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<strong>Barra</strong> <strong>Palatina</strong><br />
Palatal Arch<br />
Adilson Luiz<br />
Ramos<br />
Maurício T.<br />
Sakima<br />
Unitermos:<br />
<strong>Barra</strong> palatina;<br />
Rotação dos molares;<br />
Distalização; Expansão;<br />
Intrusão;<br />
Ancoragem; Torque;<br />
Acidentes com<br />
aparelho ortodôntico.<br />
Tópico Especial<br />
Resumo<br />
A barra palatina (PB) tem sido utilizada<br />
em muitas situações clínicas. Isto se deve<br />
a sua fácil confecção, possibilidade de<br />
controle tridimensional e variedade de<br />
opções mecânicas.<br />
Este artigo apresenta as aplicações mais<br />
freqüentes deste aparelho. São comentadas<br />
e ilustradas a rotação, expansão,<br />
torque, distalização e ancoragem . Além<br />
disto, os momentos gerados em algumas<br />
ativações são discutidos.<br />
Introdução<br />
Freqüentemente nos estágios finais da<br />
fase de fechamento de espaços, os primeiros<br />
molares superiores tendem a apresentar<br />
desajustes de posicionamento em relação<br />
aos antagonistas, decorrente da rotação<br />
para mesial, provocada pelo momento<br />
de força do componente elástico<br />
da retração na técnica do deslizamento.<br />
Esta situação também pode estar presente<br />
quando elásticos intermaxilares de<br />
Classe III são utilizados. Uma das maneiras<br />
apropriadas para prevenir este<br />
desajuste, além do clássico aparelho extrabucal,<br />
é o emprego da barra palatina (BP)<br />
nos primeiros molares superiores encaixa-<br />
Adilson Luis Ramos A<br />
Maurício Tatsuei Sakima B<br />
Ary dos Santos Pinto C<br />
Lídia Parsekian Martins D<br />
Dirceu B. Raveli E<br />
da em tubos linguais soldados nas bandas<br />
destes dentes.<br />
Este dispositivo vem sendo aplicado<br />
na mecânica ortodôntica de forma crescente<br />
pela característica de fácil construção,<br />
possibilidade de controle tridimensional,<br />
ampla gama de opções de ativação<br />
e aplicabilidade clínica.<br />
Desde que GOSHGARIAN 10 patenteou<br />
a barra palatina (1972), poucos artigos<br />
foram publicados sobre as possibilidades<br />
clínicas deste dispositivo. BURSTONE,<br />
KOENIG 4 (1981), BALDINI, LUDER (1982) 3<br />
relataram as possibilidades mecânicas e<br />
correspondentes modos de ativação.<br />
CETLIN, TEN HOEVE(1983) 8 recomendaram<br />
a barra palatina nos casos sem extrações<br />
e LAZZARA(1976) 11 e<br />
WEISENBERG (1976) 18 relataram os efeitos<br />
deste aparelho sobre as funções linguais.<br />
Em seu livro sobre o tratamento<br />
da dentição mista, McNAMARA 13 descreveu<br />
o uso da barra palatina soldada.<br />
As principais aplicações da barra palatina<br />
são:<br />
• Correção da rotação dos molares<br />
• Correção da inclinação dos molares<br />
(sentido mesiodistal).<br />
A Mestre pela USP - Bauru - Doutorando em Ortodontia pela UNESP - Araraquara, Professor de Ortodontia do Departamento<br />
de Odontologia da UEM - Coordenador do Curso de Especialização em Ortodontia da AMO - ABO - Maringá.<br />
B Professor Assistente Doutor do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Ortodontia de Araraquara - UNESP.<br />
C Professor Associado do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Ortodontia de Araraquara - UNESP.<br />
D Professora Assistente do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Ortodontia de Araraquara - UNESP.<br />
E Professor Associado do Departamento de Clínica Infantil da Faculdade de Ortodontia de Araraquara - UNESP.<br />
