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II Encontro dos Programas de Pós-Graduação em Geociências, 2008<br />
SISTEMAS TURBIDÍTICOS DA FORMAÇÃO TACIBA/MEMBRO RIO<br />
SEGREDO NA FAIXA AFLORANTE CATARINENSE<br />
LYGIA RODRIGUES DE MORAES DE ANDRADE<br />
E-mail: lygiadeand@hotmail.com<br />
Orientador: Prof. Dr. Joel Carneiro de Castro<br />
O Grupo Itararé (Pensilvaniano-Eopermiano) consiste de três ciclos/formações, na<br />
concepção de França & Potter (1988): Lagoa Azul, Campo Mourão e Taciba. Cada ciclo<br />
apresenta um perfil de argilosidade crescente para cima: conglomerado, arenito,<br />
diamictito, ritmito/siltito e folhelho. O Membro <strong>Rio</strong> Segredo do ciclo/Formação Taciba<br />
é o objeto deste estudo, na margem aflorante do centro e norte catarinense.<br />
Dois sistemas turbidíticos destacam-se naquela unidade: (a) turbidito canalizado, no<br />
vale do rio Itajaí do Sul; (b) turbidito em lençol, nos vales dos rios Hercílio e Forcação.<br />
O sistema canalizado pode ser observado ao longo das rodovias Ituporanga - <strong>Rio</strong> do Sul,<br />
<strong>Rio</strong> do Sul - Laurentino e BR-470. É amplamente dominado por arenitos médios a<br />
muito finos, com estratos espessos (espessura métrica e seqüência Bouma Tabc) e<br />
médios (espessura de 20-30cm e seqüência Bouma Tcde), e raras intercalações de<br />
diamictito. A espessura do sistema arenoso, levantado em Aurora, alcança 170m, que<br />
inclui um corpo de diamictito de 35m (Gonçalves e Tommasi, 1974); no poço<br />
1-BN-1-SC a espessura de turbidito é de 80m. Depósitos cronocorrelatos de turbiditos<br />
areno-argilosos médios e delgados ocorrem lateralmente ao turbidito, para leste, o que<br />
sugere um grande leque submarino dirigido para noroeste, com o turbidito canalizado<br />
em sua porção axial (Castro, 1991; Silva, 2005).<br />
O sistema de turbidito em lençol ocorre no norte catarinense a partir de Presidente<br />
Getúlio, incluindo os clássicos afloramentos da rodovia Dr. Pedrinho-Bonsucesso (rio<br />
Forcação), onde Castro (1998) identificou 20 m de turbiditos espessos e mais de 50 m<br />
de turbiditos delgados (thin-bedded). O contato inferior com o Folhelho Lontras é<br />
abrupto, e consiste de cinco tipos faciológicos, de acordo com a espessura dos estratos:<br />
muito espesso (> 1m), espesso (30-100cm), médio (10-30cm), delgado (3-10cm), e<br />
muito delgado (0,3-3cm; representado como “folhelho” nos perfis levantados). Os<br />
estratos médios e delgados têm seqüências Bouma Tbcde e Tcde. Também deve ser<br />
destacada a natureza “várvica” do Folhelho Lontras, com pares gradacionais arenitofolhelho<br />
de espessura milimétrica; tal litofácies pode ocorrer na parte inferior dos perfis<br />
levantados. Em três perfis faciológicos, nos vales dos rios Laeisz, Wiegand e Forcação,<br />
observam-se alguns ciclos de espessamento crescente nos turbiditos. Na base dos<br />
estratos espessos é comum a presença de terminações assintóticas relacionadas a<br />
estratificação sigmoidal, o que os diferencia dos turbiditos clássicos; por outro lado, tais<br />
estratos espessos sigmoidais são característicos da porção superior de lobos deltaicos<br />
progradando sobre varvitos lacustres, como se observa na região de Vidal Ramos. Tal<br />
constatação referenda uma origem relativamente rasa para os lobos turbidíticos,<br />
sobrepostos ao seu equivalente distal, o Folhelho Lontras.<br />
Palavras-chave: Bacia do Paraná, Grupo Itararé, Formação Taciba, Membro <strong>Rio</strong><br />
Segredo, Turbidito.<br />
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