estudio de caso con prostitutas, travestis - CMDAL

59 Articulación profesional y uso del móvil en grupos de teatro callejero
que aquele procedimento também serve nesses momentos. Ou dou uma ligada no celular e
aviso que depois gostaria de falar, ou então se é muito... uma, uma... bela idéia assim, aí eu
falo na hora! Mas eu não tenho essa compulsividade de querer, do celular ser esse veículo,
né?
Entrevistador 1: Quem é a pessoa que mais telefona do celular dentro seu grupo? Tem
alguém que se destaca, que você percebe que liga muito?
Entrevistado: Deixa eu ver... acho que a produtora.
Entrevistador 1: E ela tem telefone pré-pago ou pós-pago?
Entrevistado: Pós.
Entrevistador 1: Os outros você acha que tem mais pós ou mais pré?
Entrevistado: Acho que pré. Pré-pago.
Entrevistador 1: Aham.
Entrevistado: A gente até apelida, né? assim os telefones, alguns pré-pagos que a gente fala
que são pai-de-santo. Que só recebe, né? Pq muitas vezes, você tem o celular com essa
finalidade, né? de receber. Então as vezes você põe o mínimo necessário de crédito, mas fica
ali uma referência. Como se fosse um endereço que as pessoas te encontram, né? Várias
pessoas que me encontraram, pra me chamar pra trabalho, não sabiam mais onde era o meu
endereço pq mudou várias vezes. Não sabia outro telefone fixo, então foram na cooperativa de
teatro, procuraram saber meu nome, meu celular, e me encontraram e fecharam trabalho a
partir do celular. Então me encontram depois de anos, pelo celular.
Entrevistador 1: Mas então, você não muda muito de número?
Entrevistado: Não. Procuro não mudar... Procuro não mudar. O 9728 que eu tenho aqui, faz...
foi desde essa nova fase aí do celular, e eu não mudei mais.
Entrevistador 1: A produtora, que você mencionou que é a pessoa que mais liga e que tem
telefone pós-pago, normalmente pra quê que ela usa o celular?
Entrevistado: Pra trabalho, pra fechar apresentação, pra ligar pra artista, pros artistas, né?
Entrevistador 1: Em que momentos ela costuma ligar pros artistas?
Entrevistado: Nessas situações que eu descrevi. Nessa ordem.
Entrevistador 1: Tá.
Entrevistado: Que ela liga. Ou quando tá atrasado, ou quando não deu retorno pra fechar um
trabalho.
Entrevistador 1: Bom, última pergunta. Queria saber se você lembra de alguma situação
particular, na sua vida pessoal ou profissional em que o celular teve uma importância especial.
Entrevistado: Eu acho que não lembro exatamente se teve uma situação especial, mas eu...
principalmente quando eu tô a fim de fechar trabalho eu faço algumas orações fortes, e quando
o telefone toca, você fala: "Puta, bem que poderia ser, né? " Então o celular, sempre cria uma
expectativa, sabe? De... novos trabalhos, de novidades. Não só trabalho. A gente não vive só
em função do trabalho, né? Mas sempre quando toca o celular, ele desperta uma curiosidade:
"Quem será?", né?
Entrevistador 1: Você já recebeu boas notícias pelo celular?
Entrevistado: Já.
Entrevistador 1: Alguma especial?
Entrevistado: Ah, já recebi, por exemplo, parabenizando por ter ganhado o fomento ao teatro.,
né? que é um projeto que tem aqui na cidade de São Paulo, pra ajuda do teatro. É uma lei...
É... Também tive péssimas notícias, quando eu recebi pelo celular, o falecimento do meu pai.
Que as pessoas me procuraram em casa, não encontraram e falaram comigo ao telefone.
Então é equilibrando, assim. É por isso que eu falo: "isso aqui é um portalzinho pras novidades,
né? " assim, então, você não sabe quem tá te ligando as vezes. Tocou o telefone, não tá
próximo...
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