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FCH_1 MIOLO FINAL[1].pdf - Universidade Católica Portuguesa

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16 | Modernidade e Cruzamento de Saberes<br />

dente: .Hegel .define .o .presente .como .realização .da .história, .ao .passo .que .<br />

Husserl .define .o .presente .como .crise .Para .Hegel, .no .presente .(o .«seu», .<br />

obviamente, .mas .isto .pouco .importa), .estavam .criadas .as .condições .que .<br />

permitiriam .a .efectivação .daquilo .para .que .a .história .da .humanidade .<br />

sempre .tendera: .a .realização .da .liberdade .e .a .reconciliação .do .homem .<br />

consigo .mesmo .Para .tal, .bastaria .que .a .humanidade .actual .compreendesse<br />

.o .sentido .dessa .sua .história .e .se .dispusesse .a .realizá-lo .(As .condições<br />

.objectivas .que .possibilitam .essa .realização .encontrando-se, .pelo .<br />

seu .lado, .já .dadas ) .<br />

Tal .exige, .porém, .uma .prévia .tarefa .educativa .da .consciência, .que .é .<br />

levada .a .cabo, .por .Hegel, .na .obra .de .1807 .intitulada .Fenomenologia do<br />

Espírito .Ela .mais .não .é, .nas .palavras .do .autor, .do .que .a .«ciência .da .experiência<br />

.da .consciência», .no .termo .da .qual .a .consciência .terá .compreendido<br />

.a .sua .história .como .sendo, .justamente, .a sua .história .e .que, .por .conseguinte,<br />

.o .que .aconteceu .não .foi .independente .da .sua .intervenção .A .<br />

consciência .educa-se .olhando .para .aquilo .que .realizou .e .aprendendo .a .<br />

reconhecer .aí .o .seu .trabalho .O .cepticismo .pode, .então, .ser .superado: .a .<br />

consciência .já .não .desespera .de .conhecer .o .objecto, .pois .este .mais .não .<br />

é .do .que .um .produto .seu: .o .mundo .físico, .compreendido .no .seu .ser, .é .<br />

um .resultado .do .trabalho .da .ciência, .tal .como .o .mundo .histórico .resulta .<br />

da .actividade .social .e .política .dos .homens . 5<br />

Aqui, .deparamos .com .a .questão .seguinte: .que .é .que .nos .garante .que .<br />

conhecemos .o .sentido .desta .história? .Uma .vez .que .a .história .é .a .história<br />

.dos .homens .em .acção, .parece .que .podemos .encontrar .nela .muitos .<br />

planos, .mas .não .um .único .plano, .que .nos .permita .falar .de .uma .história .<br />

Ora, .uma .vez .que .o .empreendimento .husserliano .tem, .como .o .de .Hegel, .<br />

um .carácter .teleológico, .seria .inevitável .que .Husserl .procurasse .clarificar .<br />

a .natureza .da .sua .própria .concepção .teleológica .da .história, .distinguindo .<br />

o .seu .modo .de .proceder .do .das .filosofias .especulativas .da .história, .de .<br />

5 . Na .Fenomenologia do Espírito, .Hegel .chama .«dialéctica» .a .este .movimento .da .consciência, .<br />

no .termo .do .qual .ela .reconhece, .no .objecto .que, .até .então, .considerava .como .estranho, .<br />

algo .de .produzido .por .si .(Cf Phänomenologie des Geistes, .in .Gesammelte Werke, .Hamburg, .<br />

Felix .Meiner, .1980, .Band .9, .p .60 )

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