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Estrongilídeos gastrointestinais de ruminantes - USP

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BMP0222 – Introdução à Parasitologia Veterinária<br />

<strong>Estrongilí<strong>de</strong>os</strong> <strong>gastrointestinais</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>ruminantes</strong><br />

Alda Maria Backx Noronha Ma<strong>de</strong>ira<br />

Departamento <strong>de</strong> Parasitologia<br />

ICB/<strong>USP</strong>


Classificação dos Nematoda (vermes redondos)<br />

Or<strong>de</strong>m Superfamilia Comentários<br />

Strongylida<br />

Trichostrongyloi<strong>de</strong>a<br />

Strongyloi<strong>de</strong>a<br />

Ancylostomatoi<strong>de</strong>a<br />

Metastrongyloi<strong>de</strong>a<br />

Ascaridida Ascaridoi<strong>de</strong>a<br />

Oxyurida Oxyuroi<strong>de</strong>a<br />

Rhabditida Rhabditoi<strong>de</strong>a<br />

Spirurida<br />

Enoplida<br />

Spiruroi<strong>de</strong>a<br />

Thelazioi<strong>de</strong>a<br />

Filaroi<strong>de</strong>a<br />

Habronematoi<strong>de</strong>a<br />

Trichuroi<strong>de</strong>a<br />

(Trichinelloi<strong>de</strong>a)<br />

Dioctophymatoi<strong>de</strong>a<br />

nematói<strong>de</strong>s "bursados"<br />

nematói<strong>de</strong>s "não<br />

bursados"<br />

SUFIXO GRUPO TAXONÔMICO<br />

ida ORDEM<br />

oi<strong>de</strong>a SUPERFAMÍLIA<br />

idae FAMÍLIA<br />

inae SUBFAMÍLIA


Classificação<br />

Nematoda<br />

Chromadorea<br />

Sub-or<strong>de</strong>m<br />

Filo<br />

Classe<br />

Strongylida<br />

Super-Família<br />

Strongyloi<strong>de</strong>a<br />

Ancylostomatoi<strong>de</strong>a<br />

Trichostrongyloi<strong>de</strong>a<br />

Molineoi<strong>de</strong>a


Classificação<br />

Strongyloi<strong>de</strong>a<br />

Strongylus<br />

Triodontophorus<br />

Oesophagostomum<br />

Oesophagostomum<br />

Ruminantes<br />

Equinos<br />

Suínos<br />

Subor<strong>de</strong>m<br />

Strongylida<br />

Ancylostomatoi<strong>de</strong>a<br />

Bunostomum<br />

Molineoi<strong>de</strong>a<br />

Nematodirus<br />

Superfamília<br />

Trichostrongyloi<strong>de</strong>a<br />

Trichostrongylus<br />

Haemonchus<br />

Cooperia<br />

Ostertagia<br />

Hyostrongylus<br />

Gênero


<strong>Estrongilí<strong>de</strong>os</strong> gastrintestinais dos<br />

<strong>ruminantes</strong>


<strong>Estrongilí<strong>de</strong>os</strong> <strong>de</strong> Ruminantes<br />

• Po<strong>de</strong>m ocorrer infecções mistas.<br />

• Um mesmo parasita po<strong>de</strong> acometer hospe<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> diferentes espécies<br />

• Espécie menos a<strong>de</strong>quada - infecções leves, parasita eliminado.<br />

• A maioria dos estrongilí<strong>de</strong>os parasitas gastrintestinais dos <strong>ruminantes</strong><br />

pertencem à superfamília Trichostrongyloi<strong>de</strong>a:<br />

• Vermes pequenos (1 a 2 cm, em média).<br />

• Possuem bolsa copuladora com 2 espículos.<br />

• Cápsula bucal vestigial, possuem poucos apêndices cuticulares.<br />

• Ciclo evolutivo direto e com estágio infectante L3


<strong>Estrongilí<strong>de</strong>os</strong> <strong>de</strong> maior importância para Ruminantes<br />

Espécie Hospe<strong>de</strong>iro preferencial Localização verme adulto<br />

Haemonchus placei e H. similis Bovinos abomaso<br />

Haemonchus contortus Ovinos e caprinos abomaso<br />

Trichostrongylus axei Bovinos abomaso<br />

Ostertagia ostertagi Bovinos abomaso<br />

Ostertagia trifurcata Ovinos e caprinos abomaso<br />

Ostertagia circumcincta Ovinos e caprinos abomaso<br />

Trichostrongylus colubriformis Ovinos e caprinos intestino <strong>de</strong>lgado<br />