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• Distalização dos molares (associado<br />
a um sistema de ancoragem)<br />
• Auxiliar de ancoragem<br />
• Controle de erupção dos primeiros<br />
molares - intrusão relativa<br />
• Expansão ou contração do segmento<br />
posterior superior<br />
• Controle de torque dos molares.<br />
Na fase do diagnóstico e planejamento,<br />
deve-se atentar para a posição<br />
dos primeiros molares permanentes, que<br />
se apresentam freqüentemente girados<br />
para mesial, principalmente nos casos<br />
de Classe II (LEMONS, HOLMES 1961).<br />
Ao se corrigir esta rotação, torna-se possível<br />
a obtenção de 1 a 2 mm no perímetro<br />
do arco, além de uma parcial correção<br />
da Classe II. (FIG. 1)<br />
Quando ANGLE 2 estabeleceu sua<br />
classificação, não determinou com mui-<br />
FIGURA 1 – Com a rotação dos molares torna-se possível<br />
a obtenção de até 2mm de espaço.<br />
FIGURA 3 – CETLIN 8 observou que deve haver um<br />
paralelismo entre as faces vestibulares dos primeiros molares,<br />
para que estejam bem posicionados.<br />
ta precisão o detalhe de posicionamento<br />
dentário. Com relação a posição do<br />
primeiro molar superior permanente,<br />
ANDREWS 1 descreveu três pontos de<br />
contato para a oclusão normal.<br />
1. A superfície distal da cúspide<br />
distovestibular deve contactar a superfície<br />
mesial da cúspide mesiovestibular<br />
do segundo molar inferior.<br />
2. A cúspide mesiovestibular do<br />
primeiro molar permanente deve<br />
ocluir entre as cúspides mesiovestibular<br />
e distovestibular do primeiro<br />
molar inferior.<br />
3. A cúspide mesiolingual do primeiro<br />
molar superior deve ocluir na<br />
fossa central do primeiro molar inferior.<br />
Para que estes pontos sejam atingidos,<br />
os molares não deverão apresentar<br />
rotações. Numa vista oclusal,<br />
alguns parâmetros tornam mais fácil a<br />
tarefa de se identificar a rotação.<br />
RICKETTS (1974) 17 observa que para<br />
uma oclusão ideal, uma linha que passa<br />
pelas cúspides mesiolingual e distovestibular<br />
do primeiro molar permanente,<br />
deve coincidir com a ponta da<br />
cúspide do canino do lado oposto ou<br />
até 4 mm por distal (FIG. 2). Na maioria<br />
dos casos de Classe II , esta linha<br />
estará passando na área dos pré-molares,<br />
evidenciando a rotação do molar.<br />
Outro critério observado por<br />
CETLIN 8 , menciona a relação de<br />
paralelismo que as superfícies vestibulares<br />
dos primeiros molares permanentes<br />
devem apresentar entre si (FIG. 3).<br />
DAHLQUIST et al 9 (1996) acreditam<br />
que os molares possam estar em oclusão<br />
ideal um pouco aquém da posição<br />
mencionada por RICKETTS 17 e CETLIN 8 ,<br />
FIGURA 2 – Segundo RICKETTS 17 , a linha que passa sobre a<br />
ponta da cúspide DV e MP do primeiro molar superior deve coincidir<br />
ou passar até 4mm por distal da cúspide do canino oposto.<br />
FIGURA 4 – Rotação distal bilateral.<br />
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já que num estudo recente constataram<br />
um pouco menos de paralelismo<br />
e a linha de RICKETTS passando em<br />
média 11mm por distal da ponta de<br />
cúspide do canino. Porém, a amostra<br />
era de indivíduos na fase da dentadura<br />
mista e não permanente como relatado<br />
por RICKETTS 17 e CETLIN 8 .<br />
Constatando-se a rotação dentária,<br />
a barra palatina oferece uma excelente<br />
capacidade de correção. A rotação<br />
pode ser corrigida simetricamente<br />
ou unilateralmente, o que demandará<br />
observação das resultantes mesiodistais<br />
