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FCH_1 MIOLO FINAL[1].pdf - Universidade Católica Portuguesa

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46 | Modernidade e Cruzamento de Saberes<br />

nas, .pelas .multidões .em .trânsito, .pela .indistinção .entre .o .dia .e .a .noite, .<br />

pela .constante .estimulação .e .enervamento .dos .sentidos .(o .spleen), .que .<br />

exigem .uma .sensibilidade .de .tipo .novo, .uma .aprendizagem .baseada .<br />

na .reeducação .dos .sentidos, .e .em .especial .do .olhar .A .cidade .é .o .lugar .<br />

da .troca: .de .mercadorias, .de .ideias .e .de .emoções .É .o .lugar .do .acontecimento<br />

.da .arte .e .da .esteticização .do .quotidiano: .os .espectáculos, .o .<br />

teatro, .os .desfiles, .a .moda, .o .culto .da .imagem .(pessoal) .e .das .imagens, .<br />

a .vida .boémia .A .cidade .é .um .espaço .de .aprendizagem, .de .crise .de .<br />

identidade .e .de .formação .do .homem .moderno, .e .sobretudo .do .artista .<br />

moderno, .do .confronto .do .indivíduo .com .a .multidão, .da .definição .e .<br />

redefinição .da(s) .sexualidade(s), .de .novas .formas .de .erotismo .O .desejo .<br />

na .cidade .confunde-se .com .o .desejo .da .cidade .A .cidade .é .o .lugar .do .<br />

conhecimento: .das .universidades, .das .academias, .dos .museus .A .cidade .<br />

é .o .espaço .do .alargamento .e .da .expansão .da .vida, .expresso .no .fluxo .<br />

incessante .de .pessoas .e .viaturas, .na .extensa .e .labiríntica .rede .de .transportes,<br />

.nos .novos .meios .de .comunicação .de .massa .(com .o .surgimento .<br />

de .uma .nova .profissão .intelectual: .o .jornalismo), .na .iluminação .pública .<br />

nocturna . 16 .A .cidade, .com .tudo .isto, .é .o .lugar .da .incerteza, .da .insegurança,<br />

.da .transitoriedade, .da .perda .da .inocência .(da .inocência .que .ficou .<br />

na .natureza, .no .campo, .na .província), .do .isolamento, .da .marginalidade .<br />

e .do .crime .(o .romance .policial .é, .obviamente, .um .género .literário .que .<br />

nasce .com .as .metrópoles .modernas) .Metaforicamente, .a .cidade .é .a .<br />

grande .Babel, .o .último .Labirinto<br />

Para .Baudelaire, .a .modernidade .é .uma .experiência .estética .indissociável<br />

.da .vida .das .grandes .cidades, .personificada, .no .texto .de .1863, .no .<br />

poeta .como .“homem .do .mundo” .e .“homem .das .multidões”, .distinto .do .<br />

artista-especialista, .“preso .à .sua .paleta .como .o .servo .à .gleba” .(1993, .15), .<br />

e .próximo .do .dandy, .cujo .domínio .é .também .a .multidão:<br />

A .multidão .é .o .seu .domínio, .tal .como .o .ar .é .o .domínio .do .<br />

pássaro, .e .a .água, .o .do .peixe .A .sua .paixão .e .a .sua .profissão .é .a .<br />

de .desposar a multidão .[ ] .entra .assim .na .multidão .como .num .<br />

imenso .reservatório .de .electricidade .[ ] .É .um .eu .insaciável .do .<br />

16 E .a .iluminação .(artificial) .da .noite, .permitindo .o .prolongamento .do .dia, .representa, .simbolicamente,<br />

.a .vitória .definitiva .da .luz .da .razão .sobre .as .trevas

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