Cooperia spp Ruminantes intestino <strong>de</strong>lgado<br />

Nematodirus spp Ruminantes intestino <strong>de</strong>lgado<br />

Bunostomum phlebotomum Bovinos intestino <strong>de</strong>lgado<br />

Bunostomum trigonocephalum Ovinos e caprinos intestino <strong>de</strong>lgado<br />

Oesophagostomum radiatum Bovinos intestino grosso<br />

Oesophagostomum columbianum e O.<br />

venulosum<br />

Ovinos e caprinos intestino grosso<br />

Baixa especificida<strong>de</strong> parasitária, acomete também outros <strong>ruminantes</strong> e equinos<br />

Mais importantes na região Sul do Brasil


<strong>Estrongilí<strong>de</strong>os</strong> <strong>de</strong> maior importância para<br />

Ruminantes<br />

• Estado <strong>de</strong> São Paulo:<br />

• Ovinos e caprinos: Haemonchus contortus e Trichostrongylus<br />

colubriformis<br />

• Bovinos: Haemonchus placei, Haemonchus similis,<br />

Trichostrongylus axei, Cooperia spp e Oesophagostomum<br />

radiatum.<br />

• Região Sul do Brasil<br />

• Ostertagia spp.


Haemonchus spp. - Morfologia<br />

• Distribuição mundial<br />

• Responsável por gran<strong>de</strong>s perdas em ovinos e bovinos, principalmente em<br />

regiões tropicais<br />

• Adultos têm 2 a 3 cm <strong>de</strong> comprimento (gran<strong>de</strong>s)


Haemonchus spp. - Morfologia<br />

• Os ovários são enrolados em espiral ao redor do intestino.<br />

• Vermes frescos: ovários brancos enrolados com intestino repleto <strong>de</strong> sangue:<br />

aspecto <strong>de</strong> pirulito.


Haemonchus spp. - Morfologia


Haemonchus spp. - Morfologia<br />

• Extremida<strong>de</strong> anterior: papilas cervicais e uma lanceta minúscula no interior da<br />

cápsula bucal (permite obter sangue dos vasos da mucosa).<br />

Papilas cervicais<br />

Lanceta bucal<br />

Haemonchus contortus


Haemonchus spp. - Morfologia<br />

Haemonchus contortus<br />

Papilas cervicais


Haemonchus spp. - Morfologia<br />

• Macho possui lobo dorsal da bolsa copuladora assimétrico<br />

Haemonchus contortus


Haemonchus spp. - Morfologia<br />

• Fêmea possui um apêndice vulvar<br />

Extremida<strong>de</strong> posterior<br />

<strong>de</strong> Haemonchus contortus<br />

Apêndice vulvar


Ostertagia spp. - Morfologia<br />

• Causa importante gastrite parasitária em <strong>ruminantes</strong>.<br />

• Importante em regiões <strong>de</strong> clima temperado e em regiões sub-tropicais com<br />

chuvas <strong>de</strong> inverno (importante na região Sul do Brasil).<br />

• Adultos: finos, acastanhados, com cerca <strong>de</strong> 1 cm <strong>de</strong> comprimento.


Ostertagia spp. - Morfologia<br />

• Adultos: mucosa do abomaso.<br />

• Estágios larvais: glândulas gástricas.<br />

• Também são hematófagos, mas sugam<br />

menos sangue que Haemonchus<br />

Mucosa do abomaso


Ostertagia spp. - Morfologia<br />

• A forma dos espículos no macho permite a diferenciação das espécies<br />

O. trifurcata<br />

O. ostertagi<br />

O. lyrata<br />

O. circumcincta


Ostertagia ostertagi - Morfologia<br />

Extremida<strong>de</strong> anterior: papilas cervicais Extremida<strong>de</strong> anterior


Ostertagia ostertagi - Macho<br />

Extremida<strong>de</strong> posterior<br />

Espículos


Ostertagia ostertagi - Fêmea<br />

Apêndice vulvar<br />

Extremida<strong>de</strong> posterior


Trichostrongylus spp. - Morfologia<br />

• Adultos com menos <strong>de</strong> 7 mm <strong>de</strong> comprimento, menor da família<br />

