualidade de vida
- Page 11 and 12: ARTIGO ORIGINAL Efi cácia terapêu
- Page 13 and 14: - hemograma, velocidade de hemossed
- Page 15 and 16: Resposta ACR Depois da semana 6 com
- Page 17 and 18: espiratórios e sintomas relacionad
- Page 19: 27. Strand V, Tugwell P, Bombardier
- Page 23 and 24: Silva et al. Pittisburgh 60 40 20 0
- Page 25 and 26: Silva et al. CONCLUSÃO A hidrocine
- Page 27 and 28: ARTIGO ORIGINAL Níveis séricos de
- Page 29 and 30: Níveis séricos de vitamina B12 n
- Page 31 and 32: Níveis séricos de vitamina B12 n
- Page 33 and 34: Níveis séricos de vitamina B12 n
- Page 35 and 36: Impacto dos exercícios na capacida
- Page 37 and 38: Impacto dos exercícios na capacida
- Page 39 and 40: Impacto dos exercícios na capacida
- Page 41 and 42: ARTIGO ORIGINAL Atividade sexual na
- Page 43 and 44: Tabela 1 Dados demográfi cos - gru
- Page 45 and 46: 18. Daltroy LH, Larson MG, Roberts
- Page 47 and 48: Souza et al. O objetivo do presente
- Page 49 and 50: Souza et al. Tabela 5 Comorbidades
- Page 51 and 52: Souza et al. extramusculares; e ín
- Page 53 and 54: Carvalho et al. e indiferenciada. 4
- Page 55 and 56: Carvalho et al. osteoblastos. 11,13
- Page 57 and 58: ARTIGO DE REVISÃO Análise farmaco
- Page 59 and 60: Brandão et al. Análises econômic
- Page 61 and 62: Brandão et al. Tabela 1 Caracterí
- Page 63 and 64: Brandão et al. Tabela 2 Resultados
- Page 65 and 66: Brandão et al. Tabela 2 Resultados
- Page 67 and 68: Brandão et al. Dos estudos analisa
- Page 69 and 70: Brandão et al. 2. Instituto Brasil
ARTIGO ORIGINAL<br />
Efeito da hidrocinesioterapia sobre qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> vida, capacida<strong>de</strong> funcional e qualida<strong>de</strong><br />
do sono em pacientes com fi bromialgia<br />
RESUMO<br />
INTRODUÇÃO<br />
Kyara Morgana Oliveira Moura Silva 1 , Silvia Jurema Pereira Tucano 1 ,<br />
Claudia Kümpel 2 , Antonio Adolfo Mattos <strong>de</strong> Castro 3 , Elias Ferreira Porto 4<br />
Introdução: A síndrome da fi bromialgia acomete 8% da população com mais <strong>de</strong> 40 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Dos pacientes com<br />
fi bromialgia, 75% queixam-se <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong> do sono. Objetivo: Avaliar os efeitos da hidrocinesioterapia sobre a<br />
capacida<strong>de</strong> funcional e a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sono em pacientes com fi bromialgia. Métodos: As pacientes foram atendidas<br />
na policlínica da UNASP. Foram avaliadas 60 pacientes portadoras <strong>de</strong> fi bromialgia na faixa etária entre 30 e 65 anos.<br />
Das pacientes avaliadas, 20 foram excluídas e 10 <strong>de</strong>sistiram <strong>de</strong>vido à impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apresentar-se no horário do<br />
programa <strong>de</strong> exercícios. Todas as pacientes respon<strong>de</strong>ram aos seguintes questionários: Questionário sobre o Impacto da<br />
Fibromialgia (QIF), Índice da Qualida<strong>de</strong> do Sono <strong>de</strong> Pittsburgh e Escala <strong>de</strong> Sonolência <strong>de</strong> Epworth. As sessões foram<br />
realizadas duas vezes por semana, com duração <strong>de</strong> 60 minutos cada, por um período <strong>de</strong> dois meses. Resultados: A média<br />
da ida<strong>de</strong> das pacientes foi <strong>de</strong> 45 anos; 66% eram trabalhadoras ativas e 34% estavam afastadas do trabalho. Verifi couse<br />
que imediatamente após participarem do programa da hidrocinesioterapia, as pacientes apresentaram melhora nos<br />
