estudio de caso con prostitutas, travestis - CMDAL
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81 Articulación profesional y uso <strong>de</strong>l móvil en grupos <strong>de</strong> teatro callejero<br />
Pesquisadora: Era uma parceria, né? Não era pra você assumir nenhum papel mesmo, né?<br />
Entrevistado: Era uma parceria. Exatamente. E tinham vários parceiros, né? A gente tinha<br />
vários parceiros aqui na época, e uma <strong>de</strong>las era a sub prefeitura, do meio ambiente, tinha o<br />
Jardim Botânico que ia entra inicialmente pra inclusive pra fazer uma melhora, uma questão<br />
<strong>de</strong>... pra <strong>de</strong>ixar bem florida a praça...<br />
Pesquisadora: Ah, era um projeto bem bonito!<br />
Entrevistado: Não o projeto era... a gente tinha um projeto <strong>de</strong> fazer uma biblioteca ao ar livre,<br />
aon<strong>de</strong> as pessoas pu<strong>de</strong>ssem ir na hora do almoço, ir lá e já retirar um livro, e ficar lendo em<br />
re<strong>de</strong>s, ou então sentado na grama, <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> uma árvore. Mas essas coisas assim, ficou<br />
bonito no papel, todo mundo gostou, mas na hora <strong>de</strong> firmar essa parceria com ações, não<br />
a<strong>con</strong>teceram. E aí a gente não tinha perna pra alcançar tudo aquilo que a gente ia <strong>con</strong>seguir<br />
num coletivo. E aí então, a gente falou assim: "Bom, se mais ninguém se interessa é pq não<br />
adianta a gente forçar a coisa, né? E aí então a gente... então, tudo isso só pra respon<strong>de</strong>r à<br />
questão <strong>de</strong> se a gente fazia em praça também, mas a gente faz. É que hoje existe também<br />
uma outra lei que dificulta muito isso. Qualquer fechamento <strong>de</strong> rua, você tem que pagar uma<br />
taxa pra CET, mesmo que seja uma manifestação artística sem fins lucrativos. Então você<br />
paga uma taxa que eu não sei se tá 70 reais, 40 ou 70 reais. E isso pra gente é irreal. Não pelo<br />
fato <strong>de</strong> pagar, é pelo fato <strong>de</strong>...<br />
Pesquisadora: Pq o espaço é público também, né?<br />
Entrevistado: ... <strong>de</strong> que é um espaço público também, né? Então... e ainda se eles viessem,<br />
tivesse toda uma questão <strong>de</strong> guerra, <strong>de</strong> ter que fechar e ficar uma viatura <strong>de</strong> cada lado, mas<br />
não. A gente ainda tem que ce<strong>de</strong>r... tem que ter os cavaletes pra fechar a rua. Então, toda mão<br />
<strong>de</strong> obra, eles só passam, fiscalizam se tá <strong>de</strong> acordo e <strong>de</strong>pois...<br />
Pesquisadora: Se pagou a taxa! (risos)<br />
Entrevistado: Principalmente! Aí você assina um papel ali, e tudo feito, né? E aí então a gente,<br />
sempre que a gente vai fechar, vira uma...<br />
Pesquisadora: Mas aí o espetáculo é gran<strong>de</strong>? Fecha uma rua? É pq praça, normalmente tem<br />
outras coisas, né? Dá pra você usar todo o espaço a sua volta...<br />
Entrevistado: A gente gosta muito <strong>de</strong> uma coisa que a gente tinha no interior, né? Eu sou<br />
muito... eu sou um cara muito... cigano, na verda<strong>de</strong> na vida, né? Eu sou meio que um<br />
mochileiro, então já morei em vários lugares, em vários tipos <strong>de</strong> ambientes diferentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
praia, megalópole como São Paulo, interior, outro país, é... e o que eu percebo é que tem<br />
alguns valores que pra gente são muito fortes, pra gente da Farândula. Valores como família,<br />
como a coletivida<strong>de</strong>, a vizinhança que se <strong>con</strong>hece. E o Cambucí, a gente permanece no<br />
Cambucí, pq ele ainda, ele tem uma questão assim que as vezes parece uma utopia, <strong>de</strong> que é<br />
uma cida<strong>de</strong> do interior. Pq aqui as pessoas se <strong>con</strong>hecem. Então, as pessoas são vizinhos a 50<br />
anos. Então, mesmo que o Cambucí pra São Paulo, seja um bairro <strong>de</strong> passagem, on<strong>de</strong> as<br />
pessoas nem sabem os números do Cambucí, o Cambucí tem um valor histórico muito forte,<br />
né? Foi aqui que praticamente nasceu o samba <strong>de</strong> tambor, foi aqui que teve a resistência dos<br />
revoltosos, se não me engano na revolução <strong>de</strong> 32, a igreja da Glória que ela até a pouco<br />
tempo, antes da reforma, tinha balas <strong>de</strong> projéteis que era a luta da Moóca com o centro da<br />
cida<strong>de</strong>, então aqui ficaram os revoltosos, né? Então aqui era como se fosse uma gran<strong>de</strong><br />
fazenda. E historicamente, isso foi se cristalizando, essa quaestão <strong>de</strong> serem <strong>con</strong>hecidos. É<br />
como se fosse um gran<strong>de</strong>... cida<strong>de</strong> do interior, mesmo. Então, o bar aqui da esquina nos<br />
<strong>con</strong>hece, a dona do bar da esquina nos <strong>con</strong>hece, os freqüentadores <strong>con</strong>hecem e, oq a gente<br />
vê é, a gente mesmo, nós...como nós passamos, tivemos uma passagem muito enriquecedora<br />
pra gente como ser humano no interior, pq os valores ali são muito puros, né? eles tem essa<br />
pureza muito gran<strong>de</strong> dos valores <strong>de</strong> ser humano que é o que nos interessa no teatro, né? e<br />
como cidadão, e como ser humano, né? que não tem como separar uma coisa da outra no<br />
nosso trabalho, então isso faz com que a gente fale assim: "Poxa, o que fazia as pessoas se<br />
en<strong>con</strong>trarem, as crianças por exemplo?" Como a rua não tinha movimento, no interior, as<br />
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