estudio de caso con prostitutas, travestis - CMDAL
estudio de caso con prostitutas, travestis - CMDAL
estudio de caso con prostitutas, travestis - CMDAL
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
16 Articulación profesional y uso <strong>de</strong>l móvil en grupos <strong>de</strong> teatro callejero<br />
Dramática da USP. E aí eu fui fazer vestibular, e na hora que eu fui fazer vestibular (porque eu<br />
queria fazer teatro, já era a coisa que eu queria) eu não sabia nem <strong>de</strong> quê que eu tinha que<br />
fazer vestibular. E foi sugestão <strong>de</strong> um camarada com quem eu trabalhava, que fazia pesquisa<br />
<strong>de</strong> mercado, que era meu supervisor numa empresa <strong>de</strong> pesquisa, que era sociólogo, tava<br />
terminando aliás, sociologia na USP, que me sugeriu. Falou assim: - Ah, Margarida (ele me<br />
chamava <strong>de</strong> Margarida), pq você não presta ciências sociais? E lá fui eu, né, fiz ciências<br />
sociais; botei ali na or<strong>de</strong>m: ciências sociais, filosofia e geografia, tudo assim. Diurno-noturno e<br />
... <strong>de</strong>pois filosofia e por último geografia porque o período diurno que é o que eu tinha que...<br />
que eu podia estudar, porque eu estudava a noite na Escola <strong>de</strong> Arte Dramática era... era<br />
período integral, porque além disso eu tinha que trabalhar, né? então eu tinha que ter meio<br />
período pra trabalhar, meio pra fazer a faculda<strong>de</strong> e meio pra estudar a noite na Escola <strong>de</strong> Arte<br />
Dramática. E daí eu fui seguindo, fui fazendo as coisas assim. E no final da escola que foi em<br />
1977 , quando eu <strong>con</strong>clui o curso da Escola <strong>de</strong> Arte Dramática, também foi um processo bem<br />
traumático, né? assim...curso <strong>de</strong> teatro foi uma coisa traumática na minha vida. Assim aquela<br />
turma, aquela disputa. Acho que eu não tava... não tinha muita estrutura emocional pra<br />
agüentar aquelas estórias, né? E... a<strong>con</strong>teceram ene coisas na minha vida exatamente naquela<br />
faze entre 21 a 22 anos; no fim quando eu saí da escola eu tava tão... assim tão enlouquecida,<br />
tão <strong>de</strong>cepcionada... não sei se exatamente <strong>de</strong>cepcionada, mas era uma negócio estranho no<br />
teatro, né? que... eu passei um ano sem entrar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um teatro. Acho que o primeiro<br />
espetáculo que eu vi um ano <strong>de</strong>pois que eu já tinha saído da escola foi Macunaíma, a<br />
montagem que o Antunes Filho fez e tinha uma colega minha <strong>de</strong> turma, ela tava fazendo e eu<br />
lembro que eu fui assistir Macunaíma no Teatro Municipal. E no final do Ano <strong>de</strong> 78 (porque eu<br />
terminei a escola em 77), no final do ano <strong>de</strong> 78 uma amiga minha que era uma turma <strong>de</strong>pois da<br />
minha, tava se formando em 78 a Ana Paixão, que é com quem eu faço, que a gente tem esse<br />
grupo hoje, como lá em casa, faz esse trabalho do Bumba-meu-boi na rua, hã... a Ana tava se<br />
formando e também era tipo uma dissi<strong>de</strong>nte da turma <strong>de</strong>la, ela e a Márcia, que hoje não faz<br />
mais teatro, trabalha com educação só, né? é ligada à educação. Elas resolveram fazer um<br />
trabalho diferente pra se formar. De formatura. Queriam fazer um teatro <strong>de</strong> rua. Aí<br />
encomendaram um texto, criaram um roteiro e um pastoril com o Fernando Limoeiro. E aí a<br />
Ana me chamou, porque precisa... era só duas da turma? Então precisava agregar mais gente,<br />
mais atores pra <strong>con</strong>seguir montar o espetáculo. Aí chamar os amigos, né? Eu que tinha me<br />
formado, outro que era <strong>de</strong> outra turma posterior, gente que ainda ía se formar, até o cara que<br />
era funcionário da escola, que era um sujeito extremamente talentoso entrou na dança. Eu<br />
lembro que ele fez um papel na peça e <strong>de</strong>pois ele fez outras, né? Ele já tinha feito lá com a<br />
minha turma, daí ele fez essa, na rua. E a gente fez esse negócio que chamou: Pastoril<br />
Familiar ou Abre Mais que Agora Vai, que era uma analogia a história da ditadura e o princípio<br />
da abertura política, né? e foi uma história super louca, foi divertido pra caramba fazer esse<br />
trabalho por quê?, a gente tinha censura, tinha que apresentar o trabalho pra censura. A gente<br />
mandou um texto pra censura, a gente ensaiou um outro texto (o da censura era tudo<br />
bonitinho: cortava aquelas coisas políticas, aquelas tiradas pesadas, né? e os palavrões, o<br />
diabo que tinha), a gente ensaiava uma coisa e no dia que tinha que fazer o ensaio da censura<br />
, porque a gente já não sabia mais o que a gente mando pra censura e o que a gente ensaiava,<br />
a gente fez um mix dos dois, e era tão doido que a censura olhou pra gente e falou assim:<br />
vocês vão fazer isso amanhã mesmo? Nossa tá tão ruim!... E liberou assim mesmo. Mas tava<br />
ruim o ensaio que a gente fez! Porque o negócio foi super legal, a prefeitura <strong>de</strong>u um caminhão,<br />
a gente fez em cima <strong>de</strong> um caminhão na Praça Princesa Isabel e <strong>de</strong>pois a gente fez no Jardim<br />
da Luz. Na véspera do natal a gente fez o último espetáculo na Praça da Luz em 78. E era uma<br />
coisa engraçada porque, eu tenho até hoje uma coisa que o Jornal da tar<strong>de</strong> escreveu pra<br />
gente, e os caras me entrevistaram e me perguntaram coisas que eu quisesse dizer e eu falei:<br />
Há, diga aí que eu tô muito <strong>con</strong>ten<strong>de</strong> <strong>de</strong> tá hoje no meio da rua fazendo alguma coisa diferente<br />
<strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> mercado. Daí... era a história do teatro, aí <strong>de</strong>pois com esse grupo a gente fez<br />
uns quatro ou cinco anos <strong>de</strong>sses trabalhos que eram uns trabalhos que começou bonitinho,<br />
eram uns trabalhos estruturados, né? <strong>de</strong>pois a gente foi fazendo coisas, foi criando trabalhos<br />
que eram mesmo como uns "happening", como umas intervenções urbana. A gente bancava,<br />
produzia, pagava pra fazer e fazia uma apresentação só, né? A gente ía numa praça e...<br />
começava naquela praça, acabava em outra e era... ía rodando o trabalho, né? E <strong>de</strong>moravam<br />
quatro, cinco horas fazendo. Era uns puta happening, umas história muito maluca. Fez na Feira<br />
da Vila Madalena, fez uma vez na... esse trabalho, um trabalho bem bonito que agente fez: foi<br />
<strong>de</strong>ntro do túnel da Nove <strong>de</strong> Julho (foi a Ana que fez, eu tava morando em Boiçucanga nessa<br />
época), a gente fez também em Boiçucanga trabalho com esse grupo. Depois acho que, por<br />
Proyecto Comunicaciones Móviles y Desarrollo en América Latina