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33 Articulación profesional y uso del móvil en grupos de teatro callejero responder uma pesquisa, que ía me fazer um favor, em outras palavras... Mas eu não consigo atrasar... chegar atrasado pra uma apresentação de teatro. Eu não me lembro na minha vida de ter feito um tróço desses nunca, assim, sabe? De...chegar assim: você tá atrasado porque tá acontecendo um monte de coisa, vai dando uma agonia! E o máximo do atrasado foi tipo chegar meia hora antes. Mas... o que já é muito atraso. Porque quando você tá no camarim , que você vai fazer um espetáculo e que você olha pro relógio e percebe que o elenco todo não tá lá e falta meia hora pra começar... quem é ligada no movimento já começa a ficar aflito. Porque tudo pode tá acontecendo, né? O cara pode ter morrido no caminho, pode não chegar. Como já não chegaram. Uma vez a gente tinha um bando de gente que foi acampar na Serra do Mar, choveu muito, tinha um rio na frente e não conseguiram atravessar o rio e não chagavam, não chegavam pra fazer o espetáculo, e o espetáculo começando e a gente teve que improvisar tudo, trocando os personagens... não sei quem fez... a gente foi fazendo o personagem dos outros e foi uma aflição do tamanho de um bonde. Pesquisador 2: Outra pergunta: quais são as relações entre o teatro de rua e "as oficiais" da cidade? Vocês tem que conseguir uma permissão pra se apresentar? Tem uma regulação do Teatro de Rua? Entrevistada 1: Tem. Hoje tem. Quando a gente fazia não tinha não, mas aí que começou uma... tem uma coisa aí: é uma lei, e não tem muitos anos não, por causa de regular essa de ocupação do espaço, cobra uma taxa, você tem que pedir permissão pras subprefeituras, pra não (?) a praça, o local onde você vai se apresentar, embora que... Pesquisador 1: Com qual antecedência? Entrevistada 1: Tem algumas com uma semana de antecedência, você pede, você vai... por exemplo isso aqui que é no Largo Santa Cecília; o grupo Pavanelli e recentemente o pessoal do Armado de Arruar também usou esse espaço junto com o SESC, eles têm permissão da prefeitura pra usar a praça. E parece que paga uma taxa, tem umas história assim também. Que a gente tá tentando derrubar isso daí, porque as vezes o teatro de rua nem tem dinheiro pra fazer esse tróço. Mas agora você tem sim. Embora que, né? você pode chegar lá e fazer. Ponto. E quando o cara viu, já foi. E não tem muito como te autuar porque você foi pra rua e fez, né? mas existe, agora em São Paulo existe, sim. Pesquisador 2: Vocês têm problemas com a polícia às vezes, ou não? Entrevistada 1: Agora não, né? Acho que a gente já teve, né? em 1978, 79, 80 tinha mais, tinha mesmo. Não exatamente problema. Nunca que os caras chegaram lá e pararam, mas a gente sabia que a gente tava sendo muito bem olhado e filmado. Nunca mandou parar. É tão estranho, né? assim, quando você tá fazendo uma apresentação ou aquele acontecimento que nunca me... me vi assim... agora, os meninos agora já disseram o que acontece, né? que a guarda municipal vem perguntar se tem permissão; essa permissão que você precisa ter da prefeitura hoje ocorre. E depende da praça. As praças mais visadas, mais centrais, que você tem policiamento, tem gente olhando, os caras vem encima pra saber se você ... cadê o negócio aí que diz que vocês podem estar aqui? Pesquisador 2: Então o teatro de rua é muito formal. Tem horários, tem permissões, não é uma coisa ... como se diz? Entrevistada 1: Espontaneísta? Eu acho que é sim mas, eu particularmente não... acho que deveria ser assim, óh: quer usar a praça, com concenso, tá lá a praça, você querer chegar lá e usar, né? fazer na praça, mas já tem muita gente fazendo também, né? muitas coisas acontecendo nas praças e é uma maneira de você regular até o uso delas. Também é uma forma que a prefeitura começou a arranjar, é uma forma de ganhar dinheiro também. Porque tem umas histórias que quando você vai usar o espaço, pôr equipamento de som, essas coisas, é por causa disso que os caras exigem que você peça permissão, pra você ligar luz, você liga um monte de história. Pesquisador 2: Como funciona do ponto de vista do dinheiro? Vocês cobram alguma coisa, é contribuição voluntária? Entrevistada 1: Geralmente é uma passada de chapéu, mas muitos desses grupos aqui tem fomento, tem lei de fomento, um patrocínio... A gente tá tentando se estruturar nesse sentido, mas na verdade, assim, a grande dificuldade de se fazer teatro de rua (era justamente o que eu Proyecto Comunicaciones Móviles y Desarrollo en América Latina

