estudio de caso con prostitutas, travestis - CMDAL

estudio de caso con prostitutas, travestis - CMDAL estudio de caso con prostitutas, travestis - CMDAL

cmdal.utopia.com.br
from cmdal.utopia.com.br More from this publisher
31.05.2013 Views

27 Articulación profesional y uso del móvil en grupos de teatro callejero é mais do marido dela, né... e... num conheço assim muita gente que faz trabalho em dois grupos diferentes de teatro de rua... Pesquisador 1: Nem num momento de emergência, assim, sei lá... Você quebrou a perna... Entrevistada 1: Eu, por exemplo, outro dia precisava de alguém pra fazer um personagem aqui nesse trabalho aí chamei um amigo meu, que eu sei que fazia rua, e ele veio e fez pra mim... Eu sei que agora ele tá trabalhando com o pessoal da São Jorge de variedades, fazendo teatro de rua pra São Jorge. Acontece, isso acontece... de... segura essa onda pra mim... eu pelo menos... ainda tenho... trabalho com essa idéia.. eu num sei muito como estão as pessoas hj, né, assim... de verdade mesmo, que comportamento que assume... pq eu trabalhei com teatro de rua numa época que não se fazia teatro de rua em São Paulo, né... E a gente era assim desse jeito, totalmente anarquista... então eu to aqui mas posso ta ali... posso ta aqui e daqui há pouco... eu vejo que hj não funciona muito desse jeito... não sei se é uma questão de como nós evoluímos social e historicamente nessa cidade, uma questão de gerações tb... como são as pessoas hj, como elas enxergam... a própria história do teatro de rua, de grupo... que tá uma coisa mais estruturada, mais.. eu percebo, né, mais profissional mesmo... essa relação que... é uma linguagem. Nós estamos montando uma cara, a gente está definindo uma cara pra isso na cidade, née? Eu vejo muito assim... Pesquisador 2: E os grupos viajam pra outras cidades? Entrevistada 1: Viajam, tem muito festival de teatro de rua. E as pessoas sempre... que eu acho que é assim... tem festival... tem grupo demais pra pouca vaga nos festivais e mas acontece sim de viajar, de fazer fora, sim, sempre Pesquisador 2: E você acha que poderia ser uma oportunidade para usar o celular par coordenar, pra arranjar lugar onde dormir? Noêmia - Olha, eu lhe digo que... sem dúvida alguma... tem gente inclusive no meio disso aí que não tem outra forma de se comunicar a não ser através do celular, só tem celular pra se comunicar. E tem muita gente nessa vida errante da gente, de artista, que só tem celular. Essa coisa assim, é o meu telefone que está dentro da minha mala, né? Vai comigo onde eu for... Sim, eu acho que com relação a isso, deve funcionar... eu num sei, eu vou falar uma coisa que pode ser uma besteira, como funciona com qualquer outra pessoa... mas eu acho até que não.. pq as pessoas... eu vejo, tenho amigos em outras áreas e tudo...e falam assim... – "ai, celular é coleira de mãe"... mas também num deixa de ter, né? Mas também deve ser coleira de filho. Pq aí dá o celular pro seu filho e fica lá controlando ele e tal... por mais que.. é gozado. Eu vejo como uma coisa muito legal. É bom. É bom pq eu consigo avisar que eu vou chegar atrasada... eu sempre fico fazendo uma analogia, né, entre a história do trabalho de teatro e dos outros trabalhos que eu faço, né... que é essa coisa de trabalhar com pesquisa, né... que é essa coisa muito móvel tb, que muito... que não tem uma ligação com... sabe, eu num saio da minha casa e vou lá num lugar todo dia e fico lá... pelo contrário, se eu tiver que passar mais de dois dias fazendo isso eu fico maluca... To sempre andando, to sempre em trânsito, to sempre circulando, às vezes eu ligo pra pessoa, eu marco, eu confirmo, eu dou retorno pra coisas que eu estou agendando, pra encontros que eu to agendando, pra entrevistas que eu to agendando... então... é uma coisa que me possibilita continuar em contato sempre em trânsito... um troço que eu tinha que fazer antes parada num lugar, eu posso fazer andando. Eu faço do ônibus, do trem, do táxi, da onde for. E daqui a pouco você pode fazer de dentro do avião, né? pq agora já pode fazer do avião... os caras tão botando uns satélites uns trecos aí que você já pode fazer do avião, usar o celular, que você não podia antes, que você podia derrubar o avião e já não é mais verdade, você num derruba mais o avião pelo celular... pelo menos tem umas histórias aí que já tão experimentando, né? Então você pode ficar fazendo, usando sempre. Aí as pessoas poderia ter mais tempo... pode usar o telefone através do computador... eu ainda num fiz nada disso com o meu computador. Eu num tenho skype, eu num tenho esses troço aí que barateia as ligações mas eu vou aprender. Mas aí eu tb num gosto de ficar colada num lugar então o celular é até mais legal, né? Eu acho que eu uso pra tudo e acho que as pessoas de modo geral e principalmente no trabalho da gente, na profissão da gente usa. Usa mesmo, vejo que usa. Num to, assim, eu num sou uma pessoa muito versada, de ter muitos contatos hoje com o pessoal que faz rua ou que não faz, mas eu percebo agora desse ano pra cá que estou junto com eles e que t6o fazendo o meu trabalho tb que toda gente usa. Todo mundo tem celular e já vejo que assim, você não dá mais o seu Proyecto Comunicaciones Móviles y Desarrollo en América Latina

