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35 Articulación profesional y uso del móvil en grupos de teatro callejero profissões, coisas assim, que os caras usam telefone celular só porque todo mundo usa telefone celular, que ele nem necessitaria mas, particularmente pra essas atividades que incluem deslocamento, circulação, acho que telefone celular é super importante e nesse trabalho, sim. Não acho que modifique enquanto conteúdo, enquanto assim o quê que você tá fazendo, não modifica, mas facilita. Facilita fundamentalmente a execução do trabalho. Pesquisador 3: – Você pode fazer coisas que não podia fazer antes? Entrevistada 1: Sim, se comunicar, com certeza. Você demoraria mais tempo pra se comunicar, pra juntar todas as pessoas num determinado lugar... Pesquisador 3: – Mesmo organizar mais representação num mês que antes? Entrevistada 1: talvez. Eu acho que se pensar assim que você pode se articular mais rapidamente, ligar pras pessoas mais rapidamente, dar resposta a alguma coisa que alguém te fala, de imediato alguém te liga e fala: oh, tem uma coisa assim, pra você ligar pra fulano agora, é agora, não é daqui a pouco, não é daqui 10 minutos, 5 minutos, 20 minutos, meia hora que você vai ligar. Você acaba ligando no ato. Eu acho que sempre vai. Nesse sentido, sim. Eu acho que pode. Não mensurei, entende? Mas eu imagino que sim. Pesquisador 3: – Vocês têm utilizado telefone celular duma obra? Entrevistada 1: Como assim? Dentro dum espetáculo? Pesquisador 3: – Num espetáculo usando o telefone celular? Entrevistada 1: Não. Eu particularmente, não. Nunca coloquei ele em cena, como parte de cena. Mas sabe que é bem interessante? Me deu uma idéia...(risos)...e tinha o personagem assim, e o personagem resolve telefonar pro cara que tá alí atrás assim no público, que é um outro personagem... e começa a falar... Olha, acabei de ter uma idéia! Obrigado. (risos) Coautoria. Pesquisador 2: O público em teatro, não usa celular. Mas na rua pode usar. Entrevistada 1: Na rua, qualquer coisa. Na rua se tiver passando um cachorro e o cachorro quiser entrar e fica sentado alí... a gente começa a trocar idéia com ele e vai. Pesquisador 2: É um problema? Os celulares tocando durante o espetáculo? Entrevistada 1: Não... Olha, juro por Deus, é tantos outros barulhos que eu nem reparo se toca. Na rua, você não repara! Eu acho que toca, mas faz parte que o telefone toque no meio da platéia. Ninguém vai pedir numa platéia de rua, desliguem seus pagers e celulares, jamais! Entrevistado 2: O que mais atrapalha na rua é quando passa um caro: pamonha, pamonha, pamonha... e tu tá lá no meio da cena e encobre tudo a sua fala. Para tudo, todo mundo em silêncio pra esperar o carro da pamonha passar. Laura e Entrevistada 1: Aqui em São Paulo tem um carro de som que anuncia nos autofalantes do carro, pra vender um doce, que chama pamonha. Aí tem... e é... (pamonhas de Piracicaba) e é sempre o mesmo som. Todo mundo que vende pamonha (comprou aquela gravação do pamonhas de Piracicaba)... Pamonha, pamonha, pamonha...É a mesma gravação. Aliás, eu acho que deve ter virado ring tone. Deve ter virado... Entrevistada 1: Ah, tá! Pra botar no celular? Pesquisador 1: É deve ter...eu acho que eu vi o meu sobrinho, se eu não me engano, colocar no celular dele... Aí toca! Entrevistada 1: Pamonha, pamonha de Piracicaba... Pesquisador 1: Acho que irrita. (risos) Entrevistada 1: Tudo Bem? Mais alguma pergunta? Mais alguma coisa que eu queira falar sobre tudo isso que nós estamos conversando agora? Pesquisador 1: Exatamente! (risos) Proyecto Comunicaciones Móviles y Desarrollo en América Latina

