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19 Articulación profesional y uso del móvil en grupos de teatro callejero Pesquisador 2: E você tem uma infra-estrutura, um sistema de som, na rua e... Pesquisador 1: ah, no grupo de teatro... Pesquisador 2: No grupo de teatro, é... Entrevistada 1: - Ah, a gente não tem essa coisa, né... até... é engraçado. A gente não tem nenhuma... inclusive pq a gente é do tempo do gogó, a gente fazia teatro falando mesmo, né... e eu fui ver uma apresentação outro dia, que todo mundo tinha microfone na praça do patriarca... quando chegou nossa vez, choveu... aí teve que desligar todo o som... então a gente cantou e fez tudo na fala mesmo, na voz... num tem... mas num é... aí um pouco eu vejo assim como filosofia... como eu vejo um trabalho pra rua. Eu sempre fico pensando uns trabalho assim meio guerrilheiro na rua, pensando umas coisas assim: ratatá! Faz, acontece e some, desaparece. Então o projeto que eu acabei de mandar pro correio que era uma coisa meio assim. E eu penso em fazer um troço desse jeito, que você não tenha nenhuma dessas infra-estrutura assim, que você chegue lá, pá!, aconteça; música ao vivo: queria botá uns músico, umas pessoas tocando violino, botá um piano no meio da praça e fazer toda uma história em volta, mas sem essa coisa que você tem que chegar e armar toda essa parafernália (que é sempre uma grande parafernália) que te dificulta fugir. né? Eu não sei pq... eu sou de uma geração que era do tempo da ditadura. A gente tinha sempre que fugir um pouco, né? Então tem que criar uma... quando a gente fazia esses trabalhos, era engraçado a gente tirava o sarro, falava que a gente tinha mais foto no DOICOD do que dentro de casa, né? porque a polícia ía fotografando, então no arquivo dos caras deve ter um monte de fotografia. Esse trabalho mesmo da formatura da Ana rendeu que só: chamaram, se explicaram, pra censura e vai se explicar: mas porque era aquilo? Porque isso? Pesquisador 1: É... Entrevistada 1: Mas você tava falando dos botões, né? pode continuar falando isso. Eu não sou tao ruim assim. É verdade. Eu consigo numa boa assim. O que eu vejo quando você fala de computador assim, esses treco, é que é tudo muito rápido assim na frente do meu olho assim. Não tenho muito essa manha. Eu tenho que ser mais devagar, aí eu vou aprendendo. Pesquisador 1: E o celular? Entrevistada 1: Íchi! Bom pra falar, mais dói a orelha quando a gente fala demais, não é? Pesquisador 1: (risos) Como é a sua relação com o celular? Você é daquelas que esquece o celular de carregar uma semana? Entrevistada 1: Eu não! Isso não! Eu gosto dele, tá vendo? Ele tá aqui ó! Acho super legal... mas não assim... Pesquisador 1: Chega a dormir com ele? Entrevistada 1: Do lado da cama, ele dorme. Dificilmente meu celular está descarregado. Eu nunca ouço ele fazer (imita som do celular) pq tá acabando a bateria. Só outro dia... sempre tá carregado, difícil esquecer.. acho que eu esqueci o celular, na minha vida, umas duas vezes em casa... e eu acho legal. Eu acho legal assim, por exemplo, as pessoas às vezes tem aquela coisa "eu não vou atender pq eu não sei quem é". Eu to pouco me lixando, que eu saiba ou... é uma boa oportunidade pra saber quem é, né? eu atendo chamada a cobrar no meu celular... até pra dizer que o cara se enganou, ligou errado (risos) Pesquisador 1: E pq é importante pra você estar sempre com o seu celular? (toca um celular) Entrevistada 1: Pq eu gosto de falar com as pessoas, isso é verdade. Eu acho legal poder falar com as pessoas. Eu descobri depois de... Pesquisador 1: (se quiser atender, Rogério... fique à vontade...) (Pesquisador 3: chega) Pesquisador 3: – Boa noite... Pesquisador 1: Boa noite... essa é a Noêmia, que é... Proyecto Comunicaciones Móviles y Desarrollo en América Latina

