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II Encontro dos Programas de Pós-Graduação em Geociências, 2008<br />
O MÉTODO GEOCRONOLÓGICO DO Pb-210 APLICADO NO ESTUDO DE<br />
PROCESSOS INTEMPÉRICOS NA BACIA DO RIO ATIBAIA (SP)<br />
TATIANI DE PAULA PINOTTI SABARIS<br />
E-mail: tatianisabaris@hotmail.com<br />
Orientador: Daniel Marcos Bonotto<br />
A determinação da taxa de intemperismo das rochas é de grande interesse atual devido<br />
ao fato da alteração ser um dos fenômenos fundamentais da geoquímica de<br />
superfície/caracterização geomorfológica dos continentes. Ela encontra aplicação em<br />
estudos relacionados a várias áreas do conhecimento como geologia, ecologia,<br />
pedologia e agronomia, subsidiando parâmetros necessários a uma melhor orientação na<br />
distribuição das culturas/exploração dos solos. O estudo das coberturas de alteração<br />
intempérica indica a viabilidade da ocupação humana e suas atividades, podendo ainda,<br />
intervir diretamente em problemas relacionados à construção de barragens, rodovias,<br />
fundações, etc. Sabendo que a caracterização do intemperismo é de fundamental<br />
importância para o planejamento urbano e rural de qualquer município, o presente<br />
projeto propõe o estudo da taxa de intemperismo em uma porção da bacia do <strong>Rio</strong><br />
Atibaia através da análise de sedimentos de fundo, utilizando a técnica de datação<br />
geocronológica do 210 Pb. A área de estudo localiza-se na porção sudeste do Estado de<br />
São Paulo e corresponde ao território municipal de Atibaia. O município de Atibaia está<br />
contido na bacia hidrográfica do <strong>Rio</strong> Atibaia, sendo drenado pelo <strong>Rio</strong> Atibaia e seus<br />
afluentes. O <strong>Rio</strong> Atibaia drena uma área de 2.817,88 Km 2 desde a divisa com o Estado<br />
de Minas Gerais até a confluência com o <strong>Rio</strong> Piracicaba. No seu curso estão<br />
compreendidos os municípios de Atibaia, Joanópolis, Piracaia, Nazaré Paulista, Jarinu,<br />
Bragança Paulista, Bom Jesus dos Perdões, Itatiba, Valinhos, Nova Odessa, Americana,<br />
Jaguariúna e Morungaba. Na área de estudo, a bacia hidrográfica do <strong>Rio</strong> Atibaia é<br />
subdividida em 13 sub-bacias (<strong>Rio</strong> dos Amarais, <strong>Rio</strong> Cachoeira, Ribeirão Caetetuba,<br />
Ribeirão Campo Largo, Ribeirão das Pedras, Ribeirão Folha Larga, Ribeirão Itapetinga,<br />
<strong>Rio</strong> Jundiazinho, Ribeirão Laranja Azeda, Ribeirão Mato Dentro, Ribeirão dos Porcos,<br />
Ribeirão Taboão e do Pequeno Porte do <strong>Rio</strong> Atibaia). Geologicamente, a região é<br />
constituída por diversas unidades (magmáticas, metamórficas e sedimentares). As<br />
unidades sedimentares são representadas por rochas miocênicas e pleistocênicas, além<br />
de material de origem fluvial depositado principalmente ao longo da calha do <strong>Rio</strong><br />
Atibaia. As rochas magmáticas e metamórficas são caracterizadas por xistos e gnaisses,<br />
derivados de metassedimentos, associados a metavulcânicas e metabasitos, migmatitos,<br />
destacando-se os granatíferos com estruturas bandadas e rochas graníticas em geral<br />
(Oliveira, 1986). São encontradas rochas graníticas do Complexo Socorro que se<br />
destacam pela textura porfirítica, com presença de megacristais de microclínio, presença<br />
de foliação cataclástica de baixo ângulo e feições migmatíticas. Nestes granitos é<br />
comum a ocorrência de granada. Os demais granitos pertencem ao maciço Atibaia e são<br />
bastante homogêneos, de coloração rosa. Ocorrem ainda na área rochas charnockíticas.<br />
O método geocronológico do 210 Pb proporcionará obter resultados como a concentração<br />
de 210 Pb e taxa de sedimentação na bacia em estudo, os quais auxiliarão na<br />
caracterização do intemperismo na área bem como avaliará sua aplicabilidade em<br />
iniciativas direcionadas ao planejamento territorial e ambiental.<br />
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