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Pesquisadora: Então depende do espetáculo também? 79 Articulación profesional y uso del móvil en grupos de teatro callejero Entrevistado: É, mas hoje mesmo, é... hoje a gente botou uma coisa na nossa cachola que é: somos nós dois. Então não dá pra se contar, pq senão o grupo acaba não tendo nenhum repertório. Então, nós temos ali por exemplo: fizemos o "Eu Odeio Kombi" que era um espetáculo que éramos nós dois, e que tinha uma Kombi, uma miniatura de Kombi que a gente fez, que nós diminuímos uma Kombi de verdade; aí tem esse "Que Palhaçada", que era uma dupla de palhaços e também, hoje a gente tá com o nosso carro-chefe que chama "O Menu", que é uma... nós juntamos o repertório de 15 anos de cenas de palhaço, e fizemos isso dentro de um cardápio e assim pessoas escolhem o que a gente vai fazer dentro de um determinado período de tempo, a aí eles que vão escolhendo, e a gente vai, se apronta e a gente faz a cena... Pesquisadora: Que divertido! Bem interativo! Entrevistado: É bem bacana, bem interativo. E isso tanto em rua quanto em teatro. A gente acabou de sair de uma temporada no teatro João Caetano. Então, a gente viu que não é uma questão assim: "fechamos nisso", mas é que uma pessoa pra entrar num grupo com uma história de 15 anos, ela tem que no mínimo se identificar pra onde esse grupo tá caminhando, né? E às vezes assim pessoas querem entrar pra fazer uma outra coisa, e pra fazer outra coisa a gente não quer. A gente já sabe pra onde a gente quer ir, né? Então pra que alguém se agregue a isso, tem que ser dessa maneira. Porém, nós, é... embora tenhamos duas pessoas, até citando novamente o "eu odeio Kombi", nós viajávamos em 8 pessoas, pq tinha que ter um iluminador, um sonoplasta, tinha que ter dois técnicos de palco, mais um caminhoneiro, né? O cara que levava o cenário e mais um motorista de uma Van. Então nós viajávamos sempre (e mais o elenco), então dava umas 8 pessoas, né? Então... Entrevistador 1 – Faziam a equipe técnica. Entrevistado: É. A mesma coisa, nós estamos agora iniciando o processo de um outro trabalho, um adulto, mas que também tem essa vertente da comédia, da coisa do palhaço, e nós já estamos aqui com um diretor, um assistente de direção e um técnico, né? Por enquanto, pq tá no início. Nós estamos na leitura do texto, tal. Pesquisadora: Vocês vão chamando mais gente? Entrevistado: A gente vai agregando conforme o trabalho vai necessitando. Pesquisadora: Tá. Pesquisador 2: Aí, você falou que vocês apresentam no teatro e aqui. Pra praça, vocês nunca foram? Entrevistado: Praça... ?! Pesquisador 2: É, na rua mesmo? Entrevistado: Então...Héh... (risos) Tem até um material aqui que eu vou deixar com vocês, que tem um livro aqui contando os 10 primeiros anos da Farândula, um CD comemorativo com alguns amigos nossos que... pessoas que não são conhecidas midiaticamente, como Selmar, Rubí, mais que são alguns cantores que estão em ascensão, e aqui tem um material de vários trabalhos nossos, a aqui por coincidência... por coincidência, não, mas... nós fomos a primeira companhia de teatro a adotar uma praça pública. Então, nós fizemos o quê? A gente queria pegar um ponto que tava totalmente destruído pelo desuso, ou pelo uso de ponto de droga, prostituição... Pesquisador 2: E em São Paulo tem muitos lugares assim , né?! Proyecto Comunicaciones Móviles y Desarrollo en América Latina

