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FERNANDA SATURNO MARTINS<br />

COMPLICAÇÕES PULMONARES PÓS-OPERATÓRIAS DE CIRURGIAS<br />

ABDOMINAIS ALTAS E ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA<br />

Tubarão, 2005


FERNANDA SATURNO MARTINS<br />

COMPLICAÇÕES PULMONARES PÓS-OPERATÓRIAS DE CIRURGIAS<br />

ABDOMINAIS ALTAS E ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA<br />

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao<br />

Curso de Fisioterapia, como requisito à obtenção do<br />

grau de Bacharel em Fisioterapia.<br />

Universidade do Sul de Santa Catarina<br />

Orientador Prof° Esp. George Jung da Rosa<br />

Tubarão, 2005


FERNANDA SATURNO MARTINS<br />

COMPLICAÇÕES PULMONARES PÓS-OPERATÓRIAS DE CIRURGIAS<br />

ABDOMINAIS ALTAS E ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA<br />

Este trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e<br />

adequado à obtenção do grau de Bacharel em<br />

Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo<br />

Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de<br />

Santa Catarina.<br />

Universidade do Sul de Santa Catarina.<br />

Tubarão, 27 de junho de 2005<br />

___________________________________<br />

Prof° Esp. George Jung da Rosa<br />

Universidade do Sul de Santa Catarina.<br />

___________________________________<br />

Prof ª Esp. Michelle Cardoso Machado<br />

Universidade do Sul de Santa Catarina.<br />

___________________________________<br />

Profº Esp. Kelser de Souza Koch<br />

Universidade do Sul de Santa Catarina.


AGRADECIMENTOS<br />

Primeiramente agradeço a Deus por me fornecer saúde, disposição e proteção<br />

durante esta longa caminhada.<br />

Aos meus pais, José e Alci, que sempre acreditaram e contribuíram para minha<br />

formação e me apoiaram sendo qual fosse a decisão por mim tomada.<br />

Aos meus amigos que compartilharam os melhores momentos da vida.<br />

Especialmente Carla, que também muito contribuiu com o meu trabalho.<br />

Ao meu irmão Junior, que muitas vezes me socorreu em situações de desespero.<br />

Ao meu orientador George, pela dedicação, compreensão e amizade.<br />

Aos professores do curso de fisioterapia que se dedicaram ao transmitir seu<br />

conhecimento e experiência por eles vivenciados, em destaque para professora Michelle<br />

Cardoso que me auxiliou elaborar o projeto.<br />

A todos vocês minha eterna gratidão.


“Jamais poderemos compreender o que o outro<br />

espera de nós. Mas ainda é preferível fazer, a<br />

nada fazer pelo medo de errar”.<br />

(Peter Bamm)


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1 – Vias respiratórias ............................................................................................... 18<br />

Figura 2 – Contração e expansão da caixa torácica ............................................................... 25<br />

Figura 3 – Espirômetro......................................................................................................... 27<br />

Figura 4 – Volumes e capacidades <strong>pulmonares</strong>..................................................................... 28<br />

Figura 5 – Relações volume versus pressões elásticas do sistema respiratório ...................... 33<br />

Figura 6 - Anatomia normal do esôfago................................................................................ 37<br />

Figura 7 – Regiões anatômicas do estômago ........................................................................ 39<br />

Figura 8 – Anatomia do fígado............................................................................................. 40<br />

Figura 9 – Anatomia Pâncreas.............................................................................................. 42<br />

Figura 10 – Anatomia vesícula biliar.................................................................................... 43<br />

Figura 11 – Incisões laparotômicas....................................................................................... 47<br />

Figura 12 – Incisões laparotômicas....................................................................................... 47<br />

Figura 13 – Cirurgia laparoscópica e aberta de vesícula........................................................ 50


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1 – Cálculo da capacidade vital em indivíduos maiores de 15 anos ........................... 30<br />

Tabela 2 – Cálculo da capacidade pulmonar total em indivíduos maiores de 15 anos............ 30<br />

Tabela 3 – Comparação de <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> entre cirurgias do abdome superior e<br />

inferior................................................................................................................................. 53<br />

Tabela 4 – Classificação do risco de ocorrência de <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> no <strong>pós</strong>-<br />

operatório de cirurgia geral proposta por Torrington e Hendersen ........................................ 55<br />

Tabela 5 – Manifestações clínicas da insuficiência respiratória aguda................................... 64<br />

Tabela 6 – Indicações para suporte ventilatório .................................................................... 65


RESUMO<br />

A freqüência dos procedimentos cirúrgicos aumentou progressivamente nas ultimas décadas.<br />

Estima-se que 14 milhões de cirurgias são realizadas anualmente no Brasil e cerca de 40% das<br />

hospitalizações neste país envolvam algum tipo de tratamento cirúrgico. A cirurgia abdominal<br />

alta, ou seja, aquela realizada acima da cicatriz umbilical, possui alto índice de<br />

comprometimento pulmonar já que a cavidade abdominal tem estreita relação com o<br />

diafragma e com a caixa torácica. As principais <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> <strong>pós</strong>-<strong>operatórias</strong> são<br />

atelectasia, insuficiência respiratória aguda, infecção respiratória aguda, ventilação mecânica<br />

e/ou intubação orotraqueal prolongadas. Nas cirurgias mais realizadas encontram-se a<br />

colecistectomia, laparotomia, gastrectomia e esofagectomia. O fisioterapeuta tem um papel<br />

importante a desempenhar na avaliação dos pacientes que estão sendo preparados para<br />

cirurgia e que correm risco de desenvolver <strong>complicações</strong> que podem ser evitadas pelo<br />

profissional atento. Reunimos nesse estudo, os principais trabalhos disponíveis, em forma de<br />

livros, artigos científicos e revistas publicadas, com o objetivo de agrupar e apontar a<br />

evolução de conhecimento sobre o tema e resumindo o que é realmente de interesse. Foram<br />

utilizadas as referências disponíveis nas bibliotecas da Universidade do Sul de Santa Catarina<br />

– UNISUL, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Universidade do Estado de<br />

Santa Catarina – UDESC e artigos científicos em bancos de dados disponíveis na internet. O<br />

resultado do estudo demonstrou controvérsias aos fatores preditivos das <strong>complicações</strong>,<br />

destacando-se o estado nutricional, idade do paciente, espirometria e tabagismo. A literatura<br />

tem consenso diante: tempo operatório, anestesia, tipo de incisão e doença pulmonar prévia.<br />

Palavras - chave: Cirurgias abdominais altas, <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong>, fisioterapia.


ABSTRACT<br />

The frequency of the surgical procedures increased gradually in the last decades. There is<br />

esteem that 14 million surgeries are carried through annually in Brazil and about 40% of<br />

hospitalizations in this country involve some type of surgical treatment. The high abdominal<br />

surgery, or either, that one carried through above of the umbilical scar, has a high level of<br />

pulmonary compromising since the abdominal socket has narrow relation with the diaphragm<br />

and the thoraxic box. The main postoperative pulmonary complications are atelectasis, acute<br />

respiratory insufficience, acute respiratory infection, mechanic ventilation and/or prolongued<br />

orotraqueal intubation. In the most made surgeries there are found colecistectomia,<br />

laparotomia, gastrectomia and esofagectomia. The physiotherapist has an important paper to<br />

play in the evaluation of the patients who are being prepared for surgery and that they run risk<br />

to develop complications that can be prevented by the intent professional. We congregate in<br />

this study, the main available works, in form of books, scientific articles and published<br />

magazines, with the objective to regroup and to point the knowledge evolution on the subject<br />

and summarizing what it is really of interest. There were used the available references in the<br />

libraries of the University of the South of Santa Catarina - UNISUL, Federal University of<br />

Santa Catarina - UFSC, University of the State of Santa Catarina - UDESC and scientific<br />

articles in available data bases in internet. The result of the study demonstrated controversies<br />

in relation with the presaged factors of the complications, being distinguished the nutricional<br />

state, age of the patient, espirometria and tobaccoism. The titerature has consensus about:<br />

operating time, anesthesia, type of incision and previous pulmonary illness.<br />

Key - words : High abdominal surgeries, pulmonary complications, phisiotherapy.


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 12<br />

2 SISTEMA RESPIRATÓRIO......................................................................................... 15<br />

2.1 Anatomofisiologia................................................................................................ 15<br />

2.2 Respiração........................................................................................................... 20<br />

2.3 Músculos respiratórios........................................................................................ 23<br />

2.4 Volumes e capacidades <strong>pulmonares</strong> ............................................................................ 26<br />

2.5 Mecânica respiratória .................................................................................................. 31<br />

3 ABDOME: ANATOMOFISIOLOGIA ......................................................................... 35<br />

3.1 Cavidade abdominal..................................................................................................... 35<br />

3.2 Componentes do abdome superior .............................................................................. 36<br />

3.2.1 Esôfago ....................................................................................................................... 36<br />

3.2.2 Estômago .................................................................................................................... 38<br />

3.2.3 Fígado ......................................................................................................................... 39<br />

3.2.4 Pâncreas ..................................................................................................................... 41<br />

3.2.5 Vesícula biliar ............................................................................................................. 42


4 CIRURGIAS ABDOMINAIS ......................................................................................... 44<br />

4.1 Laparotomia ................................................................................................................. 45<br />

4.1.1 Classificação ............................................................................................................... 46<br />

4.2 Gastrectomia ................................................................................................................ 48<br />

4.3 Colecistectomia............................................................................................................. 49<br />

4.4 Esofagectomia............................................................................................................... 50<br />

4.5 Gastroplastia ................................................................................................................ 51<br />

5 COMPLICAÇÕES PULMONARES PÓS-OPERATÓRIAS ....................................... 52<br />

5.1 Atelectasia com repercussão clínica............................................................................. 58<br />

5.2 Infecções Respiratórias agudas: pneumonia e broncopneumonia.............................. 61<br />

5.3 Insuficiência Respiratória aguda................................................................................. 63<br />

5.4 Intubação Orotraqueal ou ventilação mecânica prolongada..................................... 65<br />

6 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NAS COMPLICAÇÕES PULMONARES PÓS-<br />

OPERATÓRIAS DE CIRURGIAS ABDOMINAIS ALTAS .......................................... 68<br />

6.1 Assistência fisioterapêutica no pré-operatório ............................................................ 69<br />

6.2 Assistência fisioterapêutica no <strong>pós</strong>-operatório............................................................ 71<br />

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 73<br />

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 75


INTRODUÇÃO<br />

Ao longo dos anos, verifica-se o aumento progressivo do número de<br />

procedimentos cirúrgicos realizados no Brasil. A própria evolução tecnológica dos aparelhos<br />

e técnicas cirúrgicas provê subsídios para este traçado ascendente na quantidade de pessoas<br />

submetidas a um procedimento invasivo.<br />

Entretanto, de qualquer procedimento cirúrgico advém <strong>complicações</strong>, resultantes<br />

da interação do estado físico do paciente e de aspectos relacionados à cirurgia ao qual o<br />

mesmo é submetido, que podem comprometer o estado geral do paciente.<br />

As <strong>complicações</strong> decorrentes da disfunção ventilatória são comuns nos pacientes<br />

cirúrgicos e estão entre as mais letais.<br />

A compreensão das alterações que se produzem sobre o aparelho respiratório<br />

durante o ato cirúrgico e no período <strong>pós</strong>-operatório é de grande importância para o<br />

dimensionamento da relação custo-benefício de determinado procedimento.<br />

Todo ato cirúrgico se faz acompanhar de algum grau de disfunção respiratória,<br />

mesmo quando os pulmões não se encontram diretamente envolvidos.<br />

A abordagem do paciente cirúrgico envolve uma equipe multiprofissional e as<br />

<strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> <strong>pós</strong>-<strong>operatórias</strong> (CPPO) que podem ocorrer são considerados<br />

fatores de preocupação entre os mesmos, principalmente nas cirurgias de tórax e abdômen<br />

alto.<br />

12


As <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> são freqüentes no <strong>pós</strong>-operatório de quaisquer<br />

cirurgias, porém sua incidência é maior em cirurgias torácicas e abdominais. As cirurgias<br />

abdominais, realizadas por incisão acima da cicatriz umbilical, têm uma incidência de<br />

<strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> maior que as que envolvem incisão abaixo desta (FILARDO;<br />

FARESIN; FERNANDES; 2002).<br />

Várias são as cirurgias que envolvem esta área, dentre elas citamos as mais<br />

realizadas segundo Martins (1999). Laparotomia, gastrectomia, colecistectomia,<br />

esofagectomia e gastroplastia.<br />

Os pacientes submetidos à cirurgia torácica comportam-se como aqueles que<br />

fazem CAA, e as principais <strong>complicações</strong> são atelectasia, insuficiência respiratória aguda,<br />

ventilação mecânica e/ou intubação traqueal prolongadas, broncoespasmo e pneumonia. A<br />

ocorrência destas <strong>complicações</strong> está intimamente ligada à existência de fatores de risco pré-<br />

operatórios.<br />

Devido à alta incidência de <strong>complicações</strong> respiratórias nas cirurgias de abdômen<br />

superior e sua correlação com um tempo maior de internação hospitalar e graus mais elevados<br />

de morbi-mortalidade, diversos trabalhos têm sido realizados para prever pacientes de alto<br />

risco de desenvolver <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> no <strong>pós</strong>-operatório.<br />

A crescente, porém, ainda incipiente inserção e participação do fisioterapeuta nos<br />

cuidados do paciente cirúrgico, assim como sua contribuição na prevenção, atenuação e, em<br />

algumas situações reversão de algumas das CPP, encorajou-nos a discorrer nesse trabalho<br />

sobre o papel desse profissional e das técnicas por ele empregadas.<br />

Motivados pela grande freqüência deste tipo de cirurgia, consideramos relevante o<br />

levantamento de dados expondo a ocorrência de alterações ventilatórias em pacientes<br />

submetidos às cirurgias abdominais altas, para então, despertar maior interesse dos


profissionais em atuar nessa área, proporcionando para esses pacientes um <strong>pós</strong>-operatório<br />

exitoso.<br />

O encadeamento do trabalho dá-se em cinco etapas, e dessa forma apresentamos<br />

os tópicos indispensáveis à integral compreensão do estudo: anatomofisiologia do sistema<br />

respiratório, considerações sobre cavidade abdominal, cirurgia abdominal alta, <strong>complicações</strong><br />

<strong>pós</strong>-<strong>operatórias</strong> e fisioterapia respiratória. Objetivando facilitar o entendimento do tema<br />

proposto, e deixar claro os fatores predisponentes das <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> <strong>pós</strong>-<br />

<strong>operatórias</strong>.<br />

O estudo trata-se de levantamento de bibliografias já publicadas, em forma de<br />

livros, revistas e artigos científicos. Hossne e Vieira (2002) afirmam que uma revisão<br />

bibliográfica deve, então, mostrar a evolução de conhecimento sobre o tema, apontando falhas<br />

e acertos, fazendo criticas e elogios e resumindo o que é, realmente, de interesse.<br />

Como subsídios para este estudo, utilizamos as referências disponíveis nas<br />

bibliotecas da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL, Universidade Federal de<br />

Santa Catarina – UFSC, Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, artigos<br />

científicos em bancos de dados disponíveis na internet.<br />

Os artigos que foram pesquisados através de bancos de dados na internet foram<br />

extraídos dos sites da bireme, scielo, scholar google, pubmed, portal capes e lilacs. Como<br />

palavras chave: cirurgia abdominal alta; <strong>complicações</strong> <strong>pós</strong>-operatorias; upper abdominal<br />

surgery; post-operative chest physioterapy; pulmonary complications. Os demais em revistas<br />

e jornais científicos impressos e outras publicações de referência. Teve como prioridades as<br />

bibliografias publicadas nos ultimos dez anos (1996 a 2005).<br />

14


2 SISTEMA RESPIRATÓRIO<br />

2.1 Anatomofisiologia<br />

O sistema respiratório, como todos os demais sistemas do corpo humano, não tem<br />

um funcionamento independente e isolado, mas trabalha em interação com outros órgãos e<br />

sistemas (COSTA, 1999).<br />

O sistema respiratório do ser humano pode ser definido, de modo geral e sucinto,<br />

como um sistema de vias aéreas (superiores e inferiores), unido a um par de pulmões<br />