(FIG. 4, 5, 6, 7).<br />
Uma vez bem posicionados, os molares<br />
podem ser eficazmente estabilizados<br />
com a utilização da barra<br />
palatina ajustada de forma passiva.<br />
Esta unidade de ancoragem oferece<br />
uma capacidade moderada podendo<br />
ser utilizada na maioria dos casos com<br />
extração para evitar a rotação, quando<br />
se procede a retração com cadeias<br />
elastoméricas apoiadas sobre os molares.<br />
Entretanto, nos casos com ancoragem<br />
crítica, o aparelho extrabucal<br />
deve ser associado.<br />
A barra palatina também pode ser<br />
utilizada como mantenedora de espaço,<br />
nos casos de perda precoce dos segundos<br />
molares decíduos.<br />
CETLIN (1992) appud<br />
McNAMARA 13 descreveu ser possível a<br />
distalização dos molares utilizandose<br />
a barra palatina com ativações unilaterais<br />
alternadas. Entretanto, para<br />
um correto sistema de forças MELSEN<br />
(1996) 14 recomenda a utilização da<br />
barra palatina estaticamente ativada.<br />
A barra palatina estaticamente ativada<br />
apresenta o encaixe em somente<br />
um dos lados, devendo o lado aposto<br />
ser amarrado por vestibular. Deste<br />
modo, a ativação não resultará em<br />
momentos indesejáveis no lado a ser<br />
distalizado (FIG. 8). Para maior segurança<br />
uma correta unidade de ancoragem<br />
deve ser planejada.<br />
DAHLQUIST et al 9 (1996) chamam a<br />
atenção que se houver uma distribuição<br />
incorreta da ativação, o molar com<br />
maior momento sofrerá mesialização.<br />
PANHÓCA, LIMA 15 recomendam o<br />
controle de rotação do molar a ser<br />
distalizado, mediante aplicação de uma<br />
pequena ativação de rotação (50% em<br />
relação ao lado oposto) (FIG. 9).<br />
Quando as dobras de primeira ordem<br />
das presilhas são desiguais, haverão<br />
componentes de força mais expressivas<br />
para mesial ou distal de<br />
acordo com a dobra. Por exemplo,<br />
FIGURA 5 – Rotação mesial bilateral. FIGURA 6 – Rotação distal unilateral com distalização no<br />
lado oposto.<br />
FIGURA 7 – Rotação mesial unilateral com mesialização<br />
no lado oposto.<br />
FIGURA 8 – <strong>Barra</strong> palatina estaticamente ativada para rotação<br />
e com distalização (sem momentos) do lado oposto,<br />
segundo MELSEN 14 .<br />
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num caso onde há o molar direito girado<br />
para mesial (em classe I) e o<br />
molar esquerdo em Classe II, uma<br />
dobra aguda no lado direito e manutenção<br />
da dobra passiva no lado<br />
esquerdo, comporá um sistema que<br />
corrigirá a rotação do lado direito,<br />
bem como promoverá pequena distalização<br />
do lado esquerdo (exemplo<br />
clínico II). A componente mesial no<br />
lado a ser girado vai encontrar a ancoragem<br />
dos dentes do segmento anterior.<br />
Quando os dois molares estão<br />
em Classe II, pode-se realizar alternadamente<br />
as ativações sobre a barra,<br />
associando-se um sistema de força<br />
(como um extrabucal) para que a<br />
correção da Classe II ocorra bilateralmente<br />
de modo mais rápido do que<br />
somente com um extrabucal isoladamente<br />
(exemplo clínico III).<br />
FIGURA 9 – Compensação da ativação segundo PANHÓCA<br />
e LIMA 15 .<br />
Quando se deseja rotação e/ou<br />
movimento mesial de um dos molares<br />
(ou ambos alternadamente associando-se<br />
a um sistema de ancoragem)<br />
o mesmo mecanismo pode ser<br />
utilizado, somente invertendo-se a<br />
direção da dobra da presilha, e controlando<br />
a ancoragem.<br />
