Insônia e Comorbidades - Medical Services
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SONO<br />
Programa de Educação Médica em Medicina do Sono<br />
<strong>Insônia</strong> e <strong>Comorbidades</strong>
A Medicina do Sono é uma especialidade cada vez mais<br />
importante no mundo de hoje. A agitação e a pressa, bem<br />
como as mudanças comportamentais e de estilo de vida,<br />
além de fatores clínicos variados, estão interferindo no sono<br />
de milhares de pessoas e merecem particular atenção da<br />
classe médica.<br />
Em conjunto com a Associação Brasileira do Sono, a<br />
sanofi-aventis patrocina o Programa de Educação Médica<br />
em Medicina do Sono, um projeto editorial que reúne<br />
especialistas para apresentar as diversas abordagens<br />
dos distúrbios do sono. O objetivo principal é atualizar de<br />
forma organizada em fascículos os itens que habitam este<br />
universo, desde a sua definição e classificação, arquitetura,<br />
qualidade do sono até tratamentos e implicações no<br />
atendimento multidisciplinar.<br />
Neste fascículo, “<strong>Insônia</strong> e <strong>Comorbidades</strong>”, o convidado é<br />
Dr. Geraldo Rizzo, que vai mostrar as condições associadas<br />
em quadros médicos e psiquiátricos relacionados com o<br />
tema.<br />
Com este projeto editorial, temos a convicção de estar<br />
contribuindo para divulgar informações atualizadas e de qualidade<br />
à classe médica - um compromisso da Associação Brasileira do<br />
Sono e da sanofi-aventis que se renova com mais esta prestação<br />
de serviço.<br />
Série Atualização Médica: Projeto e Supervisão: Limay Editora - Diretor-Presidente: José Carlos<br />
Assef – Editor: Walter Salton Vieira - MTB 12.458 - Diretor de Arte: Marcelo Marxz - Tiragem: 6.000<br />
exemplares Cartas para a redação: Rua Geórgia, 170 - Brooklin - São Paulo - SP - CEP: 04559-010 -<br />
Tel.: (11) 3186-5600 / Fax: (11) 3186-5624 ou e-mail: editora@limay.com.br<br />
Os pontos contidos nesse material são de responsabilidade<br />
de seus autores e não refletem, necessariamente, as opiniões da sanofi-aventis.<br />
Programa<br />
de Educação<br />
Médica em<br />
Medicina<br />
do Sono<br />
<strong>Insônia</strong> e<br />
<strong>Comorbidades</strong><br />
A importância da<br />
manutenção do sono:<br />
arquitetura, duração e<br />
qualidade de sono<br />
Epidemiologia e etiologias<br />
dos transtornos do sono no<br />
Brasil e dados comparativos<br />
com outros países<br />
Consequências dos<br />
transtornos do sono no<br />
período diurno<br />
Classificações e<br />
diagnósticos diferenciais<br />
dos distúrbios do sono<br />
Diretrizes e consensos<br />
para o tratamento dos<br />
principais distúrbios<br />
do sono<br />
Polissonografia<br />
Tratamento<br />
não-farmacológico da<br />
insônia primária: terapia<br />
comportamental<br />
cognitiva
<strong>Insônia</strong> e<br />
<strong>Comorbidades</strong><br />
• Especialista em Neurologia e Neurofisiologia pela Associação Médica Brasileira (AMB)<br />
• Especialista em Medicina do Sono pela Associação Brasileira do Sono • Médico<br />
Assistente do Serviço de Neurologia e Neurocirurgia do Hospital Moinhos de Vento<br />
(Porto Alegre - RS) • Diretor do SONOLAB - Laboratório de Sono nos Hospitais Moinhos<br />
de Vento e Mãe de Deus (Porto Alegre - RS)<br />
Recentemente, abandonamos os<br />
termos insônia primária e secundária,<br />
passando a usar <strong>Insônia</strong> e <strong>Insônia</strong><br />
Comórbida.<br />
Comorbidade normalmente indica<br />
um transtorno associado. Neste caso<br />
refere-se a outros transtornos de<br />
sono que podem estar associados à<br />
insônia, dificultando o diagnóstico e<br />
o tratamento.<br />
Um caso clássico é o da Síndrome<br />
das Apneias Obstrutivas do Sono, na<br />
qual a fragmentação do sono conduz<br />
ao cansaço e à sensação de sono nãoreparador,<br />
o que pode ser definido<br />
como insônia – exemplo que pode<br />
acontecer com outras patologias.<br />
Neste capítulo dividiremos as <strong>Insônia</strong>s<br />