• Sem cápsula bucal evi<strong>de</strong>nte<br />

• Sulco excretor na região esofágica<br />

Trichostrongylus axei


Trichostrongylus spp. - Morfologia<br />

• Macho com espículos espessos.<br />

• T.axei tem espículos <strong>de</strong> tamanhos diferentes.<br />

Trichostrongylus axei


Trichostrongylus spp. - Macho<br />

Espículos <strong>de</strong>siguais<br />

em T. axei<br />

Espículos semelhantes<br />

a folhas em T. vitrinus<br />

Ponta “<strong>de</strong> arpão” <strong>de</strong> espículos<br />

em T. colubriformis


Trichostrongylus spp. - Fêmea<br />

• Fêmea tem cauda que afina abruptamente, sem apêndice vulvar, ovos<br />

enfileirados.<br />

Trichostrongylus axei


Cooperia spp. - Morfologia<br />

• Distribuição mundial.<br />

• Tamanho pequeno (até 1 cm <strong>de</strong> comprimento)<br />

• Parasita o intestino <strong>de</strong>lgado e raramente o abomaso<br />

Macho Fêmea


Cooperia spp. - Morfologia<br />

• Vesícula cefálica pequena<br />

• Possuem estrias cuticulares transversais na região esofágica


Cooperia spp. - Morfologia<br />

• Machos com bolsas copuladoras gran<strong>de</strong>s<br />

• Espículos possuem sulcos e uma dilatação na região média<br />

• Não há gubernáculo


Cooperia spp. – Bolsa copuladora<br />

Espículos <strong>de</strong> C. punctata Espículos <strong>de</strong> C. pectinata


Cooperia spp. – Bolsa copuladora<br />

Espículos <strong>de</strong> C. oncophora Espículos <strong>de</strong> C. curticei


Cooperia spp. - Morfologia<br />

• Fêmeas possuem apêndice vulvar pequeno e cauda longa e pontiaguda.


Nematodirus spp. - Morfologia<br />

• Mais comum em zonas <strong>de</strong> clima<br />

temperado<br />

• Espécies<br />

• Nematodirus battus (ovinos,<br />

ocasionalmente bezerros).<br />

• N.filicollis (ovinos e caprinos)<br />

• N. spathiger (ovinos e caprinos,<br />

ocasionalmente bovinos)<br />

• N. helvetianus (bovinos)<br />

• N. abnormalis e N. oiratianus (ovinos<br />

e caprinos)


Nematodirus spp. - Morfologia<br />

• Os adultos são finos, <strong>de</strong> 2 cm <strong>de</strong> comprimento, ficam enovelados no<br />

intestino.


Nematodirus spp. - Morfologia<br />

• Vesícula cefálica pequena mas distinta, presença <strong>de</strong> estrias transversais.<br />

Nematodirus helvetianus


Nematodirus spp. - Morfologia<br />

• Machos possuem espículos longos e finos, com pontas fundidas


Nematodirus spp. - Macho<br />

Nematodirus helvetianus


Nematodirus spp. - Morfologia<br />

• Fêmea possui cauda curta e com um espinho<br />

Nematodirus helvetianus


Nematodirus spp. - Morfologia<br />

• Ovo é gran<strong>de</strong>, 160µm x 70 µm (dobro do tamanho do ovo típico <strong>de</strong><br />

tricostrongilí<strong>de</strong>o), oval e incolor.


Bunostomum spp. - Morfologia<br />

• Apresenta <strong>de</strong> 1 a 3 cm <strong>de</strong> comprimento.


Bunostomum spp. - Morfologia<br />

• Extremida<strong>de</strong> anterior curva.<br />

• Há uma cápsula bucal com 2 lâminas cortantes na borda e um cone dorsal<br />

localizado internamente.<br />

Bunostomum phlebotomum


Bunostomum spp. - Morfologia<br />

Fêmea<br />

Bunostomum phlebotomum<br />

Macho


Oesophagostomum spp. - Morfologia<br />

• Oesophagostomum columbianum (ovinos e caprinos) <strong>de</strong>staca-se por produzir<br />

diarréias graves em ovinos.<br />

• O. venulosum (ovinos e caprinos).<br />

• O. radiatum (bovinos e bubalinos).


Oesophagostomum spp. - Morfologia<br />

• Vermes brancos, com 1 a 2 cm <strong>de</strong> comprimento, <strong>de</strong> extremida<strong>de</strong> anterior afilada.