(principal órgão da respiração), os quais revestidos pela pleura pulmonar e estão contidos na<br />

caixa torácica. Funcionalmente, o sistema respiratório está ligado ao coração e interage com o<br />

sistema circulatório no processo de trocas gasosas, promovendo o organismo de oxigênio, sua<br />

função fundamental (COSTA, 1999).<br />

Para fins práticos, dividem-se as vias respiratórias em:<br />

Trato respiratório superior, que inclui o nariz, a boca, a faringe, a laringe e as cavidades<br />

sinusais na cabeça.<br />

Trato respiratório inferiores, que inclui a traquéia, os brônquios, o diafragma e os pulmões<br />

(ARNOULD-TAYLOR, 1999).<br />

A cavidade nasal é dividida por um septo central, o septo nasal, mantendo<br />

comunicação com o meio externo (através das narinas) e com a nasofaringe. As paredes<br />

15


laterais da cavidade nasal possuem varias projeções que tornam a superfície irregular,<br />

causando turbulência do fluxo de ar que passa pelas vias nasais (PALASTANGA, 2000).<br />

O ar inspirado em seu trajeto pelas vias aéreas superiores é filtrado, umidificado,<br />

e aquecido até entrar em equilíbrio com a temperatura corporal (AIRES,1999). A cavidade<br />

nasal é, a principal responsável pela purificação (filtração, umidificação e aquecimento) do ar<br />

inalado (COSTA, 1999). As vias aéreas superiores atuam, por conseguinte, acondicionando o<br />

ar, protegendo do ressecamento, do desequilíbrio térmico e da agressão por partículas<br />

poluentes de grande tamanho as regiões mais internas do sistema (AIRES, 1999). Os pelos na<br />

entrada das narinas e, principalmente, a turbulência nasal é os mecanismos responsáveis pela<br />

remoção de partículas estranhas trazidas pelo ar (GUYTON; HALL, 1998).<br />

O complexo nasobucofaringolaríngeo, situado na parte anterior da faringe,<br />

compõe a denominada “garganta”. Pode ser compreendido como uma “válvula ar-alimento”.<br />

Isto é, no momento da deglutição a base da língua faz um movimento de retroversão,<br />

liberando a cartilagem epiglote (até então tracionada para frente), que, por sua vez, irá obstruir<br />

a passagem de ar para a faringe e, conseqüentemente, impedir que o alimento (sólido ou<br />

liquido) invada as vias aéreas inferiores. Ao mesmo tempo em que isso ocorre, o alimento é<br />

conduzido á faringe e em seguida ao esôfago. O inverso desse processo se dá quando, nas<br />

fases da respiração, a epiglote volta para frente, dando passagem ao ar (COSTA, 1999).<br />

Já constituindo o trato respiratório inferior (ou arvore traqueobrônquica), a<br />

traquéia projeta-se de C6 até o ângulo do esterno, ao nível da quarta ou quinta vértebras<br />

torácicas (T4 ou T5), bifurcando-se, neste ponto, nos brônquios principais direito e esquerdo.<br />

O local de bifurcação da traquéia chama-se Carina. O brônquio direito é mais verticalizado<br />

em comparação com o esquerdo, motivos pelo quais materiais estranhos inalados tendem a se<br />

dirigir para o pulmão direito (PALASTANGA, 2000). Cada brônquio principal se divide em<br />

brônquios lobares; estes se subdividem em brônquios segmentares; cada brônquio segmentar<br />

16


vai-se subdividindo até chegar (a<strong>pós</strong> 16 gerações) aos bronquíolos terminais. Os bronquíolos<br />

terminais vão-se dividindo em bronquíolos respiratórios (SILVERIA, 2000) que se dividem<br />

em dutos alveolares e sacos alveolares. Os bronquíolos terminais são estruturas das vias<br />

aéreas inferiores, apresentando espessura menor e, conseqüentemente menor luz. Cada<br />

pequeno brônquio da origem a aproximadamente 20 bronquíolos terminais (COSTA, 1999).<br />

Os bronquíolos respiratórios situam-se entre os bronquíolos terminais e os alvéolos. Devido a<br />

fina parede (camada de epitélio cúbico não ciliado) e a rica rede capilar que existe nesse local,<br />

em algumas regiões já começa a surgir uma interação do ar com o sangue (troca gasosa). Sua<br />

morfologia se assemelha à dos alvéolos. Esse segmento já não é considerado via de condução,<br />

mas, em companhia dos alvéolos, constitui a área de troca gasosa (COSTA, 1999). Os<br />

alvéolos localizam-se na periferia destas ultimas estruturas e estão em contato com uma rede<br />

de capilares através da membrana alvéolo-capilar, onde ocorrem as trocas gasosas (KISNER;<br />

COLBY, 1998).<br />

As vias aéreas devem-se se manter abertas a fim de proporcionar a fácil passagem<br />

do ar para dentro e para fora dos alvéolos. Isto é possível pela presença de estruturas que<br />

evitam o colapso como placas cartilaginosas e musculatura lisa, as quais compõem a parede<br />

da traquéia, dos brônquios e dos bronquíolos. Em alguns casos, a excessiva contração da<br />

musculatura lisa dos brônquios e dos bronquíolos reduz o diâmetro destes canais provocando<br />

muitas doenças <strong>pulmonares</strong> obstrutivas (GUYTON; HALL, 1998).<br />

Como vimos, a traquéia se divide em brônquios principais; cada brônquio<br />

principal se divide em brônquios lobares; estes se subdividem em brônquios segmentares;<br />

cada brônquio segmentar vai-se subdividindo até chegar aos bronquíolos terminais. A esse<br />

conjunto de tubos até o bronquíolo terminal se denomina vias respiratórias de condução.<br />

Essas vias não contêm alvéolos e, por isso, não participam das trocas gasosas, correspondendo<br />

ao espaço morto anatômico (SILVERIA, 2000). Muito do ar que é puxado para as passagens<br />

17


espiratórias, a cada respiração, nunca atinge os alvéolos, por encher as passagens como o<br />

nariz, a faringe, a traquéia e os brônquios. Em seguida esse ar é expirado, sem nunca ter<br />

entrado nos alvéolos. Do ponto de vista da oxigenação do sangue, esse ar é completamente<br />

inútil, por isso as passagens respiratórias formam o espaço morto. O volume total desse<br />

espaço é, normalmente, de 150ml, o que quer dizer que, durante a inspiração de volume<br />

corrente normal de 500ml, apenas 350ml de ar novo chegam aos alvéolos (GUYTON, 1993.<br />

A figura 1 mostra o sistema respiratório, com ênfase especial nas vias aéreas. O ar<br />

é distribuído para os pulmões por meio da traquéia, doa brônquios e dos bronquíolos. Um dos<br />

problemas mais importantes em todas as vias aéreas é mantê-las aberta para permitir a<br />

passagem do ar para dentro e para fora dos alvéolos com facilidade (GUYTON; HALL,<br />

2002).<br />

Figura 1 – Vias respiratórias<br />

Fonte: Guyton e Hall (2002, p. 413)<br />

No interior dos alvéolos existe um liquido denominado surfactante, que mantém<br />

uma tensão suficiente para que não ocorra colabamento nem hiperdistensão (COSTA, 1999).<br />

As vantagens da ação do surfactante pulmonar são: aumentar a complacência pulmonar,<br />

facilitando a expansão do pulmão; promover a estabilidade alveolar; ajudar na manutenção<br />

18


dos alvéolos secos; e evitar o colabamento alveolar. Por esses motivos à perda do surfactante<br />

pulmonar acarreta alterações negativas como pulmões rígidos pela redução da complacência<br />

pulmonar, áreas de atelectasia (ou seja, de colabamento pulmonar) e alvéolos cheios de<br />

transudato, dificultando a troca gasosa (WEST, 1996).<br />

O pulmão é estrutura elástica que colapsa como um balão e expele todo o seu ar<br />

pela traquéia, sempre que não houver qualquer força para mante-lo inflado. Além disso, não<br />

há qualquer ponto de fixação entre os pulmões e as paredes da caixa torácica, exceto no ponto<br />

em que cada pulmão se prende ao mediastino, por meio do seu hilo. Com efeito, o pulmão,<br />

literalmente, flutua dentro da cavidade torácica, circundada por fina película de liquido<br />

pleural que lubrifica os movimentos dos pulmões dentro da cavidade (GUYTON; HALL,<br />

2002).<br />

Os pulmões ocupam a maior parte do espaço na cavidade torácica, cada pulmão<br />

jazendo livre dentro da sua cavidade pleural, fixado apenas pela sua raiz ao mediastino.<br />

Conformando-se ao contorno da caixa torácica, cada pulmão possui ápice, base, superfícies<br />

costal, diafragmática e mediastinal e bordos anteriores, inferiores e posterior<br />

(PALASTANGA, 2000). Apresentam um formado piramidal, sendo o ápice a porção<br />

superior, e a base, a inferior. A base é mais elevada anteriormente e mais inferior<br />

posteriormente. Os pulmões são compostos essencialmente por tecido elástico que apresenta<br />

características de uma esponja e denomina-se parênquima pulmonar (COSTA, 1999). O<br />

parênquima pulmonar possui fibras de elastina e colágeno, as quais conferem a este tecido um<br />

grau de força elástica, de tal forma que quando os pulmões estão inflados estas fibras ficam<br />

alongadas e quando os pulmões encontram-se no estado de deflação elas estão contraídas<br />

(GUYTON; HALL, 1998).<br />

O pulmão direito, mais curto, mais largo e mais pesado, é dividido em três lobos<br />

(superior, médio e inferior) por duas fissuras (superior, médio e inferior), enquanto o pulmão<br />

19


esquerdo menor tem apenas dois lobos (superior, incluindo a língula, e inferior), separados<br />

pela fissura obliqua (PALASTANGA, 2000).<br />

Os pulmões são envoltos por um saco pleural, o qual constituído de duas<br />

membranas serosas, a pleura parietal e a pleura visceral. A pleura visceral adere-se ao tecido<br />

pulmonar enquanto a pleura parietal reveste a parede torácica (pleura costal), a superfície<br />

superior do diafragma (pleura diafragmática) e o mediastino (pleura mediastinal)<br />

(PALASTANGA, 2000). O espaço existente entre as pleuras é preenchido por uma fina<br />

camada de liquido pleural que reduz o atrito à medida que as membranas pleurais deslizam-se<br />

sobre a outra. Além disso, a pressão negativa neste espaço é responsável por manter os<br />

pulmões inflados (KISNER; COLBY, 1998).<br />

Da mesma forma que o trato respiratório inferior ramifica-se, o sistema de<br />

irrigação do pulmão também sofre divisões. A partir da artéria pulmonar, a qual recebe o<br />

débito sanguíneo do coração, há uma serie de artérias que se dirigem até uma densa rede de<br />

capilares ao redor dos alvéolos e que retornam ao coração através das veias <strong>pulmonares</strong><br />

(WEST, 1996).<br />

As artérias <strong>pulmonares</strong> estão localizadas na posição antero-posterior em relação<br />

ao brônquio e as veias <strong>pulmonares</strong> também está anteriormente, porem na região inferior<br />

(PALASTANGA, 2000). No inicio do trajeto, as veias <strong>pulmonares</strong>, as artérias <strong>pulmonares</strong> e<br />

os brônquios seguem juntos. À medida que estas estruturas aproximam-se da região periférica<br />

do pulmão, as veias separam-se, passando entre os lóbulos, enquanto que as artérias<br />

<strong>pulmonares</strong> e os brônquios vão para o centro dos lóbulos (WEST, 1996).<br />

2.2 Respiração<br />

A função básica do sistema respiratório é suprir o organismo com oxigênio (O2) e<br />

dele remover o produto gasoso do metabolismo celular, isto é, o gás carbônico (CO2). Nos<br />

20


seres unicelulares, as trocas gasosas ocorrem diretamente entre a célula e o meio circunjacente<br />

por meio da difusão simples. Nos organismos multicelulares, por sua vez, a difusão entre o<br />

meio externo e o interior da massa celular faz-se lentamente, em decorrência da distancia<br />

percorrida pelos gases (AIRES, 1999).<br />

O sistema respiratório possibilita a troca gasosa (O2) e dióxido de carbono (CO2)<br />

entre o ar e os pulmões e o sangue de capilares <strong>pulmonares</strong> através de um processo passivo<br />

denominado difusão passiva (PALASTANGA, 2000). Neste processo, os gases respiratórios<br />

passam dos alvéolos para os capilares sanguíneos que o circundam por diferença no gradiente<br />

de pressão, cujo fator estabelece a passagem do gás do meio de maior pressão para o de<br />

menor pressão. Qualquer alteração em alguma das estruturas que fazem parte deste processo<br />

pode alterar a troca gasosa, como, por exemplo, o espessamento da membrana alvéolo-capilar<br />

na fibrose intersticial ou a desnutrição da parede alveolar nos casos de enfisema pulmonar<br />

(TEIXEIRA; ANTILA; CASTRO, 1999).<br />

A partir da difusão do oxigênio dos alvéolos para o sangue pulmonar, este gás é<br />

transportado pelo sangue por diferentes meios: em solução nos líquidos do plasma e dos<br />

glóbulos vermelhos e em combinação com a hemoglobina. Quando o sangue passa pelos<br />

capilares teciduais, o oxigênio difunde-se através da membrana capilar e dos espaços teciduais<br />

para as células dos tecidos. O movimento do oxigênio nesta direção é causado pela diferença<br />

de pressão. Pelo mesmo principio, o gás resultante do metabolismo celular é difundido das<br />

células para o sangue capilar, sendo este gás transportado como gás em solução, sob a forma<br />

de íon bicarbonato e combinado com a hemoglobina (GUYTON, 1993).<br />

A respiração do homem obedece a dois comandos: nervoso e químico. No<br />

comando nervoso a ritmicidade respiratória está sob o controle de células que pertencem à<br />

formação reticular do bulbo e de células dos centros protuberância. O centro respiratório<br />

bulbar possui componentes inspiratórios e expiratórios, ambos funcionando harmonicamente<br />

21


(SILVERIA, 2000). Um impulso partindo do centro inspiratório, por exemplo, estimula os<br />

músculos da inspiração; estes se contraem, fazendo expandir a caixa torácica e os pulmões.<br />

Quando os pulmões se distendem, surgem impulsos aferentes que, partindo dos alvéolos,<br />

chegam ao centro bulbar expiratório e inibem o centro inspiratório. Com isso o pulmão se<br />

desinsufla (SILVERIA, 2000).<br />

Varias ablações, estimulações e técnicas de registro têm sido usadas para explorar<br />

o cérebro e localizar áreas de controle respiratório. No mínimo duas regiões, no tronco<br />

cerebral, funcionam como controles respiratórios intrínsecos: a área respiratória bulbar e o<br />

centro pneumotáxico, na ponte (tronco cerebral anterior). O tronco cerebral fornece quase que<br />

a completa regulação básica. Mesmo quando o bulbo está separado do restante do cérebro, o<br />

padrão respiratório é essencialmente normal (STAUB, 2000).<br />

A regulação do processo respiratório é realizada pelo centro respiratório, região<br />

composta de muitos grupos de neurônios localizados bilateralmente em áreas do tronco<br />

cerebral. O sistema nervoso ajusta, através destes componentes, a velocidade da ventilação<br />

alveolar de acordo com as necessidades do organismo (GUYTON; HALL, 1998).<br />

A atividade respiratória é ainda influenciada pelas variações das concentrações do<br />

oxigênio (PO2), de dióxido de carbono (PCO2) e de íons hidrogênio (pH). A área<br />

quimiossensitiva, localizada imediatamente abaixo da porção ventral do bulbo, é sensível ás<br />

mudanças das concentrações de dióxido de carbono sanguíneo e de íons hidrogênio.o pH tem<br />

efeito direto sobre os neurônios da área quimiossensitiva, porém não é tão potente quanto o<br />