Comórbidas em quatro categorias<br />
a saber:<br />
<strong>Insônia</strong> comórbida com outros<br />
transtornos de sono<br />
Síndrome das Apneias Obstrutivas do Sono<br />
(SAOS)<br />
Pacientes portadores de insônia com sintomas respiratórios,<br />
como roncos ou engasgos noturnos, devem<br />
sempre ser investigados pela polissonografia para afastar<br />
a SAOS.<br />
A insônia em idosos é muito comum ao passo que a<br />
SAOS costuma ser menos sintomática do que no<br />
adulto jovem, passando muitas vezes despercebida e não<br />
diagnosticada. Por outro lado, mulheres na menopausa<br />
por GERALDO RIZZO<br />
costumam ter mais insônia e distúrbios respiratórios de<br />
sono. Muitas já são viúvas, dormem sós, não havendo<br />
o depoimento quanto à presença de sintomas de SAOS.<br />
É importante se ter em mente que o tratamento das<br />
insônias com hipnótico-sedativas podem agravar a SAOS<br />
e, assim sendo, mais uma vez se enfatiza a importância de<br />
uma polissonografia.<br />
A ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA)<br />
e seu impacto na síndrome metabólica poderia ser o<br />
lugar comum em que a insônia e a SAOS interagem<br />
reciprocamente por um processo no qual outros fatores,<br />
tais como certa predisposição e a possível influência da<br />
comorbidade física e psíquica, teriam um papel.<br />
Resultados de vários estudos relatam insônia por uma<br />
ativação do eixo HPA e seu sistema simpático. A observação<br />
que a ativação do eixo HPA produz fragmentação<br />
do sono e, em troca, produz aumento dos níveis de cortisol,<br />
sugere um modelo de início e perpetuação de insônia<br />
crônica severa, como um ciclo vicioso que se estabelece<br />
entre causa e efeito.<br />
Recentemente, uma revisão enfatizou a importância da<br />
hiperatividade do eixo HPA como uma causa de insônia e<br />
uma consequência de SAOS 1 .<br />
A SAOS produziria uma ativação do eixo HPA através<br />
de um mecanismo de ativação autônoma, despertares e<br />
microdespertares.<br />
A ativação do eixo HPA teria um papel relevante<br />
na produção secundária de resistência à insulina e<br />
aumento da pressão arterial em SAOS não tratada.<br />
Os autores sugerem que a SAOS, pela ativação do eixo<br />
HPA, é um risco para o desenvolvimento de síndrome<br />
metabólica e outros estados hipercortisolêmicos, como<br />
insônia e depressão.
Transtornos do Ritmo Circadiano (TRC)<br />
O núcleo supraquiasmático no hipotálamo anterior é<br />
responsável pela geração da ritmicidade circadiana<br />
em animais. Animais e humanos removidos do ciclo<br />
luz-escuridão externo e outros marcadores de tempo<br />
(zeitgebers) exibem um ciclo endógeno contínuo de sono<br />
e vigília, bem como muitos outros parâmetros fisiológicos<br />
e hormonais.<br />
O comprimento deste ciclo de oscilação ou free-running<br />
é principalmente determinado geneticamente, com<br />
discretas variações entre indivíduos e espécies. O período<br />
circadiano dos mamíferos é geralmente um pouco mais<br />
longo que 24 horas em animais diurnos e um pouco mais<br />
curto que 24 horas em animais noturnos.<br />
Em humanos, o período circadiano médio foi estimado<br />
ser aproximadamente 24,18 horas e deve, por isso, ser<br />
sincronizado em uma base regular ao dia terrestre de 24<br />
horas por influências externas.<br />
Assim, o tempo e a duração do ciclo sono-vigília dependem<br />
da sincronização do relógio circadiano endógeno com<br />
sinais ambientais externos. O TRC baseia-se na noção<br />
que os ritmos biológicos intrínsecos estão “fora-de-fase”<br />
com os ritmos sociais e ambientais extrínsecos, causando<br />
problemas para os indivíduos.<br />
O ritmo biológico em muitos pacientes pode estar ciclando<br />
num padrão normal, mas os hábitos sociais podem estar<br />
“fora-de-fase”. Exemplo disso são os trabalhadores de<br />
turnos e os efeitos de viagem inter ou transcontinental,<br />
referidos como jetlag.<br />
Alternativamente, o ritmo extrínseco pode ser normal, e o<br />
ritmo biológico intrínseco pode estar “fora-de-fase” como<br />