Oesophagostomum spp. - Morfologia<br />

• Cápsula bucal pequena, po<strong>de</strong>ndo estar ro<strong>de</strong>ada por coroas lamelares.<br />

• Vesícula cefálica (a): ao redor da cápsula bucal<br />

• Vesícula cervical (b): logo em seguida à vesícula cefálica<br />

Oesophagostomum radiatum


Oesophagostomum spp. - Morfologia<br />

Fêmea<br />

Macho<br />

Oesophagostomum radiatum


Ciclo Biológico dos estrongilí<strong>de</strong>os <strong>de</strong><br />

<strong>ruminantes</strong><br />

• Os diferentes gêneros apresentam ciclos semelhantes, embora existam algumas<br />

particularida<strong>de</strong>s.<br />

• De um modo geral o ciclo é direto.<br />

• Vermes adultos habitam a luz do sistema digestório <strong>de</strong> <strong>ruminantes</strong> (abomaso ou<br />

intestinos) cópula fêmeas oviposição gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ovos<br />

eliminados pelas fezes na fase <strong>de</strong> mórula.<br />

• O número <strong>de</strong> ovos eliminados po<strong>de</strong> variar entre as espécies:<br />

• Haemonchus spp.: 5.000 ovos/dia<br />

• Trichostrongylus spp.: 200 ovos/dia


Ciclo Biológico<br />

• No ambiente:<br />

• Ovo L1 eclo<strong>de</strong><br />

• L1 (fezes) se alimenta <strong>de</strong> bactérias<br />

presentes nas fezes L2<br />

• L2 (fezes) se alimenta <strong>de</strong> bactérias<br />

presentes nas fezes L3<br />

• L3 (cutícula da L2 é retida formando uma<br />

bainha protetora) não se alimenta<br />

(sobrevida relacionada ao acúmulo <strong>de</strong><br />

nutrientes). É infectante, ativa, abandona o<br />

bolo fecal, po<strong>de</strong> sobreviver dias ou meses<br />

no ambiente, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo das condições<br />

climáticas e da espécie do parasita.<br />

• Ovo L3 (<strong>de</strong>mora em média 7 dias)<br />

• Exceção: Nematodirus spp: <strong>de</strong>senvolvimento<br />

larvar ocorre <strong>de</strong>ntro do ovo, a L3 que eclo<strong>de</strong>.<br />

• L3 são ingeridas pelo hospe<strong>de</strong>iro.<br />

• Exceção: Bunostomum spp. L3 também<br />

po<strong>de</strong> penetrar ativamente pela pele


Ciclo Biológico<br />

• Ao serem ingeridas, L3 per<strong>de</strong>m a bainha<br />

(<strong>de</strong>ntro do hospe<strong>de</strong>iro correto), penetram<br />

na mucosa do trato digestivo e sofrem muda.<br />

• Não há migração <strong>de</strong> larvas <strong>de</strong>ntro do<br />

organismo do hospe<strong>de</strong>iro.<br />

• Exceção: Bunostomum spp. Quando L3<br />

penetra ativamente pela pele, há migração<br />

para o pulmão.<br />

• Os vermes adultos po<strong>de</strong>m ser observados na<br />

luz do abomaso (Haemonchus spp.<br />

Ostertagia spp) ou intestino (Nematodirus<br />

spp.), ou intimamente associados à mucosa<br />

(Trichostrongylus: forma túneis nas<br />

vilosida<strong>de</strong>s intestinais)<br />

• Amadurecimento sexual: 20 a 40 dias após a<br />

infecção.<br />

• Os vermes maduros copulam reiniciando o<br />

ciclo.


Ação sobre o hospe<strong>de</strong>iro – <strong>Estrongilí<strong>de</strong>os</strong><br />

• Ações gerais:<br />

• As manifestações clínicas po<strong>de</strong>m ser agudas ou crônicas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong><br />

vários fatores relacionados ao parasita (espécies, carga parasitária, etc.) e<br />

ao hospe<strong>de</strong>iro (ida<strong>de</strong>, estado fisiológico e nutricional, raça etc..)<br />

• Sinais mais comuns: diarréia, anemia, e<strong>de</strong>mas, perda <strong>de</strong> peso,<br />

emagrecimento<br />

• Embora há manifestações clínicas, os maiores prejuízos estão relacionados<br />

ao <strong>de</strong>créscimo da produtivida<strong>de</strong> dos rebanhos.


