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FCH_1 MIOLO FINAL[1].pdf - Universidade Católica Portuguesa

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22 | Modernidade e Cruzamento de Saberes<br />

Ora, .o .segundo .momento .instaurador .da .modernidade, .que .encontrou<br />

.nas .Meditações de Filosofia Primeira, .de .Descartes, .contemporâneas .<br />

da .revolução .científica .operada .por .Galileu, .a .sua .expressão .mais .radical<br />

.– .quer .dizer, .capaz .de .abrir .uma .nova .época .na .história .do .pensamento<br />

.e .de .dar .ao .curso .futuro .dessa .história .uma .orientação .radicalmente<br />

.nova 12 .– .aparecerá .como .retomada .do .trabalho .da .sofística .grega, .<br />

mas, .igualmente, .como .superação .daquele .cepticismo .que .fora .a .sua .<br />

mais .imediata .consequência 13 .Com .Descartes, .diz .Husserl, .emergiu .um .<br />

outro .tipo .de .subjectividade, .não .psicológica, .capaz .de .pôr .de .novo .a .<br />

ciência .no .caminho .certo .Uma .subjectividade .que .não .é .apenas .o .centro .<br />

de .uma .ingénua .visada .intencional .de .um .mundo .de .objectos .já .dados, .<br />

mas .também .uma .capacidade .de .«regresso» .a .si .mesmo, .e .de .ser .testemunha<br />

.do .seu .acto .de .visar .e .daquilo .que, .por .seu .intermédio, .é .visado .<br />

Subjectividade .responsável .e, .por .isso .mesmo, .fonte .de .orientações .de .<br />

carácter .normativo 14<br />

Mas .aqui .surge .uma .questão: .em .que .se .fundamenta .Husserl .para .<br />

admitir .este .privilégio .da .«ideia .de .ciência», .uma .vez .que .não .basta .evocar<br />

.os .seus .sucessos .de .ordem .técnica? .Ou, .dito .de .outra .forma, .uma .vez .<br />

que .foram .esses .mesmos .sucessos, .desde .os .alvores .da .modernidade .<br />

até .aos .dias .de .hoje, .que .produziram .a .obnubilação .daquela .ideia, .arrastando<br />

.a .própria .ciência .– .e, .com .ela, .a .humanidade .europeia, .onde .teve .<br />

a .sua .origem .– .para .a .crise? .É .da .necessidade .de .resposta .a .esta .interrogação<br />

.que .resulta .toda .a .problemática .husserliana .do .chamado .«mundo .<br />

da .vida», .enquanto .solo .de .evidências .originárias, .no .qual .a .ciência .deve .<br />

buscar .uma .legitimação .última .Poucos .conceitos .husserlianos .terão .tido, .<br />

como .este, .a .divulgação .que .se .conhece, .mesmo .fora .dos .meios .filosóficos .<br />

ou .fenomenológicos .E, .no .entanto, .para .poucos .conceitos .husserlianos .<br />

poderíamos .reservar .a .classificação, .popularizada .por .Eugen .Fink, .de .conceito<br />

.«operatório», .ou .seja, .jamais .tematicamente .definido .no .seu .sentido .<br />

12 Idem, .Ibidem, .p .60 .<br />

13 Como .já .referimos .anteriormente, .no .termo .da .história .da .filosofia .dita .«moderna», .Hegel .<br />

dirá .também .do .seu .sistema .filosófico .que .ele .constitui .o .cepticismo .superado .e .compreendido<br />

.no .seu .autêntico .sentido .<br />

14 Cf .Ernst .Wolfgang .Orth, .Edmund .Husserl .«Krisis der europäischen Wissenschaften und die<br />

transzendentale Phänomenologie», .Darmstadt, .Wissenschaftliche .Buchgesellschaft, .1999, .pp .<br />

15-16

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