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FCH_1 MIOLO FINAL[1].pdf - Universidade Católica Portuguesa

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A .Modernidade .(alguns .aspectos) . .| 47 .<br />

não‑eu .que, .a .cada .instante, .o .manifesta .e .o .exprime .em .imagens<br />

.mais .vivas .do .que .a .própria .vida, .sempre .instável .e .fugidia .<br />

(1993, .17-18)<br />

A .modernidade, .para .ser .experiência .estética, .obriga .a .um .trabalho .<br />

de .interiorização .da .própria .cidade .Deste .modo, .o .trabalho .poético .não .<br />

consiste .numa .simples .descrição .da .vida .moderna, .e .sim .na .recriação .<br />

“de .uma .vida .moderna .e .mais .abstracta” .(Baudelaire .1980, .161) .Por .isso, .<br />

a .experiência .da .vida .moderna .exige .uma .identidade .de .tipo .novo, .construída<br />

.no .confronto .com .a .vida .urbana .e .assente .na .disponibilidade .para .<br />

“sentir .tudo .de .todas .as .maneiras” .(como .dirá .Pessoa), .ou .“para .ser .ele .<br />

mesmo .e .um .outro” .(1980, .170), .como .diz .o .poema .em .prosa .“Les .foules”,<br />

.de .Le spleen de Paris .(1869) .Daí .que .ela .seja .uma .demanda .que .cabe .<br />

a .“um .homem .do .mundo .cumprir”: .“procur[ar] .por .todo .o .lado .a .beleza .<br />

passageira, .fugaz, .da .vida .presente, .o .carácter .daquilo .que .o .leitor .nos .<br />

permitiu .chamar .a .modernidade” .(1993, .61)<br />

Assim .vai, .corre, .procura .Que .procura .ele? .[ ] .este .solitário .dotado .<br />

de .uma .imaginação .activa, .sempre .viajando .pelo .grande .deserto de<br />

homens, .possui .um .objectivo .mais .elevado .do .que .o .de .um .puro .<br />

flâneur, .um .objectivo .mais .geral, .que .não .o .do .prazer .fugitivo .da .<br />

circunstância .Ele .procura .aquela .qualquer .coisa .que .nos .permitiremos<br />

.chamar .a .modernidade .[ ] .Trata-se, .para .ele, .de .extrair .o .<br />

eterno .do .transitório .[ ] .A .modernidade .é .o .transitório, .o .fugitivo, .<br />

o .contingente, .a .metade .da .arte, .cuja .outra .metade .é .o .eterno .e .<br />

o .imutável .(1993, .21)<br />

Reparem: .o .que .define .“o .antigo” .(o .eterno; .a .tradição) .é .“o .moderno” .<br />

(o .efémero; .o .novo), .e .não .o .inverso .O .efémero .passa .a .ser .um .valor .positivo<br />

.E .por .isso .Baudelaire .refere .a .moda, .logo .no .início .do .seu .estudo, .<br />

como .uma .espécie .de .epítome .da .modernidade .É .o .efémero .que .propicia<br />

.a .mudança .e .a .renovação, .e .que .permite .definir .a .tradição, .mas .uma .<br />

tradição .que .se .desloca .continuamente, .acompanhando .os .movimentos .<br />

da .própria .modernidade .Como .diz .algures .o .nosso .contemporâneo .Jürgen<br />

.Habermas: .“O .horizonte .da .Modernidade .desloca-se” .A .modernidade .<br />

estética .é, .pois, .“o .advento .do .novo”, .que .cabe .ao .poeta .(criador) .pes-

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