PCO2 pela dificuldade que os íons hidrogênio têm de atravessar a barreira hematoencefálica<br />

e a barreira entre o sangue e o liquido cefalorraquidiano. O PCO2, por sua vez atravessa<br />

facilmente estas barreiras, de forma que o aumento de PCO2 sanguíneo é acompanhado pelo<br />

aumento de PCO2 do liquido hidrogênios, os quais agem diretamente sobre os neurônios da<br />

área quimiossensitiva. Desta maneira, a atividade respiratória é mais afetada pelas variações<br />

22


de dióxido de carbono, de modo que quando sua concentração eleva, a ventilação aumenta<br />

(GUYTON; HALL, 1998).<br />

As variações da PO2 no sangue são detectadas pelo sistema quimioceptor<br />

periférico, formado por receptores nervosos químicos especiais localizados em diversas áreas<br />

cerebrais. Os quimioceptores podem ser encontrados nos corpos carotídeos, situados<br />

bilateralmente nas bifurcações das artérias carótidas comuns, e nos corpos aórticos,<br />

localizados ao longo do arco da aorta. Destes corpos, fibras nervosas aferentes chegam á área<br />

respiratória dorsal passando pelos nervos glossofaríngeos (no caso dos corpos carotídeos) e<br />

pelo nervo vago (nos corpos aórticos). Quando há diminuição da PO2 sanguínea, os<br />

quimioceptores são excitados provocando aumento da respiração, porém esta resposta não é<br />

tão intensa já que o aumento da respiração gera redução da PCO2 e do pH, que vão promover<br />

depressão do sistema respiratório, contrabalançando a resposta dos quimioceptores. Em<br />

determinadas situações, especialmente quando não há variação da PCO2 e do pH apesar do<br />

aumento da respiração e nos casos de inspiração com baixa concentração de PO2 durantes<br />

dias, o efeito da PO2 baixa sobre a ventilação alveolar é maior (GUYTON; HALL, 1998).<br />

Outros fatores podem afetar a respiração como a dosagem excessiva de<br />

anestésicos, que é talvez a principal causa de depressão respiratória (GUYTON; HALL,<br />

1998).<br />

2.3 Músculos respiratórios<br />

Os músculos respiratórios são músculos esqueléticos estriados que, quando<br />

comparados com os músculos esqueléticos da periferia, apresentam as seguintes<br />

características: maior resistência à fadiga, fluxo sanguíneo elevado, maior capacidade<br />

oxidativa e densidade capilar (AIRES, 1999).<br />

23


O mais importante músculo da inspiração é o diafragma. Divide-se em<br />

hemidiagrama direito e esquerdo. É um septo músculo fibrinoso, em forma de cúpula voltada<br />

cranialmente, que separa a cavidade torácica da abdominal. O diafragma é inervado pelos<br />

nervos frênico direito e esquerdo, originado nos segmentos cervicais 3,4 e 5. Durante a<br />

inspiração basal, a inspiração depende, principalmente, da contração do diafragma. Quando o<br />

diafragma se contrai, o conteúdo abdominal é forçado para baixo e para frente, aumentando,<br />

por conseguinte, o diâmetro cefalocaudal do tórax (AIRES, 1999).<br />

A movimentação do diafragma é responsável por 75% da variação experimentada<br />

pelo volume intratorácico durante as inspirações calmas. Preso a borda inferior da caixa<br />

torácica, esse músculo arqueia-se sobre o fígado e, ao se contrair, move-se para baixo como<br />

um pistão. A excursão diafragmática vai desde 1,5 cm até 7 cm nas inspirações profundas<br />

(GANONG, 2000).<br />

O diafragma é composto de 3 partes: a porção costal, constituída por fibras<br />

musculares que nascem das costelas, no nível da abertura inferior da caixa torácica; a porção<br />

crural, formada por fibras que nascem dos ligamentos situados ao longo das vértebras; e o<br />

tendão central, onde se inserem as fibras costais e crurais (GANONG, 2000).<br />

Os músculos intercotais subdividem-se na sua porção intercondral ou paraesternal<br />

e interóssea. Os músculos intercostais são inervados pelos nervos intercostais que emergem<br />

do primeiro ao 11º segmento torácico da medula espinhal. Os músculos intercostais<br />

interósseos se subdividem em intercostais superficiais externos e internos profundos (AIRES,<br />

1999).<br />

Todos os músculos que elevam a caixa torácica são classificados como músculos<br />

inspiratórios, enquanto os músculos que deprimem a caixa torácica são classificados como<br />

músculos expiratórios. Os músculos mais importantes que elevam a caixa torácica são os<br />

intercostais externos (GUYTON; HALL, 2002).<br />

24


Os músculos que tracionam a caixa torácica para baixo durante a expiração são:<br />

(1) os retos abdominais, que exercem o efeito potente de puxar para baixo as costelas<br />

inferiores, ao mesmo tempo em que, juntamente com os outros músculos abdominais,<br />

empurram o conteúdo para cima, em direção ao diafragma, e (2) intercostais internos<br />

(GUYTON; HALL, 2002).<br />

A figura 2 mostra o mecanismo pelo qual os músculos intercostais externos e<br />

internos atuam na inspiração e na expiração (GUYTON; HALL, 2002).<br />

Figura 2 – contração e expansão da caixa torácica durante a expiração e a inspiração,<br />

demonstrando especialmente a contração do diafragma, a função dos músculos intercostais e a<br />

elevação e a depressão da caixa torácica.<br />

Fonte: Guyton e Hall (2002, p. 406).<br />

A ventilação em repouso pode ser adequadamente mantida pela atuação isolada do<br />

diafragma, ou dos músculos intercostais (GANONG, 2000).<br />

Os músculos escalenos e esternocleidomastóideos, localizados no pescoço, são<br />

músculos acessórios da inspiração e ajudam a elevar a caixa torácica durante períodos de<br />

ventilação vigorosa (GANONG, 2000).<br />

Durante a inspiração, a contração do diafragma traciona para baixo a superfície<br />

inferior dos pulmões. Em seguida, durante a expiração, o diafragma, simplesmente, se relaxa,<br />

25


e a retração elástica dos pulmões, da parede torácica e das estruturas abdominais comprime os<br />

pulmões. Entretanto, durante a respiração intensa, as forças elásticas não são potentes o<br />

suficiente para produzirem a expiração rápida necessária, e a força adicional é obtida,<br />

principalmente, pela contração dos músculos abdominais, que empurra o conteúdo abdominal<br />

para cima, contra a base do diafragma (GUYTON; HALL, 2002).<br />

2.4 Volumes e capacidades <strong>pulmonares</strong><br />

Os movimentos fásicos de entrada e saída de gás dos pulmões constituem a<br />

ventilação. Esses ciclos de inspiração-expiração se repetem, no repouso, a uma freqüência de<br />

12 a 18 ciclos. Denomina-se volume corrente à quantidade de gás mobilizada a cada ciclo<br />

respiratório. O volume de gás ventilado por minuto é o volume minuto ou ventilação global<br />

por minuto. Corresponde ao produto do volume corrente pela freqüência (ZIN, 1998).<br />

Zin (1998) afirma que diversos fatores modificam a ventilação por alterações na<br />

freqüência, no volume corrente e também no ritmo. Naturalmente, essas modificações<br />

recebem denominações especiais:<br />

Eupnéia. É a respiração normal, sem qualquer sensação subjetiva de desconforto.<br />

Taquipnéia. Aumento da freqüência respiratória.<br />

Bradipnéia. Diminuição da freqüência respiratória.<br />

Hiperpnéia. Aumento do volume corrente.<br />

Hipopnéia. Diminuição do volume corrente.<br />

Hiperventilação. Aumento da ventilação global. Mais acertadamente, aumento da<br />

ventilação alveolar além das necessidades metabólicas.<br />

Hipoventilação: Diminuição da ventilação global. Com maior precisão,<br />

diminuição da ventilação dos alvéolos aquém das necessidades metabólicas.<br />

Apnéia. Parada dos movimentos respiratórios ao final de uma expiração basal.<br />

26


Apneuse. Interrupção dos movimentos respiratórios ao final da inspiração.<br />

Dispnéia. Respiração laboriosa, sensação subjetiva de dificuldade respiratória.<br />

Os volumes <strong>pulmonares</strong> podem ser classificados como volumes estáticos<br />

(absolutos) e volumes dinâmicos. Os volumes <strong>pulmonares</strong> estáticos são os resultantes da<br />

complementação de manobras respiratórias, consistindo em compartimentos <strong>pulmonares</strong>. Os<br />

volumes <strong>pulmonares</strong> dinâmicos são os decorrentes de manobras respiratórias forçadas,<br />

expressam variáveis e parâmetros de fluxo aéreo e são medidos através da espirometria<br />

(BARRETO, 2002).<br />

Um método simples para estudar a ventilação pulmonar consiste em registrar,<br />

através do procedimento denominado espirometria, os movimentos de inspiração e de<br />

expiração dos pulmões (GUYTON; HALL, 2002). Representado na figura 3.<br />

Figura 3 – Espirômetro<br />

Fonte: Guyton e Hall (2002, p. 410)<br />

A espirometria é um teste que auxilia na prevenção e permite o diagnóstico e a<br />

quantificação dos distúrbios ventilatórios. A espirometria deve ser parte integrante da<br />

avaliação de pacientes com sintomas respiratórios ou doença respiratória conhecida<br />

(PEREIRA, 2002). De acordo com Saad e Zambon (2001), a espirometria fornece dados<br />

importantes a respeito da gravidade de uma doença pulmonar existente, mas como fator<br />

27


isolado não oferece dados suficientes para previsão de <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> <strong>pós</strong>-<br />

<strong>operatórias</strong>.<br />

A medida dos volumes <strong>pulmonares</strong> estáticos tem lugar na avaliação funcional<br />

pulmonar por varias razões: (1) oferece informação indireta sobre a resistência elástica à<br />

distensão do sistema respiratório – parênquima pulmonar e parede torácica (constituída por –<br />

todas as estruturas extra<strong>pulmonares</strong> que se movem durante o ciclo respiratório, incluindo<br />

parede abdominal) – e sobre a força muscular motora, constituindo-se numa forma aplicada<br />

da determinação das relações volume-pressão; (2) a determinação indireta da elasticidade é<br />

também importante porque a retração elástica contribui para a pressão motriz necessária ao<br />

estabelecimento de fluxos expiratórios forçados; (3) os volumes <strong>pulmonares</strong> influenciam na<br />

resistência ao fluxo aéreo, já que é a elasticidade do parênquima em torno das vias aéreas que<br />

fixa estas estruturas, mantendo-as abertas (fenômeno da interdependência); (4) o tamanho dos<br />

pulmões participa muito de sua reserva mecânica (BARRETO, 2002).<br />

Os volumes <strong>pulmonares</strong> são convencionalmente divididos em quatro volumes<br />

primários e quatro capacidades. A figura 4 ilustra esses volumes e capacidades.<br />

Figura 4 – Volumes e capacidades <strong>pulmonares</strong><br />

Fonte: Guyton e Hall (2002, p. 410)<br />

28


À esquerda da figura 4, estão relacionados os quatro volumes <strong>pulmonares</strong>, que,<br />

somados, formam o volume máximo de expansão dos pulmões. O significado de cada um<br />

desses volumes estão descritos abaixo:<br />

Para West (1996) de cada 500 mililitros de volume corrente, cerca de 150ml<br />

ficam retidos no espaço morto anatômico (ou seja, na zona de condução) e somente o<br />

restante chega aos alvéolos;<br />

O volume de ar que, além do volume corrente pode ser admitido aos pulmões<br />

graças a um esforço inspiratório máximo é o volume de reserva inspiratório (VRI)<br />

(GANONG, 2000). Para Kisner e Colby (1998) no valor médio de 3000ml, refere-se ao<br />

volume de gás que a pessoa pode inspirar a<strong>pós</strong> uma inspiração corrente.<br />

O volume de reserva expiratório (VRE) é o volume máximo adicional de ar que<br />

pode ser eliminado por expiração forçada, a<strong>pós</strong> o término da expiração corrente normal; em<br />

condições normais, é de cerca de 1.000ml (GUYTON; HALL, 2002).<br />

O volume residual (VR) é o volume de ar que permanece nos pulmões a<strong>pós</strong><br />

esforço expiratório máximo. Esse volume é, em média, de cerca de 1.200ml (GUYTON;<br />

HALL, 2002).<br />

Para Guyton e Hall (2002) ao descrever os eventos do ciclo pulmonar, é, algumas<br />

vezes conveniente considerar dois ou mais dos volumes em conjunto. Essas combinações são<br />

denominadas capacidades <strong>pulmonares</strong>. À direita da figura 4 estão relacionadas às capacidades<br />

<strong>pulmonares</strong> importantes, que podem ser descritas da seguinte maneira:<br />

A capacidade vital (CV) é igual á soma do volume de reserva inspiratório com o<br />

volume corrente de reserva expiratório. Trata-se da quantidade máxima de ar que a pessoa<br />

pode expelir dos pulmões a<strong>pós</strong> enche-los ao máximo e, em seguida, expirar completamente<br />

(cerca de 4.600ml);<br />

29


A capacidade inspiratória (CI) é igual á soma do volume corrente com o volume<br />

de reserva inspiratório. Refere-se à quantidade de ar (cerca de 3.500ml) que a pessoa pode<br />

inspirar, começando no nível expiratório normal e distendendo ao Maximo os pulmões.<br />

A capacidade funcional (CF) residual é igual à soma do volume de reserva<br />

expiratório com o volume residual. Refere-se à quantidade de ar que permanece nos pulmões<br />

ao final da expiração normal (cerca de 2.300ml).<br />

A capacidade pulmonar total (CPT) refere-se ao volume máximo que os pulmões<br />

podem alcançar com o maior esforço possível (cerca de 5.800ml); é igual à soma da<br />

capacidade vital com o volume residual.<br />

Todos os volumes e as capacidades <strong>pulmonares</strong> são cerca de 20 a 25% menores<br />

nas mulheres do que nos homens, sendo maiores em pessoas de grande porte e de porte<br />

atlético do que em pessoas de pequeno porte e astênicas (GUYTON; HALL, 2002).<br />

Para Ratto e Jardim (1997), os valores normais da capacidade vital e da<br />

capacidade pulmonar total de indivíduos acima de 15 anos podem ser previstos através das<br />

formulas representadas nas tabela 1 e 2, respectivamente, ambas podendo variar em 20% do<br />

previsto em pessoas normais.<br />

Tabela 1 – cálculo da capacidade vital em indivíduos maiores de 15 anos<br />

CV expressa em ml<br />

Para mulher CV=27,63 – (0,112 x idade) x altura em cm<br />

Para homem CV= 21,78 – (0,101 x idade) x altura em cm<br />

Fonte: Ratto e Jardim (1997, p.148).<br />

Tabela 2 – cálculo da capacidade pulmonar total em indivíduos maiores de 15 anos<br />

Idade CPT<br />

15-34 anos CPT= CV/0,80<br />

35-49 anos CPT= CV/0,7666<br />

Acima de 50 anos CPT= CV/0,692<br />

Fonte: Ratto e Jardim (1997, p.149).<br />

30


Fisiologicamente, os volumes e capacidades <strong>pulmonares</strong> variam em função de<br />

vários fatores, tais como sexo, idade, superfície corporal, atividade física, postura. Visto que<br />

tais volumes podem ser alterados por diversas doenças, faz-se necessário conhecer se estão<br />

normais em um determinado indivíduo. Para tanto, são comparadas a valores padrões médios<br />

obtidos em vários indivíduos do mesmo sexo, idade e altura medidas em repouso (AIRES,<br />