80 Articulación profesional y uso del móvil en grupos de teatro callejero Entrevistado: Sim. E a gente falou: "como que a gente revitaliza um espaço desse?", pq a gente tem uma preocupação como artista cidadão. Pq como eu vivo no bairro que eu trabalho, então eu quero transformar esse bairro num lugar melhor, pra que assim pessoas se sintam seguras até pra ver o meu trabalho. Então, vira uma roda, um ciclo vicioso, né? onde eu, como artista, tenho também que empregar o meu lado cidadão. O fato de me apresentar no meu bairro, faz com que eu queira um bairro melhor. Até pra que outras pessoas venham visitar, venham assistir, e sintam confortáveis, então passa-se pela segurança, pela saúde, educação, como é o povo, como que tá a infra-estrutura da rua... Então passa por várias coisas que um cidadão tem que se ater, né? Não é simplesmente um vereador. A gente como cidadão tem um poder transformador muito grande. E uma companhia de teatro, ela tem um pouco mais, talvez, de... locução pra isso, né? A gente tem como uniram, unificaram o coletivo, mesmo que seja pra um teatro pra debater o que está acontecendo no nosso bairro. E isso faz co que assim pessoas se vejam, saiam de casa pra se ver, mesmo que seja por uma h pra assistir alguma coisa. E quando a gente falou: "vamo adotar essa praça", primeiro pq tinha um projeto da prefeitura, né? que era de adoção, qualquer pessoa civil pode... pessoa física, pode adotar uma praça, um espaço público desde que tenha intersses coletivos ali, né? e a nossa idéia era exatamente essa; era "vamos transformar essa praça, mas transformar com o nosso trabalho. Não transformar... Pesquisadora: Um trabalho que seria da prefeitura, de repente, né? Pesquisador 2: Fazendo o que eles fariam. Entrevistado: Então, a gente fez uma espécie de um comodato na prefeitura, onde a Farândula se propunha a mudar o cotidiano daquela praça com temporadas de teatro ao ar livre. Então nós tínhamos três espetáculos na época e fazíamos sexta, sábado e domingo, cada um desses dias, um espetáculo diferente. A nossa programação era inicialmente por três meses e, ver como isso tava atingindo o público, se tava acontecendo dos objetivos serem alcançados e daí, dar continuidade. Porém, em primeira instância começaram a surgir algumas dificuldades pq os objetivos foram alcançados. A população, ela saiu, ela começou a lutar para que aquilo... Pq nós arrumamos toda a praça, pq tava cheio de lixo, seringas, bom... tinha de tudo a praça. E nós limpamos tudo aquilo com a ajuda sub-prefeitura da Sé, e aí nós falamos assim: "Bom, agora vem o segundo estágio, tem que transformar isso aqui num local, onde se possa assistir confortavelmente um espetáculo de teatro" pq senão, não muda em nada fazer isso na Avenida Paulista embaixo do Masp, né? Lá inclusive, tem sombra. Então foi quando a gente começou a transformar rusticamente, mas com uma cara muito bacana. Então enfincamos alguns troncos de árvore no chão, cortados, bem cortados e pintados, né? pra que assim pessoas pudessem se sentar nesses troncos confortavelmente, não uma poltrona, mas que desse pra se encostar o corpo e tirar o excesso de peso dos pés. E que dava pra se ficar voltado pra uma área limitada cenicamente, onde a gente estendia uma lona de caminhão, e outra lona pintada, pq isso é uma característica do grupo, que nós sempre em cima do chão, a gente coloca uma lona com uma pintura que tem a ver com o espetáculo vigente, né? No caso de um picadeiro de circo, então uma coisa mais colorida, no outro desenha uns tacos, e aí por diante. Pesquisadora: E foi em que ano essa adoção? Entrevistado: Isso foi em 2006? Foi em 2006. É que tanta coisa aconteceu, que eu já não me lembro muito bem da data, mas se eu não me engano foi em 2006, se não me falha a memória. E isso aconteceu durante três meses, enquanto a gente tinha uma verba que nós fomos fomentados, né? Com um edital público de teatro. Porém, como em toda novela tem o seu vilão, e não é um vilão, na verdade é a situação política, cultural e social do nosso país, o que aconteceu é que a sub-prefeitura da Sé acabou deixando tudo muito na nossa mão... então a gente se via carpindo, a gente se via pintando, a gente se via é... melhorando a cerca, a gente se via é...tendo que expulsar pessoas, ou que conversar diretamente com assim pessoas que estavam fornecendo droga... e tudo que a gente não estava fazendo, era exatamente aquilo que a gente tinha predeterminado, que era as atuações, era a questão artística. E aí em cima disso, a gente acabou encerrando esse episódio, né? A gente falou: "não, vamos voltar a fazer arte que é a nossa praia, essa coisa de administração pública não é pra mim, se não.. aí eu... sei lá!" Proyecto Comunicaciones Móviles y Desarrollo en América Latina

80 Articulación profesional y uso <strong>de</strong>l móvil en grupos <strong>de</strong> teatro callejero<br />

Entrevistado: Sim. E a gente falou: "como que a gente revitaliza um espaço <strong>de</strong>sse?", pq a<br />

gente tem uma preocupação como artista cidadão. Pq como eu vivo no bairro que eu trabalho,<br />

então eu quero transformar esse bairro num lugar melhor, pra que assim pessoas se sintam<br />

seguras até pra ver o meu trabalho. Então, vira uma roda, um ciclo vicioso, né? on<strong>de</strong> eu, como<br />

artista, tenho também que empregar o meu lado cidadão. O fato <strong>de</strong> me apresentar no meu<br />

bairro, faz com que eu queira um bairro melhor. Até pra que outras pessoas venham visitar,<br />

venham assistir, e sintam <strong>con</strong>fortáveis, então passa-se pela segurança, pela saú<strong>de</strong>, educação,<br />

como é o povo, como que tá a infra-estrutura da rua... Então passa por várias coisas que um<br />

cidadão tem que se ater, né? Não é simplesmente um vereador. A gente como cidadão tem um<br />

po<strong>de</strong>r transformador muito gran<strong>de</strong>. E uma companhia <strong>de</strong> teatro, ela tem um pouco mais, talvez,<br />