34 Articulación profesional y uso del móvil en grupos de teatro callejero tava discutindo agora lá no movimento) é que tem que ter políticas públicas de cultura que contemplem essa modalidade de teatro, pra que você enquanto artista, possa viver da sua atividade artística. Porque é muito difícil mesmo. Pesquisador 3: – E no grupo de vocês como funciona? Entrevistada 1: Olha, eventualmente o dinheiro que a gente ganhou foi de alguns espetáculos que a gente vendeu e quando a gente participou de um projeto (esse trabalho especificamente) da prefeitura que chama "recreio nas férias" que a gente fez um trabalho nos pátios de escola. Então aí tinha uma verba, tinha um dinheiro da secretaria de educação, que levou, né? a gente inscreveu o projeto, mandou, os caras gostaram e foi escolhido e a gente fez apresentações em algumas escolas na periferia. Mais nesse sentido. Pesquisador 3: – E o dinheiro que vocês recebem se gasta na organização das coisas, para comprar material, para pagar a vocês? Ou como... Entrevistada 1: As duas coisas. É parte pra produção e parte é pra pagamento de cachê mesmo, né? Dinheiro que vai pelo trabalho que a gente faz. Pesquisador 3: – Não tem os telefones pagos com esse sistema, os telefones tão... Entrevistada 1: Ah, quando a gente fez esse trabalho da prefeitura aí, das escolas, que eu dei telefone pra caramba... então conta de celular, parte da minha conta de telefone, tudo que eu... com esse dinheiro. Pesquisador 3: – Só para atividade específica que eles... Entrevistada 1: Pra você saber, é parte da conta, né? Parte da conta foi paga com esse dinheiro. Pesquisador 1: E como foi feito o valor, você lembra? Entrevistada 1: Eu lembro, o cara...eu sei quanto eu gasto normalmente e se aumentou muito é a diferença do... que é como você faz também quando você trabalha com pesquisa. Você usa seu telefone, você pega as três últimas contas, tira a média e o que altera dessa média, o que que vai pra cima dessa média é o que os caras te ressarcem, né? E eu tô usando meu telefone agora porque eu tô fazendo um trabalho que os caras vão bancar a minha conta. Pesquisador 3: – Mas o seu telefone, você paga a conta? Entrevistada 1: Mas quando eu tô trabalhando pra alguma empresa, e eu tô usando meu telefone pra trabalhar e eu sou obrigada assim... a contingência do trabalho é eu fazer telefonemas, fazer ligações interurbanas inclusive no meu telefone, daí eu apresento a conta e... geralmente é a diferença, né? As vazes os caras querem pagar a conta inteira, mas eu também acho um pouco-meio-muito, não é? Eu teria que pagar mesmo. No mínimo 200 reais da minha conta, então isso eu pago e o resto alguém pode pagar pra mim. Pesquisador 3: – Vocês não tinham telefone celular no começo do teatro de rua? Entrevistada 1: Não, eu acho que já tinha telefone celular. Eu já tinha e a telefonia celular já era uma coisa bem difundida no Brasil nessa... Pesquisador 3: – Você já tinha um... Entrevistada 1: eu tinha telefone celular. Eu tenho telefone desde 1999, eu acho. Pesquisador 2: Você acha que o telefone faz o teatro mais fácil ou transforma o processo do teatro e simplesmente em uma maneira de fazer o trabalho mais fácil e ter uma transformação no trabalho? Entrevistada 1: Você quer saber se o telefone celular facilita o trabalho, torna o trabalho mais fácil ou se ele transforma o trabalho? Eu acho que facilita a execução do trabalho, mas acho que facilita a execução de qualquer trabalho, eu vejo. Ou talvez pra mim seja assim porque eu tô ligada em trabalhos que implique sempre em deslocamento, movimento, então eu acho que ele é importante. Eu vejo como importante por causa disso e vejo que esse trabalho que a gente faz, que também implica em deslocamento, você não tá falando de nada muito certinho, o que que vai acontecer todos os dias certinho, do mesmo jeito... Então facilita, facilitou horrores e eu acho que a vida de todo mundo que trabalha em trânsito, que circula pra trabalhar e tudo isso, eu acho que o telefone celular foi assim... a coisa legal. Talvez tenham Proyecto Comunicaciones Móviles y Desarrollo en América Latina

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respon<strong>de</strong>r uma pesquisa, que ía me fazer um favor, em outras palavras... Mas eu não <strong>con</strong>sigo<br />

atrasar... chegar atrasado pra uma apresentação <strong>de</strong> teatro. Eu não me lembro na minha vida<br />

<strong>de</strong> ter feito um tróço <strong>de</strong>sses nunca, assim, sabe? De...chegar assim: você tá atrasado porque<br />

tá a<strong>con</strong>tecendo um monte <strong>de</strong> coisa, vai dando uma agonia! E o máximo do atrasado foi tipo<br />

chegar meia hora antes. Mas... o que já é muito atraso. Porque quando você tá no camarim ,<br />

que você vai fazer um espetáculo e que você olha pro relógio e percebe que o elenco todo não<br />

tá lá e falta meia hora pra começar... quem é ligada no movimento já começa a ficar aflito.<br />

Porque tudo po<strong>de</strong> tá a<strong>con</strong>tecendo, né? O cara po<strong>de</strong> ter morrido no caminho, po<strong>de</strong> não chegar.<br />