Devido ao sistema ser composto<br />
por dois binários interligados, tornase<br />
fundamental a visualização da forma<br />
ativada, em posição neutra (i. e.,<br />
posição de inserção e liberação dos<br />
momentos), e da geometria de força<br />
gerada, para que se possa associar<br />
um sistema de ancoragem contra os<br />
efeitos colaterais indesejados, ainda<br />
que pequenos.<br />
Torques linguais ou vestibulares<br />
podem ser produzidos pela barra, observando-se<br />
a rotação da presilha em<br />
FIGURA 10 – Torque lingual bilateral.<br />
relação ao encaixe lingual. O movimento<br />
resultante pode ser estimado<br />
observando-se a colocação de um dos<br />
lados e avaliação do lado oposto.<br />
(FIG. 10, 11, 12, 13).<br />
Pequenos graus de expansão do<br />
arco dentário superior podem ser obtidos<br />
com a barra palatina, entretanto<br />
segundo McNAMARA 13 , quantidade<br />
acima de 2 mm, requerem outros<br />
tipos de aparelhos para melhores resultados<br />
(FIG. 14).<br />
Do mesmo modo a constricção do<br />
arco pode ser obtida com a ativação<br />
no sentido contrário (FIG. 15).<br />
Aumentando-se simetricamente a<br />
distância entre as presilhas da BP, resultará<br />
num movimento para vestibular<br />
de ambos os molares. Este efeito<br />
de expansão será acompanhado de<br />
inclinação vestibular das coroas caso<br />
FIGURA 11 – Torque vestibular bilateral. FIGURA 12 – Torque lingual unilateral com resultante de<br />
extrusão no lado oposto.<br />
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não se compense o momento de inclinação,<br />
mediante pequena torção das<br />
presilhas em sentido contrário. Muitas<br />
vezes a inclinação é desejada.<br />
Da mesma forma, só que em sentido<br />
contrário, a diminuição da distância<br />
inter-molares pode ser conseguida<br />
diminuindo a distância inter-presilhas.<br />
Os mesmos cuidados devem ser<br />
tomados quanto a inclinação resultante<br />
lingual que tenderá a acontecer. Na<br />
constricção, deve-se atentar para o<br />
possível trauma sobre a mucosa do palato<br />
após a liberação da força. Este<br />
trauma pode ser evitado afastando-se<br />
um pouco mais a barra do palato.<br />
A barra palatina compreende uma<br />
maneira bem controlada de correção<br />
da rotação e expansão unilateral dentária,<br />
já que podemos compor em bloco<br />
de ancoragem do lado oposto, dis-<br />
FIGURA 13 – Torque vestibular unilateral com intrusão no<br />
lado oposto.<br />
FIGURA 15 – Constricção do arco com pequena lingualização<br />
dos molares.<br />
tribuindo a resultante sobre os dentes<br />
cruzados (exemplo clínico I e exemplo<br />
clínico IV).<br />
A extrusão dos molares pode ser<br />
evitada e até mesmo contribuir para<br />
uma intrusão. Segundo CETLIN appud<br />
McNAMARA 13 , com a confecção de um<br />
“looping” maior e direcionado para<br />
mesial, permitirá a atuação da língua<br />
distribuindo forças intrusivas sobre os<br />
molares (FIG. 16) Entretanto,<br />
LAZZARA 11 avaliou a pressão lingual<br />
sobre a barra em 11 jovens com padrão<br />
vertical e observou apenas pequenas<br />
forças distribuídas. E WEISEBERG 18 demonstrou<br />
que a barra não afeta significantemente<br />
a posição da língua. Mas<br />
clínicamente podemos lançar mão da<br />
barra palatina para este controle vertical,<br />
que nos parece eficaz (exemplo<br />
clínico III).<br />
McNAMARA 13 relata que a barra palatina<br />
transformou-se numa rotina em<br />
sua clínica privada, tanto para pacientes<br />
em fase de dentadura mista, como<br />