<strong>Estrongilí<strong>de</strong>os</strong> <strong>de</strong> maior importância para <strong>ruminantes</strong><br />

Espécie Hospe<strong>de</strong>iro preferencial Localização verme adulto<br />

Haemonchus placei e H. similis Bovinos abomaso<br />

Haemonchus contortus Ovinos e caprinos abomaso<br />

Trichostrongylus axei Bovinos abomaso<br />

Ostertagia ostertagi Bovinos abomaso<br />

Ostertagia trifurcata Ovinos e caprinos abomaso<br />

Ostertagia circumcincta Ovinos e caprinos abomaso<br />

Trichostrongylus colubriformis Ovinos e caprinos intestino <strong>de</strong>lgado<br />

Cooperia spp Ruminantes intestino <strong>de</strong>lgado<br />

Nematodirus spp Ruminantes intestino <strong>de</strong>lgado<br />

Bunostomum phlebotomum Bovinos intestino <strong>de</strong>lgado<br />

Bunostomum trigonocephalum Ovinos e caprinos intestino <strong>de</strong>lgado<br />

Oesophagostomum radiatum Bovinos intestino grosso<br />

Oesophagostomum columbianum e O.<br />

venulosum<br />

Ovinos e caprinos intestino grosso<br />

Baixa especificida<strong>de</strong> parasitária, acomete também outros <strong>ruminantes</strong> e equinos.<br />

Mais importantes na região Sul do Brasil


Ação sobre o hospe<strong>de</strong>iro – Haemonchus spp.<br />

• São hematófagos<br />

• Anemia hemorrágica aguda: cada verme suga 0,05 ml <strong>de</strong><br />

sangue/dia. Ovino com 5.000 vermes po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r cerca <strong>de</strong><br />

250 ml <strong>de</strong> sangue/dia.<br />

Hemoncose aguda:<br />

• Anemia evi<strong>de</strong>nte em 2 semanas, queda do hematócrito que<br />

se estabiliza num nível baixo<br />

• Aumento da eritropoiese<br />

• Inapetência (perda do apetite), po<strong>de</strong> ocorrer e<strong>de</strong>ma<br />

submandibular (<strong>de</strong>vido à hipoproteinemia), letargia, fezes <strong>de</strong><br />

coloração escura, geralmente não há diarréia.<br />

• Necrópsia: lesões hemorrágicas na mucosa do abomaso,<br />

conteúdo líquido e marrom-escuro, carcaça pálida.


Ação sobre o hospe<strong>de</strong>iro – Haemonchus spp.<br />

Hemoncose hiperaguda:<br />

• Rara, infecções maciças, morte súbita por gastrite hemorrágica aguda.<br />

Hemoncose crônica:<br />

• Infecções leves, quadro clínico crônico, perda <strong>de</strong> peso, fraqueza e<br />

inapetência.


Hemoncose - hemorragias abomasais


Hemoncose - anemia e e<strong>de</strong>ma submandibular


Haemonchus spp. – particularida<strong>de</strong>s<br />

• Estação seca prolongada larva hipobiose (L4 sobrevive no hospe<strong>de</strong>iro sem<br />

amadurecer e produzir ovos). Retomada do <strong>de</strong>senvolvimento ocorre antes das<br />

chuvas sazonais.<br />

• Autocura: ocorre quando há infecção por larvas <strong>de</strong> H. contortus concomitante a<br />

infecções com adultos em abomaso. Reação <strong>de</strong> hipersensibilida<strong>de</strong> imediata<br />

induzida pelos antígenos das larvas em <strong>de</strong>senvolvimento eliminação dos<br />

vermes adultos. Comumente observado nas estações <strong>de</strong> chuva.<br />

• Imunida<strong>de</strong> não impe<strong>de</strong> reinfecções.