1999).<br />

Pode ocorrer redução da capacidade vital em algumas circunstancias, dentre elas<br />

problemas <strong>pulmonares</strong> (como atelectasia, obstrução de vias aéreas, pneumonia, edema<br />

pulmonar, excisões de parênquima pulmonar), limitação dos movimentos respiratórios (por<br />

depressão dos centros respiratórios, por exemplo), restrição da expansão torácica (por<br />

deformidades torácicas, dor, incisões cirúrgicas no tórax ou abdome) e limitação da descida<br />

do diafragma (como acontece com lesão do nervo frênico) (RATTO; JARDIM, 1997). Outros<br />

fatores provocam diminuição da capacidade vital, como o processo de envelhecimento, a<br />

presença de doenças <strong>pulmonares</strong> obstrutivas e restritivas e a posição de decúbito dorsal em<br />

comparação com a postura vertical (seja em pé ou sentado) (KISNER; COLBY, 1998).<br />

A capacidade pulmonar total sofre redução nos casos de doença pulmonar<br />

restritiva (como atelectasia, fibrose, edema pulmonar, congestão pulmonar, pneumotórax) e<br />

pode estar aumentada no enfisema crônico (RATTO; JARDIM, 1997).<br />

Já o volume residual sofre aumento com a idade e na presença de doenças<br />

<strong>pulmonares</strong> obstrutivas (KISNER; COLBY, 1998) e redução nos casos de fibroses<br />

<strong>pulmonares</strong> ou em doenças que provocam oclusão de grande numero de alvéolos (RATTO;<br />

JARDIM, 1997).<br />

(BARRETO, 2002).<br />

Debilidade do poder dos músculos expiratórios aumenta diretamente o VR<br />

31


Em paralisias bilaterais seletivas do diafragma, a CV apresenta redução em<br />

posição supina – de mais de 50% de seu valor em ortostatismo, a CPT está reduzida e o VR<br />

pode estar normal ou com aumento leve (BARRETO, 2002).<br />

2.5 Mecânica respiratória<br />

De acordo com Zin (1998) o processo cíclico da respiração envolve trabalho<br />

mecânico por parte dos músculos respiratórios. O individuo sadio em repouso respira sem ter<br />

consciência do esforço realizado. A pressão motriz do sistema respiratório, que em condições<br />

normais é aquela gerada pela contração muscular durante a inspiração, precisa vencer forças<br />

elásticas e de resistência para conseguir encher os pulmões e movimentar a parede torácica.<br />

O sistema respiratório é formado por dois componentes: o pulmão e a parede<br />

torácica. Esta é composta por todas as estruturas que se movem durante o ciclo respiratório, à<br />

exceção do pulmão. A parede abdominal se move para fora durante a inspiração, retornando<br />

ao seu ponto de repouso ao longo da expiração. Portanto, o abdome faz parte da parede<br />

torácica.<br />

Os pulmões são separados da parede torácica pelo espaço pleural. Cada pulmão<br />

tem acoplado a si a pleura visceral, que ao nível dos hilos <strong>pulmonares</strong> se reflete, recobrindo o<br />

mediastino, o diafragma e a face interna caixa torácica.<br />

Para que ocorra troca gasosa é necessário que uma certa quantidade de ar atinja os<br />

alvéolos <strong>pulmonares</strong> e que os capilares que os rodeiam recebam quantidade adequada de<br />

sangue. A movimentação de ar no pulmão implica a produção de trabalho, e cada individuo,<br />

ajusta a freqüência e a profundidade de sua respiração no sentido de obter uma ventilação<br />

alveolar satisfatória com um mínimo de esforço (RATTO; JARDIM, 1997)<br />

32


Alguns tecidos do pulmão e da parede torácica possuem propriedades elásticas, de<br />

modo que, quanto mais intensa a pressão gerada pelos músculos respiratórios, maior o volume<br />

inspirado (ZIN, 1998).<br />

Zin (1998) afirma que os pulmões exibem retração elástica muito semelhante à de<br />

uma mola distendida. Em todos os volumes <strong>pulmonares</strong>, nota-se que eles sempre tendem a se<br />

retrair, como mostrado na figura 5.<br />

Figura 5 – Relações volume versus pressões elásticas do sistema respiratório, pulmão e parede<br />

torácica.<br />

Fonte: Zin (1998 p.43).<br />

Além dessa propriedade elástica de se assemelhar a uma mola, pertinente aos<br />

próprios tecidos <strong>pulmonares</strong>, os pulmões ainda apresentam um segundo componente a<br />

contribuir para suas características elásticas: a tensão superficial do liquido que recobre a zona<br />

de trocas, chamada surfactante.<br />

Numa respiração em repouso, a contração dos músculos respiratórios ocorre<br />

somente durante o processo inspiratório, sendo este um processo que dispende energia.<br />

Durante a respiração normal, são necessários apenas 3% a 5% da energia total de trabalho<br />

gasta pelo corpo para o processo de ventilação pulmonar (GUYTON; HALL, 1998).<br />

33


A expiração, durante a respiração em repouso (ou normal), é um processo passivo,<br />

sendo conseqüência do recuo elástico dos pulmões, do relaxamento muscular e da atuação da<br />

pressão atmosférica sobre a parede torácica (PALASTANGA, 2000).<br />

A expiração ativa é ocasionada em situações de esforço e acontece,<br />

principalmente, pela contração dos músculos abdominais e intercostais externos. Os músculos<br />

abdominais contraem-se, forçando a caixa torácica para baixo e o conteúdo abdominal para<br />

cima que acaba empurrando o diafragma. Conseqüentemente, a pressão intratorácica aumenta,<br />

expulsando o ar para fora dos pulmões. Os músculos intercostais internos auxiliam a<br />

expiração forçada através da pressão das costelas (KISNER; COLBY, 1998).<br />

Na respiração diafragmática, também conhecida como respiração abdominal, a<br />

cinética diafragmática provoca variação do diâmetro da caixa torácica, como explicado<br />

anteriormente. Os movimentos abdominais da respiração diafragmática são responsáveis por<br />

70% da mecânica respiratória em repouso, porém não ocorrem de forma isolada, sendo<br />

auxiliado pela participação dos movimentos torácicos (TEIXEIRA; ANTILA; CASTRO,<br />

1999).<br />

A freqüência e o volume respiratórios têm relação direta com o crescimento<br />

pulmonar: à medida que ocorre aumento da massa pulmonar, situação encontrada<br />

especialmente na adolescência, a freqüência respiratória diminui e o volume inspiratório<br />

aumenta (TEIXEIRA; ANTILA; CASTRO, 1999). De acordo com Guyton e Hall (1998) a<br />

freqüência respiratória de um adulto jovem saudável durante uma respiração em repouso é,<br />

em média, 12 respirações por minuto.<br />

34


3 ABDOME: ANATOMOFISIOLOGIA<br />

3.1 Cavidade abdominal<br />

A parede abdominal é uma estrutura musculoaponeurótica complexa que se<br />

prende à coluna vertebral posteriormente, ao gradil costal superiormente e aos ossos da pelve<br />

inferiormente (SITTIG; ROHR; McDONALD, 2003).<br />

A parede abdominal protege e contém as vísceras abdominais e sua musculatura<br />

atua indiretamente para fletir a coluna vertebral. Está sujeita a uma grande variedade de<br />

doenças, que podem ser difíceis de avaliar ao exame físico (SITTIG; ROHR; McDONALD,<br />

2003).<br />

É composta de nove camadas, de fora para dentro são elas (1) pele, (2) camada<br />

subcutânea, (3) aponeurose superficial, (4) músculo grande obliquo abdominal, (5) músculo<br />

pequeno obliquo abdominal, (6) músculo abdominal transverso, (7) aponeurose<br />

endoabdominal, (8) tecido adiposo e areolar extraperitoneal e (9) peritônio parietal (SITTIG,<br />

ROHR, McDONALD, 2003).<br />

É conhecida a influencia da contratura e tonicidade da musculatura abdominal nos<br />

diversos atos fisiológicos como a micção, a defecação, o parto e a respiração, mormente da<br />

expiração forçada (FUJIMURA, TOLOSA, 2004).<br />

Os músculos abdominais em relação ao diafragma têm direta implicação nos<br />

fenômenos respiratórios. A musculatura abdominal é antagônica ao diafragma. Na inspiração,<br />

35


quando o diafragma se contrai e abaixa, diminui a tonicidade dos músculos abdominais. Por<br />

sua vez, quando o diafragma se eleva, a parede abdominal se retrai, o que se verifica no<br />

movimento de expiração (GOFFI, 2000).<br />

As contrações dos músculos abdominais influem ativamente na circulação do<br />

retorno venoso e na circulação linfática da região (FUJIMURA, TOLOSA, 2004).<br />

Os músculos do abdome contribuem na manutenção da natural inclinação da<br />

bacia. A diminuição da sua tonicidade pode favorecer a acentuação da lordose fisiológica do<br />

segmento lombar da coluna (FUJIMURA, TOLOSA, 2004).<br />

A cavidade abdominal situa-se entre o diafragma, restringindo-a superiormente, e<br />

a pelve, como limite inferior. Como o diafragma está numa posição convexa acentuada, os<br />

órgãos abdominais superiores estão recobertos pelas costelas inferiores e cartilagens costais.<br />

Estes órgãos movem-se junto com o diafragma e com os movimentos da posição corporal.<br />

Esta estreita relação entre a cavidade abdominal, o diafragma e os pulmões elevam o risco de<br />

<strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> em pacientes submetidos à cirurgia abdominais superior (IRWIN,<br />

TECKLIN, 1994).<br />

3.2 Componentes do abdome superior<br />

Os órgãos que fazem parte da cavidade abdominal superior são: esôfago,<br />

estômago, fígado, pâncreas e vesícula biliar.<br />

3.2.1 Esôfago<br />

O esôfago é um tubo muscular oco, de aproximadamente 25 a 30cm de<br />

comprimento, iniciando-se na altura de C6 (nível da cartilagem cricóide) e terminando em<br />

36


T11, penetrando no diafragma e unindo-se ao cárdia do estômago. O esôfago situa-se<br />

anteriormente à coluna vertebral e musculatura cervical longa e posteriormente a traquéia<br />

(ZWISCHNBERGER, ALPARD, ORRINGER, 2003).<br />

Anatomicamente a porção cervical tem pequena extensão, porém, na pratica, é<br />

considerada como porção cervical, o segmento do esôfago facilmente abordável pela<br />

cervicotomia. O esôfago torácico é dividido, sem nenhum referencial anatômico, em: teço<br />

superior, médio e inferior. O esôfago abdominal é um pequeno segmento terminal de 1,5 a<br />

2cm. Importante pela presença, nessa região de complexo esfincteriano conhecido por<br />

esfíncter funcional de transição esofagogástrica (AUN; BEVILACQUA, 1995).<br />

Figura 6 – Anatomia normal do esôfago<br />

Fonte: Townsend (2003, p. 778)<br />

A função do esôfago é exclusivamente relacionada à deglutição dos alimentos. É<br />

responsável pelo transporte dos alimentos desde a hipofaringe até o estômago, possuindo um<br />

segmento cervical, um torácico e outro abdominal. O bolo alimentar, ao ser forçado pela ação<br />

dos músculos constritores da faringe, penetra no esôfago sendo levado, por movimentos<br />

peristálticos, até a cárdia. Esta se relaxa 1,5 a 7,5 segundos a<strong>pós</strong> o inicio da deglutição,<br />

franqueando a passagem para o estomago (RODRIGUES, 2004).<br />

37


O funcionamento harmônico do esfíncter inferior do esôfago, relaxando-se para<br />

dar passagem ao bolo alimentar e contraindo-se imediatamente a<strong>pós</strong>, ou mantendo-se em<br />

contração tônica, estabelece, na transição esofagogástrica, uma barreira funcional<br />

extremamente importante, que age no sentido de impedir o refluxo do conteúdo gástrico,<br />

altamente agressivo para o esôfago. Sua ação mecânica, juntamente com outros fatores,<br />

constitui um complexo mecânico que impede o refluxo gastroesofágico (RODRIGUES,<br />

2004).<br />

As doenças esofágicas têm como manifestação principal a disfagia. Esta é a<br />

representação da dificuldade à deglutição induzida por qualquer obstáculo funcional ou<br />

orgânico (AUN; BEVILACQUA, 1995).<br />

3.2.2 Estômago<br />

O estômago, juntamente com o esôfago, o duodeno, o fígado, os canais biliares e<br />

o pâncreas, deriva do intestino embrionário anterior (CHEUNG; DELCORE, 2003).<br />

É um órgão sacular em forma de “J” expansível, que se comunica superiormente<br />

com a porção terminal do esôfago e inferiormente com a primeira porção do duodeno<br />

(COELHO, 2004).<br />

Serve como reservatório no qual são armazenadas grandes quantidades de<br />

alimentos ingeridos. Além dessa função, ele mistura os alimentos com secreções gástricas, até<br />

que se forme uma mistura semifluida, denominado quimo. Além disso, proporciona a<br />

passagem lenta e controlada do alimento para o duodeno, que tem uma capacidade bastante<br />

menor, numa velocidade apropriada para a digestão e absorção pelo intestino delgado<br />

(CHEUNG, DELCORE, 2003).<br />

38


O estômago pode ser dividido tanto anatomicamente (macroscopicamente) como<br />

funcionalmente. Anatomicamente é dividido em fundo, corpo e antro. Fundo é a parte<br />

localizada acima e à esquerda da junção esofagogástrica (cárdia). Corpo é a área localizada<br />

entre o fundo e o antro. O antro é à parte do estômago localizada entre o corpo e o piloro.<br />

Funcionalmente, o estomago é dividido em fundo e antro (COELHO, 2004).<br />

Figura 7 – Regiões anatômicas do estômago<br />

Fonte: Townsend (2003, p. 916)<br />

A parede do estômago é formada por quatro camadas de fora para dentro: serosa,<br />

muscular, submucosa e mucosa (COELHO, 2004).<br />

O estômago tem uma rede circulatória muito rica, sendo nutrido por varias<br />

grandes artérias. A inervação autônoma doe estômago tem origem tanto no sistema nervoso<br />

simpático quanto parassimpático (CHEUNG, DELCORE, 2003).<br />

O estômago humano secreta água e eletrólitos, principalmente na forma de ácido e<br />

uma pequena quantidade de bicarbonato; enzimas tais como pepsinas; glicoproteínas, tais<br />

como fator intrínseco; e muco (CHEUNG, DELCORE, 2003).<br />

3.2.3 Fígado<br />

O fígado localiza-se no quadrante superior direito do abdome, abaixo do<br />

diafragma e conectado ao trato digestivo por meio da veia porta e do sistema de drenagem<br />

39


iliar, sendo a maior glândula do corpo. Pesa aproximadamente 1.500g no adulto (MEYERS,<br />

RICCIARDI, CHARI, 2003).<br />

O fígado desempenha um papel fundamental em um espectro extraordinário de<br />

funções. Ajuda a manter a homeostase, detectando e alterando componentes tanto do sangue<br />

esplâncnico quanto do sistêmico. O órgão regula os estoques de energia, bem como muitos<br />

processos catabolicos e anabólicos. Está intimamente envolvido com o metabolismo da<br />

bilirrubina, carboidratos, lipídeos e proteínas (MEYERS, RICCIARDI, 2003)<br />

(MACHADO, 2004).<br />

O fígado é revestido por uma camada espessa de colágeno e tecido elástico<br />

Figura 8 – Anatomia do fígado<br />

Fonte: Fígado (2005)<br />

O fígado é centro de funções múltiplas e complexas, muitas até mesmo pouco<br />

conhecidas. Tem posição central no metabolismo de carboidratos. Armazena a glicose sob<br />

forma de glicogênio (glicogenólise). Pode ainda sintetiza-la a partir de aminoácidos<br />