permanente. Além dos casos com e sem<br />
extrações, os casos cirúrgicos também<br />
se beneficiam dos efeitos deste aparelho.<br />
Entretanto, não recomenda para os<br />
casos com Classe II e extração apenas<br />
dos primeiros pré-molares superiores,<br />
pois atrapalharia o fechamento adequado<br />
dos espaços. E também na maioria<br />
dos casos Classe III não cirúrgicos,<br />
onde a camuflagem da má-oclusão necessita<br />
de uma movimentação um pouco<br />
mesial dos molares superiores .<br />
Na correção da classe II subdivisão,<br />
uma ativação unilateral da barra<br />
com uma dobra de 2ª ordem compreende<br />
um auxiliar interessante<br />
(FIG. 17A e 17B).<br />
FIGURA 14 – Expansão do arco com pequena<br />
vestibularização dos molares.<br />
FIGURA 16 – A pressão da língua sobre o “looping” da<br />
barra pode conter a extrusão, ou até provocar pequena<br />
intrusão dos molares.<br />
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FIGURA 17A – Ativação de 2 a ordem. FIGURA 17B – Resultado da ativação<br />
de 2 a ordem, quando todo bloco oposto<br />
está ancorado.<br />
A B<br />
D<br />
F<br />
E C<br />
G H<br />
I J<br />
K<br />
A barra palatina pode ser removível<br />
ou soldada. O fio utilizado pode ser<br />
0.8 ou 0.9 mm, que deve receber as<br />
dobras nas extremidades para encaixe<br />
e fixação com amarrilho ou elastômero,<br />
no tubo palatino (FIG. 18A a 18K), ou<br />
somente soldada sobre as bandas previamente<br />
adaptadas.<br />
Várias marcas comercializam barras<br />
pré-fabricadas em alguns tamanhos,<br />
o que diminui o tempo de<br />
adaptação. BURSTONE 5,6 recomenda<br />
a utilização de um fio de secção<br />
FIGURA 18 – A) <strong>Barra</strong> palatina, B) Encaixes linguais, C) Vista oclusal do posicionamento do tubo (encaixe) lingual, D) <strong>Barra</strong> palatina<br />
passiva encaixada, E-H) Presilha fixada no tubo com amarrilho, I-K) Presilha fixada no tubo em elastômero.<br />
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etangular, o que dispensaria a confecção<br />
de dobras para o encaixe no<br />
acessório palatino. Também apresentou<br />
um excaixe próprio, o “hing cap”,<br />
para facilitar a fixação das extremidades<br />
da barra 7 .<br />
Quando não se dispõe da BP préfabricada,<br />
pode-se confeccioná-la facilmente<br />
utilizando-se o fio escolhido<br />
(0.8mm, 0.9mm ou TMA) e os alicates<br />
139 (universal) e o conformador<br />
de presilha (410).<br />
Primeiramente confecciona-se o<br />
“looping” de ajuste com o alicate<br />
139. Em seguida realiza-se duas<br />
dobras oblíquas para a adaptação<br />
ao palato. Afastando-se aproximadamente<br />
1 a 2mm da mucosa<br />
palatina(FIG. 19), registra-se as marcações<br />
equivalentes aos tubos linguais.<br />
Em seguida confecciona-se<br />
A B<br />
as presilhas, utilizando-se o alicate<br />
apropriado (410).<br />
Após a BP estar pronta, deve-se<br />
fazer com que fique passiva, ou seja,<br />
com a inserção alternada das presilhas<br />
em cada lado. Ajusta-se a BP de<br />
modo que a extremidade não encaixada<br />
fique paralela ao tubo, em seguida,<br />
insere-se a outra presilha e verifica-se<br />
se a oposta também está paralela,<br />
ou passiva. Esta conferência<br />
somente é possível inserindo-se uma<br />
presilha de cada vez, pois seria muito<br />
difícil determinar se a BP está passiva<br />
inserindo-se as duas presilhas<br />
ao mesmo tempo.<br />
Obtida a confecção da BP passiva,<br />
segue-se para a ativação, conforme o<br />
efeito clínico desejado .<br />
Embora a determinação dos efeitos<br />
