terragente
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y<br />
9<br />
1<br />
I<br />
i<br />
i<br />
gea ■ grupo de estudos agrários<br />
c.p. 10.507 •<br />
90000 • porto aJegre / rs<br />
n-9 abril maio-junho 1981<br />
<strong>terragente</strong><br />
■ti^^ publicação do gea<br />
Previdência rural<br />
Ministro tenta manobrar e fazer pa^s<br />
sar o seu projeto» Alguns sindicalis -<br />
tas assumiram a briga, mas a maioria<br />
continua puxando para_trás. (página 3 )<br />
Suinocdtores se<br />
organizam para<br />
irem pro pau<br />
Sindicato de Erexim<br />
AINDA NESTA EDIÇÃO<br />
Arroio do Meio: agricultor<br />
processado por médicos<br />
Cachoeira: promotor acusa<br />
Gorlac<br />
E uma das propostas dos sindicatos<br />
é a do cálculo do custo de produção,uma<br />
forma dos produtores conhecerem o quan<br />
to se gasta para produzir um quilo de<br />
porco e de se organizarem a partir da<br />
base, Um método que, no entanto, a<br />
FETAG ainda não tomou conhecimento.<br />
■1 '-"■'<br />
(página 4)<br />
temi 4e Pislwil iKfUft<br />
IniBLIOTECA<br />
1<br />
ais uma i<br />
Enquanto os sindicatos combativos realizarão no dia do v colono<br />
( 25 de julho) mobilizações que incluem diversas reivindicações,<br />
o presidente do sindicato de Erexim está propondo uma concentra<br />
ção para ouvir as demagogias de vários políticos do PDS que foram<br />
convidados»(página 6 )<br />
Íi„,m»MJmiiMiiHWMiMW ■■iimiuin T .■■«■■■■i« mmmmmvmímmm*m»ammma*A<br />
r6^o - ^^<br />
Ao lado dos lati^<br />
fundios e reservas<br />
indígenas, estabe-<br />
leceram-se os col£<br />
nos.Em pouco tempo<br />
esgotaram-se os es.<br />
paços disponíveis<br />
para os "SEM-TERRA;'<br />
mas nas estradas<br />
que cruzavam a re-<br />
gião continuou por<br />
muitos anos (até<br />
por volta de 1970}<br />
o séquito de cara-<br />
vanas de colonos<br />
que imigravam para<br />
o oeste catarinen-<br />
se e paranaense.<br />
pag.ll<br />
í
Ás 530 fai-iílias acanipadas na EncruzrilhodQ Latalino, no L-imicípio clc<br />
Ronda Alta, rof lotoi.. i.-uito bGL. a quo nívol chugou a concontraçao da, pro-<br />
priodado da torra o a Lisória quo oxisto hojo no cai^po gaúclio.<br />
Por iiu lado, dos 2,6 hi-lhoQS do hoctaros considerados agricultáveis,2o<br />
Liilhoos ostão na LÕO do 15^ proprietários apenas. Os 6 uilhoes de hectares<br />
restantes sobrau para 84% pequenos produtores.<br />
Por outro lado, teuos a contrapartida: calcula-se que existam heje no<br />
cai-po gaúcho, cerca de 130; r-il famílias de trabalhadores seu terra, QU con<br />
diçoes de absoluta uisória, ou se subuetondo a trabalhar de parceiro, ii-eci<br />
ro, ou sendo explorado nui.- salário de foco,<br />
0, que so vò hoje con estos colonos, quo corajosamente decidiraLi lutar<br />
pelo que 6 fonte de seu trabalho, a terra, 6 apenas o início de: uii-a . cani-<br />
nhada que certamente vai inconodar,muito o governo e os^ latifundiários,<br />
TV A posição do governo e do I1SCRA nesta história toda tem sido danosa,,<br />
transferindo de -um para o outro a responsabilidade pelo reassentamento dos<br />
tos colonos, embora concordem'num ponto: "i:ão existem torras aqui.no Esta-<br />
do", Sabemos muito bem quo isto não 6 verdade, o que se o governo quisesse<br />
