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Guia prático de diagnóstico e tratamento da Alergia às Proteínas do ...

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204 Rev. bras. alerg. imunopatol. – Vol. 35. N° 6, 2012<br />

1. Conceito, epi<strong>de</strong>miologia, fatores <strong>de</strong> risco e<br />

mecanismos <strong>de</strong> tolerância oral<br />

Conceito<br />

Reações Adversas a Alimentos (RAA) é o termo aplica<strong>do</strong><br />

a to<strong>da</strong>s as reações que ocorrem após ingestão <strong>de</strong> um alimen-<br />

to, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> sua natureza. Esta <strong>de</strong>nominação geral<br />

inclui tanto as reações media<strong>da</strong>s pelo sistema imunológico,<br />

como aquelas não imunomedia<strong>da</strong>s, incluin<strong>do</strong> intolerância a<br />

alimentos, reações farmacológicas e reações media<strong>da</strong>s por<br />

toxinas bacterianas1 .<br />

<strong>Alergia</strong> Alimentar (AA) é o termo reserva<strong>do</strong> <strong>às</strong> RAA que<br />

envolvem mecanismos imunológicos, sen<strong>do</strong> assim <strong>de</strong>fini<strong>da</strong><br />

pelo National Institute of Allergy and Infectious Disease<br />

(NIAID), parte <strong>do</strong> National Institutes of Health (NIH), EUA:<br />

“Resposta imunológica adversa reprodutível que ocorre à<br />

exposição <strong>de</strong> um <strong>da</strong><strong>do</strong> alimento, que é distinta <strong>de</strong> outras RAA,<br />

tais como intolerância alimentar, reações farmacológicas e<br />

reações media<strong>da</strong>s por toxinas” 2 .<br />

A alergia alimentar po<strong>de</strong> ser media<strong>da</strong> pela imunoglobulina<br />

E (IgE) ou não media<strong>da</strong> pela IgE, conforme <strong>de</strong>talha<strong>do</strong><br />

na Figura 1.<br />

É importante salientar que muitas vezes, embora com<br />

mecanismos fisiopatológicos diferentes, ambas as reações<br />

po<strong>de</strong>m apresentar sintomas semelhantes. Um exemplo<br />

<strong>de</strong>sta situação é a alergia <strong>às</strong> proteínas <strong>do</strong> leite <strong>de</strong> vaca<br />

(APLV), assim <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> por envolver mecanismos imunológicos,<br />

e a intolerância à lactose. Nesta última ocorre a<br />

falta <strong>da</strong> lactase, enzima <strong>do</strong> epitélio intestinal que <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><br />

a lactose em monossacarí<strong>de</strong>os para absorção. Na ausência<br />

<strong>de</strong>sta enzima po<strong>de</strong> ocorrer a fermentação <strong>da</strong> lactose não<br />

absorvi<strong>da</strong>, causan<strong>do</strong> diarreia, distensão e <strong>do</strong>res ab<strong>do</strong>minais,<br />

caracterizan<strong>do</strong> a intolerância à lactose, <strong>do</strong>ença esta sem<br />

envolvimento <strong>do</strong> sistema imunológico3 .<br />

Figura 1 - Classificação <strong>da</strong>s reações adversas aos alimentos 2<br />

<strong>Guia</strong> <strong>prático</strong> <strong>da</strong> APLV media<strong>da</strong> pela IgE - ASBAI & SBAN<br />

Epi<strong>de</strong>miologia<br />

A real dimensão <strong>da</strong> APLV na população geral é <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>.<br />

Da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s são muito varia<strong>do</strong>s e refletem diferenças<br />

nas populações avalia<strong>da</strong>s (geral, acometi<strong>da</strong>s, faixa<br />

etária, entre outros), assim como nos critérios emprega<strong>do</strong>s<br />

(entrevista, questionário, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento oral, pesquisa<br />

<strong>de</strong> IgE específica) na sua obtenção. Em crianças, nos primeiros<br />

anos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, a incidência <strong>de</strong> APLV tem si<strong>do</strong> referi<strong>da</strong><br />

oscilar entre 0,3% e 7,5% 4,5 . Por outro la<strong>do</strong>, empregan<strong>do</strong>-se<br />

o critério <strong>de</strong> autorrelato, tais índices são aponta<strong>do</strong>s variar<br />

entre 5% e 15% 4 .<br />

No Brasil, estu<strong>do</strong> observacional entre pediatras gastroenterologistas<br />

revelou ser a prevalência <strong>de</strong> suspeita <strong>de</strong> ALPV<br />

entre crianças com sintomas gastroenterológicos <strong>de</strong> 5,4%,<br />

e a incidência <strong>de</strong> 2,2% 6 .<br />

Fatores <strong>de</strong> risco<br />

Embora para alguns alimentos a relação entre exposição<br />

a <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s fatores <strong>de</strong> risco e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong><br />

sensibilização alérgica seja evi<strong>de</strong>nte, o mesmo po<strong>de</strong> não ser<br />

claro com o leite <strong>de</strong> vaca (LV). A carga genética, o gênero, a<br />

etnia, a presença <strong>de</strong> polimorfismos genéticos, mu<strong>da</strong>nças na<br />

dieta (vitamina D, tipo <strong>de</strong> gordura, antioxi<strong>da</strong>ntes, obesi<strong>da</strong><strong>de</strong>),<br />

hipótese <strong>da</strong> higiene (redução <strong>de</strong> exposição a agentes infecciosos,<br />

parasitas, tipo <strong>de</strong> colonização intestinal), exposição<br />

a alérgenos alimentares (gestação, leite materno, <strong>de</strong>smame,<br />

através <strong>da</strong> pele) tem si<strong>do</strong> os fatores <strong>de</strong> risco i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s<br />

como relaciona<strong>do</strong>s à alergia alimentar7 .<br />

Tolerância oral<br />

O trato gastrintestinal (TGI) é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> o maior órgão<br />

linfoi<strong>de</strong> <strong>do</strong> corpo, representan<strong>do</strong> uma <strong>da</strong>s maiores áreas <strong>de</strong><br />

Fonte: Gui<strong>de</strong>lines for the Diagnosis and Management of Food Allergy. NIAID-Sponsor<strong>de</strong> Expert Panel 2010.

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