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II Encontro dos Programas de Pós-Graduação em Geociências, 2008<br />
AVALIAÇÃO DOS PRINCIPAIS CÁTIONS E ÂNIONS NAS ÁGUAS<br />
SUPERFICIAIS DA BACIA DO ALTO SOROCABA (SP)<br />
DIEGO DE SOUZA SARDINHA<br />
E-mail: sardinha@rc.unesp.br<br />
Orientador: Prof. Dr. Daniel Marcos Bonotto<br />
Co-Orientador: Prof. Dr. Fabiano Tomazini da Conceição<br />
Este trabalho teve como objetivo avaliar a contribuição de cátions e ânions na bacia<br />
hidrográfica do Alto Sorocaba, além de indicar como as influências antropogênicas<br />
estão afetando esses valores. Oito pontos de amostragem foram estabelecidos e<br />
realizaram-se seis coletas (13/08/06, 20/09/06, 18/10/06, 23/11/06, 10/12/06 e 10/01/07)<br />
abrangendo o período seco e chuvoso. As seguintes variáveis foram quantificadas:<br />
vazão, temperatura, pH, condutividade, oxigênio dissolvido, sólidos totais dissolvidos e<br />
em suspensão, cálcio, magnésio, sódio, potássio, alcalinidade, cloreto, sulfato, fosfato e<br />
nitrato. Os resultados indicaram que as nascentes dos afluentes do <strong>Rio</strong> Sorocaba (rios<br />
Una, Sorocabuçu e Sorocamirim) estão situadas em regiões com mínima presença de<br />
poluição, assim, estes pontos possuem características próximas ao comportamento<br />
natural de cátions e ânions dissolvidos nas águas, permitindo discutir as suas origens.<br />
Em geral, as maiores concentrações foram obtidas no ponto, que flui somente sobre o<br />
Granito Ibiúna, composto por quartzo, feldspato potássico, plagioclásio, biotita e<br />
hornblenda. As águas do <strong>Rio</strong> Sorocamirim são dominadas pelo intemperismo do granito<br />
Caucaia e Ibiúna, que apresenta quartzo, feldspato potássico, plagioclásio e biotita em<br />
sua composição mineralógica. As menores concentrações foram obtidas para o <strong>Rio</strong><br />
Sorocabuçu que recebe a contribuição do intemperismo do Granito Caucaia e dos<br />
gnaisses migmatíticos do Complexo Embu, composto basicamente por biotita,<br />
muscovita e sillimanita. Além disso, os resultados indicam que as concentrações desses<br />
íons aumentam ao longo destes rios devido as atividades antropogênicas. O <strong>Rio</strong> Una, ao<br />
passar pelo município de Ibiúna, recebe todo o esgoto “in natura”, tendo como<br />
conseqüência, o aumento dos valores de sódio, cálcio, potássio, nitrato, fosfato, cloreto,<br />
sulfato, alcalinidade e sólidos. Já os <strong>Rio</strong>s Sorocabuçu e Sorocamirim drenam uma área<br />
onde a grande quantidade de propriedades agrícolas, com cultivo de olerícolas (repolho,<br />
alface, batata, tomate, etc.) pode ocasionar a liberação de grandes quantidades de<br />
macronutrientes (nitrogênio, fósforo e potássio). Outro fator interessante que também<br />
pode ser observado é a diminuição da concentração de íons no <strong>Rio</strong> Sorocaba após o<br />
Reservatório de Itupararanga. A diminuição destes valores se deve provavelmente ao<br />
alto tempo de detenção hidráulica, à pequena entrada de elementos durante o percurso e<br />
à precipitação ou reação química dos mesmos, proporcionando uma recuperação da<br />
qualidade da água após o Reservatório de Itupararanga. Assim, de forma a manter a<br />
qualidade da água do <strong>Rio</strong> Sorocaba e seus afluentes, é de extrema importância para a<br />
integridade do sistema como um todo que ocorra a proteção dos mananciais de<br />
abastecimento de água de Ibiúna, Sorocaba, Mairinque, Votorantim e São Roque, além<br />
de outras cidades que eventualmente necessitem deste importante recurso natural.<br />
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