estudio de caso con prostitutas, travestis - CMDAL
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18 Articulación profesional y uso <strong>de</strong>l móvil en grupos <strong>de</strong> teatro callejero<br />
por outra <strong>con</strong>tingência da minha vida, eu falei: não, é agora ou nunca, né? Dei uma guinada<br />
pra esquerda assim, né?, fiz uma curva e tô voltando. Eu num enxergo mas tô voltando pro<br />
caminho do meio, pro caminho principal, pra o que eu <strong>con</strong>si<strong>de</strong>ro que é assim a história que eu<br />
tenho que fazer porque o sentimento que eu tive sobre tudo isso é que eu nunca, é... nunca<br />
nem uma coisa nem outra direito assim. Tinha umas amigas que me perguntavam: mas porque<br />
você nunca foi legal na pesquisa, nunca <strong>de</strong>u certo, nunca foi no analista, não-sei-o quê?<br />
Porque eu não quero. Eu realmente não quero dar certo on<strong>de</strong> eu não quero dar certo. Eu não<br />
quero dar certo como socióloga. Não quero dar certo fazendo pesquisa. Eu quero ser só mais<br />
uma trabalhadora. Não quero, sabe, virar uma empresária disso, fazer isso. Porque se eu fizer,<br />
talvez eu nunca mais faça aquilo que eu realmente queira fazer, né? Foi um pouco assim. E<br />
acho que agora essa volta tem a ver com isso. Então faz uns três...foi em 2005 que eu criei<br />
esse grupo que eu tenho agora que a gente tá trabalhando com rua. Nem foi exatamente pra<br />
fazer um trabalho <strong>de</strong> rua, foi ditado por um outro amigo meu, e a gente... por um trabalho que a<br />
gente pôs pela lei Rouanet, pra captar recurso que a gente não captou nada e aí <strong>con</strong>tinuamos<br />
fazendo um trabalho com rua, e a Ana...<br />
Pesquisador 1: Como é o nome <strong>de</strong>sse espetáculo? É esse que você tem montado hoje em<br />
dia?<br />
Entrevistada 1: É esse que tá aqui ó: ( ? ) Que é o grupo <strong>de</strong> teatro <strong>de</strong> rua que foi on<strong>de</strong> eu<br />
comecei a participar das reuniões do movimento e discutir teatro <strong>de</strong> rua com eles e cada vez<br />
mais me enten<strong>de</strong>r nessa estória e achar que eu... tinha a ver, que é isso que eu queria fazer.<br />
Porque é engraçado: quando a gente fez não tinha nada, não tinha lei <strong>de</strong> incentivo, a gente era<br />
praticamente as únicas pessoas fazendo teatro, que fez alguma coisa na rua naquela época.<br />
Eu lembro que tinha mais um outro grupo que chamava: Viajou Sem Passaporte e que foi na<br />
mesma época que o pessoal, o Paulo Flores criou o "Ói nóis aqui travêis" no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul<br />
e o Amir Haddad o "Tá na Rua", no Rio <strong>de</strong> Janeiro. E eles <strong>con</strong>tinuaram a nossa própria loucura<br />
que a gente fala, porque a gente era tão anarquista, tão doido que eu não <strong>con</strong>seguia fazer<br />
nada a não ser esses trabalhos que eu fazia assim, sozinho ele... uma coisa meio autofágica<br />
assim, sozinho ele se <strong>de</strong>tonava ele a<strong>con</strong>tecia e ele acabava, né? e a gente não <strong>con</strong>seguia<br />
muito viver, né? pq quando você vê assim: como que a gente ía viver disso? A gente ía<br />
fazendo outras coisas. A gente pagava pra fazer. A gente alugou burro pra fazer... teve um<br />
espetáculo que a gente tinha um burro, e a gente foi lá e alugou o burro. A gente comprava as<br />
coisas, comprava as barrica, comprava os tréco, e comprava a roupa e ía pra rua. E <strong>de</strong>pois não<br />
ganhava nada, nem chapéu a gente passava. Porque a gente ía passando tanto, né? Era<br />
sempre um teatro <strong>de</strong> cortejo, que a gente falou hoje. Hoje eu sei os nome que as coisas têm<br />
aqui. Naquele tempo a gente fazia e nem sabia como chamava, né? E... é isso.<br />
Pesquisador 1: E Tecnologia?<br />
Entrevistada 1: Como assim?<br />
Pesquisador 1: Qual é a sua relação com as tecnologias? Você é uma pessoa antenada<br />
nisso?<br />
Entrevistada 1: Eu sou ruim <strong>de</strong> apertar botão, que você não acredita!<br />
Pesquisador 1: ( Risos)<br />
Entrevistada 1: Não, é verda<strong>de</strong>, acho legal, mas eu sou tão assim que eu fui ligar aqueles<br />
comando, aqueles plug lá da tv a cabo, aí troquei a televisão do quarto da minha mãe, botei<br />
uns treco no lugar errado, aí chegou minha sobrinha lá em casa e falei assim: bom, olha aí né?<br />
você que é geração do botão. Esse negócio tava colocado no canal errado... Ela falou: pô tia!<br />
Botou certo e aí, a televisão tava funcionando.<br />
Pesquisador 1: É só: com cor, com cor!(Risos)<br />
Entrevistada 1: É, e olha lá! Eu entendo sabe, mas pra mim é as vezes uma coisa tão abstrata<br />
assim que...ah...<br />
Pesquisador 1: Computador, internet é uma coisa que faz parte do seu cotidiano?<br />
Entrevistada 1: Sim, eu tenho um computador em casa. Eu olho meus e-mails, às vezes eu<br />
olho umas coisas lá e fico brincando nele, lá... mas eu diria que ele é uma máquina <strong>de</strong> escrever<br />
bem interessante, mais macia (risos)<br />
Proyecto Comunicaciones Móviles y Desarrollo en América Latina