poderia muito bem desapropriar, latifúndios que estão saltando aos olhos de<br />
quem quiser ver. 0 furo 6 mais embaixo, o o quo o governo não quer 6 moxer<br />
com uma classe quo tradicionalmente o apoia: os latifundiários..<br />
, lias se a posição do governo o do IL.CEA tem sido esta, cabe aqui fazer<br />
uma pergunta: SE K2D EXISTE mAIS TERRAS AQUI EO ESTADO, OLDE 0 GOlTüELO VAI<br />
COIOGÃR AS FALILIAS QUE SERÃO DESALOJADAS PELA G01.STRUÇÍ0 D.iS BARRAGELB?<br />
Ua região do Alto Uruguai, pqr exemplo, oxisto um projeto para cons-<br />
t-rução. de 2Z obras hidrelótricas, 0 trecho destas obras compreende una á-<br />
roa de 15 mil. o 300 km quadrados, dos quais 4.6 niX e 300 kn quadrados en<br />
Santa Catarina o os restantes no Rio Grande do Sul.. A população desta área,<br />
conformo dados de 1977, .6 de 2 milhões o 500 mil habitantes, predominando<br />
a população rural. E esta gente toda tambóm será sacrificada.<br />
Está na hora de una reforma agrária, pessoall Temos que exigi-la, mes<br />
no- que isto desagrado os grandes proprietários, pois. é injusto demais ter-<br />
ra- acumulada o improdutiva.<br />
, parece mentira, mas o agricultor Benjacin Blaclc, presidente do STR de<br />
Arrolo do. leio, está sendo processado por 25 médicos de lajeado que consi-<br />
| doraram suas declarações feitas durante-a visita do rinistro Jair Soares ,<br />
| en outubro, de 1980, ui:ia ofensa ò. classe. Ua ocasião^, Black denunciou o fa-<br />
j to.de um agricultor .que havia sofrido um acidente nao ter recebido o aten-<br />
! ciumento merecido, Todos: sabemos que o atendimento dos médicos não á' bom<br />
1 mesmo, e que nao foi calúnia nenhuma as declarações, do sindicalista, Ele a<br />
; penas falou a verdade sobre os problemas, que enfrentam os agricultores bo-<br />
jneficiários da Previdência Rurai. merece toda nossa solidariedade.
- 2 -<br />
Et. tS^OG^c^/vj, ^ Olí> Gd<<br />
Eu naio dosto ano, os prosidon.<br />
tos do Brasil o da Argontina rGuni"<br />
rani-SG na cidade de Paso do los li-<br />
brós, fronteira coLi Uruguaiana, pa-<br />
ra repassarei., a situação atual das<br />
relações argentino-brasileiras. En-<br />
tro as quais, prioritarau ■ executar<br />
o. Tratado, d o Rio Uruguai;, quo 6 a<br />
concrotisação das 3 hidrolótricas^<br />
neste eixo argcntino-brasiloiro:São<br />
Pedro, Garabi e PanaL.bi-Roncador,<br />
A poltü-iica 6 que, alÓL. do va-<br />
lor das obras e dos equipai..ontos,os<br />
tas barragens custarão a inundação<br />
de nilhares de quilt)i..etros quadra-<br />
dos de terras nos dois países. A re<br />
presa de G-arabi, por exei-plo, sorS<br />
erguida 6 kn^abaixo da vila de G-ar-<br />
ruchos, er. são Borja, que ficará to<br />
talL.onte sob as águas. Alagara dP<br />
roas rurais o urbanas en Sao Borja,<br />
Sao Licolau, Roque Gonaales, Porto<br />
Xavier, o que implicará o reassenta<br />
nento do uilhares de pessoas. Ato a<br />
gora, não foi oportuno aos chefes,<br />
de Estado una política do reassenta<br />
isento das populações, atingidas. Co-<br />
ne o alagauento da Garabi só dará<br />
en fins de 1986, julgai:, haver tenpo<br />
suficionto para o reassentanento,<br />
0 negócio 6 abrir o olho,pois,<br />
cabo lenbrar, que os agricultores o<br />
brigados a abandoharen suas terras<br />
pela construção da barragon de Pas-<br />