28 Articulación profesional y uso del móvil en grupos de teatro callejero telefone fixo, né? E eu já não dou mesmo da minha casa, porque aí quem vai atender é a minha mãe que tem 86 anos e vai esquecer de me dar o recado, ou então é a moça que fica com ela, que às vezes escreve o recado bonitinho que eu só vou ver de noite. As vezes ele esquece de me lembrar que a ligação é importante, pra me avisar que alguém me ligou assim, no meio do dia. Ou ela tb esquece de dar o recado, né? então... o legal é que ela pega direito, ela entende direito e escreve bem os recados mas, deixar pela minha mãe as vezes ela lembra de me dizer. As vezes ela lembra três dias depois: - Ligou uma moça, que tem um nome assim... ai, não lembro direito o nome dela. E ela diz que como eu vou brigar com ela, ela nem me dá o recado quando ela vai esquecer o nome, ela já...passa batido, nem dá oi. Então prefiro celular. Ou ela fala pras pessoas assim na cara dura: - Ela vai chegar tarde, liga pro celular dela. A minha mãe manda todo mundo ligar pro meu celular. Então eu já mando as pessoas ligarem pro meu celular mesmo. Porque eu atendo. Eu não tenho a menor paranóia com isso. Pesquisador 1: mesmo num espetáculo de teatro? Não, aí a gente desliga! Pesquisador 1: Ah bom! (risos) Entrevistada 1: Nessa hora a gente desliga. Tem algumas situações que você desliga o telefone. Mesmo. Não, porque outro dia eu fui no cinema, só tinha eu uma alma penada no filme, um sujeito, o desgraçado do cara ficou falando no celular e eu assistindo o filme! Eu falei: eu não vou mandar esse cara pa puta que o pariu, porque ele pode ser daqueles louco que tá dentro do cinema, essa sala escura só eu e essa alma penada aqui, pode sobrar pra mim! Mas sério, o cara fazendo negócio no celular na sessão de cinema. Que era um filme brasileiro que tava lá no Artplex... só tinha nós dois. Um filme super legal, um filme dum pessoal do Rio Grande do Sul (não sei se é do Rio Grande do Sul ou é um cara do Paraná), Paulo Nascimento. Entrevistado 2: Você tb deixa os telefones desligados só por quanto? Duas horas no máximo? Depois liga de novo? Entrevistada 1: As vezes eu esqueço. As vezes eu vou pra casa assim quando termina o cinema, muito tarde, daí eu percebo lá pelas dez horas da manhã do outro dia que eu larguei o telefone desligado, mas é raro. Mas eu não ligo, não assim (?) eu esqueço mesmo. Quando é que eu vou pro cinema e aí eu esqueço de ligar de volta, mas é raro. Agora, eu desligo e tudo bem. Eu não vou atender telefone no meio de espetáculo, nada disso. Mas você tinha feito uma outra pergunta... que eu não te dei a resposta. Como é que era memo a pergunta? Era se eu sempre atendia o telefone? Que eu falei que eu sempre atendia, né? que eu não tinha assas paranóia. Porque tem umas pessoas que tem essas paranóia, né? Pôe umas Bina assim dentro de casa, aí: - Quem ligou pra mim!? Quem que tá ligando pra minha casa!? E começa...Porque eu já tive aparelho assim... Pesquisador 1: Nunca aconteceu seqüestro, falso seqüestro? Entrevistada 1: Você sabe que uma vez, bem no dia que caiu aquele avião da TAM, um sujeito ligou pra minha casa (eu tinha ido fazer um teste muito maluco alí que tão fazendo uma novela pela internet), aí chega lá o cara dizendo que tinha caído o avião. Caiu o avião; eu saí de lá e o teste era de noite, porque os caras só gravam essa novela à noite... aí eu cheguei na minha casa umas onze horas, e aí um sujeito me ligou e falou: - Pai, pai! E agora! Socorro!... Eu falei: - Que pai, porra! Pai uma puta que o pariu! Eu não tenho filho desse tamanho, não tenho nem filho, vai pro inferno! Eu descobri muito tempo depois que esse é o texto do seqüestro. E eu falei: ah, vá!...e as vezes eu falo pros meus... Pesquisador 1: Acho que eu não contei isso pra vocês sabem... do falso seqüestro? É muito comum você receber uma ligação no seu celular... Entrevistada 1: Que alguém tem uma criança chorando, né? Pesquisador 1: E que imita uma criança chorando, e se passando como se tivesse sendo seqüestrada. E aí faz todo um procedimento, de pedir resgate, da tá... e várias pessoas... Entrevistada 1: Caem, dá dinheiro pra isso. É verdade. Fica esperto se você tem filha. Pesquisador 1: não só... de parar... e já teve gente que morreu do coração! Entrevistada 1: É verdade. Eu ouvi essa história aí outro dia, que a mulher teve um ataque falando isso, e eu tava outro dia conversando com uma amiga minha e falei assim: - mas você Proyecto Comunicaciones Móviles y Desarrollo en América Latina