(neoglicogênese). O fígado tem, também, posição de grande importância no metabolismo<br />

lipídico (catabolismo de ácidos graxos, síntese de colesterol, fosfolípides e lipoproteínas) e<br />

protéico (síntese de proteínas e neoglicogênese a partir de aminoácidos). Desempenha função<br />

fundamental de desintoxicação, permitindo a neutralização de grande número de substâncias<br />

produzidas ou absorvidas pelo organismo (AUN; BEVILACQUA, 1995).<br />

40


As principais manifestações das doenças hepáticas são: icterícia, alterações<br />

neuropsíquicas, ascite, coagulopatia e insuficiência renal (AUN; BEVILACQUA, 1995).<br />

Em 2002 em um estudo com 68 pacientes portadores de doença hepática crônica<br />

que foram submetidos a um transplante de fígado, Lima verificou alterações na mecânica<br />

respiratória, com diminuição da complacência, sem alteração da oxigenação. Apresentaram<br />

também alterações nas forças e volumes <strong>pulmonares</strong> com tendência ao retorno ao longo dos<br />

dias.<br />

3.2.4 Pâncreas<br />

O pâncreas é um órgão ímpar, de localização quase que exclusivamente<br />

retroperitoneal, recoberto anteriormente pelo folheto omental posterior. Dispõe-se<br />

obliquamente, desde o arco duodenal até o hilo esplênico (AUN; BEVILACQUA, 1995).<br />

(MACHADO, 2004).<br />

Está em contato posteriormente com a veia cava, a veia e artérias renais direitas<br />

O pâncreas pode ser dividido em cinco porções: cabeça, colo, processo uncinado,<br />

corpo e cauda. O contato íntimo com inúmeras estruturas explica algumas das manifestações<br />

clínicas conseqüentes a doenças pancreáticas (MACHADO, 2004).<br />

O pâncreas é uma glândula de dupla secreção, exócrina e endócrina (AUN;<br />

BEVILACQUA, 1995).<br />

A principal função do pâncreas endócrino pode ser perfeitamente resumida como<br />

a regulação da energia corporal – um papel em grande parte alcançado pelo controle hormonal<br />

do metabolismo de carboidratos. De forma simples, a insulina é o hormônio da estocagem de<br />

energia, e o glucagon é o hormônio de liberação de energia (THOMPSON, TOWNSEND,<br />

2003).<br />

41


A secreção exócrina do parênquima pancreático é proveniente das células<br />

acinares. Essa secreção é constituída por enzimas, água e eletrólitos e é transportada por meio<br />

de um sistema ductal especializado, até o duodeno (AUN; BEVILACQUA, 1995).<br />

A maior parte do parênquima pancreático tem como função à secreção exócrina.<br />

Esta é de fundamental importância não só nos processos de digestão como também para<br />

correção do pH intestinal intraluminar (MACHADO, 2004).<br />

A cabeça do pâncreas e o duodeno estão intimamente unidos através de sua<br />

vascularização. Assim duas arcadas vasculares fundamentais irrigam o duodeno e o pâncreas<br />

(MACHADO, 2004).<br />

Figura 9 – Anatomia Pâncreas<br />

Fonte: Pancreas (2005)<br />

O pâncreas constitui um órgão com intensa atividade de síntese protéica. Cada dia<br />

cerca de 2 a 8g de proteína são produzidos pelo órgão sob forma de enzimas digestivas<br />

(MACHADO, 2004).<br />

3.2.5 Vesícula Biliar<br />

A vesícula biliar é uma formação sacular piriforme, com função de reservatório de<br />

bile. Está acolada à face inferior do fígado no ponto de transição entre o lobo direito e o<br />

esquerdo. Tem comprimento de 7 a 12 cm, largura de 4 a 5cm e capacidade volumétrica de 50<br />

42


ml. Estas medidas podem variar em decorrência das alterações fisiopatológicas do sistema<br />

biliar (GUIMARÃES, 2004).<br />

A vesícula biliar, um apêndice distensível do sistema biliar extra-hepático em<br />

forma de pêra, geralmente armazena 30 a 50ml de bile. A vesícula enche-se e se esvazia<br />

através do canal cístico, variando de comprimento e geralmente contendo as valvas espirais de<br />

Heister, que regulam o fluxo biliar (MEYERS, RICCIARD, CHARI, 2003).<br />

De acordo com o formato da vesícula biliar, distinguem-se nela três segmentos: o<br />

fundo, o corpo e o colo (GUIMARÃES, 2004).<br />

Figura 10 – Anatomia da vesícula biliar<br />

Fonte: Gallbladder anatomy (2005)<br />

A principal função da vesícula biliar é concentrar e armazenar a bile hepática<br />

durante o período de jejum e liberar essa bile no duodeno, em resposta a uma refeição. A<br />

capacidade normal da vesícula biliar humana é apenas de cerca de 40 a 50 ml. Apenas uma<br />

pequena fração dos 600ml de bile produzidos cada estaria armazenada, não fosse sua<br />

capacidade incrível de absorção. A mucosa da vesícula biliar tem a maior capacidade<br />

absortiva por unidade de área de qualquer estrutura do corpo (AHRENDT, PITT, 2003).<br />

43


4 CIRURGIAS ABDOMINAIS<br />

A técnica cirúrgica, em seu conceito mais restrito e tradicional, significa a<br />

codificação de regras que presidem a realização das intervenções cirúrgicas. Como em todos<br />

os setores da atividade humana, onde o trabalho manual ou intelectual é constantemente<br />

repetido, há necessidade de sistematização para que dele se obtenha maior eficiência (GOFFI,<br />

2004).<br />

A cirurgia que conjuga o artesanato, o raciocínio lógico baseado em noções<br />

consolidadas e, às vezes, a criação inventiva, deve haver rigoroso método nas manobras<br />

fundamentais a fim de eliminar, na medida do possível, a improvisação (GOFFI, 2004).<br />

O resultado de uma cirurgia depende da interação entre fatores agressores e de<br />

defesa. Os fatores de agressão incluem o trauma cirúrgico (anestesia e o procedimento<br />

operatório), infecção e doença de base. Os fatores de defesa dependem do sistema<br />

imunológico, estado nutricional e a função adequada dos principais órgãos. Estes fatores de<br />

proteção são mais difíceis de mensurar e invariavelmente são esquecidos na avaliação pré-<br />

operatória (FARESIN et al, 2000).<br />

O procedimento cirúrgico do abdômen superior em função do trauma cirúrgico e<br />

do procedimento anestésico, leva a alterações fisiopatológicas do aparelho respiratório, tais<br />

como: redução dos volumes e capacidades <strong>pulmonares</strong>; modificação do modelo ventilatório;<br />

alteração da relação ventilação/perfusão (V/Q) levando a elevação do shunt pulmonar;<br />

44


ineficácia nos mecanismos de defesa como a tosse; depressão do sistema imunológico.<br />

Devido a essas alterações e fatores de risco do paciente, podem ocorrer <strong>complicações</strong><br />

<strong>pulmonares</strong> (VALENTINO, 2001).<br />

As cirurgias abdominais, realizadas por incisão acima da cicatriz umbilical, têm<br />

uma incidência de <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> maiores que as realizadas com incisão abaixo<br />

desta (FARESIN et al, 2002).<br />

Cirurgias praticadas no quadrante superior do abdome implicam envolvimento de<br />

muitas causas capazes de influir na função pulmonar (RATTO, 1998).<br />

A<strong>pós</strong> cirurgia abdominal alta, há alterações da função pulmonar, com redução da<br />

capacidade residual funcional (CRF), capacidade vital forçada (CVF) e pressão parcial de<br />

oxigênio (PaO2). Estas alterações são conseqüentes à insuflação pulmonar inadequada<br />

decorrente do monótono padrão respiratório com respiração superficial sem suspiros durante o<br />

ato anestésico e período <strong>pós</strong>-operatório imediato. A disfunção diafragmática temporária,<br />

longos períodos em decúbito dorsal horizontal, a dor na ferida operatória e os efeitos residuais<br />

dos anestésicos também contribuem para a diminuição da CRF. (SOUZA, 1996).<br />

Em uma pesquisa, Silva, Guedes, Ribeiro (2003), verificaram que os pacientes<br />

submetidos à cirurgia abdominal alta referem dor intensa durante inspirações profundas,<br />

devido a isso, esses indivíduos não realizam suspiros fisiológicos.<br />

4.1 Laparotomia<br />

A laparotmia na acepção exata do termo, significa “secção no flanco”, porém na<br />

pratica médica, é definida como “abertura cirúrgica da cavidade abdominal”, assim escrita por<br />

Almeida, Silva e Goffi em 2004.<br />

45


O melhor conhecimento da anatomia funcional da parede abdominal e dos<br />

mecanismos íntimos do processo de cicatrização da ferida cirúrgica, incluindo o adequado uso<br />

dos fios de sutura, também contribui para reduzir a freqüência e gravidade das <strong>complicações</strong><br />

<strong>pós</strong>-<strong>operatórias</strong> das laparotomias (ALMEIDA; SILVA; GOFFI, 2004).<br />

4.1.1 Classificação<br />

As laparotomias podem ser:<br />

Longitudinais<br />

A) mediana<br />

a) Supra –umbilical<br />

b) Infra-umbilical<br />

B) paramediana<br />

a) pararretal interna (Lennander)<br />

1) supra-umbilical<br />

2) paraumbilical<br />

3) infra-umbilical<br />

4) xifopúbica<br />

b) transretal<br />

c) pararretal externa<br />

1)supra-umbilical<br />

2) infra0umbilical (Jalaguier)<br />

Transversais<br />

46


a) supra-umbilical<br />

1) Parcial (Sprengel)<br />

2) Total<br />

b) infra-umbilical<br />

1) parcial (Pfannenstiel; Cherney)<br />

2) Total (Gurd)<br />

Obliquas<br />

a) subcostal<br />

b) diagonal epigástrica<br />

c) estrelada supra-umbilical<br />

d) estrelada infra-umbilical (Mc Burney)<br />

e) lombo-abdominais<br />

Fonte: Almeida, Silva e Goffi (2004).<br />

A incisão mediana é feita em extensão variável, na linha que vai do apêndice<br />

xifóide a sínfise púbica, passando pela cicatriz umbilical.<br />

As incisões paramedianas situam-se 1,5 a 2cm à direita ou à esquerda da linha<br />

mediana. Podem ser traçadas do rebordo condral até 1 cm acima de cicatriz umbilical, ou ter<br />

início 1cm abaixo desta e chegar até o tubérculo do púbis.<br />

As incisões transversais são perpendiculares ao plano sagital. Podem ser<br />

simétricas, isto é, com extremos eqüidistantes da linha mediana, ou assimétricas, ficando a<br />

maior extensão à direita ou à esquerda dessa linha.<br />

47


Nas incisões oblíquas o nome já está definindo a direção do traçado, referindo-se<br />

ao plano sagital ou transverso, como mostra as figuras 11 e 12 (ALMEIDA, SILVA, GOFFI,<br />

2004).<br />

Figura 11 – Incisões laparotômicas<br />

Fonte: Goffi (2004, p. 457).<br />

A-incisao mediana, em pontilhado; o traçado para a ressecção do apêndice<br />

xifóide; B-Paramediana pararretal interna (Lennander); em pontilhado o traçado para toraco-<br />

laparotomia; C-Transretal; D-paramediana pararretal externa; E-para-piloromiotomia<br />

(Robertson); F-mediana infra-umbilical; G-Pararretal interna infra-umbilical; em pontilhado a<br />

extensão cranial; H-Transretal infra-umbilical; I-Subcostal (Kocher); J-Para Sigmoidostomia;<br />

K-Obliqua baixa (McBurney); L-Obliqua alta.<br />

48


Figura 12 – Incisões laparotômicas<br />

Fonte: Goffi (2004, p. 458)<br />

A-Transversa parcial (Sprengel); em pontilhado o traçado para passar a total; B-<br />

Transversa infra-umbilical; em pontilhado os prolongamentos para os flancos (Gurd); C-<br />

Pfannenstiel; D-Toracolaparotimia direita; E-Transversa para colostomia; F-Para<br />

Gastrostomia; G-Toracolaparotomia esquerda; em pontilhado o traçado da extensão horizontal<br />

e oblíqua; H-Para transversostomia; I-Para apendicectomia (Elliot-Babcock). Utilizada para<br />

exploração bilateral da adrenais.<br />

As laparotomias têm as seguintes finalidades:<br />

1 – como via de acesso a órgãos infra-abdominais em operações eletivas;<br />

2 – como via de drenagem de coleções líquidas;<br />

3 – como método diagnóstico – laparotomias exploradoras<br />

A escolha da incisão, em princípio, se resume na opção pelas incisões<br />

longitudinais, transversais, oblíquas ou combinadas, dependendo da preferência da escolha<br />

cirúrgica e da maior experiência pessoal do cirurgião (ALMEIDA; SILVA; GOFFI; 2004).<br />

A incisão abdominal ideal é a que permite o acesso fácil do órgão visado,<br />

oferecendo espaço suficiente para que manobras cirúrgicas sejam executadas com segurança;<br />

e deve possibilitar a reconstituição da parede de maneira perfeita, sob o aspecto anatômico,<br />

49


funcional e estético, permitindo ampliação rápida e pouco traumatizante.Quanto mais perto do<br />

órgão for feita a incisão da parede abdominal, com maior rapidez ele será atingido<br />

(ALMEIDA; SILVA; GOFFI; 2004).<br />

4.2 Gastrectomia<br />

A gastrectomia é o controle loco regional através da linfadenectomia para os<br />

tumores gástricos, permanece como a melhor possibilidade de cura para o câncer gástrico<br />

(Pinto et al, 2001).<br />

Consiste na ressecção parcial ou total do estômago, sendo a maioria realizada para<br />

o tratamento de carcinoma e úlcera gástrica (COELHO, 2004).<br />

As possíveis <strong>complicações</strong> relativas à técnica cirúrgica são: lesão esplênica intra-<br />

operatória, deiscência ou fistula do coto duodenal, coleção intra-abdominal, estenose da<br />

anastomose esofagojejunal e síndrome da resposta inflamatória sistêmica (ou sépsis)<br />

(FAHEL; AMARAL; ÁZARO, 2001).<br />

4.3 Colecistectomia<br />

A colecistectomia é a operação mais freqüentemente realizada entre as<br />

intervenções do trato digestivo, devido à grande incidência de litíase vesicular, cujo<br />

tratamento definitivo consiste na exérese da vesícula (GOFFI, GOFFI JUNIOR, SORBELLO,<br />

2004).<br />

É indicada em calculose biliar, colecistite aguda ou crônica, malformação da<br />

vesícula biliar, fistula <strong>pós</strong>-colecistostomia, ruptura traumática da vesícula biliar ou ducto<br />

50


cístico, peritonite biliar, neoplasia de vesícula biliar, respeitando-se os critérios oncológicos<br />

de ressecção (GOFFI, GOFFI JUNIOR, SORBELLO, 2004).<br />

Colecistectomia é das operações mais realizadas e a mais freqüente das cirurgias<br />

abdominais. É segura, com mortalidade e índice de <strong>complicações</strong> muito baixas. Certamente<br />

muito menor do que os problemas decorrentes das <strong>complicações</strong> das doenças vesiculares<br />

(FILHO, 1995).<br />

A colecistectomia por via laparoscópica é uma técnica minimamente invasiva que<br />

permite remover a vesícula biliar com redução do tempo cirúrgico e hospitalar, possibilitando<br />

o retorno precoce às atividades diárias (CHIAVEGATO et al, 2000). Figura 13.<br />

