estudio de caso con prostitutas, travestis - CMDAL

Pesquisadora: E você tem o hábito de atender telefonema à cobrar?
Entrevistado: Não, celular não. Mas nem pensar.
Pesquisador 2: Mesmo que você identifique quem é a pessoa?
91 Articulación profesional y uso del móvil en grupos de teatro callejero
Entrevistado: Mesmo que eu identifique. Pq depois venha com o óbito assim, ou então manda
um torpedo: "Estou morrendo" Eu que eu vejo, assim, socialmente a gente se acomodou
demais. Eu tenho um celular, mas eu tenho um cartão telefônico na minha carteira. Que eu
paguei cinco reais. Mesmo que seja pra falar: "eu tô sem crédito, você me liga?" Entendeu? É
isso. Agora se tem uma coisa pré agendada do tipo, você chega e fala assim: "olha
Entrevistado, eu tô numa correria e eu tô num telefone pré, e tal, você tem como atender uma
ligação à cobrar?" Mas aí, se você vai me ligar à cobrar, você não pode ao menos me ligar de
um orelhão, que eu vou pagar menos?" , né? "você tem que ligar de um celular?" E ainda ficar
pagando de status, falando assim: "Então..." A gente tem até um amigo nosso aqui que a gente
fala assim: "pô, o telefone dele aqui, todos começa com 90, né? " (risos) Todos. O celular, o
doméstico, todos começam com 90. Pq o cara só liga à cobrar, do celular dele. Falo: "Pô, então
liga mesmo do orelhão, né? bicho? Toma chuva. Eu vejo que você tá tendo uma indisposição,
pq no final, eu que vou pagar a conta."
Pesquisadora: Mas no caso, você não fala muito com o Neto por celular, pq vocês estão
sempre aqui. Suas ligações mais profissionais...
Entrevistado: Não, a gente às vezes se fala por telefone sim. Pq muitas vezes eu tô discutindo
um projeto em uma região, que precisa do aval dele também, pra que feche alguma coisa, e
ele tá resolvendo alguma coisa na instituição que nos representa, que é a Cooperativa Paulista
de Teatro. Então às vezes, a gente tá em lugares distintos e que um precisa do aval do outro.
Então, a gente manda torpedo pra não ser uma coisa indelicada e dizer: "Oi, tô na frente do
fulano aqui, você acha que a gente fecha ou não fecha..." Então às vezes, a gente manda um
torpedo; mais sutil. Ou então a gente, se for realmente, eu falo dá licença, saio e atendo o
celular pra falar.
Pesquisador 2: E em que ocasiões você desliga o celular ou deixa vibrando?
Entrevistado: Dentro de teatro. (risos) Ou então quando eu tô numa reunião eu deixo vibrando.
E nunca... Eu raramente desligo. Raramente desligo.
Pesquisador 2: Na hora de dormir você deixa ligado também?
Entrevistado: Deixo.
Pesquisador 2: Pq?
Entrevistado: Pq além de tudo, eu tenho uma peculiaridade assim, que eu sou um bom amigo.
Eu tô fazendo propaganda de mim mesmo! (risos) Mas é...vários amigos sabem que eu estou
24 horas à disposição dos meus amigos. Então isso quer dizer o quê? Que eu já saí duas
horas da manhã pra levar um casal pra ter filhos, eu já saí quatro horas da manhã pra consolar
um amigo, ou uma amiga que tava num momento ruim ruim da vida, que tava num momento
deprê... então, e tudo isso foi através do celular. A comunicação imediata. Pq eles sabem
disso, né? Eu durmo, e o celular tá alí do lado.
Pesquisador 2: Então de alguma maneira, você está rendido a essa urgência de acharem
você?
Pesquisadora: Pros seus amigos?
Pesquisador 2: Pros seus amigos; é uma questão pessoal?
Entrevistado: É exatamente. Existem as pessoas que são imprescindíveis na nossa vida, né?
Existe aquelas pessoas que você tem uma ligação de amor muito grande, né? Família... existe
algumas pessoas que você adota, independente do que seja, né? E eu tenho muitos amigos
que pra mim são família, é uma extensão da minha família, né, a minha grande família são os
meus amigos, maior do que... a minha família mesmo somos em quatro, mas a minha grande
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