estudio de caso con prostitutas, travestis - CMDAL

23 Articulación profesional y uso del móvil en grupos de teatro callejero
Entrevistada 1: Então não tem ... essa coisa da... concentração... Mas então eu acho que é
legal, o público fotografa pra caramba. Isso a gente vê. Porque a gente vê tudo, né? fica
trocando figurinha com a figura que tá alí na frente.
Pesquisador 1: E fotografa com câmera, com celular? Vocês notam com quê...
Entrevistada 1: Com câmera, com celular. Eu vejo, particularmente vejo que as pessoas
fotografam muito com o celular. Espetáculos assim que você tá assistindo, coisas que você tá
assistindo, eventos as pessoas fotografam com o celular até quando você entra dentro de uma
sala fechada de espetáculos, o sujeito avisa e pede pelo amor de Deus: desliguem seus pager,
desliguem seus celulares, é proibido fotografar sem autorização esse espetáculo. E o bicho tá
lá assim ó... e tá fotografando. Eu fui ver outro dia um espetáculo do Marcos Palmeira e ele
falava: primeiro avisar que não podia fotografar, tudo isso e ele lá fazendo assim com pessoas
antes de começar, né? o trabalho... e nada das pessoa... ainda assim, ele teve que mudar
umas...toque na máquina fotográfica. Foi só acabar, tava na hora de todo mundo pegar o
celular e fotografar o cara e a Adriana Estêves no teatro e... fotografia pra todo lado.
Pesquisador 1: E pro movimento?... como você acha que... primeiro se o celular é usado?
Entrevistada 1: O celular é super usado entre a gente se você quer saber. Por exemplo: a
gente tinha uma reunião na terça-feira passada. Eu tava num trem indo pra Jandira, o telefone
toca, era Adaílton me avisando: Noêmia você vai pra reunião hoje? Eu falei: puta cara, eu ía te
ligar justamente pra te dizer que hoje tá difícil de eu ir na reunião. Porque eu não vou nem na
reunião da cooperativa agora a tarde, e não vai dar pra ir na reunião do movimento.
(Adaílton) – É, que eu tô te avisando que a gente não vai conseguir fazer reunião hoje porque a
sala não vai poder ser usada. Você tem o telefone do Luiz? Você tem o telefone de não-seiquem?
E eu falei assim: olha, eu aviso o fulano, você avisa o beltrano? E a gente começou se
avisar, que era pra ninguém dar com a cara na porta às 17:30 da terça-feira passada. E foi na
base do celular. Ele me pediu um telefone e eu falei... porque eu sou "gansa". Quer ver como é
uma "gansice": eu não sei catar um telefone aqui no meu arquivo de telefones enquanto eu tô
falando. Eu falei: oh, eu vou desligar esse trem aqui, eu vou ver o número do telefone da
Adriana, daí eu passo pra você. Eu te ligo e passo pra você. Mesmo assim, né? mais eu
passei. Eu catei o telefone e passei pra ele. Ah, isso é uma coisa boa também, né? a sua
agenda não precisa ser de papel. Você põe tudo ali dentro do seu telefone.
Pesquisador 1: Quanto você gasta com celular, mais ou menos, por mês?
Entrevistada 1: Uma grana preta! Olha, eu fiz um plano com uns caras aí que eu tenho que
pagar uns 200 reais, eu acho, é? Uns 220... mas, eu já cheguei a pagar uns 400 pau, 450 de
celular. Teve uma vez quando eu não tinha essas coisas bonitinhas daTIM, eu tava vijando
fazendo um trabalho aí, acho que eu paguei uma conta de uns 700 pau!
Pesquisador 1: Nossa!
Entrevistada 1: Na verdade que as pessoas pagam uma das parte pra mim, né? eu tinha que
namorar, era umas coisas que eu ficava no telefone... aí fica caro. Mas agora fica menos caro
porque o celular... a modernidade, né? você não paga mais tanto... tanta taxa de
deslocamento, né?
Pesquisador 1: Você chegou a ter pré-pago?
Entrevistada 1: Nunca tive um telefone pré-pago, porque eu acho um saco tá num mato sem
cachorro e não ter como ligar. O quê me adianta ter um telefone, eu precisar dele e não ter
como ligar? Suponha que eu esteja num lugar bem esquisito, precise fazer uma ligação e o
telefone não tem crédito! Eu já emprestei o meu telefone pra um monte de gente sair dessa
situação esquisita de que precisa avisar alguém correndo, e não sabe o que vai fazer. Não tem
orelhão, não tem nada e precisa da...Ai! Mas não vai gastar?! Minha filha: miséria pouca é
bobagem. Um real a mais, um a menos, liga aí, né?
Pesquisador 1: É. Não é muito comum.
Entrevistada 1: Não, eu não ligo mesmo, sabe. Eu acho assim; duas coisas que eu nunca me
incomodei. De falar em telefone, de ficar regulando conta de telefone, ai que saco, meu Deus!
Sabe, tão chato assim, umas coisas tão chata! Já tem tanta privação aí, tanta coisa... eu ainda
vou me privar de falar com as pessoas? Entrar em contato com elas, se eu posso? Ai, quer
saber? Não dá pra pagar, parcela a conta. Dane-se! O quê que é uns dias desligado porque eu
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