Ostertagia spp. - ação sobre o hospe<strong>de</strong>iro<br />

• Causa abomasite crônica nos bovinos jovens,<br />

caracterizada por diarréia aquosa profusa,<br />

anemia, hipoproteinemia causando e<strong>de</strong>ma<br />

submandibular<br />

• Presença <strong>de</strong> nódulos branco-acinzentados na<br />

mucosa do abomaso.<br />

• Maiores alterações ocorrem quando as L5<br />

emergem das glândulas gástricas.<br />

• Infecções maciças: diminuição da secreção<br />

glandular ácida (pH 2,0 pH 7,0) alteração<br />

ativida<strong>de</strong> gástrica, infecções bacterianas<br />

secundárias.<br />

• Permeabilida<strong>de</strong> aumentada do abomaso à<br />

macromoléculas (hipoalbuminemia). E<strong>de</strong>ma,<br />

hiperemia e necrose da mucosa.<br />

• Linfoa<strong>de</strong>nomegalia regional,


Ostertagia emergindo <strong>de</strong> uma glândula gástrica


Ostertagia spp. - Lesões Macroscópicas


Ostertagia spp. - necrose da muscosa


Ostertagia spp. - Sintomas<br />

• Observada em bezerros durante seu primeiro pastejo.<br />

• Diarréia aquosa profusa<br />

• Anorexia<br />

• Pêlos arrepiados e opacos<br />

• Anemia (mo<strong>de</strong>rada)<br />

• E<strong>de</strong>ma submandibular<br />

• Perda <strong>de</strong> peso (até 20% em 7-10 dias).


Ações sobre o hospe<strong>de</strong>iro – Trichostrongylus<br />

spp., Cooperia spp. e Nematodirus spp.<br />

• Atrofia <strong>de</strong> vilosida<strong>de</strong>s com diminuição <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> nutrientes.<br />

Trichostrongylus spp: Após a ingestão, a L3 forma túneis entre o<br />

epitélio e a lâmina própria.<br />

• Infecções leves inapetência, ganho <strong>de</strong> peso.<br />

• Infecções maciças diarréia.


Placas salientes no abomaso <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong><br />

infecção por Trichostrongylus axei


Erosões características <strong>de</strong> trichostrongilose<br />

intestinal


Trichostrongylus vitrinus na mucosa do<br />

intestino <strong>de</strong>lgado


Bunostomum spp. - Ações sobre o hospe<strong>de</strong>iro<br />

• Vermes adultos são hematófagos: vermes adultos englobam<br />

porções da mucosa do intestino <strong>de</strong>lgado pela cápsula bucal,<br />

provocam dilaceração dos tecidos, ingerem quantida<strong>de</strong>s<br />

significativas <strong>de</strong> sangue.<br />

• Infecções <strong>de</strong> 100 a 200 vermes po<strong>de</strong>m provocar anemia,<br />

hipoalbuminemia, perda <strong>de</strong> peso e, ocasionalmente, diarréia.<br />

• A penetração cutânea em bezerros po<strong>de</strong> causar prurido e o ato <strong>de</strong><br />

bater os pés.


Oesophagostomum spp.<br />

Ações sobre o hospe<strong>de</strong>iro<br />

• Vermes adultos são pouco patogênicos.<br />

• Larvas: causam enterite grave, penetram na mucosa, provocam a<br />

formação <strong>de</strong> nódulos.<br />

• Infecções maciças colite ulcerativa, quadro crônico <strong>de</strong> emaciação<br />

e diminuição da produção <strong>de</strong> carne, leite e lã.<br />

• O. radiatum em bovinos formação <strong>de</strong> nódulos <strong>de</strong> até 5 mm <strong>de</strong><br />

diâmetro.


Oesophagostomum spp.<br />

Ações sobre o hospe<strong>de</strong>iro


Diagnóstico<br />

• História clínica<br />

• Sintomas e lesões.<br />

• A i<strong>de</strong>ntificação genérica dos estrongilí<strong>de</strong>os a partir dos ovos é praticamente<br />

impossível: ovos com superfície lisa, elípticos, em fase <strong>de</strong> mórula quando são<br />

liberados nas fezes


Diagnóstico<br />

• Morfologia e tamanho <strong>de</strong><br />

ovos <strong>de</strong> helmintos que<br />

acometem os <strong>ruminantes</strong>


Diagnóstico<br />

• Morfologia das larvas L3 obtidas em coprocultura: morfologia da extremida<strong>de</strong><br />

anterior e comprimento da cauda da bainha.<br />

Trichostrongylus<br />

Ostertagia Bunostomum Haemonchus<br />

Cooperia<br />

Oesopha-<br />

gostomum


Aspectos epi<strong>de</strong>miológicos<br />

Desenvolvimento e sobrevivência das larvas<br />

• Temperatura e umida<strong>de</strong> (mais importantes). Temperatura i<strong>de</strong>al<br />