36 Articulación profesional y uso del móvil en grupos de teatro callejero Entrevistada 1: Essa é a última pergunta de todas: tem mais alguma coisa que você gostaria de falar sobre isso que nós conversamos até agora? Não, acho que não. A não ser que realmente: que bom que inventaram telefone celular. Dói a orelha; eles precisavam inventar um (todo mundo fica falando que a gante pode ter câncer, que num sei quê, de num sei quê) eu percebo particularmente que quando eu falo muito tempo no celular (tempo seguido), assim, dói o ouvido. E eu já não sei se é porque meu telefone tá muito alto ou o quê que é, mas me dói o ouvido. E eu fico pensando que se eu ficar ouvindo música direto, com aqueles tróço na minha orelha, que aliás é um outro problema no mundo moderno: eu acho que as pessoas agora elas têm cotonetes eletrônicos para se isolarem dos demais que estão no seu mundo, né? Aí você olha e as pessoas estão todas assim... Aí você quer pedir licença e ninguém te ouve, então você tem que pedir licença assim: dá licença, deixa eu passá! Pesquisador 1: Não, é ótimo porque você tem que realmente se aproximar das pessoas, pegar nas pessoas. Entrevistada 1: Super estranho você tem que bater assim, né? bate assim no cara no ônibus: você quer que eu leve as suas coisas? Ele: Ah... É esquisito. Eu sinto como uma coisa esquisita que é mais uma barreira, né? assim... é o visível- invisível. Você está vendo o cara ali mas ele está invisível. E o mundo é invisível, porque ele acabou de se furtar a essa possibilidade de contato com o mundo, né? Demais assim. Por isso que eu acho que, mesmo que eu tenho um fone de ouvido no meu celular e um radinho, é difícil que eu vá ouvir música em situaçoes em que eu possa ouvir as pessoas. Porque eu gosto de ouvir as pessoas. Eu gosto de falar com as pessoas na rua. As pessoas devem me achar esquisita inclusive. Principalmente esse povo novo que tá botando esse tróço no ouvido, acha esquisito que a gente converse com eles sem nunca ter visto na frente. E eu converso mesmo, com qualquer um. Eu quero falar, eu falo. Começo a trocar idéia no ponto do ônibus, falar bobagem, falar qualquer coisa, eu gosto de conversar com gente que eu nunca mais vou ver na minha vida. Eu acho ótimo, adoro. E acho que talvez por isso que ache legal ter celular, porque eu sempre vou ligar pras pessoas, vou me sentir próxima delas onde eu esteja. E acho chato quando eu vou pra algum lugar e o telefone não pega. Acho muito pentelho; já aconteceu. Pesquisador 1: Você fica ansiosa? Entrevistada 1: Não, eu desencano. Mas é engraçado você imaginar que você poderia tá conversando com ... ou com alguém que não esteja alí, e... porque você já acostumou, né? hoje, né? e aí de repente você vai prum sítio, prum tróço assim que não pega o celular, acho que: ahou... eu lembro que eu tava num lugar no Ceará e eu queria falar com meu namorado e tinha uma... você subia uma ladeira assim numa praia lá esquisita (que eu sempre esqueço o nome daquela praia), e aí, bem no alto da ladeira sentava naquele lugar de terra, ficava olhando o mar e aí o telefone pegava. Daí eu ligava pra Brasília e ficava trocando idéia com ele. Pesquisador 1: Que lindo! Romântico! Entrevistada 1: É estranho quando você tá num lugar que não pega, né? tudo bem... você desencana também. Não é... não vou ficar louca, ansiosa não. É só isso. Cabô? Tá bom. Mais alguma pergunta que vocês esqueceram de perguntar? Pesquisador 3: – Muitas! São duas horas mais. (risos) Pesquisador 1: Podemos então conversar um pouquinho com você? É Rogério, é isso? Rogério do quê? Entrevistado 2: Rogério Prisco Munhóz. Pesquisador 1: Quantos anos você tem? Entrevistado 2: 34. Pesquisador 1: Você também tem outra formação? Você estudou teatro? Entrevistado 2: Eu não tenho formação acadêmica, mas acho que o teatro entrou de repente. Não sei, não tem um começo. Um dia meu irmão me chamou pra fazer figuração numa propaganda, aí eu fui fazer essa figuração e gostei, que era uma agência de modelo, e eu Proyecto Comunicaciones Móviles y Desarrollo en América Latina

35 Articulación profesional y uso <strong>de</strong>l móvil en grupos <strong>de</strong> teatro callejero<br />

profissões, coisas assim, que os caras usam telefone celular só porque todo mundo usa<br />

telefone celular, que ele nem necessitaria mas, particularmente pra essas ativida<strong>de</strong>s que<br />

incluem <strong>de</strong>slocamento, circulação, acho que telefone celular é super importante e nesse<br />

trabalho, sim. Não acho que modifique enquanto <strong>con</strong>teúdo, enquanto assim o quê que você tá<br />

fazendo, não modifica, mas facilita. Facilita fundamentalmente a execução do trabalho.<br />