Figura 13 – Cirurgia laparoscópica e aberta de vesícula<br />

Fonte: Gallbladder (2005).<br />

Quando a vesícula biliar deixa de funcionar por doença ou é extraída<br />

cirurgicamente, os canais biliares intra e extra-hepáticos dilatam para conter mais bile. A<strong>pós</strong><br />

as refeições, o esfíncter de Oddi se abre, e a bile com pressão aumentada escorre para o<br />

intestino. Sem a vesícula, embora o esguicho seja menor, a quantidade de bile é suficiente<br />

para desempenhar sua função digestiva (FONSECA, 1999).<br />

51


Estudo realizado por Chiavegato, Jardim, Faresin et al (2000), verificou que<br />

pacientes submetidos a colecistectomia por via laparoscópica apresentaram no 1º dia de <strong>pós</strong>-<br />

operatório diminuição significativa dos volumes <strong>pulmonares</strong> e da força muscular respiratória.<br />

4.4 Esofagectomia<br />

A esofagectomia consiste na ressecção da porção afetada do esôfago, sendo esta<br />

parte substituída por um tubo no estômago ou cólon, anastomosado ao coto esofágico ou<br />

faringe, caso seja realizada ressecção total (RIDLEY, 2002).<br />

A indicação mais freqüente para a esofagectomia subtotal é o tratamento do<br />

câncer ressecável do esôfago. A indicação, atualmente, inclui o tratamento de afecções<br />

benignas como o dólico-megaesôfago, as estenoses pépticas ou cáusticas, ou, e ainda, as<br />

lacerações e ferimentos extensos do órgão (FERREIRA; ALTMANN 2004).<br />

A dissecção do esôfago é feita desde a cárdia até o vértice do tórax ou próximo à<br />

faringe, retirando-se, quando se trata de tumor maligno, o órgão juntamente com o tecido<br />

celular gorduroso e os linfonodos adjacentes (FERREIRA; ALTMANN, 2000).<br />

Ferreira e Altmann afirman ainda que o grande traumatismo decorrente da<br />

esofagectomia subtotal tem sido minimizado em razão de definições técnicas e também com o<br />

progresso havido na anestesiologia, terapia intensiva, fisioterapia e nutrição.<br />

4.5 Gastroplastia<br />

Atualmente, o controle de peso é conseguido através de operações que reduzem a<br />

ingestão de alimentos, sendo as cirurgias no estômago a forma mais comum e aceitável para<br />

tal tratamento de obesidade mórbida.A redução da capacidade reservatória do estômago como<br />

52


tratamento cirúrgico para a obesidade mórbida começou em 1988, com o colombiano Rafael<br />

Capella, sendo esta forma de gastroplastia conhecida como “cirurgia de Capella”<br />

(OLIVEIRA, 2003).<br />

Vários prejuízos respiratórios são ocasionados por tal procedimento operatório,<br />

dentre eles estão alterações na mecânica respiratória, no padrão respiratório, nas trocas<br />

gasosas, nos mecanismos de defesa pulmonar e na complacência torácica e pulmonar,<br />

agravando o aparecimento de <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> <strong>pós</strong>-<strong>operatórias</strong> (PONTES; PEZZO;<br />

GARCIA, 2003).<br />

53


5 COMPLICAÇÕES PULMONARES PÓS-OPERATÓRIAS<br />

Uma complicação <strong>pós</strong>-operatória é definida como uma segunda doença inesperada<br />

que ocorre até trinta dias depois de uma cirurgia, altera o quadro clinico do paciente,<br />

necessitando conseqüentemente de intervenção terapêutica (ANGOOD, GINGALEWSKI,<br />

ANDERSEN, 2003). As <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> são freqüentes no <strong>pós</strong>-operatório de<br />

qualquer cirurgia, porém sua incidência é maior em cirurgias torácicas e abdominais altas<br />

(FILARDO, FARESIN, FERNANDES, 2002).<br />

A maior parte das <strong>complicações</strong> respiratórias <strong>pós</strong>-<strong>operatórias</strong> nada mais é que uma<br />

exacerbação das respostas estereotipadas das vias aéreas e do parênquima pulmonar à lesão<br />

cirúrgica (GODOY, 2001).<br />

As <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> são as mais comuns observadas a<strong>pós</strong> cirurgias<br />

abdominais, sendo muito significativas pelo grau de morbi-mortalidade que apresentam,<br />

assim como pelo tempo de internação hospitalar que está correlacionado a tais afecções<br />

(HULZEBOS, 2003). O paciente submetido a cirurgias abdominais altas tem<br />

comprometimento ainda maior, sendo a incidência de <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> mais alta em<br />

comparação com aqueles submetidos a cirurgias abdominais com incisão abaixo da cicatriz<br />

umbilical (FILARDO; FARESIN; FERNANDES, 2002). Como mostrado na tabela 3.<br />

54


Tabela 3 – Comparação de <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> entre cirurgias do abdome superior e<br />

inferior<br />

Nº cirurgias Complicações %<br />

Abdome superior 273 50 18,3<br />

Abdome inferior 104 02 1,9<br />

Total 377 52 13,8<br />

Fonte: Ratto (1998 p. 705).<br />

As <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> <strong>pós</strong>-<strong>operatórias</strong> (CPP) são uma fonte significativa de<br />

morbidade e mortalidade no <strong>pós</strong>-operatório, sendo o resultado de uma complexa interação de<br />

fatores de risco clínicos associados principalmente ao tipo de procedimento cirúrgico<br />

realizado (FARESIN et al, 2000).<br />

A compreensão das modificações que se produzem sobre o aparelho respiratório<br />

durante o ato cirúrgico e no período <strong>pós</strong>-operatório é de suma importância para o<br />

dimensionamento da relação risco-benefício de determinado procedimento.<br />

Fundamentalmente estabelecem-se três alterações funcionais: 1) redução da capacidade<br />

residual funcional, 2)desuniformidade na relação ventilação-perfusão (V/Q) e 3) aumento da<br />

resistência ao fluxo nas vias aéreas. Pode-se dizer que esta tríade constitui a resposta normal<br />

do pulmão à lesão cirúrgica e, ao mesmo tempo, a base para o surgimento de <strong>complicações</strong><br />

(SILVA, 2001).<br />

Uma incisão cirúrgica, em especial no tórax ou abdômen, provoca dor, que<br />

determina diminuições da capacidade vital e da capacidade residual funcional dos pulmões de<br />

até 50% . A anestesia geral e analgesia contribuem ainda mais para a perda da capacidade<br />

pulmonar e também podem interferir nos reflexos ou na função diafragmática normal, nos<br />

reflexos de tosse e de engasgos normais, bem como no reflexo do suspiro. O resultado é um<br />

trabalho alterado da respiração e desequilíbrios da ventilação-perfusão que produzem a uma<br />

troca gasosa alterada e a insuficiência respiratória progressiva (ANGOOD, GINGALEWSKI,<br />

ANDERSEN, 2003).<br />

55


A dor da incisão operatória, quanto mais próxima do diafragma, mais importante é<br />

em dificultar a tosse e a eliminação de secreções. Aumento da secreção mucosa, com<br />

dificuldade de tossir e eliminá-la, acaba por produzir obstrução das vias aéreas com<br />

conseqüentes atelectasia e infecção pulmonar. A mecânica respiratória se altera pela presença<br />

de dor à respiração, limitando a excursão diafragmática como defesa (RATTO, 1998).<br />

Segundo Faresin e Barros (1996, p. 2) os fatores de risco para complicação<br />

pulmonar no <strong>pós</strong>-operatório podem se agrupados em:<br />

a) Fator clínico, como idade do paciente, estado nutricional, tabagismo, sintomas<br />

<strong>pulmonares</strong> agudos ou crônicos, presença de moléstias associadas à doença cirúrgica<br />

de base e o reconhecimento de alterações imunológicas que predisponham a infecções.<br />

b) Fatores cirúrgicos, ou seja, se a cirurgia eletiva ou de urgência, tipo de incisão<br />

utilizada, tempo total de intra-operatório, experiência da equipe cirúrgica e recursos<br />

hospitalares disponíveis.<br />

c) Fatores anestésicos, como o tipo de procedimento, as drogas utilizadas e o tempo de<br />

anestesia.<br />

Quanto ao estado nutricional McAlister et al (2003) apresentam a obesidade<br />

mórbida como fator predisponente às <strong>complicações</strong> <strong>pós</strong>-<strong>operatórias</strong>, achado contrário ao<br />

Sadd e Zambon (2001) e Saad et al (2003), que afirmam que a desnutrição teria maior<br />

morbidade quando comparada à obesidade.<br />

Torrington e Hendersen (1988) elaboraram uma escala associando vários fatores<br />

de risco conhecidos para ocorrência de CPP (Tabela 3), determinando um valor para estes<br />

fatores, apoiando somente em observação clinica e cuja somatória final permite graduar o<br />

risco de desenvolvimento das mesmas em alto, moderado e baixo. (Tabela 4). Contradizendo,<br />

Lawrence et al (1996), afirmam que a espirometria não é útil como fator de risco.<br />

56


Tabela 4 – Classificação do risco de ocorrência de <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> no<br />

<strong>pós</strong>-operatório de cirurgia geral proposta por Torrington e Hendersen (1988).<br />

Fonte: Faresin et al (2000,p. 160).<br />

Estudo feito por Jóia Neto, Thomson e Cardoso (2005) mostrou que a análise da<br />

técnica anestésica usada em relação à complicação respiratória <strong>pós</strong>-operatória (CRP) mostrou<br />

que os pacientes submetidos a anestesia geral apresentaram maior incidência de CRP quando<br />

comparados aos pacientes submetidos aos bloqueios regionais. Salientam que a anestesia<br />

geral está associada às <strong>complicações</strong> respiratórias por necessitar de intubação endotraqueal,<br />

por provocar relaxamento muscular, que pode provocar a aspiração brônquica e por utilizar a<br />

assistência ventilatória e deprimir o sistema nervoso central, reduzindo o reflexo da tosse. Já<br />

os pacientes anestesiados pela técnica peridural, por se tratar de um bloqueio regional, sem<br />

interferência com a dinâmica respiratória não desenvolvem CRP.<br />

Analgesia epidural reduziria o índice de <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> <strong>pós</strong>-operatória<br />

em pacientes de alto risco (SMETANA, 1999).<br />

Com relação à idade, o estudo de Saad e Zambon (2001) verificou que a faixa<br />

etária até 65 anos apresentou maior incidência de <strong>complicações</strong>, provavelmente porque no<br />

grupo de idosos havia maior número de pacientes com co-morbidade <strong>pulmonares</strong> e fatores<br />

57


clínicos associados. Para Torrington e Hendersen (1988) a idade superior que 65 anos<br />

representou fator de risco para morbidade pulmonar <strong>pós</strong>-operatória. Entretanto, para Smetana<br />

(1999) e Willians-Russo et al (1992), a idade isoladamente não apresenta predição de risco, e<br />

sim na associação com outros fatores. Esses autores consideraram que as CPP estão mais<br />

relacionadas à coexistência de patologias do mesmo modo, que os achados de Saad e Zambon<br />

(2001).<br />

Nakagawa et al (2001) realizou um estudo retrospectivo, indicando que cessar o<br />

tabagismo quatro semanas antes da cirurgia reduz o risco de desenvolver <strong>complicações</strong><br />

<strong>pulmonares</strong>.<br />

Em seu estudo Smetana (1999) cita o trabalho de Warner, onde foi verificado que<br />

33% dos pacientes fumantes desenvolveram <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> <strong>pós</strong>-operatória, contra<br />

14,5% dos que cessaram o tabagismo oito semanas antes da cirurgia. Resultado semelhante<br />

pode ser confirmado no estudo de Jóia Neto, Thomson e Cardoso (2005), Saad et al (2003),<br />

Saad e Zambon (2001) e Bluman et al (1998).<br />

Ainda no estudo realizado por Smetana (1999), está associado com elevado risco<br />

de <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> procedimentos cirúrgicos com tempo maior de três horas.<br />

Concordando com estudos feitos por Jóia Neto, Thomson e Cardoso (2005), Saad et al (2003),<br />

Filardo, Faresin e Fernandes (2002) e Saad e Zambon (2001).<br />

O local da cirurgia é um importante predisponente a risco pulmonar. O risco<br />

aumenta com incisão próximo ao diafragma. A cirurgia no abdome alto e torácica acarretam<br />

<strong>complicações</strong> <strong>pós</strong>-<strong>operatórias</strong> com aproximadamente 10 a 40% (SMETANA, 1999.; ). Isto se<br />

deve ao fato de estas vias de acesso reduzirem em 50% a 60% a capacidade vital, e em 30% a<br />

capacidade funcional residual, por disfunção diafragmática (JOIA NETO; THOMSON;<br />

CARDOSO, 2005).<br />

58


Em se tratando de procedimentos abdominais, as <strong>complicações</strong> respiratórias são<br />

ocasionadas pela redução da capacidade vital e da capacidade residual funcional, a qual tem<br />

um decréscimo de 10 a 15% nas cirurgias abdominais baixas e de 35% nas cirurgias<br />

abdominais altas (FERGUSON, 1999).<br />

Varias possibilidades têm sido aventadas para explicar a diminuição do volume<br />

pulmonar na cirurgia abdominal. São citados a dor, anestesia, entre outros, porém, hoje, o que<br />

mais se aceita é que esta diminuição seja causada por paresia diafragmática, conseqüência de<br />

uma inibição reflexa do diafragma (JOIA NETO; THOMSON; CARDOSO, 2005;<br />

McALISTER, 2003; CHIAVEGATO et al, 2000; KATAGIRI, 1998).<br />

Complicações respiratórias específicas ocorreram em 44% de todos os pacientes<br />

submetidos à esofagectomia eletiva em um estudo feito por Tandon et al (2001), incluindo<br />

derrame pleural (15%), pneumotórax (4,1%) e hidropneumotórax (1,8%), empiema (2,4%),<br />

quilotórax (2,4%), pneumonia (17,8%) e embolia pulmonar (1,8%).<br />

Os sintomas respiratórios, dispnéia, tosse com expectoração ou chiado são<br />

importantes fatores de <strong>complicações</strong> (SAAD; ZAMBON, 2001).<br />

Estudo feito por Pereira, Faresin e Fernandes (2000), analisaram que dos 196<br />

pacientes com síndrome pulmonar obstrutiva submetidos à cirurgia abdominal alta, destes,<br />

32% ocorreu complicação pulmonar em relação aos pacientes normais (6%). Os pacientes<br />

com limitação do fluxo aéreo apresentaram maior morbidade no <strong>pós</strong>-operatório de cirurgia<br />

abdominal alta. A magnitude deste fator de risco se reflete num risco relativo quase que cinco<br />

vezes maior em relação aos pneumopatas com os pacientes normais. O pneumopata crônico é<br />

caracterizado clinicamente por apresentar tosse produtiva e/ou dispnéia aos esforços de forma<br />

progressiva, e, funcionalmente, pela presença de obstrução parcial reversível, geralmente<br />

evolutiva. Concordando com o estudo de Jóia Neto, Thomson e Cardoso (2005).<br />

59


Complicações <strong>pulmonares</strong> <strong>pós</strong>-<strong>operatórias</strong> de pacientes submetidos à<br />

esofagectomia ocorrem em 25 a 50%. Estas <strong>complicações</strong> originam devido a inúmeros<br />

fatores, incluindo o tipo de incisão utilizada, a extensão da dissecação, eficiência cirúrgica e<br />

presença de reconstrução intratorácica expansiva (FERGUSON, 1999).<br />

As <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> importantes conforme Smetana (1999) incluem<br />

pneumonia, insuficiência respiratória com prolongada ventilação mecânica, broncoespasmo,<br />

atelectasia e doença crônica de pulmão. Pesquisa realizada por Saad e Zambon (2001)<br />

mostrou que dos 297 pacientes submetidos à cirurgia, 36 apresentaram <strong>complicações</strong><br />