precisos dos dois binários distribuídos<br />
FIGURA 19 – Posicionamento da barra palatina 1 a 2 mm afastado do palato.<br />
pela BP sejam complexos (pois envolvem<br />
a resistência periodontal, forças<br />
antagonistas e adjacentes da oclusão,<br />
outros dispositivos ortodônticos associados),<br />
alguns efeitos são mais previsíveis<br />
e simples de serem aplicados,<br />
como ilustrados anteriormente.<br />
Torna-se prudente visualizar as ativações<br />
sobre o modelo. As direções resultantes<br />
verticais, ântero-posteriores,<br />
rotacionais e transversais devem estar<br />
bem planejadas para construir um sistema<br />
controlado.<br />
Quando da utilização de um aparelho<br />
encaixado, torna-se fundamental<br />
a imobilização prendendo-o com<br />
elastômero ou fio de amarrilho<br />
0,30mm. Desta forma haverá maior segurança.<br />
O desprendimento da barra palatina<br />
poderá ocasionar intercorrências<br />
desagradáveis como a deglutição, que<br />
implicará na monitoração radiográfica<br />
até ser eliminada (FIG. 20A). Como<br />
outra intercorrência menos grave e<br />
mais freqü ente, poderá haver lesão da<br />
mucosa gengival próxima ao tubo lingual<br />
(FIG. 20B).<br />
Embora nem todas as possibilidades<br />
da BP tenham sido citadas, as<br />
mais utilizadas foram descritas. E<br />
o conhecimento da mecânica básica<br />
da BP como qualquer outro aparelho,<br />
permite que o clínico criativamente<br />
aplique em diversas situações<br />
desejadas.<br />
FIGURA 20A e B – A) Radiografia da região ilíaca evidenciando uma barra palatina num caso de monitoração após<br />
deglutição, B) Lesão gengival após desprendimento da presilha da barra palatina.<br />
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EXEMPLO<br />
CLÍNICO I<br />
B<br />
A<br />
FIGURA 21 A,B – Fotos frente e perfil de um jovem com 13 anos, padrão vertical, apresentando<br />
biprotrusão e ausência de selamento labial.<br />
A<br />
FIGURA 22 A-C – Fotos Intrabucais denotando Classe II bilateral com apinhamento acentuado superior e inferior.<br />
Mordida cruzada posterior unilateral esquerda e desvio da linha média inferior (1,5mm).<br />
A B<br />
FIGURA 23 A,B – Para correção da mordida cruzada unilateral dentária, foi composta uma maior ancoragem do lado direito e<br />
empregada a barra palatina ativada simetricamente para expansão.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 82<br />
C<br />
B
B<br />
A<br />
FIGURA 24 A-C – Aspectos intrabucais após a correção da mordida cruzada posterior.<br />
B<br />
A<br />
FIGURA 25 A-C – Após a correção transversal procedeu-se a montagem do restante do aparelho, e seguiu-se uma mecânica de arco<br />
segmentado, iniciando a retração inicial dos caninos com molas “T” (fio TMA .017x.025) mantendo-se a barra palatina como ancoragem.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 83<br />
C<br />
C
A<br />
FIGURA 26 A,B – No arco inferior foi realizado intrusão do segmento anterior mediante uma mola de intrusão (como “cantilever”)<br />
apoiada no segmento de fio anterior.<br />
B<br />
A<br />
FIGURA 27 A-C – A retração dos segmentos ântero-superior e ântero-inferior foi obtida com molas “T”.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 84<br />
B<br />
C
B<br />
A B<br />
FIGURA 28 A,B – Fotos de frente e perfil após o tratamento. A biprotrusão foi reduzida<br />
bem como o selamento labial reestabelecido.<br />
FIGURA 29 A-E – Vistas intrabucais finais.<br />
A<br />
D E<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 85<br />
C
A B<br />
