RESUMOS - UNESP - Rio Claro

II Encontro dos Programas de Pós-Graduação em Geociências, 2008
COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DO PANTANAL DO
NABILEQUE, UM MEGALEQUE PECULIAR NA BORDA SUL DO
PANTANAL MATO-GROSSENSE
SIDNEY KUERTEN
E-mail: sidneykuerten@yahoo.com.br
Orientador: Prof. Dr. Mario Luis Assine
Co-Orientadora: Profa. Dra. Edna Maria Facincani
O Pantanal do Nabileque, localizado na borda meridional da Bacia sedimentar do
Pantanal Mato-Grossense, abrange terras do Estado do Mato Grosso do Sul, Bolívia e
Paraguai. Esta região foi analisada com auxílio de geotecnologias que possibilitaram o
reconhecimento e o mapeamento de diferentes unidades geomorfológicas. Reconheceuse
uma vasta planície recortada por densa rede de paleocanais distributários, orientados
NE-SW, obliterados em sua maior parte por recentes e erosivos canais tributários. Além
disso, foram identificados dois notáveis cinturões de meandros encaixados: o primeiro,
recente e ativo, abriga o atual canal do rio Paraguai; o segundo, pretérito e inativo, é
marcado pela grande quantidade de registros de paleocanais e barras em pontal
pertencentes a um antigo sistema fluvial meandrante com grande energia. Sedimentos
arenosos de 4 amostras foram obtidos em perfurações com “vibro-core” na região da
planície do rio Nabileque, área que abriga o antigo cinturão de meandros (20º 10’/20º
20’ S - 57º 35’ / 57º 43’ W). Os sedimentos foram datados pelo método da
Luminescência Oticamente Estimulada (LOE) de cristais de Quartzo e obtiveram os
seguintes resultados: 6.850 ± 750 anos AP (172 cm profundidade), 6.100 ± 700 anos AP
(176 cm profundidade), 16.800 ± 2500 anos AP (233 cm profundidade) e 13.000 ± 1500
anos AP (160 cm profundidade). As informações geomorfológicas obtidas indicam que
o Pantanal do Nabileque constitui um antigo megaleque aluvial (9100 km²) que passou
por ajustes decorrentes de processos alogênicos (tectonismos e mudanças climáticas) e
autogênicos (alterações no fluxo fluvial e aporte/transporte de sedimentos) durante o
Quaternário. Dentre todos os megaleques existentes na Bacia do Pantanal, o do
Nabileque é o único que não possui lobo de deposição ativo e não desenvolve
progradação sedimentar, o que o torna assim um exemplo peculiar.
Palavras-chave: Pantanal do Nabileque, geomorfologia, datação LOE, megaleque
aluvial, Quaternário.
Dados acadêmicos: Nível: Doutorado; Título do Projeto: Nabileque: Um Megaleque
Fluvial Construído pelo Rio Paraguai na Saída da Bacia do Pantanal Mato-Grossense,
Centro-Oeste do Brasil; Linha de pesquisa: Mudanças ambientais (regionais e globais);
Projeto guarda-chuva: Sistemas deposicionais da bacia sedimentar do Pantanal Mato-
Grossense, Centro-Oeste do Brasil; data de entrada na pós-graduação: Agosto/2006; nº
de créditos concluídos: 82; data prevista de defesa: Agosto/2010; Possui bolsa: sim;
Agência: CAPES.
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