<strong>pulmonares</strong>. Destes, 26 apresentaram infecção pulmonar, sendo que oito necessitaram de<br />

intubação orotraqueal e sete de ventilação mecânica prolongada por insuficiência respiratória<br />

aguda. No estudo de Faresin et al (2000), foram encontrados achados semelhantes ao de Saad<br />

e Zambon (2001).<br />

Jóia Neto, Thomson e cardoso (2005) verificaram que entre as CRP ocorridas em<br />

seu estudo, a pneumonia foi mais freqüente com incidência de 52,5% dos pacientes.<br />

Ainda no estudo de Jóia Neto, Thomson e Cardoso (2005), a análise total de<br />

cirurgias realizadas demonstrou que 200/ 1.345 pacientes foram re-operados. Apesar de a<br />

literatura não abordar este item como fator de risco das possíveis CRP, os resultados deste<br />

estudo levaram a considerar essa possibilidade. Foi observado que 32% dos pacientes re-<br />

operados desenvolveram CRP. Resultado significativo quando compararam os pacientes re-<br />

operados com os não re-operados (8,2%).<br />

5.1 Atelectasia com Repercussão Clínica<br />

Conforme Azeredo, Polycarpo e Queiroz (2000) o termo atelectasia ou colapso<br />

alveolar, refere-se ao colapso em diversos níveis dos alvéolos, podendo esta condição ocorrer<br />

60


em uma área localizada do pulmão, em um lobo inteiro ou mesmo num pulmão inteiro. Em<br />

cada pulmão há cerca de 300 milhões de alvéolos que apresentam duas grandes propriedades:<br />

função ventilatória e oxigenação de órgãos e tecidos. Para Scanlan, Wilkins e Stoller (2000),<br />

qualquer paciente com dificuldade de realizar inspiração profunda periodicamente sem auxilio<br />

é candidato a desenvolver atelectasia, incluindo, nesta população, pessoas submetidas a<br />

cirurgias torácicas, abdominais alta e pacientes altamente sedadas.<br />

uma atelectasia:<br />

Três fatores combinados ou independentes contribuem para o desenvolvimento de<br />

1 – Inadequada força de distensão pulmonar;<br />

2 – Obstrução das vias aéreas;<br />

3 – Insuficiência no surfactante<br />

A atelectasia pulmonar é uma patologia freqüente no <strong>pós</strong>-operatório, aparece<br />

principalmente nos doentes que ficam muito tempo obnubilados por dificuldade em<br />

metabolizar a droga utilizada na anestesia. Apresentam por isso inibição do reflexo da tosse e<br />

diminuição dos movimentos ciliares das células brônquicas. A diminuição da capacidade<br />

pulmonar total (CPT) é a causa mais importante de atelectasia pulmonar.<br />

As atelectasias compreendem 90% de todas as <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> <strong>pós</strong><strong>operatórias</strong>.<br />

As duas maiores etiologias de atelectasia são a hipoventilação alveolar,<br />

provocada por uma ventilação ineficiente e a obstrução brônquica. Elas aparecem,<br />

geralmente nas primeiras vinte e quatro horas de <strong>pós</strong>-operatório, quando se<br />

manifestam por pico febril súbito de 37,5 a 38,5º C, taquicardia e taquipnéia<br />

(FUNICELLI, 1995).<br />

A atelectasia pode ser gerada por obstrução das vias aéreas ou por falta de<br />

surfactante. Em geral a atelectasia por obstrução de via aérea ocorre quando brônquios<br />

pequenos são fechados por muco ou quando um único brônquico principal é bloqueado por<br />

um grande tampão mucoso ou por material sólido como o câncer. O ar que fica antes da<br />

obstrução é absorvido pelo sangue dos capilares <strong>pulmonares</strong>. Esta situação gera colabamento<br />

61


alveolar caso o tecido pulmonar seja muito elástico. Entretanto, caso isto não ocorra, a<br />

absorção do ar alveolar gera pressões negativas no interior deles suficientemente altas para<br />

puxar líquido intersticial para os alvéolos, criando uma condição de colapso pulmonar total<br />

(quando um pulmão inteiro sofre atelectasia) (GUYTON; HALL, 2002).<br />

Os fatores contribuintes para o aparecimento de atelectasia a<strong>pós</strong> uma cirurgia são<br />

anestesia geral, respiração superficial e redução transitória de surfactante. A associação destes<br />

aspectos resulta em diminuição progressiva da capacidade residual funcional durante a<br />

anestesia geral e durante as primeiras 48 horas de <strong>pós</strong>-operatório de grande porte. A redução<br />

da capacidade residual funcional provoca em hipoxemia arterial por incoordenação da relação<br />

entre a ventilação e a perfusão (relação V/Q). A dor agrava este quadro, restringindo ainda<br />

mais a ventilação à medida que o paciente tende a limitar voluntariamente a contração dos<br />

músculos da área de incisão. Esta restrição da expansibilidade pulmonar e da caixa torácica<br />

reduz o volume corrente e impede a inspiração profunda, diminuindo a reserva ventilatória,<br />

mensurada pela capacidade vital. A redução da capacidade de realização de inspiração<br />

profunda ainda faz com que o paciente tenha uma tosse ineficaz, comprometendo os<br />

mecanismos de eliminação de secreção. Por este motivo, pessoas com história de<br />

pneumopatia crônica com aumento da produção de secreção ou com história de tabagismo<br />

apresentam maior propensão de desenvolver <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> no <strong>pós</strong>-operatório<br />

(SCANLAN; WILKINS; STOLLER, 2000).<br />

O reconhecimento desta patologia é obtido a partir da associação de vários dados:<br />

a) historia clinica do paciente, ressaltando-se que pessoas submetidas à cirurgia abdominais<br />

superior ou torácica recente tem mais chances de desenvolver atelectasia, b)história de<br />

pneumopatia crônica, assim como tabagismo, que aumentam a possibilidade de colapso<br />

pulmonar, c) sinais físicos como taquipnéia, nos casos de atelectasia significativa, e<br />

taquicardia, quando a patologia leva a uma hipoxemia severa e d) sinais encontrados na<br />

62


avaliação como presença de ruídos adventícios na ausculta pulmonar (SCANLAN;<br />

WILKINS; STOLLER, 2000).<br />

Os pacientes com atelectasia apresentarão febre baixa e diminuição dos sons<br />

respiratórios nos campos <strong>pulmonares</strong> inferiores, mas talvez não pareçam ter dificuldade<br />

respiratória importante. Na verdade, podem parecer confortáveis e apresentar pouca secreção,<br />

embora muitos sintam a necessidade de expelir as secreções com a tosse (ANGOOD;<br />

GINGALEWSKI; ANDERSEN, 2003).<br />

A presença de atelectasia é confirmada pela radiografia torácica (AZEREDO,<br />

2000). O Rx torácico pode demonstrar elevação do diafragma, desvio da traquéia, do coração<br />

e do mediastino para o lado da atelectasia, opacificação pulmonar, estreitamento dos espaços<br />

intercostais e hiperextensão do pulmão circunvizinho (SCANLAN; WILKINS; STOLLER,<br />

2000).<br />

5.2 Infecções Respiratórias Agudas: Pneumonia e Broncopneumonia<br />

O conceito de infecções respiratórias agudas (IRA), do ponto de vista de programa<br />

ou ação de saúde, compreende o quadro infeccioso do trato respiratório superior ou inferior<br />

com duração em torno de sete dias (GARCIA; SANT´ANNA, 1998).As manifestações mais<br />

comuns das infecções respiratórias agudas são traqueobronquite aguda, tosse seca, rouquidão<br />

eventual, dor torácica, febre e estertores bolhosos (GONÇALVES et al, 2000).A Pneumonia é<br />

uma infecção dos pulmões que envolvem seus diminutos sacos aéreos (alvéolos) e os tecidos<br />

circunjacentes. Anualmente, nos Estados Unidos, cerca de 2 milhões de indivíduos<br />

desenvolvem um quadro de pneumonia, e 40.000 a 70.000 deles morrem. A pneumonia não é<br />

uma doença única, mas muitas doenças diferentes, cada uma sendo causada por um<br />

microrganismo diferente. Geralmente, a pneumonia inicia a<strong>pós</strong> a inalação de microrganismos<br />

63


para o interior dos pulmões, mas, algumas vezes, a infecção é levada aos pulmões através da<br />

circulação sangüínea ou migra aos pulmões diretamente a partir de uma infecção próxima.<br />

Muito comum acometerem pacientes de <strong>pós</strong>-operatório sendo uma complicação pulmonar<br />

freqüente (SILVERIA, 1999).<br />

Entre as mais freqüentes infecções adquiridas no ambiente hospitalar estão as<br />

pneumonias (0,5% a 5% dos enfermos hospitalizados), instalando, geralmente, em<br />

indivíduos com fatores predisponentes ou precipitantes, cujos mecanismos de defesa<br />

encontram-se comprometidos, e determinadas por agentes etiológicos que<br />

freqüentemente oferecem resistência a múltiplos antimicrobianos (GONÇALVES et<br />

al, 2000).<br />

Depois de um procedimento cirúrgico, as defesas do hospedeiro como a tosse, o<br />

transporte mucociliar e atividade de células de defesa do organismo encontram-se<br />

prejudicados, favorecendo o aparecimento de pneumonia (PELLEGRINI, 1993).<br />

Outros aspectos importantes quanto a sua maior incidência de pneumonia no<br />

período <strong>pós</strong>-operatório estão relacionados ao ato cirúrgico em si, referindo-se ao tipo de<br />

cirurgia e a duração da mesma (FARESIN; FILARDO, 1997).<br />

A pneumonia é a principal causa de mortalidade pulmonar nos serviços cirúrgicos,<br />

bem como a principal causa de mortalidade entre as outras infecções <strong>pós</strong>-<strong>operatórias</strong><br />

(FARESIN; FILARDO; 1997).<br />

Clinicamente, as manifestações que sugerem o diagnóstico de pneumonia são<br />

febre, taquipnéia, aumento de secreção e alterações sugestivas de consolidação pulmonar<br />

(PELLEGRINI, 1993). A radiografia de tórax é utilizada para confirmar a suspeita de<br />

pneumonia, mas também para avaliar a extensão e a evolução patológica (MARTINELLI;<br />

2001).<br />

Com relação ao ato operatório Faresin e Filardo (1998) observam que tanto o tipo<br />

como a duração da cirurgia associam-se com uma maior incidência de pneumonias <strong>pós</strong>-<br />

<strong>operatórias</strong>.<br />

64


A maioria dos autores classifica as pneumonias em: comunitárias, nosocomiais, de<br />

aspiração e dos imunocomprometidos (TARANTINO, 1997).<br />

A expressão broncopneumonia é usada para definir aquelas imagens radiológicas<br />

múltiplas uni ou bilaterais, de padrão alveolar, aspecto infiltrativo, limites mal definidos,<br />

irregulares, intercaladas por zonas de parênquima são (TARANTINO, 1997).<br />

O agravamento do quadro de infecção bacteriana acontece pela capacidade destes<br />

microorganismos lesarem o epitélio de revestimento da traquéia e das vias aéreas inferiores.<br />

Tal injúria prejudica o funcionamento da esteira mucociliar, que é responsável pela limpeza<br />

das vias aéreas retirando as partículas aderidas à mucosa, provocando estase de muco e de<br />

secreções respiratórias. Com isso, ocorre multiplicação bacteriana (GONÇALVES et al,<br />

2000).<br />

Além da alta taxa de mortalidade ocasionada pelas infecções respiratórias agudas,<br />

o alto custo do tratamento de tais afecções é outro fator relevante para a prevenção destes<br />

processos patológicos, especialmente quando se refere a paises em desenvolvimento, onde as<br />

condições financeiras e estruturais dos hospitais são paises (GONÇALVES et al, 2000).<br />

5.3 Insuficiência Respiratória Aguda<br />

A produção de energia no corpo, a qual é necessária para manter a vida, requer<br />

constante reposição de oxigênio e nutrientes aos tecidos. A respiração provê uma quantidade<br />

certa de oxigênio nos pulmões, onde se difunde pela membrana alveolar-capilar para o sangue<br />

(respiração externa). O sistema circulatório distribui o sangue oxigenado para varias tramas<br />

vasculares, onde o oxigênio é dado aos tecidos (respiração interna). Alem de promover a<br />

oxigenação do sangue, os pulmões também servem para livrar o corpo do dióxido de carbono,<br />

a sobra do metabolismo. O CO2, o qual chega aos pulmões pelo sangue venoso, se difunde<br />

65


dentro do alvéolo e subseqüentemente é exalado para a atmosfera (AZEREDO;<br />

POLYCARPO; QUEIROZ; 2000).<br />

A insuficiência respiratória é a falha dos pulmões em prover uma adequada<br />

oxigenação ou ventilação para o sangue (AZEREDO; POLYCARPO; QUEIROZ; 2000).<br />

A insuficiência pulmonar implica uma deterioração do ciclo pulmonar da<br />

respiração. Esse ciclo pode deixar de funcionar satisfatoriamente por alteração de um ou dos<br />

dois processos que o compõem: ventilação e trocas alveolocapilares. A necessidade de<br />

eficiência desses dois processos é facilmente reconhecível se atentarmos para o objetivo<br />

Maximo do ciclo: a hematose (RIGATTO, 1998).<br />

Clinicamente, a insuficiência respiratória aguda apresenta sinais iniciais de<br />

cianose e dispnéia, progredindo para confusão mental, sonolência ou agitação de início<br />

recente diante de um quadro de hipoxemia (SANTOS, 2003). A dispnéia pode ser o principal<br />

sintoma apresentado pelo paciente com esta patologia, a partir de sua intensidade, rapidez de<br />

aparecimento e evolução (BARRETO, 2000). As principais manifestações da insuficiência<br />

respiratória aguda estão representadas na tabela 5.<br />

Tabela 5 – Manifestações clínicas da insuficiência respiratória aguda<br />

SNC Agitação, cefaléia, tremores, alucinações, convulsões<br />

Respiraçã Amplitude, freqüência, ritmo, padrão, expiração prolongada, respiração paradoxal<br />

o<br />

Ausculta Roncos, sibilos, estertores, ausência de murmúrio vesicular<br />

Aparência Sudorese, cianose, puxão traqueal, uso da musculatura acessória<br />

Hemodinâ Taquicardia, bradicardia, arritmia, hipertensão, hipotensão<br />

mica<br />

Fonte: Barreto (2000).<br />

Arbitrariamente, o reconhecimento da IRA é definido e baseado nas alterações da<br />

hemogasometria arterial, instaladas agudamente, quando a pressão parcial de oxigênio (PaO2)<br />

for igual ou inferior a 60mmHg e/ou pressão arterial de gás carbônico (PaO2) for igual ou<br />

superior a 50mmHG (DAVID, 1998).<br />

66


Em relação à insuficiência respiratória aguda que ocorre no <strong>pós</strong>-operatório,<br />

verificam-se os seguintes mecanismos fisiopatológicos: diminuição da ventilação alveolar<br />

causada pelos anestésicos voláteis e analgésicos narcóticos, que diminuem a resposta<br />

ventilatória a hipoxemia e a hipercapnia; fechamento das vias aéreas, devido ao aumento de<br />

volume de oclusão e à diminuição da capacidade residual funcional, com colapso pulmonar e<br />

atelectasia; evolução de infecções bacterianas do trato respiratório superior e ou inferior<br />

