estudio de caso con prostitutas, travestis - CMDAL
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84 Articulación profesional y uso <strong>de</strong>l móvil en grupos <strong>de</strong> teatro callejero<br />
Entrevistado: É... e isso também faz com que a qualida<strong>de</strong> do teatro, se não ficarmos atentos<br />
ela cai um pouco. Pq muitas vezes a gente vem pra nossa se<strong>de</strong> e passa mais tempo <strong>de</strong>ntro do<br />
escritório do que na sala <strong>de</strong> ensaio, que é on<strong>de</strong> vem o resultado. Então isso faz com que...<br />
então isso vira uma gran<strong>de</strong> bola <strong>de</strong> neve, pq como nós não temos um projeto sustentável,<br />
como por exemplo na Itália, ou em alguns... Alemanha, a União Soviética, on<strong>de</strong> você, por ter<br />
um grupo, você já é financiado pelo governo. Porém, não é "Oh, que legal, então vamos montar<br />
um grupo <strong>de</strong> teatro" A questão não é essa. Você sofre várias fiscalizações, se você está<br />
fazendo aquilo que você se propôs nos seus projetos e <strong>con</strong>tinuida<strong>de</strong>... se realmente tem<br />
resultados, como você está atingindo essas metas, oqq você faz organizacionalmente... como<br />
que você atua... é muito difícil isso pq na arte você num tem como se quantificar, né? Pq<br />
quando você faz um produto... se eu faço uma caneta, eu tenho como falar assim: "Ah, eu<br />
vendi um milhão <strong>de</strong> canetas, essa caneta tem aceitação." No teatro eu não posso falar isso, pq<br />
o teatro é algo invisível, né, é uma coisa daquele momento, é... arte é isso, né? A não ser<br />
quadros que você compra por milhares <strong>de</strong> Reais ou <strong>de</strong> Dólares, mas principalmente <strong>de</strong>pois que<br />
o cara morre, pq até então o cara morreu no anonimato e às vezes <strong>de</strong> fome, né, então a arte<br />
<strong>con</strong>tinua sofrendo esse círculo vicioso, né? De <strong>de</strong>simportência... Tamanha essa<br />
<strong>de</strong>simportância, que a gente... uma coisa que a gente <strong>con</strong>segue i<strong>de</strong>ntificar nessa<br />
<strong>de</strong>simportância social, e se mágoa nenhuma, mas é a carteirinha do estudante pagando meia,<br />
justamente no meu trabalho... você num paga meio quilo <strong>de</strong> carne e leva um quilo <strong>de</strong> carne.<br />
Você num usa a carteirinha <strong>de</strong> estudante pra você entrar num <strong>con</strong>sultório <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntista e pagar<br />
meia obturação e você leva uma inteira... Então socialmente a gente briga... aquilo que vai nos<br />
dar prazer, a gente quer pagar meta<strong>de</strong>. E as coisas do cotidiano a gente não luta por uma<br />
coisa que <strong>de</strong>veria ser nosso direito, né, então, por exemplo, carteirinha <strong>de</strong> estudante pra pagar<br />
cesta básica... isso as pessoas não lutam por isso... então você vê, então o diagnóstico que eu<br />
faço é <strong>de</strong> que a arte em si ela tá em... tem um certo <strong>de</strong>s<strong>caso</strong> com a arte... e não tô falando aqui<br />
magoado com o restante, é somente um diagnóstico, que dá pra gente fazer esse<br />
levantamento. E essa é uma das coisas, né? As pessoas vão quando é <strong>de</strong> graça, não vão<br />
quando é pago, então será que você não tá per<strong>de</strong>ndo alguma coisa só pelo fato <strong>de</strong> ser pago?<br />
Ah, você num po<strong>de</strong> pagar aquilo, então... no nosso <strong>caso</strong>, a gente ficou em temporada e as<br />
pessoas falavam assim "Ah, poxa, mas eu num tenho carteirinha <strong>de</strong> estudante", "Ah, mas você<br />
quer assistir, então você paga meia, entra, paga". Você quer realmente assisitir? Não é isso<br />
que vai distanciar o meu trabalho do que você quer fazer. E eu acho que a socieda<strong>de</strong> giraria<br />
muito melhor se fosse assim. Não tivesse que impor algumas regras que nem sempre são<br />
legais. Pq você vê um cara... sei lá, um cara <strong>de</strong> cincoenta anos apresentar carteirinha <strong>de</strong><br />
estudante e você vê na cara, <strong>de</strong>scaradamente que é falso aquilo. E não pela ida<strong>de</strong>, ele po<strong>de</strong><br />
<strong>con</strong>tinuar fazendo pós graduação, faculda<strong>de</strong> e tudo o mais... Mas você vê que... assim como<br />
você vê alguém <strong>de</strong> treze, quatorze anos com uma carteirinha <strong>de</strong> estudante da UNES da<br />
UBES... ce fala porra, esse daí... c tá tentando me enganar, eu finjo que acredito e tudo bem,<br />
pq lá <strong>de</strong>ntro você vai ver oq você quer, né? De repente...<br />
Pesquisadora: É uma situação complicada...<br />
Entrevistado: Se pedisse pra entrar <strong>de</strong> graça, entraria... no circo é assim, o moleque entra por<br />
<strong>de</strong>baixo do pano e assiste <strong>de</strong>baixo da arquibancada e os cara finge que num tão vendo... Eu<br />
num posso distanciar, senão eu tô distanciando o meu público do meu produto...<br />
Pesquisador 2: E você po<strong>de</strong>ria dizer pra gente a sua renda média mensal, <strong>de</strong> zero a dois<br />
salários mínimos, <strong>de</strong> dois a quatro...<br />
Entrevistado: Olha, nos últimos quatro meses quinhentos Reais...<br />
Pesquisador 2: Tá, e isso pro seu companheiro também?<br />
Entrevistado: Também, também. Nos últimos quatro meses... pq... pq na na verda<strong>de</strong> nós...<br />
como nós somos sócios..<br />
Entrevistador 1 – Que é bem irregular mesmo, né?<br />
Entrevistado: É, então a gente tem que fazer uma média. Então aqui, só aqui, a gente tem aí<br />
por mês um gasto <strong>de</strong> mil e quinhentos a dois mil e duzentos reais por mês.<br />
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