29.05.2013 Views

• RinOSSinuSite em CuidadOS de Saúde PRimáRiOS ... - SPORL

• RinOSSinuSite em CuidadOS de Saúde PRimáRiOS ... - SPORL

• RinOSSinuSite em CuidadOS de Saúde PRimáRiOS ... - SPORL

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

controlo local aquando do envolvimento da comissura<br />

anterior era <strong>de</strong> 89 para 74% 8 .<br />

As Laringectomias parciais são oncologicamente<br />

seguras, permitindo um melhor controlo da lesão,<br />

sobretudo no caso <strong>de</strong> haver extensão à comissura<br />

anterior. No entanto, têm resultados funcionais menos<br />

favoráveis que a microcirurgia com LASER. Por outro<br />

lado, <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> recidiva o tumor po<strong>de</strong> progredir nos<br />

trajectos cirúrgicos previamente formados, s<strong>em</strong> que<br />

seja visível endoluminalmente, tornando o seu controlo<br />

clinicamente mais difícil 14 .<br />

Apesar do nosso estudo ter diversas limitações,<br />

nomeadamente no que diz respeito ao número <strong>de</strong><br />

doentes avaliados ser pouco significativo, verificamos<br />

que são todos individuos do sexo masculino, entre os<br />

53 e os 73 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Estes dados estão <strong>de</strong> acordo<br />

com a literatura consultada, <strong>em</strong> que há um predomínio<br />

da incidência dos tumores laríngeos nos individuos <strong>de</strong><br />

sexo masculino, nesta faixa etária. Apesar do t<strong>em</strong>po<br />

<strong>de</strong> follow-up ser relativamente curto, não verificámos<br />

recidiva tumoral <strong>em</strong> nenhum dos nossos doentes,<br />

incluindo os doentes cujo tumor tinha extensão à<br />

comissura anterior e corda vocal contra-lateral.<br />

Apesar <strong>de</strong> todos os doentes ter<strong>em</strong> sido estadiados<br />

(Classificação TNM) entre o Estadio 0 e o Estadio 2, o<br />

tipo <strong>de</strong> cirurgia laser variou. Num doente foi realizada<br />

Cor<strong>de</strong>ctomia pouco extensa (Tipo I), nos restantes<br />

doentes realizou-se Cor<strong>de</strong>ctomia tipo III, IV ou V.<br />

Relativamente aos resultados vocais dos doentes<br />

verificamos que quanto mais extensa for a cor<strong>de</strong>ctomia,<br />

piores são os resultados. Este resultado não é<br />

surpreen<strong>de</strong>nte, uma vez que quando se realiza uma<br />

cor<strong>de</strong>ctomia ocorre ressecção do músculo vocal e há<br />

uma cicatrização local impedindo a vibração normal da<br />

corda vocal.<br />

S<strong>em</strong>pre que se proce<strong>de</strong> a uma cor<strong>de</strong>ctomia altera-<br />

-se a anatomia laríngea, alterando-se igualmente a<br />

vibração das cordas vocais e a qualida<strong>de</strong> vocal. Apesar<br />

<strong>de</strong> os resultados vocais não ser<strong>em</strong> 100% satisfatórios<br />

nos doentes com tumores glóticos submetidos<br />

a cor<strong>de</strong>ctomia com LASER, estes preservaram a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação vocal, s<strong>em</strong> recidiva <strong>de</strong><br />

doença. Para o doente, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação<br />

verbal e a qualida<strong>de</strong> da mesma são muito importantes,<br />

assumindo uma relevância quase idêntica à do controlo<br />

da patologia tumoral.<br />

Relativamente aos tumores glóticos <strong>em</strong> estadio inicial,<br />

sabe-se que quando tratados com radioterapia os<br />

doentes têm uma melhor qualida<strong>de</strong> vocal do que com<br />

cirurgia LASER ou cor<strong>de</strong>ctomia via aberta. No entanto,<br />

apresentam algumas <strong>de</strong>svantagens, nomeadamente<br />

a não erradicação da doença a longo prazo e a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> persistência <strong>de</strong> microfocos tumorais.<br />