Pesquisador 3: – Boa noite... 20 Articulación profesional y uso del móvil en grupos de teatro callejero Entrevistada 1: Que fala mais que a boca (risos) Eu falo no celular e sem o celular (risos).. Aí... o celular, c tava falando do celular, pq que era importante pra mim... Pesquisador 1: É, estar sempre com o seu celular... Entrevistada 1: Criatura, pq é mto ruim você estar num mato sem cachorro, querer falar com alguém e não achar nem um orelhão, não conseguir fazer nem um sinal de fumaça... Quando num tinha celular... aí nem foi fazendo teatro, mas eu viajei pra caramba trabalhando, né? Era o maior saco quando você queria falar com uma pessoa. Descolar o orelhão que funcionasse... Agora por exemplo que tem celular pra caramba, vai experimentar querer um orelhão! Além de fedorento, sujo, nenhum funciona! E quando funciona, via de regra engole o seu cartão, né? Tem esse detalhe... Pesquisador 1: É... e pra sua atividade de treatro? Como é que o ... Entrevistada 1: celular funciona? Eles que o digam... Assim pq, pro grupo de teatro, assim... meu e da Ana que... coordenamos o trabalho... no fim eu, assim, eu acabo coordenando o bando, a "tchurma", a coisa, o espetáculo, o contato, onde a gente vai fazer, as pessoas e... esse sentimento de ser responsável pra que a coisa aconteça, na hora... e você não consegue juntar treze pessoas, bonitinho, todos juntos, vamos em caravana daqui pra lá... tem sempre um sujeito que vai sair dede num sei onde – "ó, tem que estar lá às três, hein?"... aí quando você chega, bem antes das três, c começa a ligar... – "onde você tá? Já ta chegando? C já tá vindo?" e vai... c liga dez, vinte vezes pra cada um... desses tipo assim que você num consegue saber que já tá na hora... ce fica monito... eu fico monitorando, aqui, quanto do caminho o cara tá pra ficar calculando realmente qual a hora que ele vai chegar. Eu uso muito pra isso, além, claro de me comunicar com as pessoas, de contatar... agora, é engraçado... é um negócio que resolve o teu problema... estar aqui neste ponto onde antigamente você estaria completamente distante de se comunicar com a pessoa a não ser por telepatia... e o sujeito estar lá enfiado num canto, desde que tenha sinal... e geralmente agora tem... o cara tem que estar no meio de um mato... bom, ele precisa estar parado na esquina da Cerro Corá com a Heitor Penteado, que exatamente ali o celular não pega (risos). Se ele não estiver parado ali, ele vai receber sua ligação. Só não vai atender se não quiser, né? Ou se ele for um tipo assim que nem o Rogério, que tinha um celular novo e esquecia de carregar e tal... aí é assim, né... Então você consegue ter esse acesso, saber, chegar na pessoa... Te dá mais tranqüilidade nesse sentido. Pesquisador 1: E acontecia antes... Você falou que facilita na hora, né, que tá esperando a pessoa chegar... E acontecia antes de o espetáculo não acontecer pq a pessoa não conseguia se comunicar? Ou tinham outras estratégias? Entrevistada 1: É... tem aquelas histórias dos telefones, né? Que era mais difícil você receber recado, mais assim... minha relação com o teatro de rua é anterior ao celular. Também era um tipo de trabalho que se alguém esquecesse de ir também não ía fazer a menor falta, porque sempre aqueles mais loucos que tavam dentro do corpo do trabalho, esses apareciam, os periféricos que não fossem tb a gente nem ía perceber que não foram. A gente não ía sentir. E agora que é esse trabalho que eu comecei com esse grupo, a partir de 2005, que já é pós celular, né? Assim, já... do advento do celular... eu já tinha celular quando tudo isso começou na minha vida então... não sei muito... eu sei tb nesse espaço de tempo entre aquele outro trabalho e outro quando eu fiz teatro aqui que muitas vezes a gente sofreu pq ia fazer... num era espetáculo... a gente chegou a fazer uns trabalhos na rua, que eu não chamo de tratro de rua, que esse projeto da prefeitura que era arte na rua.. que a gente fez apresentações, as pessoas... que eu participava, que fazia a minha encenação, fazia apresentação nas praças, né? Acontecia sim, de você sofrer um bocado... de saber onde é que tá o fulano que não chegou ainda... e que combinou que ia chegar e não chegou... e realmente é um negócio que você fica estressado, fica sim, sabe? Fica muito mal... Pq agora eu fico mal de pensar que a pessoa ta atrasando, que vai chegar em cima da hora... mas pelo menos eu vou assim... eu vou mapeando a cidade... eu vou calculando quanto tempo ela tá de distância da onde ela tem Proyecto Comunicaciones Móviles y Desarrollo en América Latina

Pesquisador 3: – Boa noite...<br />

20 Articulación profesional y uso <strong>de</strong>l móvil en grupos <strong>de</strong> teatro callejero<br />

Entrevistada 1: Que fala mais que a boca (risos) Eu falo no celular e sem o celular (risos).. Aí...<br />

o celular, c tava falando do celular, pq que era importante pra mim...<br />

Pesquisador 1: É, estar sempre com o seu celular...<br />

Entrevistada 1: Criatura, pq é mto ruim você estar num mato sem cachorro, querer falar com<br />

alguém e não achar nem um orelhão, não <strong>con</strong>seguir fazer nem um sinal <strong>de</strong> fumaça... Quando<br />

num tinha celular... aí nem foi fazendo teatro, mas eu viajei pra caramba trabalhando, né? Era<br />

o maior saco quando você queria falar com uma pessoa. Descolar o orelhão que funcionasse...<br />

Agora por exemplo que tem celular pra caramba, vai experimentar querer um orelhão! Além <strong>de</strong><br />

fedorento, sujo, nenhum funciona! E quando funciona, via <strong>de</strong> regra engole o seu cartão, né?<br />

Tem esse <strong>de</strong>talhe...<br />

Pesquisador 1: É... e pra sua ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> treatro? Como é que o ...<br />