28 Articulación profesional y uso <strong>de</strong>l móvil en grupos <strong>de</strong> teatro callejero<br />

telefone fixo, né? E eu já não dou mesmo da minha casa, porque aí quem vai aten<strong>de</strong>r é a<br />

minha mãe que tem 86 anos e vai esquecer <strong>de</strong> me dar o recado, ou então é a moça que fica<br />

com ela, que às vezes escreve o recado bonitinho que eu só vou ver <strong>de</strong> noite. As vezes ele<br />

esquece <strong>de</strong> me lembrar que a ligação é importante, pra me avisar que alguém me ligou assim,<br />

no meio do dia. Ou ela tb esquece <strong>de</strong> dar o recado, né? então... o legal é que ela pega direito,<br />

ela enten<strong>de</strong> direito e escreve bem os recados mas, <strong>de</strong>ixar pela minha mãe as vezes ela lembra<br />

<strong>de</strong> me dizer. As vezes ela lembra três dias <strong>de</strong>pois: - Ligou uma moça, que tem um nome<br />

assim... ai, não lembro direito o nome <strong>de</strong>la. E ela diz que como eu vou brigar com ela, ela nem<br />

me dá o recado quando ela vai esquecer o nome, ela já...passa batido, nem dá oi. Então prefiro<br />

celular. Ou ela fala pras pessoas assim na cara dura: - Ela vai chegar tar<strong>de</strong>, liga pro celular<br />

<strong>de</strong>la. A minha mãe manda todo mundo ligar pro meu celular. Então eu já mando as pessoas<br />

ligarem pro meu celular mesmo. Porque eu atendo. Eu não tenho a menor paranóia com isso.<br />

Pesquisador 1: mesmo num espetáculo <strong>de</strong> teatro?<br />

Não, aí a gente <strong>de</strong>sliga!<br />

Pesquisador 1: Ah bom! (risos)<br />

Entrevistada 1: Nessa hora a gente <strong>de</strong>sliga. Tem algumas situações que você <strong>de</strong>sliga o<br />

telefone. Mesmo. Não, porque outro dia eu fui no cinema, só tinha eu uma alma penada no<br />

filme, um sujeito, o <strong>de</strong>sgraçado do cara ficou falando no celular e eu assistindo o filme! Eu falei:<br />

eu não vou mandar esse cara pa puta que o pariu, porque ele po<strong>de</strong> ser daqueles louco que tá<br />