(FARESIN, FILARDO, 1997).<br />

Muitos pacientes suportam as mudanças da função pulmonar no <strong>pós</strong>-operatório,<br />

porém naqueles em que esta função está comprometida, o traumatismo cirúrgico e os efeitos<br />

anestésicos resultam em inadequada troca gasosa, levando a um quadro de insuficiência<br />

respiratória. Geralmente, a insuficiência respiratória <strong>pós</strong>-operatória que se desenvolve nas<br />

primeiras 48 horas é proveniente de alterações no parênquima pulmonar, surgindo num curto<br />

período (de minutos a 1-2 horas) sem evidências de evento desencadeante. A insuficiência<br />

respiratória precoce é mais comumente encontrada em pacientes submetidos à cirurgia<br />

torácica ou abdominal alta e em portadores de doença pulmonar prévia. Já a insuficiência<br />

respiratória tardia aparece a partir de 48 horas depois da cirurgia, advinda de eventos como<br />

embolia pulmonar e distensão abdominal (PELLEGRINI, 1993).<br />

Tabela 6 – indicações para suporte ventilatório<br />

Monitorização<br />

Mecânica Normal Atenta Entubação<br />

Freqüência Respiratória 12-20 20-30 >30<br />

Capacidade vital mL/Kg 70-30 30-15 0,6<br />

Ventilação, Paco2 mmHg 35-45 45-50 >50<br />

* A<strong>pós</strong> 15 min de oxigênio a 100%<br />

Fonte: Schwartz (1995 p. 256).<br />

5.4 Intubação Orotraqueal ou Ventilação Mecânica prolongada<br />

67


Conforme Regenga (2000), a intubação translaríngea pode ser efetuada pela<br />

colocação de um tubo através da cavidade nasal (intubação nasotraqueal) ou da cavidade oral<br />

(intubação orotraqueal).<br />

A intubação traqueal, além da indicação como método de desobstrução aérea, pois<br />

permite manter a via aérea pérvia e a aspiração de secreções, está indicada como via da<br />

ventilação mecânica, para isolar a via aérea da digestiva (DAVID, 1998).<br />

A intubação traqueal deve ser feita com tubos siliconizados, de calibre adequado e<br />

com balonetes flácidos, introduzidos por via oro - ou nasotraqueal, conforme as<br />

circunstancias. Os tubos de borracha estão completamente proscritos em intubação<br />

prolongada devido a facilidade com que permitem a formação de crostas oclusivas na luz<br />

rugosa e à freqüência com que determinam lesões traqueais, provocadas principalmente pelo<br />

balonete rígido (CAMARGO, 1997).<br />

As indicações e as <strong>complicações</strong> da intubação oro e nasotraqueal são semelhantes,<br />

mas na urgência sempre deve-se proceder à intubação orotraqueal, que é mais fácil e permite<br />

melhor higiene traqueobrônquica. Na intubação é freqüente o posicionamento incorreto da<br />

ponta da cânula com intubação seletiva do brônquio-fonte direito e por isso deve-se sempre<br />

certificar de que a cânula está na traquéia pela ventilação eqüitativa de ambos os hemitórax e<br />

pela radiografia do tórax (DAVID, 1998).<br />

A intubação oro- ou nasotraqueal causa diminuição dos mecanismos de defesa<br />

naturais do hospedeiro devido ao traumatismo da nasofaringe, prejuízo da deglutição e dos<br />

sistemas mucociliar, e extravasamento de secreções ao redor do cuff (TARANTINO, 1998).<br />

Um método de suporte para pacientes com enfermidade aguda é a ventilação<br />

mecânica, cuja aplicação implica em riscos para o paciente, devendo-se, portanto, ser<br />

empregada de forma cautelosa (BARRETO, 2000).<br />

68


A adoção do suporte ventilatório tem objetivos fisiológicos e clínicos.<br />

Fisiologicamente, a ventilação mecânica promove manutenção ou alteração das trocas<br />

gasosas, visando normalizar a ventilação alveolar e oxigenação arterial, aumento do volume<br />

pulmonar, a de otimizar a capacidade residual funcional (como em <strong>pós</strong>-operatórios com dor),<br />

e redução do trabalho muscular respiratório. As indicações clinicas para tal suporte são:<br />

reversão de quadros como hipoxemia, acidose respiratória aguda e fadiga dos músculos<br />

respiratórios; redução do desconforto respiratório, do consumo de oxigênio sistêmico e<br />

miocárdico; prevenção de atelectasia; promoção de sedação, anestesia ou uso de<br />

betabloquedores neuromusculares; estabilização da parede torácica (BARRETO, 2000).<br />

O suporte ventilatório ao final da cirurgia normalmente é dado por causa dos<br />

efeitos residuais das drogas administrativas para a obtenção de anestesia. Os quais reduzem<br />

progressivamente ou podem ser antagonizados com outras drogas, de forma que o tempo de<br />

ventilação mecânica não é prolongado. Porém, alguns fatores levam a um suporte ventilatório<br />

por tempo indeterminado, tais como estado funcional do paciente, duração da cirurgia, hipo<br />

ou hipertermia, condições da função pulmonar e distúrbios metabólicos (AULER JÙNIOR,<br />

2000).<br />

Como é um procedimento invasivo, apesar da eficácia da ventilação mecânica em<br />

diversas situações, sua aplicação implica em efeitos adversos. As <strong>complicações</strong> relacionadas a<br />

este suporte incluem pneumonia, barotrauma e <strong>complicações</strong> laringotraqueais associadas a<br />

intubação e/ou a traqueostomia. A intensidade destas <strong>complicações</strong> relaciona-se à doença de<br />

base, ao tempo de permanência sob ventilação mecânica e ao modo de aplicação da mesma<br />

(GOLDWASSER, 2000).<br />

69


6 FISIOTERAPIA RESPIRATÓRIA NAS COMPLICAÇÕES PULMONARES PÓS-<br />

OPERATÓRIAS DE CIRURGIAS ABDOMINAIS ALTAS<br />

O fisioterapeuta possui um importante papel a desempenhar no campo da<br />

reabilitação física, principalmente quando atua em conjunto com outras profissões, agindo de<br />

uma forma interdisciplinar. Com a crescente solidificação do conhecimento científico e a<br />

expansão do perfil profissional, o fisioterapeuta ampliou também seu mercado de trabalho, e<br />

dentro dessa perspectiva de atuação profissional que se insere o fisioterapeuta preventivo,<br />

agindo em programas de promoção de saúde e proteção especifica, tendo como principio<br />

fundamental o conjunto de conhecimentos científicos relativos aos fatores que possam causar<br />

infortúnios ao ser humano, bem como conhecendo também os mecanismos de interferência<br />

junto a esses fatores, visando eliminá-los ou minimiza-los (VITTA, 1999).<br />

O fisioterapeuta tem um papel importante a desempenhar na avaliação dos<br />

pacientes que estão sendo preparados para cirurgia e que correm risco de desenvolver<br />

<strong>complicações</strong> que podem ser evitadas pelo profissional atento. A história clínica de todos os<br />

pacientes deve ser verificada para identificar a existência de problemas respiratórios,<br />

circulatórios e de fatores como tabagismo, obesidade, inatividade devido à outra causa ou<br />

lesão e idade, que são fatores que predispõem o paciente às <strong>complicações</strong> <strong>pós</strong>-cirurgias<br />

(DELIBERATO, 2002).<br />

70


Nos dias de hoje, em todo tratamento cirúrgico, para que este não fique incompleto,<br />

deve constar um programa supervisionado de fisioterapia respiratória para preparo<br />

do paciente desde o período pré-operatório, passando pelo período <strong>pós</strong>-operatório<br />

imediato e devendo estender-se ao <strong>pós</strong>-operatório tardio (FUNICELLI, 1995).<br />

A fisioterapia através do trabalho respiratório pré e <strong>pós</strong>-operatório e do trabalho<br />

motor, é uma forte aliada no combate às <strong>complicações</strong> pré e <strong>pós</strong>-<strong>operatórias</strong> já que estas são<br />

as principais causa de morbi-mortalidade em pacientes cirúrgicos. Essas práticas são<br />

particularmente importantes quando se trata de cirurgias no andar alto do abdome<br />

(VASCONI, 2004).<br />

A fisioterapia respiratória, através das técnicas de higiene brônquica e expansão<br />

pulmonar, tem sido praticada como pro<strong>pós</strong>ito de prevenir ou minimizar a evolução de tais<br />

<strong>complicações</strong> (SAAD; ZAMBON, 2001).<br />

6.1 Assistência fisioterapêutica no período pré-operatório<br />

Conforme Ridley (2002, p.216) um número de fatores deverá ser considerado<br />

quando o fisioterapeuta for decidir quais pacientes podem ser classificados como de “alto<br />

risco” e se beneficiariam da assistência nesse estágio:<br />

1) Local da incisão – as incisões abdominais atas e torácicas levam a uma alta incidência<br />

de <strong>complicações</strong> respiratórias. Isso pode resultar em diminuição da CRF, mudança no<br />

padrão ventilatório com respiração superficial rápida e oxigenação prejudicada.<br />

2) Problemas respiratórios preexistentes<br />

2a- Infecção: a infecção do trato respiratório superior pode resultar da<br />

excessiva secreção de muco e redução da depuração mucociliar. A infecção do trato<br />

respiratório inferior pode prejudicar a troca gasosa, levando ao risco de hipoxia<br />

secundaria a pneumonia e exacerbação da infecção.<br />

71


2b- Problemas restritivos: os pacientes com cifoescoliose e espondilite<br />

anquilosante são especialmente de risco a<strong>pós</strong> uma cirurgia abdominal alta, visto que<br />

quase todo volume corrente pode estar dependente do movimento diafragmático.<br />

2c- Problemas obstrutivos: uma anestesia mais profunda pode ser<br />

requisitada em pacientes asmáticos por causa da hiper-reatividade bronquial.<br />

3) Obesidade – a complacência pulmonar total pode ser reduzida a, aproximadamente,<br />

um terço do valor normal devido ao peso adicional sobre a parede torácica levando a<br />

um aumento do trabalho da respiração e do consumo de O2. A hipoxemia pode ser<br />

observada durante o repouso de pacientes obesos, especificamente se eles estiverem<br />

em posição supina, o que ainda reduz a CRF.<br />

4) Idade do paciente – o aumento da idade está associado à perda da capacidade elástica.<br />

Em torno de 65 anos de idade, as pequenas vias aéreas fecham-se durante o repouso<br />

do volume corrente em indivíduos sentados. Com o avanço da idade, os músculos<br />

respiratórios se enfraquecem e a caixa torácica vai se tornando rígida com uma<br />

diminuição da expansão.<br />

5) Tabagismo – o tabagismo resulta no estreitamento das pequenas vias aéreas, aumento<br />

da produção de muco, irritabilidade das vias aéreas, diminuição da depuração do muco<br />

e uma capacidade de fechamento elevada. Esses fatores predispõem a um maior<br />

“shunt” V/Q e prejuízo da oxigenação durante a anestesia.<br />

6) Motivação do paciente – os pacientes afetados pela ansiedade, depressão, deficiência<br />

mental ou doença psiquiátrica podem ter um período de recuperação prolongado.<br />

7) Condição nutricional – uma condição nutricional prejudicada mostrou-se como uma<br />

causa no aumento da incidência de pneumonia <strong>pós</strong>-operatória. A produção de<br />

anticorpos prejudicada também fará com que esses pacientes fiquem propensos à<br />

infecção. As deficiências de vitaminas e proteínas podem atrasar a cicatrização.<br />

72


8) Mobilidade reduzida e doença intercorrente – doenças, tais como esclerose múltipla,<br />

Parkinson e artrite reumatóide, podem aumentar o risco de <strong>complicações</strong> devido à<br />

redução da mobilidade. Doenças intercorrentes, como, por exemplo, diabetes,<br />

leucemia, hemofilia, deverão ser levadas em consideração.<br />

9) Dependência de drogas e álcool – problemas potenciais com sintomas associados e<br />

possíveis necessidade de altos níveis de anestesia/analgesia deverão ser considerados<br />

antecipadamente.<br />

Se a maioria dos problemas respiratórios fossem considerados no pré-operatório,<br />

os pacientes poderiam se beneficiar da instrução no uso de recursos, tais como pressão<br />

positiva contínua e periódica das vias aéreas (PCPAP), ou respiração por pressão positiva<br />

intermitente (RPPI). Orientação quanto à cessação de fumo e a redução do peso semanas ou<br />

meses antes da internação, caso paciente seja tabagista ou obeso. Treino de padrão<br />

ventilatório diafragmático. É importante estabelecer a tolerância do paciente ao exercício e<br />

assegurar um exame geral do sistema músculo-esquelético.<br />

6.2 Assistência fisioterapêutica no período <strong>pós</strong>-operatório<br />

Para Ridley (2002) geralmente, os objetivos principais na fase <strong>pós</strong>-operatória são:<br />

promover a reexpansão de áreas de atelectasia, manter a ventilação adequada, assistir na<br />

remoção de qualquer excesso de secreção pulmonar, auxiliar no posicionamento geral, na<br />

mobilidade na cama e na deambulação precoce do paciente. A prevenção de limitação da<br />

amplitude de movimentos ou postura viciosa secundaria as incisões ou tubos, o controle<br />

adequado do alivio da dor e a oxigenioterapia ideal.<br />

Técnicas fisioterapêuticas que ajudam a alcançar esses objetivos incluem:<br />

73


1) Mobilização precoce;<br />

2) Mobilização na cama/posicionamento;<br />

3) Exercícios de expansão torácica;<br />

4) Pressão positiva contínua e periódica das vias aéreas/respiração por pressão positiva<br />

intermitente;<br />

5) Técnicas de higiene brônquica.<br />

Segundo Consenso de Lyon (2001, p. 19) a remoção de secreção brônquica<br />

pelo controle do fluxo expiratório é reconhecida como eficaz, independente da técnica<br />

empregada.<br />

As posturas são somente um coadjuvante ocasional. A utilização de vibração<br />

manual e percussão não traz nada de positivo.<br />

A eficácia da fisioterapia no tratamento da obstrução brônquica foi<br />

reconhecida e aceita por todos os membros do comitê de especialistas.<br />

74


7 CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

As <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> são as mais comuns de morbidade <strong>pós</strong>-operatória<br />

em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos abdominais altos. Devido à alta<br />

incidência dessas <strong>complicações</strong> e dos custos monetários associados à hospitalização<br />

prolongada e mortalidade, grandes esforços têm sido feitos para predizer e diminuir os riscos<br />

para desenvolvimento dessas <strong>complicações</strong> e identificar técnicas que possam ser usadas para<br />

preveni-las.<br />

As principais controvérsias e divergências encontradas são aos fatores preditivos<br />

das <strong>complicações</strong>, e desses destacaram-se o estado nutricional, valor das provas de função<br />

pulmonar, tempo de abstinência ao tabaco e idade do paciente. A literatura consensua outros e<br />

identificam as seguintes causas de CPP: tempo operatório, tipo de incisão, anestesia, doença<br />

pulmonar prévia entre outros. Há consonância também, quanto as CPP mais prevalentes,<br />

sendo: pneumonia, insuficiência respiratória e atelectasia.<br />

A abordagem fisioterapêutica apesar das diversas publicações disponíveis, trilha<br />

por caminhos tortuosos, carecendo de ensaios clínicos controlados randomizados, com<br />

parâmetros e objetivos bem definidos, que permita a efetiva comprovação de suas técnicas<br />

para posterior inserção do fisioterapeuta como agente indispensável na prevenção e<br />

tratamento das <strong>complicações</strong> <strong>pulmonares</strong> nas cirurgias abdominais altas.<br />

75


Recente-se na realização deste trabalho, a indisponibilidade de um banco de dados<br />

vinculado a nossa Universidade, o qual possibilitaria a inclusão de outras e mais recentes<br />

publicações científicas, que certamente enriqueceria o resultado final deste estudo.<br />

Aguarda-se, que ao final da análise dessa obra, surtam inquietações no leitor, que<br />

o induzindo ao aprofundamento de seus estudos, venha este a contribuir e engrandecer esse<br />

trabalho.<br />

76


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