Entrevistada 1: celular funciona? Eles que o digam... Assim pq, pro grupo <strong>de</strong> teatro, assim...<br />

meu e da Ana que... coor<strong>de</strong>namos o trabalho... no fim eu, assim, eu acabo coor<strong>de</strong>nando o<br />

bando, a "tchurma", a coisa, o espetáculo, o <strong>con</strong>tato, on<strong>de</strong> a gente vai fazer, as pessoas e...<br />

esse sentimento <strong>de</strong> ser responsável pra que a coisa a<strong>con</strong>teça, na hora... e você não <strong>con</strong>segue<br />

juntar treze pessoas, bonitinho, todos juntos, vamos em caravana daqui pra lá... tem sempre<br />

um sujeito que vai sair <strong>de</strong> lá <strong>de</strong> num sei on<strong>de</strong> – "ó, tem que estar lá às três, hein?"... aí quando<br />

você chega, bem antes das três, c começa a ligar... – "on<strong>de</strong> você tá? Já ta chegando? C já tá<br />

vindo?" e vai... c liga <strong>de</strong>z, vinte vezes pra cada um... <strong>de</strong>sses tipo assim que você num<br />

<strong>con</strong>segue saber que já tá na hora... ce fica monito... eu fico monitorando, aqui, quanto do<br />

caminho o cara tá pra ficar calculando realmente qual a hora que ele vai chegar. Eu uso muito<br />

pra isso, além, claro <strong>de</strong> me comunicar com as pessoas, <strong>de</strong> <strong>con</strong>tatar... agora, é engraçado... é<br />

um negócio que resolve o teu problema... estar aqui neste ponto on<strong>de</strong> antigamente você<br />

estaria completamente distante <strong>de</strong> se comunicar com a pessoa a não ser por telepatia... e o<br />

sujeito estar lá enfiado num canto, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tenha sinal... e geralmente agora tem... o cara<br />

tem que estar no meio <strong>de</strong> um mato... bom, ele precisa estar parado na esquina da Cerro Corá<br />

com a Heitor Penteado, que exatamente ali o celular não pega (risos). Se ele não estiver<br />

parado ali, ele vai receber sua ligação. Só não vai aten<strong>de</strong>r se não quiser, né? Ou se ele for um<br />

tipo assim que nem o Rogério, que tinha um celular novo e esquecia <strong>de</strong> carregar e tal... aí é<br />

assim, né... Então você <strong>con</strong>segue ter esse acesso, saber, chegar na pessoa... Te dá mais<br />

tranqüilida<strong>de</strong> nesse sentido.<br />

Pesquisador 1: E a<strong>con</strong>tecia antes... Você falou que facilita na hora, né, que tá esperando a<br />

pessoa chegar... E a<strong>con</strong>tecia antes <strong>de</strong> o espetáculo não a<strong>con</strong>tecer pq a pessoa não <strong>con</strong>seguia<br />

se comunicar? Ou tinham outras estratégias?<br />

Entrevistada 1: É... tem aquelas histórias dos telefones, né? Que era mais difícil você receber<br />

recado, mais assim... minha relação com o teatro <strong>de</strong> rua é anterior ao celular. Também era um<br />

tipo <strong>de</strong> trabalho que se alguém esquecesse <strong>de</strong> ir também não ía fazer a menor falta, porque<br />

sempre aqueles mais loucos que tavam <strong>de</strong>ntro do corpo do trabalho, esses apareciam, os<br />

periféricos que não fossem tb a gente nem ía perceber que não foram. A gente não ía sentir. E<br />

agora que é esse trabalho que eu comecei com esse grupo, a partir <strong>de</strong> 2005, que já é pós<br />

celular, né? Assim, já... do advento do celular... eu já tinha celular quando tudo isso começou<br />

na minha vida então... não sei muito... eu sei tb nesse espaço <strong>de</strong> tempo entre aquele outro<br />

trabalho e outro quando eu fiz teatro aqui que muitas vezes a gente sofreu pq ia fazer... num<br />

era espetáculo... a gente chegou a fazer uns trabalhos na rua, que eu não chamo <strong>de</strong> tratro <strong>de</strong><br />

rua, que esse projeto da prefeitura que era arte na rua.. que a gente fez apresentações, as<br />

pessoas... que eu participava, que fazia a minha encenação, fazia apresentação nas praças,<br />

né? A<strong>con</strong>tecia sim, <strong>de</strong> você sofrer um bocado... <strong>de</strong> saber on<strong>de</strong> é que tá o fulano que não<br />

chegou ainda... e que combinou que ia chegar e não chegou... e realmente é um negócio que<br />

você fica estressado, fica sim, sabe? Fica muito mal... Pq agora eu fico mal <strong>de</strong> pensar que a<br />

pessoa ta atrasando, que vai chegar em cima da hora... mas pelo menos eu vou assim... eu<br />

vou mapeando a cida<strong>de</strong>... eu vou calculando quanto tempo ela tá <strong>de</strong> distância da on<strong>de</strong> ela tem<br />

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