nos padrões circadianos de avanço e atraso de fase.<br />
No caso dos pacientes com avanço de fase, a queixa de<br />
insônia é de dificuldade de manter o sono ou despertar<br />
precoce. Nos indivíduos com atraso de fase, a queixa é de<br />
dificuldade para iniciar o sono e sonolência matinal 2 .<br />
Talvez dos TRC o que mais se confunda com <strong>Insônia</strong><br />
seja o Transtorno de Atraso de Fase. Trata-se de uma<br />
incapacidade para adormecer e acordar em horários<br />
convencionais, superior a 6 meses 3 .<br />
<strong>Insônia</strong> e<br />
Pacientes com essa patologia têm tipicamente dificuldade<br />
para iniciar o sono e costumam acordar tarde, embora a<br />
qualidade do sono costuma ser considerada normal.<br />
Acomete principalmente adolescente e adultos jovens,<br />
levando a baixo rendimento escolar, má performance no<br />
trabalho, dificuldades financeiras e problemas conjugais.<br />
A presença de um casal com cronotipos diferentes pode<br />
levar à separação. Tal distúrbio tem prevalência relatada<br />
de 7% 4 .<br />
Por outro lado, o Transtorno da Fase de Sono Adiantada<br />
tem prevalência de 1% e se caracteriza por horários de<br />
sono mais cedo do que os estabelecidos pela sociedade.<br />
Os indivíduos se queixam de sonolência no início da noite,<br />
diminuindo sua vida social e de despertar precoce.<br />
Como às vezes é impossível deitar muito cedo, estes<br />
pacientes acabam apresentando privação de sono. Nos<br />
idosos costuma ocorrer um avanço de fase fisiológico.<br />
Os outros TRC, como transtorno do ritmo vigília-sono<br />
irregular e trabalho em turnos, também podem se associar<br />
à insônia. O primeiro é visto com mais frequência em<br />
associação com disfunções neurológicas, por exemplo,<br />
demência e traumatismo cranioencefálico, e o segundo é<br />
provocado pelas exigências de uma sociedade 24 horas,<br />
no qual o trabalho noturno é melhor recompensado<br />
financeiramente.<br />
A polissonografia nesses casos não é tão útil como<br />
a actigrafia, e o objetivo do manejo clínico é melhorar a<br />
amplitude dos ritmos circadianos e seu alinhamento com<br />
o ambiente externo.<br />
Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) e<br />
Movimento Periódico de Extremidades<br />
(PLMD)<br />
Pacientes com SPI apresentam uma ampla gama de<br />
sintomas sensitivos e motores, que ocorrem em repouso<br />
ou em sono.<br />
Estes sintomas são frequentemente incapacitantes,<br />
interferindo no sono e também no funcionamento social,<br />
prejudicando a qualidade de vida do indivíduo afetado.<br />
O distúrbio sensitivo motor pode causar insônia e<br />
sonolência diurna.
<strong>Comorbidades</strong><br />
O diagnóstico é clínico e o tratamento atual consiste no<br />
uso de agonistas dopaminérgicos. A maioria dos pacientes<br />
com SPI também apresenta PLMD enquanto acordados<br />
ou em sono.<br />
Estes movimentos originalmente nomeados mioclonias<br />
noturnas são involuntários, bem como estereotipados, com<br />
ocorrência regular e evidentes com eletrodos colocados<br />
na superfície do músculo tibial anterior na polissonografia<br />
de rotina em 80% dos pacientes com SPI. Podem ser um<br />
achado ocasional e sua presença não originar sintomas.<br />
Entretanto, a queixa de sono fragmentado e não-reparador<br />
é comum 5 .<br />
<strong>Insônia</strong> Comórbida com Doenças<br />
Psiquiátricas<br />
Embora seja verdade que a maioria das insônias ocorre<br />
com doenças médicas e psiquiátricas, os dados disponíveis<br />
na literatura contradizem a visão que a insônia é um<br />
sintoma dessas doenças.<br />
Em vez disso, a relação causal parece ser mais complexa<br />
e para algumas doenças há evidência que a casualidade é<br />
bidirecional.<br />
A melhor evidência para estas situações é o<br />
Transtorno Depressivo Maior:<br />
• a insônia aumenta o risco futuro de desenvolver<br />
depressão;<br />
• a insônia é um fator de risco independente para<br />
suicídio em pacientes depressivos;<br />
• a insônia não melhora uniformemente com o<br />