Como já não chegaram. Uma vez a gente tinha um bando <strong>de</strong> gente que foi acampar na Serra<br />

do Mar, choveu muito, tinha um rio na frente e não <strong>con</strong>seguiram atravessar o rio e não<br />

chagavam, não chegavam pra fazer o espetáculo, e o espetáculo começando e a gente teve<br />

que improvisar tudo, trocando os personagens... não sei quem fez... a gente foi fazendo o<br />

personagem dos outros e foi uma aflição do tamanho <strong>de</strong> um bon<strong>de</strong>.<br />

Pesquisador 2: Outra pergunta: quais são as relações entre o teatro <strong>de</strong> rua e "as oficiais" da<br />

cida<strong>de</strong>? Vocês tem que <strong>con</strong>seguir uma permissão pra se apresentar? Tem uma regulação do<br />

Teatro <strong>de</strong> Rua?<br />

Entrevistada 1: Tem. Hoje tem. Quando a gente fazia não tinha não, mas aí que começou<br />

uma... tem uma coisa aí: é uma lei, e não tem muitos anos não, por causa <strong>de</strong> regular essa <strong>de</strong><br />

ocupação do espaço, cobra uma taxa, você tem que pedir permissão pras subprefeituras, pra<br />

não (?) a praça, o local on<strong>de</strong> você vai se apresentar, embora que...<br />

Pesquisador 1: Com qual antecedência?<br />

Entrevistada 1: Tem algumas com uma semana <strong>de</strong> antecedência, você pe<strong>de</strong>, você vai... por<br />

exemplo isso aqui que é no Largo Santa Cecília; o grupo Pavanelli e recentemente o pessoal<br />

do Armado <strong>de</strong> Arruar também usou esse espaço junto com o SESC, eles têm permissão da<br />

prefeitura pra usar a praça. E parece que paga uma taxa, tem umas história assim também.<br />

Que a gente tá tentando <strong>de</strong>rrubar isso daí, porque as vezes o teatro <strong>de</strong> rua nem tem dinheiro<br />

pra fazer esse tróço. Mas agora você tem sim. Embora que, né? você po<strong>de</strong> chegar lá e fazer.<br />

Ponto. E quando o cara viu, já foi. E não tem muito como te autuar porque você foi pra rua e<br />

fez, né? mas existe, agora em São Paulo existe, sim.<br />

Pesquisador 2: Vocês têm problemas com a polícia às vezes, ou não?<br />

Entrevistada 1: Agora não, né? Acho que a gente já teve, né? em 1978, 79, 80 tinha mais, tinha<br />

mesmo. Não exatamente problema. Nunca que os caras chegaram lá e pararam, mas a gente<br />

sabia que a gente tava sendo muito bem olhado e filmado. Nunca mandou parar. É tão<br />

estranho, né? assim, quando você tá fazendo uma apresentação ou aquele a<strong>con</strong>tecimento que<br />

nunca me... me vi assim... agora, os meninos agora já disseram o que a<strong>con</strong>tece, né? que a<br />

guarda municipal vem perguntar se tem permissão; essa permissão que você precisa ter da<br />

prefeitura hoje ocorre. E <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da praça. As praças mais visadas, mais centrais, que você<br />

tem policiamento, tem gente olhando, os caras vem encima pra saber se você ... cadê o<br />

negócio aí que diz que vocês po<strong>de</strong>m estar aqui?<br />

Pesquisador 2: Então o teatro <strong>de</strong> rua é muito formal. Tem horários, tem permissões, não é<br />

uma coisa ... como se diz?<br />

Entrevistada 1: Espontaneísta? Eu acho que é sim mas, eu particularmente não... acho que<br />

<strong>de</strong>veria ser assim, óh: quer usar a praça, com <strong>con</strong>censo, tá lá a praça, você querer chegar lá e<br />

usar, né? fazer na praça, mas já tem muita gente fazendo também, né? muitas coisas<br />

a<strong>con</strong>tecendo nas praças e é uma maneira <strong>de</strong> você regular até o uso <strong>de</strong>las. Também é uma<br />

forma que a prefeitura começou a arranjar, é uma forma <strong>de</strong> ganhar dinheiro também. Porque<br />

tem umas histórias que quando você vai usar o espaço, pôr equipamento <strong>de</strong> som, essas<br />

coisas, é por causa disso que os caras exigem que você peça permissão, pra você ligar luz,<br />

você liga um monte <strong>de</strong> história.<br />

Pesquisador 2: Como funciona do ponto <strong>de</strong> vista do dinheiro? Vocês cobram alguma coisa, é<br />

<strong>con</strong>tribuição voluntária?<br />

Entrevistada 1: Geralmente é uma passada <strong>de</strong> chapéu, mas muitos <strong>de</strong>sses grupos aqui tem<br />

fomento, tem lei <strong>de</strong> fomento, um patrocínio... A gente tá tentando se estruturar nesse sentido,<br />

mas na verda<strong>de</strong>, assim, a gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> se fazer teatro <strong>de</strong> rua (era justamente o que eu<br />

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