Pesquisador 3: – Você po<strong>de</strong> fazer coisas que não podia fazer antes?<br />

Entrevistada 1: Sim, se comunicar, com certeza. Você <strong>de</strong>moraria mais tempo pra se comunicar,<br />

pra juntar todas as pessoas num <strong>de</strong>terminado lugar...<br />

Pesquisador 3: – Mesmo organizar mais representação num mês que antes?<br />

Entrevistada 1: talvez. Eu acho que se pensar assim que você po<strong>de</strong> se articular mais<br />

rapidamente, ligar pras pessoas mais rapidamente, dar resposta a alguma coisa que alguém te<br />

fala, <strong>de</strong> imediato alguém te liga e fala: oh, tem uma coisa assim, pra você ligar pra fulano<br />

agora, é agora, não é daqui a pouco, não é daqui 10 minutos, 5 minutos, 20 minutos, meia hora<br />

que você vai ligar. Você acaba ligando no ato. Eu acho que sempre vai. Nesse sentido, sim. Eu<br />

acho que po<strong>de</strong>. Não mensurei, enten<strong>de</strong>? Mas eu imagino que sim.<br />

Pesquisador 3: – Vocês têm utilizado telefone celular duma obra?<br />

Entrevistada 1: Como assim? Dentro dum espetáculo?<br />

Pesquisador 3: – Num espetáculo usando o telefone celular?<br />

Entrevistada 1: Não. Eu particularmente, não. Nunca coloquei ele em cena, como parte <strong>de</strong><br />

cena. Mas sabe que é bem interessante? Me <strong>de</strong>u uma idéia...(risos)...e tinha o personagem<br />

assim, e o personagem resolve telefonar pro cara que tá alí atrás assim no público, que é um<br />

outro personagem... e começa a falar... Olha, acabei <strong>de</strong> ter uma idéia! Obrigado. (risos) Coautoria.<br />

Pesquisador 2: O público em teatro, não usa celular. Mas na rua po<strong>de</strong> usar.<br />

Entrevistada 1: Na rua, qualquer coisa. Na rua se tiver passando um cachorro e o cachorro<br />

quiser entrar e fica sentado alí... a gente começa a trocar idéia com ele e vai.<br />

Pesquisador 2: É um problema? Os celulares tocando durante o espetáculo?<br />

Entrevistada 1: Não... Olha, juro por Deus, é tantos outros barulhos que eu nem reparo se toca.<br />

Na rua, você não repara! Eu acho que toca, mas faz parte que o telefone toque no meio da<br />

platéia. Ninguém vai pedir numa platéia <strong>de</strong> rua, <strong>de</strong>sliguem seus pagers e celulares, jamais!<br />

Entrevistado 2: O que mais atrapalha na rua é quando passa um caro: pamonha, pamonha,<br />

pamonha... e tu tá lá no meio da cena e encobre tudo a sua fala. Para tudo, todo mundo em<br />

silêncio pra esperar o carro da pamonha passar.<br />

Laura e Entrevistada 1: Aqui em São Paulo tem um carro <strong>de</strong> som que anuncia nos autofalantes<br />

do carro, pra ven<strong>de</strong>r um doce, que chama pamonha. Aí tem... e é... (pamonhas <strong>de</strong> Piracicaba)<br />

e é sempre o mesmo som. Todo mundo que ven<strong>de</strong> pamonha (comprou aquela gravação do<br />

pamonhas <strong>de</strong> Piracicaba)... Pamonha, pamonha, pamonha...É a mesma gravação. Aliás, eu<br />

acho que <strong>de</strong>ve ter virado ring tone. Deve ter virado...<br />

Entrevistada 1: Ah, tá! Pra botar no celular?<br />

Pesquisador 1: É <strong>de</strong>ve ter...eu acho que eu vi o meu sobrinho, se eu não me engano, colocar<br />

no celular <strong>de</strong>le... Aí toca!<br />

Entrevistada 1: Pamonha, pamonha <strong>de</strong> Piracicaba...<br />

Pesquisador 1: Acho que irrita. (risos)<br />

Entrevistada 1: Tudo Bem? Mais alguma pergunta? Mais alguma coisa que eu queira falar<br />

sobre tudo isso que nós estamos <strong>con</strong>versando agora?<br />

Pesquisador 1: Exatamente! (risos)<br />

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