tratamento antidepressivo; e<br />
• a insônia residual pós-tratamento antidepressivo<br />
prediz um maior risco de recaída em Transtorno<br />
Depressivo Maior.<br />
A insônia é uma comorbidade com mais de 90% dos<br />
transtornos mentais e vice-versa, com grande impacto no<br />
tratamento. Desnecessário dizer que uma série de outras<br />
patologias psiquiátricas se acompanham de insônia, mas<br />
nem todas serão abordadas 6 .<br />
Transtornos de sono fazem parte dos critérios do DSM-<br />
IV-R para o diagnóstico de depressão. É interessante saber<br />
que a insônia é fator de risco, bem como prognóstico de<br />
recuperação ou remissão para o primeiro episódio de<br />
depressão ao longo do ciclo de vida, precedendo o primeiro<br />
episódio depressivo em 41% dos casos, e chega a 50%,<br />
segundo alguns trabalhos, os casos de depressão que<br />
permanecem com sintomas residuais de insônia apesar do<br />
tratamento 7 .<br />
A polissonografia favorece muito o diagnóstico de<br />
Transtorno de Humor e os achados mais frequentes são<br />
redução do TTS (Tempo Total do Sono) e da ES (Eficiência<br />
do Sono), aumento da LS (Latência do Sono) e do WASO,<br />
despertar precoce e diminuição da latência REM, redução<br />
do SOL (Sono de Ondas Lentas) e predomínio desse sono<br />
na segunda metade da noite.<br />
O aumento da duração do primeiro episódio REM e da<br />
densidade de MOR durante o sono REM, bem como<br />
a inversão da distribuição temporal do sono REM com<br />
períodos mais prolongados, acontecem no início da noite.<br />
Na ansiedade, a insônia inicial predomina, observando-se<br />
na polissonografia um aumento da LS, redução da ES, do<br />
SOL, e do sono REM, embora não sejam específicos 7 .<br />
Observa-se insônia crônica em cerca de 90% dos pacientes<br />
com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) e 80%<br />
dos com Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT).<br />
Outro achado comum além da insônia nos pacientes com<br />
TEPT, é a presença de pesadelos.<br />
<strong>Insônia</strong> e Distúrbios Psiquiátricos<br />
comórbidos: um problema clínico<br />
significante:<br />
• <strong>Insônia</strong> está associada com o risco aumentado de<br />
doenças psiquiátricas.<br />
• Distúrbios de sono, especialmente quando<br />
persistentes, estão associados com níveis altos de<br />
emergência de novas doenças psiquiátricas.<br />
• Não está claro se o tratamento precoce de transtorno<br />
de sono pode alterar o curso de doença psiquiátrica,<br />
porém o reconhecimento precoce da insônia oferece<br />
a possibilidade de detecção precoce e possível<br />
prevenção de doença psiquiátrica.
<strong>Insônia</strong> Comórbida com Doenças<br />
Médicas<br />
O exemplo clássico a ser aqui abordado é o da<br />
Fibromialgia, embora outras patologias estejam<br />
listadas na tabela abaixo:<br />
Doenças<br />
Endócrinas<br />
Doenças<br />
Musculo-<br />
esqueléticas<br />
Doenças<br />
Genitourinárias<br />
Doenças<br />
Digestivas<br />
Doenças<br />
Pulmonares<br />
Doenças<br />
Cardiovasculares<br />
Doenças<br />
Neurológicas<br />
• Hipotireoidismo<br />
• Hipertireoidismo<br />
• Diabetes<br />
• Artrite reumatoide<br />
• Osteoartrite<br />
• Síndrome de Sjögren<br />
• Cifose<br />
• Incontinência urinária<br />
• Hipertrofia benigna da<br />
próstata<br />
• Noctúria<br />
• Enurese<br />
• Cistite intersticial<br />
• Refluxo Gastroesofágico<br />
• Úlcera Péptica<br />
• Colelitíase<br />
• Enurese<br />
• Síndrome do Colon Irritável<br />
• DBPOC<br />
• Enfisema<br />
• Asma<br />
• Laringospasmo<br />
• Angina<br />
• Insuficiência cardíaca<br />
congestiva<br />
• Arritmias<br />
• AVC<br />
• Demência<br />
• Doença de Parkinson<br />
• Epilepsia<br />
• TCE<br />
• Cefaleias<br />
• Neuropatia Periférica<br />
• Doenças Neuromusculares<br />
Outras • Rinite<br />
• Sinusite<br />
• Bruxismo Noturno<br />
Fibromialgia<br />
<strong>Insônia</strong> e<br />
Pacientes com fibromialgia queixam-se, além da dor<br />
de cansaço persistente, de fadiga física e sensação<br />