<strong>de</strong>ntro do cinema, essa sala escura só eu e essa alma penada aqui, po<strong>de</strong> sobrar pra mim! Mas<br />

sério, o cara fazendo negócio no celular na sessão <strong>de</strong> cinema. Que era um filme brasileiro que<br />

tava lá no Artplex... só tinha nós dois. Um filme super legal, um filme dum pessoal do Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Sul (não sei se é do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul ou é um cara do Paraná), Paulo<br />

Nascimento.<br />

Entrevistado 2: Você tb <strong>de</strong>ixa os telefones <strong>de</strong>sligados só por quanto? Duas horas no máximo?<br />

Depois liga <strong>de</strong> novo?<br />

Entrevistada 1: As vezes eu esqueço. As vezes eu vou pra casa assim quando termina o<br />

cinema, muito tar<strong>de</strong>, daí eu percebo lá pelas <strong>de</strong>z horas da manhã do outro dia que eu larguei o<br />

telefone <strong>de</strong>sligado, mas é raro. Mas eu não ligo, não assim (?) eu esqueço mesmo. Quando é<br />

que eu vou pro cinema e aí eu esqueço <strong>de</strong> ligar <strong>de</strong> volta, mas é raro. Agora, eu <strong>de</strong>sligo e tudo<br />

bem. Eu não vou aten<strong>de</strong>r telefone no meio <strong>de</strong> espetáculo, nada disso. Mas você tinha feito uma<br />

outra pergunta... que eu não te <strong>de</strong>i a resposta. Como é que era memo a pergunta? Era se eu<br />

sempre atendia o telefone? Que eu falei que eu sempre atendia, né? que eu não tinha assas<br />

paranóia. Porque tem umas pessoas que tem essas paranóia, né? Pôe umas Bina assim<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa, aí: - Quem ligou pra mim!? Quem que tá ligando pra minha casa!? E<br />

começa...Porque eu já tive aparelho assim...<br />

Pesquisador 1: Nunca a<strong>con</strong>teceu seqüestro, falso seqüestro?<br />

Entrevistada 1: Você sabe que uma vez, bem no dia que caiu aquele avião da TAM, um sujeito<br />

ligou pra minha casa (eu tinha ido fazer um teste muito maluco alí que tão fazendo uma novela<br />

pela internet), aí chega lá o cara dizendo que tinha caído o avião. Caiu o avião; eu saí <strong>de</strong> lá e o<br />

teste era <strong>de</strong> noite, porque os caras só gravam essa novela à noite... aí eu cheguei na minha<br />

casa umas onze horas, e aí um sujeito me ligou e falou: - Pai, pai! E agora! Socorro!... Eu falei:<br />

- Que pai, porra! Pai uma puta que o pariu! Eu não tenho filho <strong>de</strong>sse tamanho, não tenho nem<br />

filho, vai pro inferno! Eu <strong>de</strong>scobri muito tempo <strong>de</strong>pois que esse é o texto do seqüestro. E eu<br />

falei: ah, vá!...e as vezes eu falo pros meus...<br />

Pesquisador 1: Acho que eu não <strong>con</strong>tei isso pra vocês sabem... do falso seqüestro? É muito<br />

comum você receber uma ligação no seu celular...<br />

Entrevistada 1: Que alguém tem uma criança chorando, né?<br />

Pesquisador 1: E que imita uma criança chorando, e se passando como se tivesse sendo<br />

seqüestrada. E aí faz todo um procedimento, <strong>de</strong> pedir resgate, da tá... e várias pessoas...<br />

Entrevistada 1: Caem, dá dinheiro pra isso. É verda<strong>de</strong>. Fica esperto se você tem filha.<br />

Pesquisador 1: não só... <strong>de</strong> parar... e já teve gente que morreu do coração!<br />

Entrevistada 1: É verda<strong>de</strong>. Eu ouvi essa história aí outro dia, que a mulher teve um ataque<br />

falando isso, e eu tava outro dia <strong>con</strong>versando com uma amiga minha e falei assim: - mas você<br />

Proyecto Comunicaciones Móviles y Desarrollo en América Latina

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!