FIGURA 30 A,B – Fotos de frente e perfil, 5 anos após o tratamento.<br />
A B<br />
C D<br />
E F<br />
FIGURA 31 A-F – Vista intrabucais 5 anos após o tratamento.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 86
EXEMPLO<br />
CLÍNICO II<br />
B<br />
A B<br />
FIGURA 33 A,B – Fotos de frente e perfil de uma jovem com 16 anos.<br />
A<br />
FIGURA 33 A-C – Aspectos intrabucais demonstrando relação da Classe II 1/2 do lado direito e um pouco mais de 1/4 de Classe II do<br />
lado esquerdo.<br />
A<br />
B<br />
FIGURA 34 A,B – Vistas oclusais, denotando rotação mesial dos molares superiores, principalmente do 16.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 87<br />
C
A<br />
B C<br />
FIGURA 35 A-C – A correção das rotações dos molares, com conseqüente obtenção de espaços por mesial, foi obtida com a ativação<br />
das presilhas da barra palatina.<br />
A<br />
B C<br />
FIGURA 36 A-C – Após a liberação das ativações houve pequena intrusão do 16, associada à correção da rotação, enquanto o 26<br />
vestibularizou, junto à correção da rotação. Provavelmente decorrente de um desajuste do torque durante as reativações.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 88
A B<br />
FIGURA 39 A,B – A Classe II foi corrigida utilizando-se o espaço decorrente das rotações dos molares, e seguiu-se o alinhamento e<br />
nivelamento dos arcos. Observe que o degrau entre o 16 e 15 foi gradualmente corrigido por uma dobra no fio.<br />
B<br />
FIGURA 38 A-C – Fase adiantada do nivelamento e alinhamento.<br />
A<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 89<br />
C
B<br />
A B<br />
FIGURA 39 A,B – Fotos frente e perfil no final do tratamento.<br />
FIGURA 40 A-C – Aspectos intrabucais ao final do tratamento.<br />
A<br />
FIGURA 41 A,B – Vistas Oclusais ao final do tratamento.<br />
A<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 90<br />
C<br />
B
EXEMPLO<br />
CLÍNICO III<br />
A<br />
FIGURA 42 A,B – Fotos de frente e perfil de um jovem com 10 anos, com padrão facial<br />
vertical.<br />
A<br />
B C<br />
FIGURA 43 A-C – Vistas intrabucais evidenciando a mordida aberta anterior, Classe II e mordida cruzada posterior.<br />
A<br />
B<br />
FIGURA 44 A,B – Aspectos oclusais demonstrando a atresia maxilar e a notória rotação mesial dos molares superiores.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 91<br />
B
A<br />
B<br />
FIGURA 45 A,B – A expansão rápida da maxila, por meio de um aparelho tipo Haas modificado, foi o primeiro passo do tratamento.<br />
A<br />
FIGURA 46 A,B – Resultado da disjunção maxilar.<br />
A B<br />
FIGURA 47 A,B – Após 4 meses de contenção com o próprio disjuntor, foi empregada a barra palatina que serviu como contenção,<br />
bem como para correção das rotações dos molares.<br />
A<br />
B<br />
FIGURA 48 A-C – Sem que tivesse sido utilizado qualquer aparelho recordatório, a mordida aberta apresentou redução. Provavelmente<br />
associado a melhora respiratória pós-expansão. Somado a isto, parece ter havido uma restrição vertical na área dos 1 os<br />
molares superiores.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 92<br />
B<br />
C
A<br />
FIGURA 49 A,B – Aspecto facial frontal e lateral na fase intermediária do tratamento (4<br />
meses expansão + 6 meses - <strong>Barra</strong> palatina).<br />
A B<br />
FIGURA 50 A,B – Os braquetes foram colados e procedeu-se o início do alinhamento e nivelamento.<br />
A<br />
A<br />
FIGURA 51 A-C – Estado atual, onde o paciente encontra-se numa fase intermediária do nivelamento demonstrando progresso na<br />
correção vertical, bem como redução da Classe II.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 93<br />