de sono não-reparador.<br />
É uma síndrome que acomete muito mais mulheres do<br />
que homens, não tem uma causa específica mas há<br />
relação com transtornos psiquiátricos, especialmente<br />
depressão.<br />
O tratamento compreende uma série de medidas,<br />
desde hidroterapia com água aquecida, massagens,<br />
biofeedback, exercícios e drogas antidepressivas<br />
e miorelaxantes. Aparentemente é um transtorno<br />
incurável e incapacitante.<br />
A polissonografia costuma mostrar um achado<br />
interessante que é a presença do chamado sono alfadelta<br />
ou seja a sobreposição de ritmos rápidos sobre<br />
as ondas lentas em estágio R3 ou estágios de sono<br />
profundo. Embora muito comum, este achado não é<br />
patognomônico da fibromialgia, ocorrendo em outras<br />
patologias dolorosas.<br />
Para entender plenamente a relação entre insônia<br />
e problemas médicos comórbidos, é importante<br />
também determinar a prevalência de insônia em<br />
condições médicas específicas.<br />
Sabemos que somente uma pequena percentagem de<br />
pacientes com insônia terá câncer, mas a prevalência<br />
de insônia em pacientes oncológicos pode ser<br />
muito alta e representar um problema significante,<br />
merecendo mais atenção clinica e de pesquisa.<br />
Um estudo de 3.445 pacientes com doenças crônicas<br />
(HAS, diabete, problemas cardíacos) mostrou que<br />
pacientes com ICC, DBPOC, dor lombar, úlcera,<br />
fratura de fêmur, angina, IAM, osteoartrite e problemas<br />
de próstata, todos tinham mais chance de se queixar<br />
de insônia do que os outros pacientes que não tinham<br />
estes quadros.<br />
Entretanto, os índices de prevalência atuais para insônia<br />
nessas condições médicas são desconhecidos. Outro<br />
estudo encontrou que 18-20% de 601 pacientes com<br />
IRC que negavam queixa de SPI tinham insônia inicial e<br />
de manutenção respectivamente 8 .
<strong>Comorbidades</strong><br />
Sono de Má Qualidade em<br />
idosos está mais frequentemente<br />
relacionado a Doenças Médicas:<br />
• Cardíacas: angina, disfunção do nervo frênico<br />
• Pulmonares: DPOC, tosse<br />
• Gastrointestinais: refluxo noturno<br />
• Endocrinológicas: hipo/ hipertireoidismo, diabetes<br />
• Neurológicas: demência, Doença de Parkinson, AVC, enxaqueca<br />
• Urinários: noctúria, insuficiência renal<br />
<strong>Insônia</strong> Comórbida com Drogas<br />
Uma história completa de insônia deve incluir o uso de<br />
medicações prescritas ou não. Seu efeito ou sua retirada<br />
podem impactar tanto o sono como a atividade diurna.<br />
Listamos abaixo alguns exemplos comuns de substâncias<br />
que têm papel na comorbidade da insônia 9 .<br />
Antidepressivos<br />
Estimulantes<br />
Descongestionantes<br />
Analgésicos<br />
narcóticos<br />
Agentes<br />
Cardiovasculares<br />
Drogas<br />
Pulmonares<br />
• ISRS (fluoxetina,<br />
paroxetina, sertralina,<br />
citalopram, fluvoxamina,<br />
venlafaxina, duloxetina,<br />
IMAO<br />
• Cafeína<br />
• Metilfenidato<br />
• Derivados de Anfetamina<br />
• Pseudoefedrina<br />
• Fenilefrina<br />
• Fenilproparolamina<br />
• Oxicodona<br />
• Codeína<br />
• Propoxifeno<br />
• Betabloqueadores<br />
• Agonistas e antagonistas<br />
do receptor alfa<br />
• Diuréticos<br />
• Agentes antilipídicos<br />
• Teofilina<br />
• Albuterol<br />
• Álcool<br />
SUMÁRIO<br />
<strong>Comorbidades</strong><br />
• Doenças médicas<br />
• Transtornos do Sono e do Ritmo Circadiano<br />
• Transtornos Mentais<br />
• Uso ou retirada de drogas e álcool<br />
Condições Associadas com <strong>Insônia</strong><br />
1. Médicas<br />
• DBPOC, asma<br />
• RGE<br />
• Síndromes dolorosas<br />
• Doença cardiovascular<br />
• Insuficiência cardíaca congestiva<br />
• Hipertireoidismo<br />
• Distúrbios de sono: apneia, SPI, PLM<br />
2. Psiquiátricas<br />
• Depressão<br />
• Ansiedade, Pânico<br />
• Estresse Pós-traumático<br />
• Abuso de álcool e drogas<br />
Bibliografia<br />
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519729 - BR-ZOL-11.06.05 Impresso em Julho/2011