entre 18 e 26 o C.<br />

• Chuvas intensas propiciam a migração <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

larvas para a pastagem.<br />

• Mesmo após secas prolongadas o pasto po<strong>de</strong> repentinamente<br />

servir como fonte <strong>de</strong> intensa infecção para os animais (larvas<br />

resistem à <strong>de</strong>ssecação, bolos fecais acumulados).<br />

• No hospe<strong>de</strong>iro: po<strong>de</strong> ocorrer hipobiose


Aspectos epi<strong>de</strong>miológicos<br />

Ida<strong>de</strong> do hospe<strong>de</strong>iro<br />

• Animais jovens são mais susceptíveis que animais adultos.<br />

• Animais adultos ajudam a perdurar a contaminação das<br />

pastagens (subclínico).<br />

• Animais adultos também po<strong>de</strong>m apresentar forma clínica com<br />

mortalida<strong>de</strong> (ovinos e caprinos).<br />

Autocura


Aspectos epi<strong>de</strong>miológicos<br />

Raça, susceptibilida<strong>de</strong> individual, estado fisiológico do hospe<strong>de</strong>iro<br />

Manejo<br />

• Zebuínos são mais resistentes à infecções por Haemonchus spp. do que<br />

gado taurino.<br />

• Susceptibilida<strong>de</strong> individual: gran<strong>de</strong>s contaminadores do ambiente.<br />

• Final da gestação e lactação susceptibilida<strong>de</strong> à parasitose (fenômeno<br />

periparto).<br />

• Po<strong>de</strong> influenciar na disseminação e na gravida<strong>de</strong> das infecções.<br />

• Qualida<strong>de</strong> do pasto (estação <strong>de</strong> seca), suplementação<br />

• Superlotação <strong>de</strong> animais<br />

• Cobertura vegetal<br />

• Rotação <strong>de</strong> pastagens


Profilaxia e controle - <strong>Estrongilí<strong>de</strong>os</strong><br />

• Baseia-se em medidas que diminuam o contato entre o parasita e o<br />

hospe<strong>de</strong>iro.<br />

• Tentar minimizar a elevação do número <strong>de</strong> larvas na pastagem.<br />

• Evitar que animais mais susceptíveis (bezerros, cor<strong>de</strong>iros) entrem<br />

em contato com as larvas animais transferidos para pastagens<br />

<strong>de</strong>scontaminadas.


Profilaxia e controle - <strong>Estrongilí<strong>de</strong>os</strong><br />

Métodos <strong>de</strong> controle: <strong>de</strong>scontaminação da pastagem e vermifugação.<br />

• Descontaminação da pastagem<br />

• Pastejo alternado entre diferentes espécies animais (bovinos<br />

e ovino) - Baseia-se na especificida<strong>de</strong> parasitária.<br />

• Rotação <strong>de</strong> pastagens – larvas não encontram hospe<strong>de</strong>iro<br />

para infectar – logisticamente caro e complexo<br />

• Tratar animais com anti-helmínticos antes <strong>de</strong> se proce<strong>de</strong>r a<br />

troca do piquete.


Profilaxia e controle - <strong>Estrongilí<strong>de</strong>os</strong><br />

• Piquetes pastejados por animais resistentes<br />

• Rotação entre animais resistentes e susceptíveis (jovens).<br />

• Pastagens recém-implantadas<br />

• Confinamento instalações <strong>de</strong>vem ser limpas periodicamente


Profilaxia e controle - <strong>Estrongilí<strong>de</strong>os</strong><br />

Vermifugação<br />

• Consi<strong>de</strong>rar aspectos epi<strong>de</strong>miológicos, aplicar quando<br />

realmente necessário, evitar custos <strong>de</strong>snecessários – Ex.<br />

aplicação no início da estação <strong>de</strong> pastoreio<br />

• Aplicar anti-helmínticos em períodos críticos, levando em conta<br />

manejo das pastagens, condições predisponentes à parasitose.<br />

• Uso indiscriminado <strong>de</strong> anti-helmínticos resistência.<br />

• Resíduos carne e leite.<br />

• Associar o uso <strong>de</strong> anti-helmínticos a exames periódicos <strong>de</strong><br />

fezes dos animais do rebanho.


Bibliografia<br />

• Bowman, D.D.; Lynn, R.C.; Eberhard, M.L. & Alcaraz, A. (2006).<br />

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