Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
II Encontro dos Programas de Pós-Graduação em Geociências, 2008<br />
EVOLUÇÃO METAMÓRFICA P-T-T DE GRANULITOS E MIGMATITOS DO<br />
COMPLEXO GUAXUPÉ NA REGIÃO DE SÃO JOÃO DA VOA VISTA, SP<br />
RODRIGO PRUDENTE DE MELO<br />
Orientador: Marcos Aurelio Farias de Oliveira<br />
A região de São João da Boa Vista é composta por um conjunto de rochas de origem<br />
metamórfica de alto grau, predominando granulitos e migmatitos. Os dados<br />
geoquímicos em conjunto com os dados de razões isotópicas de Sm/Nd e Rb/Sr<br />
sugerem que a origem dos protólitos das unidades presentes na área se deu no<br />
Mesoproterozóico, com a formação de magmas toleíticos a calcioalcalinos,<br />
aparentemente em um ambiente de margem continental ativa. Dados U/Pb datam um<br />
evento ocorrido no Neoproterozóico que recristalizou totalmente o zircão apagando<br />
heranças anteriores. Atribui-se a essa época o pico metamórfico da área que ocorreu a<br />
aproximadamente 639 Ma. Os dados de geotermobarometria mostram que esse pico<br />
chegou a 11,5 kbar de P e acima de 820ºC de T. Os cálculos mostram que após o pico<br />
metamórfico houve um processo de descompressão isotérmica. Esse processo pode ser<br />
explicado pela exumação das rochas aliviando a pressão litostática com gradiente<br />
térmico ainda elevado, ou então pode ser resultante de relaxamento de esforços que<br />
ocorrem após colisões continentais, passando-se então a ter esforços tectônicos de<br />
tração que reduzem a pressão. Processo de descompressão isotérmica pode gerar fusão<br />
de porções da crosta devido à inclinação positiva da reta dT/dP, isso explicaria os<br />
processos de fusão parcial posteriores ao pico metamórfico. Esse tipo de trajetória<br />
metamórfica, com sentido horário, é típico de processos tectônicos convergentes, com<br />
espessamento crustal causado por colisão continental, o que justificaria processo de<br />
anatexia por relaxamento de esforços pós-colisão continental. O magma gerado por<br />
anatexia teria cristalizado durante o metamorfismo, em um regime de alto grau em<br />
ambiente anidro e pode explicar a ocorrência das rochas charnockíticas associadas com<br />
os leucognaisses e granitos porfiróides. Essa fase de anatexia, em locais que não<br />
sofreram tanto os efeitos do metamorfismo em um ambiente anidro, explica a<br />
ocorrência de leucossomas cinza pouco espessos por toda a área. Outra hipótese para a<br />
formação dessas leucossomas de primeira fase é a de que se trata de uma fase de fusão<br />
parcial que pode ter ocorrido junto com o pico metamórfico, quando começa o processo<br />
de descompressão. O fato é que essa fase de anatexia ocorreu sob regime tectônico ativo<br />
que posteriormente deformou os leucossomas. Os leucosssomas da segunda fase podem<br />
ter sido gerados a partir da fusão dos leucossomas da primeira, formando novos<br />
leucossomas mais enriquecidos em ETR leves e mais pobres em ETR pesados. A ultima<br />
fase de anatexia fica regitrada pela presença de corpos de aplito e pegmatitos de<br />
dimensões métricas, com contatos difusos e discordantes com os demais leucossomas,<br />
evidenciando formação na ausência total de esforços tectônicos. A presença de rochas<br />
paraderivadas, calciossilicatadas e kinzigitos sugere que rochas sedimentares, presentes<br />
na área, podem ter sido soterradas por grandes blocos crustais, cavalgados durante o<br />
processo de colisão continental.<br />
Dados acadêmicos: Nível: Mestrado; Título do Projeto: Evolução metamórfica P-T-t<br />
de granulitos e migmatitos do Complexo Guaxupé na região de São João da Voa Vista,<br />
SP; Linha de pesquisa: Estudos da evolução da crosta terrestre em áreas cristalinas;<br />
86