B<br />
C
EXEMPLO<br />
CLÍNICO IV<br />
A<br />
B<br />
FIGURA 52 A-C – Fotos extrabucais iniciais de um jovem com 11 anos.<br />
B<br />
A<br />
FIGURA 53 A-C – Fotos intrabucais demonstrando Classe II com falta de espaço para o 15.<br />
A B<br />
FIGURA 54 A,B – Aspectos oclusais. Nota-se a completa falta de espaço para o 2º pré-molar superior (15), com rotação mesial do 1º<br />
molar do mesmo lado.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 94<br />
C<br />
C
A<br />
B C<br />
FIGURA 55 A-C – Inicialmente foi instalado a barra palatina para correção da rotação do 16. Observa-se a ativação de ambos os<br />
lados (sendo mais para o lado que se deseja a correção da rotação).<br />
A<br />
B<br />
C<br />
FIGURA 56 A-C – Progresso da distalização e correção da rotação associando-se AEB e <strong>Barra</strong> <strong>Palatina</strong>.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 95
D<br />
A<br />
FIGURA 57 A,B – Foi empregada tração extrabucal cervical (16h/dia), associada à barra<br />
palatina.<br />
C<br />
FIGURA 58 A-E – Progresso da distalização e correção da rotação associando-se AEB e <strong>Barra</strong> <strong>Palatina</strong>.<br />
B<br />
A B<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 96<br />
E
B<br />
E<br />
A<br />
D<br />
FIGURA 60 A-F – Para mesialização do 1º pre-molar e sobrecorreção do molar, procedeu-se uma mecânica com mola de secção<br />
aberta.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 97<br />
C<br />
F
B<br />
A<br />
FIGURA 60 A-C – Após a obtenção de espaço e num estágio avançado do nivelamento (fio 020) tracionou-se o 2º pré-molar por meio<br />
de amarrilho preso a um botão colado.<br />
A<br />
C<br />
FIGURA 61 A-G – Continuação página seguinte.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 98<br />
C<br />
B
D E<br />
F G<br />
FIGURA 61 A-G – Fase atual: Quando o pré-molar apresentou-se próximo ao arco, o botão foi substituido pelo braquete e incluíndo<br />
no nivelamento e alinhamento.<br />
EXEMPLO<br />
CLÍNICO V<br />
A<br />
B<br />
C<br />
FIGURA 62 A-C – Utilização da barra palatina para correção unilateral de um 2º molar permanente, posicionando-o no lugar do 1º<br />
(ausente). Todo o bloco oposto (do 15 ao 26) foi ancorado. A barra recebeu ativação para expansão e rotação do 17.<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 99
Abstract<br />
The palatal arch have been used<br />
in many clinical situations. Its due<br />
to their easier confecction,<br />
tridimensional control possibility and<br />
varity mecanical options.<br />
This article presents the most<br />
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frequent application of that<br />
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anchorage an intrusion are coments<br />
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first permanent molar. Am J Orthod,<br />
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13 - McNAMARA Jr,J. A.; BRUDON,W.L. –<br />
ativations are discussed.<br />
Uniterms:<br />
Palatal arch; molar rotation,<br />
Distalization; Expansion; Instrusion;<br />
Anchorage; Torsion; Orthodontic<br />
Appliance; Accidents.<br />
Orthodontic and orthopedic<br />
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goshgarian palatal bar on the anterior-posterior<br />
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1976. (Master Thesis) - Loyola University<br />
apud McNAMARA 13 .<br />
Rev <strong>Dental</strong> <strong>Press</strong> Ortodon Ortop Facial - v.5, n.1, p.75-100 - jan./fev. - 2000 100