<strong>de</strong>... locução pra isso, né? A gente tem como uniram, unificaram o coletivo, mesmo que seja<br />

pra um teatro pra <strong>de</strong>bater o que está a<strong>con</strong>tecendo no nosso bairro. E isso faz co que assim<br />

pessoas se vejam, saiam <strong>de</strong> casa pra se ver, mesmo que seja por uma h pra assistir alguma<br />

coisa. E quando a gente falou: "vamo adotar essa praça", primeiro pq tinha um projeto da<br />

prefeitura, né? que era <strong>de</strong> adoção, qualquer pessoa civil po<strong>de</strong>... pessoa física, po<strong>de</strong> adotar<br />

uma praça, um espaço público <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que tenha intersses coletivos ali, né? e a nossa idéia era<br />

exatamente essa; era "vamos transformar essa praça, mas transformar com o nosso trabalho.<br />

Não transformar...<br />

Pesquisadora: Um trabalho que seria da prefeitura, <strong>de</strong> repente, né?<br />

Pesquisador 2: Fazendo o que eles fariam.<br />

Entrevistado: Então, a gente fez uma espécie <strong>de</strong> um comodato na prefeitura, on<strong>de</strong> a Farândula<br />

se propunha a mudar o cotidiano daquela praça com temporadas <strong>de</strong> teatro ao ar livre. Então<br />

nós tínhamos três espetáculos na época e fazíamos sexta, sábado e domingo, cada um <strong>de</strong>sses<br />

dias, um espetáculo diferente. A nossa programação era inicialmente por três meses e, ver<br />

como isso tava atingindo o público, se tava a<strong>con</strong>tecendo dos objetivos serem alcançados e daí,<br />

dar <strong>con</strong>tinuida<strong>de</strong>. Porém, em primeira instância começaram a surgir algumas dificulda<strong>de</strong>s pq os<br />

objetivos foram alcançados. A população, ela saiu, ela começou a lutar para que aquilo... Pq<br />

nós arrumamos toda a praça, pq tava cheio <strong>de</strong> lixo, seringas, bom... tinha <strong>de</strong> tudo a praça. E<br />

nós limpamos tudo aquilo com a ajuda sub-prefeitura da Sé, e aí nós falamos assim: "Bom,<br />

agora vem o segundo estágio, tem que transformar isso aqui num local, on<strong>de</strong> se possa assistir<br />

<strong>con</strong>fortavelmente um espetáculo <strong>de</strong> teatro" pq senão, não muda em nada fazer isso na Avenida<br />

Paulista embaixo do Masp, né? Lá inclusive, tem sombra. Então foi quando a gente começou a<br />

transformar rusticamente, mas com uma cara muito bacana. Então enfincamos alguns troncos<br />

<strong>de</strong> árvore no chão, cortados, bem cortados e pintados, né? pra que assim pessoas pu<strong>de</strong>ssem<br />

se sentar nesses troncos <strong>con</strong>fortavelmente, não uma poltrona, mas que <strong>de</strong>sse pra se encostar<br />

o corpo e tirar o excesso <strong>de</strong> peso dos pés. E que dava pra se ficar voltado pra uma área<br />

limitada cenicamente, on<strong>de</strong> a gente estendia uma lona <strong>de</strong> caminhão, e outra lona pintada, pq<br />

isso é uma característica do grupo, que nós sempre em cima do chão, a gente coloca uma lona<br />

com uma pintura que tem a ver com o espetáculo vigente, né? No <strong>caso</strong> <strong>de</strong> um pica<strong>de</strong>iro <strong>de</strong><br />

circo, então uma coisa mais colorida, no outro <strong>de</strong>senha uns tacos, e aí por diante.<br />

Pesquisadora: E foi em que ano essa adoção?<br />

Entrevistado: Isso foi em 2006? Foi em 2006. É que tanta coisa a<strong>con</strong>teceu, que eu já não me<br />

lembro muito bem da data, mas se eu não me engano foi em 2006, se não me falha a memória.<br />

E isso a<strong>con</strong>teceu durante três meses, enquanto a gente tinha uma verba que nós fomos<br />

fomentados, né? Com um edital público <strong>de</strong> teatro. Porém, como em toda novela tem o seu<br />

vilão, e não é um vilão, na verda<strong>de</strong> é a situação política, cultural e social do nosso país, o que<br />

a<strong>con</strong>teceu é que a sub-prefeitura da Sé acabou <strong>de</strong>ixando tudo muito na nossa mão... então a<br />

gente se via carpindo, a gente se via pintando, a gente se via é... melhorando a cerca, a gente<br />

se via é...tendo que expulsar pessoas, ou que <strong>con</strong>versar diretamente com assim pessoas que<br />

estavam fornecendo droga... e tudo que a gente não estava fazendo, era exatamente aquilo<br />

que a gente tinha pre<strong>de</strong>terminado, que era as atuações, era a questão artística. E aí em cima<br />

disso, a gente acabou encerrando esse episódio, né? A gente falou: "não, vamos voltar a fazer<br />

arte que é a nossa praia, essa coisa <strong>de</strong> administração pública não é pra mim, se não.. aí eu...<br />

sei lá!"<br />

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