20.05.2013 Views

I DIretrIz BrasIleIra De MIocarDItes e PerIcarDItes - Publicações ...

I DIretrIz BrasIleIra De MIocarDItes e PerIcarDItes - Publicações ...

I DIretrIz BrasIleIra De MIocarDItes e PerIcarDItes - Publicações ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

de atividade inflamatória miocárdica através da biópsia<br />

endomiocárdica associada a pesquisa viral negativa (Figura 2).<br />

Biópsia<br />

endomiocárdica<br />

Inflamação negativa Inflamação positiva<br />

Terapêutica<br />

convencional<br />

Análise histológica + Imuno-histoquimica<br />

+ Pesquisa viral<br />

c/ persitência<br />

viral<br />

Imunoglobulina<br />

Interferon-β<br />

Figura 2 - Fluxograma terapêutico da miocardite viral<br />

s/ persitência<br />

viral<br />

Imunossupressão<br />

Fatores como a regressão espontânea da inflamação<br />

de cerca de 50% das miocardites, a falta de uniformidade<br />

dos estudos clínicos quanto aos critérios diagnósticos, o<br />

reduzido número de pacientes na maioria dos ensaios, a<br />

heterogeneidade das características clínicas das populações<br />

estudadas e a ausência de estudos clínicos com objetivo<br />

principal de avaliar a redução da mortalidade de forma<br />

isolada dificultam a análise dos benefícios clínicos da<br />

terapêutica imunossupressora. Os estudos clínicos 105 que<br />

avaliaram a melhora na sobrevida não demonstraram<br />

benefício da terapêutica imunossupressora em relação à<br />

terapêutica convencional para insuficiência cardíaca. Esses<br />

estudos apresentaram diversas falhas metodológicas, como<br />

não realizar pesquisa viral, utilizar somente de critérios de<br />

análise histológica por DALLAS e não de imunohistoquímica<br />

para o diagnóstico de miocardite. Tudo isso pode ter<br />

comprometido os benefícios esperados com a terapêutica<br />

imunossupressora, por isso permanece não definido o<br />

benefício da imunossupressão na redução da mortalidade.<br />

Em pacientes com IC crônica com miocardite ativa, sem<br />

presença de infecção viral, a terapêutica imunossupressora<br />

demonstrou benefícios na melhora clínica, redução dos<br />

diâmetros cavitários com melhora da função ventricular e<br />

regressão da atividade inflamatória (tabela 12) 106-109 . Nas<br />

miocardites autoimune, eosinofílica por hipersensibilidade,<br />

sarcoidose ou por células gigantes, a terapêutica com<br />

corticosteroides ou associada à ciclofosfamida (lúpus<br />

eritematoso) demostra benefícios na melhora clínica, da<br />

função ventricular e da sobrevida, mas deve-se considerar que<br />

esses benefícios foram observados em estudos com número<br />

reduzido de pacientes 110-112 .<br />

I Diretriz Brasileira de<br />

Miocardites e Pericardites<br />

Diretrizes<br />

A terapêutica imunossupressora mais comumente utilizada<br />

nos pacientes com miocardite pós-viral é a associação de<br />

prednisona com azatioprina pelo período de seis meses (tabela<br />

13). Os pacientes submetidos à terapêutica imunossupressora<br />

devem ser clinicamente monitorados de modo contínuo<br />

quanto ao desenvolvimento de paraefeitos, pois estes podem<br />

aumentar de forma significativa tanto a morbidez quanto a<br />

mortalidade.<br />

Tabela 12 – Indicações da terapêutica imunossupressora na<br />

miocardite.<br />

Classe de<br />

recomendação<br />

Classe I<br />

Classe IIa<br />

Classe III<br />

Indicações<br />

Na presença de miocardite positiva - por<br />

células gigantes, doenças autoimunes,<br />

sarcoidose e hipersensibilidade -<br />

associada a disfunção ventricular.<br />

Na presença de miocardite positiva com<br />

pesquisa viral negativa, comprovada por<br />

biópsia endomiocárdica, em pacientes com<br />

insuficiência cardíaca crônica, com objetivo<br />

de melhora clinica e da função ventricular.<br />

Na insuficiência cardíaca aguda não<br />

responsiva a terapêutica usual.<br />

Tabela 13 – Terapêutica imunossupressora com prednisona e<br />

azatioprina.<br />

Primeiras 4<br />

semanas<br />

Prednisona<br />

1mg/Kg/dia<br />

5 a 12 semanas Reduzir a posologia em 0,08mg/kg/semana<br />

13 a 20 semanas Manter a dose em 0,3mg/kg/dia<br />

21 a 24 semanas Reduzir a dose em 0,08mg/kg/semana<br />

Azatioprina<br />

1 a 24 semanas 2mg/kg/dia<br />

5.3.2. Antivirais<br />

Nível de<br />

evidência<br />

A terapêutica antiviral tem como objetivo promover a<br />

eliminação viral como também impedir a sua replicação.<br />

<strong>De</strong>ntre as possibilidades terapêuticas, temos a infusão<br />

subcutânea de interferon-β (IFN- β) e a imunoglobulina<br />

intravenosa (IG-IV).<br />

Em modelo experimental de miocardite viral com animais<br />

geneticamente modificados para não expressão de produção<br />

de IFN-β, foi observada extensa proliferação viral e intensa<br />

atividade inflamatória associada a maior disfunção ventricular<br />

e mortalidade, sugerindo que o IFN-β tem um importante<br />

papel para o controle da infecção viral na miocardite 113 .<br />

A infusão subcutânea de IFN-β em pacientes com<br />

cardiomiopatia dilatada e persistência viral (adenovírus<br />

e enterovírus) demonstrou eliminação viral com melhora<br />

clínica da capacidade funcional e função ventricular 100 . Em<br />

pacientes com miocardite viral por parvovírus-B19, o IFN-β<br />

esteve associado à redução da carga viral, melhora da função<br />

Arq Bras Cardiol: 2013; 100(4 Supl. 1): 1-36<br />

B<br />

B<br />

C<br />

9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!