so Roal até hoje estão lutando pelo<br />
o que lhes foi garantido ,.,<br />
IlA E kAGHADimo<br />
■ Esta problena bastante gravo<br />
do construção^do barragens atingirá<br />
taiubdn a região, de Alto- Uruguai, on<br />
de haverá prejuícos diupossíveis de<br />
scron indonicados, Maa'a ^ BEQIROSUI<br />
(enpresa responsável pela- construção<br />
das barragens de Itá o líachacLinho)<br />
garantiu o rcssarcÍL.ento dos<br />
prejuicos a seren provocados pelas<br />
obras o pelo alaganento que ira a-<br />
t.iLigir varies nunicípios gaúchos o<br />
aatarinenses. Só que ninguén 6 boboon<br />
acreditar en pronessas e garantias<br />
feitas para pobre, já que os<br />
tubarões 'dif iciluente- as cw.-pron;<br />
nesno^abaixo de enfrentar..<br />
mtos o<br />
pressão, eles fican onbronando o pa"<br />
gãn pola. notado,' , ; -;<br />
A barragon de lachadinho, loca'<br />
lisada entre os nunicípios de llarce<br />
lino Ranos, no RS, o Piratuba, on<br />
SC, no Rit) Pelotas, atingirá 12 nu-<br />
nicípios gaúchos; Esneralda, Barra-<br />
cão, Sao José do Ouro, lachadinho,<br />
naxiniliano de Ali-.eida,l.Tarcelino Ra<br />
nos, Viadutos, Gaurana, Pain Pilho,<br />
Sananduva, Gotúlio Vargas o Tapeja-<br />
ra, o 4 catarinenses: piratuba, Ca-<br />
pinaal, Canpos ITovos e Anita Gari-<br />
baldi. Inundará una área, aproxina-<br />
da, de nil e 80 coltnias, ou perto<br />
de 28 nil e 50 hectaros,fornando un<br />
lago de 270 kn quadradas. Deverá de<br />
salojar 2 uü fanílias ou algo en<br />
torno de 10 nil habitantes.<br />
A barragon de Itá, localizada<br />
no Rio Uruguai entre os nunicípios<br />
de. Itá, SC, o Aratiba, RS, atingirá<br />
2 nunicípios catarinenses.: Itá e<br />
Concórdia, e 4 nunicípios gaúchos:<br />
Aratiba, Severiano de Alneida, i/a.-<br />
riano lloro o lTareelino Ranos, poma<br />
rá un lago de 160 kn quadrados,at.in<br />
gindo perto de 640 colônias, lé nü<br />
hoetárea e desalojará nil e 280 fa-<br />
nílias, ou seja, 6 nil e 400 habi-<br />
tantes,<br />
En resuno:<br />
— As. duas. barragens vão alagar<br />
1720 colônias, isto-e, 44 nil e 50<br />
hectares-de terra altanente produti-<br />
va e densanente povoada.<br />
- Aproxinadanento 16 nil e 400<br />
pessoas ou 3280 fanílias deverão sa<br />
ir destas regiões. Prá onde irão?<br />
— Cidades o vilas cone Itá,, en<br />
SC; Carlos Genes e Vila llirin, no<br />
RS, serão totalnente subnersas,<br />
- As nelhores terras, as vár-<br />
zeas, as nais produtivas destoa 22<br />
nunicípios não nais serão cultiva-<br />
das. Suas. lavouras cederão lugar ha<br />
águaa destinadas h geração de ener-<br />
gia elétrica,-. ''<br />
0 pessoal atingido desta© re-<br />
giões desde já deveiA se organizar<br />
ben, para, conseguiren o 3?eaasenta—<br />
nento en outr&fí. terras aqui no Esta<br />
do, antes- que as barragens fiquen<br />
prontas, senão ficará desamparado<br />
cone o pessoal de Passo Real, o o<br />
governo fará as ofertas- que quiser,<br />
.cone nandar todo ; nundo para o La-<br />
to Grosso, ou dará torras ruins.Aí,<br />
a luta ficará ben nais conplicada, -<br />
Empara conpietar, estas barra-<br />
gens nao estarae 'fornecendo energia<br />
para as grandes indústrias, que já<br />
controlan^a econonia no Brasil e as.<br />
sin poderão, nos doninar con nais fã<br />
cilidade?