Actualmente, a <strong>de</strong>cisão terapêutica relativa a doentes<br />

oncológicos <strong>de</strong> Otorrinolaringologia, é feita na Consulta<br />

da Grupo <strong>de</strong> Decisão Terapêutica <strong>de</strong> Oncologia, com<br />

colegas <strong>de</strong> outras áreas, nomeadamente <strong>de</strong> Oncologia,<br />

Radioterapia e Imagiologia. A <strong>de</strong>cisão do tratamento <strong>de</strong><br />

cada doente é discutida, tendo <strong>em</strong> conta a patologia<br />

<strong>em</strong> causa e as características do doente, tentando,<br />

<strong>de</strong>sta forma, tomar a optar pela terapêutica mais<br />

acertada caso a caso. A <strong>de</strong>cisão do tipo <strong>de</strong> tratamento<br />

é igualmente discutida com o doente, apresentando<br />

as vantagens e <strong>de</strong>svantagens <strong>de</strong> cada um tratamentos<br />

disponíveis.<br />

A nossa escolha <strong>de</strong> tratar doentes com tumores laríngeos<br />

iniciais com cirurgia LASER <strong>de</strong>ve-se ao facto <strong>de</strong> termos<br />

bons resultados no controlo tumoral. Para além disso, é<br />

um tratamento com pouca morbilida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> baixo custo,<br />

não apresentando os possíveis efeitos secundários<br />

da Radioterapia: xerostomia, probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong>ntários,<br />

<strong>de</strong>rmite rádica, hipotiroidismo e tumor secundário a<br />

radioterapia, entre outros. É <strong>de</strong> salientar que apesar<br />

da radioterapia ser um tratamento mais conservador,<br />

provoca rigi<strong>de</strong>z e fibrose nos tecidos irradiados, pelo<br />

que, na eventualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> haver uma recidiva tumoral e<br />

na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção cirúrgica por via aberta<br />

é menos dificil operar um doente que não tenha sido<br />

previamente submetido a radioterapia, uma vez que<br />

intra-operatoriamente há uma melhor <strong>de</strong>finição dos<br />

planos cirúrgicos e uma menor retracção tecidual.<br />

Em termos globais os nossos resultados são<br />

sobreponíveis aos <strong>de</strong> outros estudos internacionais.<br />

Verificámos que a técnica com cirurgia transoral<br />

com LASER <strong>de</strong> CO2 é eficaz e segura no controlo dos<br />

tumores glóticos iniciais. Os doentes têm uma baixa<br />

morbilida<strong>de</strong>, uma qualida<strong>de</strong> vocal bastante satisfatória.<br />

Relativamente aos custos, com a Cirurgia LASER são<br />

mais baixos do que nas restantes opções terapêuticas, o<br />

que se <strong>de</strong>ve fundamentalmente a dois factores: o t<strong>em</strong>po<br />

necessário para o tratamento do doente e o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong><br />

internamento no pós-operatório 1,2 .<br />

CONCLUSÃO<br />

Os carcinomas glóticos <strong>em</strong> estadio inicial são tumores<br />

com excelente prognóstico quer <strong>em</strong> relação à função,<br />

quer à sobrevida.<br />

Exist<strong>em</strong> três modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento recomendadas<br />

com resultados oncológicos comparáveis: radioterapia,<br />

laringectomia parcial via aberta e, mais recent<strong>em</strong>ente,<br />

cor<strong>de</strong>ctomia transoral com LASER.<br />

Cada opção terapêutica t<strong>em</strong> as suas vantagens e<br />

<strong>de</strong>svantagens no tratamento do carcinoma glótico.<br />

Assim, a escolha da modalida<strong>de</strong> terapêutica <strong>de</strong>ve ter <strong>em</strong><br />

VOL 50 . Nº1 . MARÇO 2012 31<br />

ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!