I DIretrIz BrasIleIra De MIocarDItes e PerIcarDItes - Publicações ...
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20<br />
I Diretriz Brasileira de<br />
Miocardites e Pericardites<br />
Diretrizes<br />
Tabela 28 – Indicações de pericardiocentese com biopsia pericárdica.<br />
Classe de<br />
recomendação<br />
Classe I<br />
Classe I<br />
Classe IIa<br />
Arq Bras Cardiol: 2013; 100(4 Supl. 1): 1-36<br />
Indicações<br />
Na suspeita de tuberculose, neoplasia ou<br />
etiologia bacteriana ou fúngica<br />
Associada à videopericardioscopia para<br />
aumentar a sensibilidade diagnóstica<br />
No diagnóstico de derrames pericárdicos<br />
importantes assintomáticos<br />
Nível de<br />
evidência<br />
4.12. Análise histológica<br />
O quadro histológico pode ser agrupado segundo<br />
categorias etiológicas, sendo a etiologia da tuberculose<br />
a mais frequente. Acredita-se que alguns vírus causem<br />
pericardite autolimitada. Quando a inflamação é<br />
acentuada, existe proliferação exuberante de células<br />
mesoteliais reativas com atipias nucleares que impõem<br />
o diagnóstico diferencial com infiltração neoplásica. Para<br />
essa finalidade, a imunohistoquímica é útil, pois contém<br />
a diferenciação por marcadores de células epiteliais e<br />
mesoteliais 212,219 .<br />
Pericardite fibrinosa - graus variados de espessamento por<br />
edema, discreto infiltrado inflamatório e fibrina na superfície,<br />
com espessamento do colágeno e tecido de granulação nos<br />
casos mais crônicos. Por vezes há proliferação exuberante de<br />
células mesoteliais.<br />
Pericardite fibrino-purulenta - infiltrado neutrofílico, por<br />
vezes formando abscessos, em meio a fibrina e restos celulares<br />
na superfície serosa. O encontro do agente etiológico é<br />
frequente.<br />
Pericardite crônica inespecífica - infiltrado linfo-histiocitário<br />
associado a fibrose de grau variável. Acredita-se que pode<br />
estar associada a infecção viral.<br />
Pericardite hemorrágica - encontrada em associação<br />
com pericardites agudas, é acompanhada de componente<br />
hemorrágico expressivo. As principais causas são: tuberculose,<br />
infiltração neoplásica e cirurgia cardíaca.<br />
Pericardite granulomatosa - o principal agente causal é a<br />
tuberculose, mas também micobactérias atípicas e fungos<br />
como histoplasma e cândida. Na tuberculose é comum<br />
necrose caseosa, e pode evoluir para pericardite constritiva.<br />
Pericardite constritiva - é o resultado da cicatrização de uma<br />
pericardite prévia. Caracteriza-se por espessamento fibroso<br />
acentuado e aderências entre os folhetos visceral e parietal.<br />
Às vezes coexiste calcificação extensa ou em placas.<br />
Pericardite pós-infarto do miocárdio e síndrome de Dressler -<br />
admite-se que a vizinhança com o miocárdio necrótico possa<br />
causar inflamação do pericárdio pós-infarto do miocárdio, que<br />
quando ocorre tardiamente é denominado de síndrome de<br />
Dressler. A histologia é uma pericardite crônica inespecífica.<br />
A tabela 29 resume as indicações para da imunohistoquímica<br />
para o diagnóstico de pericardite.<br />
B<br />
B<br />
B<br />
Tabela 29 – Indicação de imuno-histoquímica para o diagnóstico de<br />
pericardite.<br />
Classe de<br />
recomendação<br />
Classe IIa<br />
Classe IIa<br />
5. Tratamento<br />
Indicações<br />
Imuno-histoquímica com HLADR tipo I e II<br />
na investigação diagnóstica de inflamação<br />
epimiocárdica e pericárdica.<br />
Imuno-histoquímica para pesquisa e<br />
contagem de infiltrado por linfócitos T, B e<br />
macrófagos epimiocárdica e pericárdica.<br />
Nível de<br />
evidência<br />
A hospitalização é desejável na maioria dos pacientes para<br />
determinação da etiologia - observar sinais ou sintomas de<br />
tamponamento e iniciar com anti-inflamatórios não hormonais<br />
(AINH) e tratamento sintomático. AINH são a droga principal<br />
para o início do tratamento. Ibuprofeno é preferido, com raros<br />
efeitos colaterais e efeitos favoráveis no fluxo coronariano<br />
em altas doses.<br />
O tratamento com corticosteroides sistêmicos deve ser<br />
restrito a doenças do tecido conjuntivo, doenças autoimunes<br />
ou pericardite urêmica. A aplicação intrapericárdica de<br />
corticosteroides evita efeitos colaterais sistêmicos e é<br />
altamente efetiva para retirar prednisona, ibuprofeno ou<br />
colchicina 220,221 , e devem ser introduzidos precocemente.<br />
Pacientes em recuperação devem ser observados para possível<br />
recorrência ou constrição.<br />
Se o paciente necessitar de anticoagulantes, a heparina é<br />
recomendada com observação estrita.<br />
5.1. Anti-inflamatórios não hormonais e colchicina<br />
Os AINH são os principais medicamentos para o<br />
tratamento das pericardites idiopática e viral. O objetivo<br />
principal do tratamento é o alívio da dor e a resolução do<br />
processo inflamatório 222,223 .<br />
Os AINH devem ser utilizados nas doses anti-inflamatórias:<br />
ácido acetil salicílico (AAS), 500 a 750mg a cada 6 ou 8 horas,<br />
por 7 a 10 dias, seguido de redução gradual de 500 mg por<br />
semana, por três semanas; ibuprofeno, 400 a 800mg a cada<br />
6 ou 8 horas, por 14 dias; indometacina, 75 a 150 mg ao dia.<br />
Na pericardite pós-infarto agudo do miocárdio, deve-se evitar<br />
o uso de indometacina, por estar relacionada à redução do<br />
processo cicatricial da área infartada 224,225 .<br />
O tempo de tratamento da pericardite com AINH é em<br />
torno de 14 dias, usualmente, podendo ser guiado pelos níveis<br />
séricos da PCRT como marcador de atividade inflamatória. A<br />
retirada dos AINH deve ser progressiva e lenta para reduzir<br />
a possibilidade de recorrência 226 . Todos os pacientes devem<br />
fazer uso de inibidores de prótons para proteção da mucosa<br />
gástrica.<br />
A colchicina tem demonstrado ser efetiva como terapêutica<br />
coadjuvante da pericardite aguda, no alívio da dor e na<br />
prevenção da recorrência ao fim de dezoito meses 220,227 . A<br />
dose é de 0,5 mg de 12/12 horas ou 0,5 mg a cada 24 horas<br />
nos pacientes com menos de 70 kg, pelo período de três meses<br />
no primeiro evento e 6 meses na pericardite recorrente 228,229 .<br />
B<br />
B