- 3<br />
PwNloeiociK: -^ ue^^A-UBT^Oê^ oc uíwi^msc.<br />
A situação cia providôncia S un<br />
.dos problüL.as uais sórios quo o tra<br />
balhador rural onfrenta, E parccõ<br />
que, quanto L.ais sério o problema ,<br />
coi- L.ais doscaso o. governo trata o<br />
assunto. Ora, está na hora de aca-<br />
bar GOL- estas injustiças do nau a-<br />
tendiL-ento hospitalar. Os nédicos<br />
e hospitais enriquecendo, 0 agricul<br />
tor contribuindo e se ralando. E o<br />
miRURM. nen está dando bolai<br />
lio. ano passado o rinistro Jair<br />
Soares reforaulou a lei de previdên<br />
cia e enviou o ante-projeto ao Pre-<br />
sidente da República encaL.inhar aa<br />
congresso. For sorte havia muitos<br />
sindicalistas atentos ao problena e<br />
coueçarau a berrar. 0 linistro fi-<br />
cou con Ledo de perder voto e reti-<br />
rou o projeto cou a desculpa de que<br />
o. Delfin nao tinha aprovado.<br />
1 as o projeto do jaix 6 uiua<br />
vergonlia, por uú lado ele pensa ei:<br />
agradar a tur^a, igualando os servi<br />
ços nédicos e de hospital ao da ci-<br />
dade, nas por outro lado, prejudica<br />
ainda uais na jarte de benefícios.o<br />
plano do i inistro é dar aposentado-<br />
ria por tempo de serviço, mas. a par<br />
tir desta data. Ou seja, os priL.ei-<br />
ros vao se aposentar no ano 2000 e<br />
a aposentadoria prá mulher, conti-<br />
nua na mesma,<br />
. Além disso, o,pior são as con-<br />
tribuições, que além dos 2,5^. sobre<br />
a produção, que vai passar para 3$,<br />
ainda mais, Qf0 sobre o salário mini<br />
mo por pessoa com mais- de 18 anos ,<br />
Ou seja, 640 cruaeiros por pessoa,<br />
por mèa, Um absurdol<br />
A I.OYIlELTAÇiiO DO ESTADO<br />
Infelizmente a movimentação,, da<br />
turma aqui no- Estado anda meio para<br />
da. leia dúsia de sindicalistas as-<br />
sumiram a briga, a maioria aindanao<br />
alertou as bases, não comunicou so-<br />
bre as mudanças e, muito menos, dis<br />
cutiu com as- bases sobre o que fa-<br />
zer. Tem una comissão estadual que<br />
está procurando fazer andar-o movi-<br />
mento, mas a turma do'íileisa-disso "<br />
ficou puxando prá trás.<br />
0 a inistro anda prometendo de<br />
enviar,de novo, o mesmo projeto pro<br />
congresso.■<br />
• lio mès-de abril, una tuma de<br />
sindicalistas foi 'falar com o ] i-<br />
nistro em passo ]?ando. Q-us^do viu<br />
que a turma eatava'falando aério e<br />
que .ele não iria enrolar. 0 homem<br />
começou a soltar as ~"patas"--em todo<br />
mundo. Logo se „nota que nesse paia<br />
se gasta pouco em educação. Até mi-<br />
nistros sao mal educadosl<br />
Depois dessa ■ conversa com o li<br />
nistro, os sindicatos se reunira;..<br />
dia^S de maio prá fazer uua progra-<br />
