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Dando um pulo no passado e revendo a Revolta da Chibata (1910)

Dando um pulo no passado e revendo a Revolta da Chibata (1910)

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<strong>Dando</strong> <strong>um</strong> <strong>pulo</strong> <strong>no</strong> <strong>passado</strong> e <strong>revendo</strong> a <strong>Revolta</strong> <strong>da</strong> <strong>Chibata</strong> (<strong>1910</strong>)<br />

Em 1909, o marinheiro João<br />

Cândido Felisberto, junto de muitos<br />

outros, foi enviado à Inglaterra, afim<br />

de que acompanhasse o final <strong>da</strong><br />

construção dos navios de guerra<br />

encomen<strong>da</strong>dos pelo gover<strong>no</strong><br />

brasileiro. Lá tomou conhecimento<br />

acerca <strong>da</strong> revolta do Encouraçado<br />

Potemkin, onde marinheiros russos<br />

reivindicavam melhores condições<br />

de trabalho e alimentação. Ain<strong>da</strong> lá,<br />

João já criava clandestinamente <strong>um</strong><br />

Comitê Geral para organizar <strong>um</strong>a<br />

revolta.<br />

Situação pareci<strong>da</strong> acontecia dentro<br />

do Brasil, onde os marinheiros<br />

alimentavam-se de comi<strong>da</strong><br />

estraga<strong>da</strong> e sofriam severas<br />

punições físicas.<br />

No a<strong>no</strong> de <strong>1910</strong>, enquanto<br />

direcionavam-se ao Rio de Janeiro,<br />

o marinheiro Marcelinho Rodrigues<br />

Menezes do Encouraçado Minas<br />

Gerais foi punido com 250<br />

chibata<strong>da</strong>s por ferir <strong>um</strong> cabo com<br />

<strong>um</strong>a navalha e sua represália<br />

ocorreu na presença <strong>da</strong> frota<br />

forma<strong>da</strong>, ao som de tambores.<br />

Isso foi o estopim para a<br />

sublevação.<br />

Era 22 de <strong>no</strong>vembro e, já na Baía<br />

Guanabara, o motim se agravou e<br />

houve o assassinato do<br />

coman<strong>da</strong>nte do navio e mais três<br />

oficiais. Com isso, conseguiram o<br />

controle sobre o Encouraçado.<br />

Depois receberam o apoio do<br />

Encouraçado de São Paulo e de<br />

mais seis embarcações me<strong>no</strong>res.<br />

Assim sendo, a<strong>um</strong>entaram seu<br />

poderio bélico. Com isso, o líder<br />

João Cândido ameaçou o<br />

bombardeamento <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, caso<br />

não fossem aceitas a abolição <strong>da</strong>s<br />

punições, melhores condições<br />

Marinheiros revoltosos (<strong>1910</strong>) com destaque especial ao líder do<br />

movimento, João Cândido, assinalado na figura.<br />

alimentares e anistia de todos os<br />

envolvidos. Inicialmente, o gover<strong>no</strong><br />

não aceitou, então, os revoltosos<br />

atiraram <strong>no</strong> Palácio do Catete e na<br />

Câmara dos Deputados.<br />

Quatro dias após, sabendo que não<br />

se tratava de <strong>um</strong> blefe, o presidente<br />

Marechal Hermes <strong>da</strong> Fonseca<br />

aceitou as reivindicações, abolindo<br />

os castigos e anistiando aqueles<br />

que se entregassem. Estes<br />

entregaram as embarcações e<br />

desistiram do ataque.<br />

No dia 28, foi decreta<strong>da</strong> a<br />

permissão para a expulsão <strong>da</strong><br />

Marinha aqueles que fossem<br />

“inconvenientes à disciplina”. E<br />

assim alguns revoltosos foram<br />

expulsos.<br />

Descontentes com o que<br />

acontecera, os fuzileiros navais se<br />

Epígrafe<br />

sublevaram na Ilha <strong>da</strong>s Cobras, em<br />

9 de dezembro.<br />

Foram fortemente reprimidos, ao<br />

serem bombardeados durante todo<br />

o dia, mesmo após levantarem a<br />

bandeira branca. De seiscentos<br />

revoltosos, foi pouco mais de cem<br />

que sobreviveram. Estes detidos em<br />

celas subterrâneas <strong>da</strong> Fortaleza <strong>da</strong><br />

ilha.<br />

O líder João Cândido foi expulso <strong>da</strong><br />

Marinha e internado como louco em<br />

<strong>um</strong> hospital psiquiátrico, embora<br />

não tenha participado desse<br />

segundo levante.<br />

Apenas <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 1912, foram<br />

absolvi<strong>da</strong>s as acusações feitas aos<br />

marinheiros que compuseram a<br />

revolta.<br />

"Nós marinheiros, ci<strong>da</strong>dãos brazileiros e republica<strong>no</strong>s, não podendo mais suportar a escravidão na Marinha<br />

Brazileira, a falta de proteção que a Pátria <strong>no</strong>s dá e até então não <strong>no</strong>s chegou, rompemos o negro véo que <strong>no</strong>s<br />

cobria aos olhos do patriótico e enganado povo." Trecho <strong>da</strong> carta envia<strong>da</strong> pelos Marinheiros ao gover<strong>no</strong>. Pág 114-<br />

115, 22/11/<strong>1910</strong>.