seguintes aspectos avaliados por meio do QIF: capacida<strong>de</strong> funcional, absenteísmo ao trabalho, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço,<br />
intensida<strong>de</strong> da dor, fadiga, cansaço matinal, rigi<strong>de</strong>z (P < 0,0001), ansieda<strong>de</strong> (P = 0,0013) e <strong>de</strong>pressão (P < 0,0001).<br />
Houve também melhora da qualida<strong>de</strong> do sono (P < 0,0001) e no grau <strong>de</strong> sonolência diurna (P = 0,0003). Conclusão:<br />
A hidrocinesioterapia promove melhora <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> do sono, capacida<strong>de</strong> funcional, situação profi ssional, distúrbio<br />
psicológicos e sintomas físicos da síndrome em pacientes com fi bromialgia.<br />
Palavras-chave: fi bromialgia, sono, hidroterapia, qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida.<br />
© 2012 Elsevier Editora Ltda. Todos os direitos reservados.<br />
A síndrome da fi bromialgia (SFM) é uma das doenças reumatológicas<br />
mais frequentes, caracterizada por dor musculoesquelética<br />
difusa e crônica, com pontos sensíveis (ten<strong>de</strong>r points)<br />
nos músculos ou na junção miotendinosa. São 18 ten<strong>de</strong>r points<br />
situados em locais distintos do corpo. 1–3<br />
Sua etiologia ainda é <strong>de</strong>sconhecida, e sua fi siopatologia não<br />
está totalmente esclarecida. Entretanto, há evidências sobre<br />
alterações metabólicas e <strong>de</strong> oxigenação nas fi bras musculares,<br />
<strong>de</strong>sequilíbrio entre a percepção dolorosa e os mecanismos das<br />
vias aferentes, além <strong>de</strong> diminuição dos níveis <strong>de</strong> serotonina<br />
e endorfi na. 4 A fi siopatologia da SFM é multicausal, e vários<br />
experimentos <strong>de</strong>monstram que atuações não coor<strong>de</strong>nadas dos<br />
mecanismos <strong>de</strong> nocicepção e <strong>de</strong> inibição da dor resultam <strong>de</strong><br />
uma distorção sensorial. 5<br />
Segundo Wei<strong>de</strong>bach, 6 a SFM não era uma doença bem<br />
<strong>de</strong>fi nida clinicamente antes da década <strong>de</strong> 1970, quando foram<br />
publicados os primeiros achados que <strong>de</strong>ram margem para<br />
pesquisas mais aprofundadas sobre a doença. Contrariamente<br />
ao que se pensava, ela não é uma doença infl amatória, não<br />
gera comprometimentos articulares, nem causa <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>s.<br />
Recebido em 08/11/2011. Aprovado, após revisão, em 05/09/2012. Os autores <strong>de</strong>claram a inexistência <strong>de</strong> confl ito <strong>de</strong> interesse. Comitê <strong>de</strong> Ética: FR – 460754.<br />
Centro Universitário Adventista <strong>de</strong> São Paulo – UNASP.<br />
1. Fisioterapeuta; Membro do grupo <strong>de</strong> pesquisa sobre hidroterapia em doenças crônicas, Universida<strong>de</strong> Adventista <strong>de</strong> São Paulo – UNASP<br />
2. Mestre; Professora dos Cursos <strong>de</strong> Fisioterapia e Administração, UNASP<br />
3. Doutorando, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> São Paulo – Unifesp; Professor do curso <strong>de</strong> Fisioterapia, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pampa – Unipampa<br />
4. Doutorando, Unifesp; Professor do curso <strong>de</strong> Fisioterapia, UNASP<br />
Correspondência para: Silvia Jurema Pereira Tucano. Universida<strong>de</strong> Adventista <strong>de</strong> São Paulo – UNASP. Estrada <strong>de</strong> Itapecerica, 5859, Capão Redondo.<br />
CEP: 05858-001. São Paulo, SP, Brasil. E-mail: silvinha_tucano@hotmail.com<br />
Rev Bras Reumatol 2012;<strong>52</strong>(6):846-857 851