<strong>Revolta</strong> de <strong>Chibata</strong>: O<br />

Passado <strong>no</strong> Presente<br />

A revolta foi assim <strong>no</strong>mea<strong>da</strong><br />

pelas severas chibata<strong>da</strong>s<br />

ocorri<strong>da</strong>s em represálias. Diz-se<br />

que o tratamento pelo qual eram<br />

submetidos lembrava os tempos<br />

de escravidão, já que os<br />

marinheiros nacionais, quase<br />

todos negros ou mulatos eram<br />

coman<strong>da</strong>dos por <strong>um</strong> oficialato<br />

branco e este não tinha pudor<br />

ao punir.<br />

Graças a ela - revolta- ,<br />

conseguiu-se a abolição dos<br />

castigos corporais dentro <strong>da</strong><br />

Marinha.<br />

Foram feitas homenagens ao<br />

fato, como a criação do samba<br />

"O Mestre-Sala dos Mares" por<br />

João Bosco e Aldir Blanc; a<br />

comemoração do Centenário,<br />

em 2010, que ocorreu na ci<strong>da</strong>de<br />

de Nova Iguaçu, Rio de Janeiro;<br />

e diversos filmes e livros<br />

narrando-a.<br />

E está em an<strong>da</strong>mento a<br />

construção do Museu<br />

Marinheiro João Cândido em<br />

São João de Meriti, RJ..<br />

Filipeta informando<br />

sobre evento<br />

comemorativo do<br />

centenário <strong>da</strong> <strong>Revolta</strong> <strong>da</strong><br />

<strong>Chibata</strong>. Ocorrido em<br />

2010, <strong>no</strong> estado do Rio<br />

Conheça melhor os autores <strong>da</strong> reportagem<br />

Depois de muito trabalho e dedicação, o grupo Historiadores <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong><br />

descontrai com <strong>um</strong>a foto junto a professora responsável por eles.<br />

Alex Wei, alu<strong>no</strong> do Segundo A<strong>no</strong> do Ensi<strong>no</strong><br />

Médio e i<strong>da</strong>de de 16 a<strong>no</strong>s. Estu<strong>da</strong> <strong>no</strong> Colégio<br />

Nossa Senhora de Lourdes desde o Primário.<br />

Tem grande interesse <strong>no</strong> Badminton, <strong>um</strong><br />

esporte ain<strong>da</strong> não muito popular por aqui, e<br />

indeciso quanto ao futuro.<br />

Gabriel Fonseca Lopes, alu<strong>no</strong> do Segundo<br />

A<strong>no</strong> do Ensi<strong>no</strong> Médio e i<strong>da</strong>de de 16 a<strong>no</strong>s.<br />

Estu<strong>da</strong> <strong>no</strong> Colégio Nossa Senhora de<br />

Lourdes desde o Infantil I.<br />

Interessa-se em basquete e videogames.<br />

Quanto ao futuro, também se encontra em<br />

indecisão.<br />

Pedro Barroso Mantel, alu<strong>no</strong> do Segundo A<strong>no</strong><br />

do Ensi<strong>no</strong> Médio e i<strong>da</strong>de de 16 a<strong>no</strong>s. Estu<strong>da</strong><br />

<strong>no</strong> Colégio Nossa Senhora de Lourdes desde<br />

o Oitavo A<strong>no</strong> do Ensi<strong>no</strong> Fun<strong>da</strong>mental 2.<br />

Sempre com interesse e facili<strong>da</strong>de nas<br />

disciplinas <strong>da</strong> área de h<strong>um</strong>anas, vem<br />

conseguindo bons resultados e espera para o<br />

futuro passar para <strong>um</strong>a facul<strong>da</strong>de pública e<br />

exercer o curso de direito. Interessa-se em<br />

basquete, onde o pratica em <strong>um</strong>a escolinha e<br />

faz parte de <strong>um</strong> grupo de teatro.<br />

Thais Cabral, Bacharel e Licencia<strong>da</strong> em<br />

História pela Universi<strong>da</strong>de do Rio de<br />

Janeiro(2008). Mestre em Ciência Política e<br />

Relações Internacionais pela Universi<strong>da</strong>de<br />

Nova de Lisboa(2011). Atualmente,<br />

desenvolve investigação sobre Cultura<br />

Política e Relações Internacionais. Autora <strong>da</strong><br />

dissertação: "O Luso-Tropicalismo: Reflexões<br />

sobre a Cultura Política Luso-Brasileira."<br />

Lisboa: UNL, 2011. Adora ler, viajar, ir ao<br />

cinema, ao teatro, à exposições de cultura e<br />

de conhecer outros idiomas.<br />

Equipe aponta o que<br />

me<strong>no</strong>s gosta e o que mais<br />

gosta na Olimpía<strong>da</strong> de<br />

História<br />

Nós, Historiadores <strong>da</strong> Vi<strong>da</strong>,<br />

vemos como pontos negativos<br />

dessa Olimpía<strong>da</strong> a questão<br />

dos textos longos - que, por<br />

vezes, vêm a ser desgastante<br />

- e as tarefas trabalhosas.<br />

No entanto, com esses textos<br />

e tarefas bem elabora<strong>da</strong>s,<br />

torna-se necessário pesquisar<br />

a fundo os fatos para<br />

concluirmos a questão.<br />

Isso aguça <strong>no</strong>sso apetite de<br />

informações. E é interessante<br />

descobrir <strong>no</strong>vos fatos sobre<br />

aquilo que já aconteceu e<br />

podermos associá-los ao<br />

<strong>no</strong>sso presente. Na<strong>da</strong> fica<br />

para trás, tudo tem suas<br />

consequências <strong>no</strong> tempo.

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