mação do- que fazer, g ai teve muita<br />
gente, mas a discussão foi muita a-<br />
trapalhada, ninguém tinha propostas<br />
concretas do que fazer. Os pelegos<br />
puxa-sacos começaram a querer mode-<br />
rar. Diziam que não se devia fazer<br />
muito alarido e aquela coisa toda,<br />
Ho fim^a única coisa que sobroufoi<br />
a decisão de fazer u.: abaixo-assina<br />
do para o linistro.<br />
l,"as. abaixo-assinado não resol-<br />
ve nada. E nos lugares onde não tem<br />
trabalho de base, não serve nem pa-<br />
ira conscientizar a tuma, porque as<br />
assinaturas- são pegas no balcão do<br />
sindicato, B fica como mais -uma lis<br />
ta. Agora, dia 3^de junho, vai sa-<br />
ir mais una reunião. Por sorte saiu<br />
ü.. 'boletim pela SEDAGr, 1 estimulando<br />
a discutir os problemas nas bases.<br />
1. as na prática, a maioria deixa no<br />
balcão também, . -■-<br />
Está na hora de dizer um basta<br />
prá essas injustiças,, 0 povo está<br />
"cansado, ■■;_ -n:. . li r.<br />
A união e, a mobilização são<br />
nossas armas, E vamos ter que mos-<br />
trar ao linistro que temos força.<br />
.Pelo menos prá ele saber que, se de<br />
■'pender de voto de colono, jamais áe<br />
rá governador deste Estado, - •<br />
Vamos evitar que o Jair Soares<br />
manobre mais una vez. " ,,■<br />
Que o governo retire seu proje<br />
to.e refaça it- outro'-de acordo com<br />
.nossas reivindicações.<br />
/ikaíxü aá InJMáiiçcLói<br />
VamoA ap/wva/i o IWAAO pAOj,eiot<br />
BeneiÃjauxó e apaá aliadoAJM. de.<br />
eondü can naó/noA nece^AxdaíLeA»
. •<br />
■,: v 0 Brasil _é mi Larav;iUaQso caxi-<br />
po de eiçeriência para as Lvultina-<br />
cionais produtoras de agrot-ósicos,<br />
^venenos chaLxados de "defensivos" ,<br />
v Aqui, ec função da ordèn do go<br />
verno, que é a de deixar entrar o<br />
que vem cie fora, se utilizau de ve-<br />
nenos — que nos países de origeusão<br />
teminanteuente proibidos,<br />
Para-se ter u^a idéia, o Bra-<br />
_ sij gasta,^anuali-iente, nada , oanoa<br />
de 47 ."biliioes na ÍL.portaçao destes<br />
venenos, tí^o 12 uercado uundial de<br />
... agrotóxico *e o 3^ de pesticidas. Is<br />
to significa uu -'enori^e volui-.e de dT<br />
nheiro que poderia ser aplicado en<br />
; uelíiorias sociais para todo, povo, e<br />
que é inteirinho nanotrado" por gru-<br />
- pos nultinacionais cono a Bayer,Rho<br />
_ dia, Basf Davv Química, etc., que d£<br />
téiiO nonopólio da produção e coiaer<br />
^ cialização. "<br />
Os efeitos destes venenos so-<br />
bre " a saúde humana são 'catastrófi-<br />
cos e, na verdade, não se sabe até<br />
onde pode chegar o poder destrutivo<br />
destes venenos.<br />
, ^ Segundo; q. Centro de Informa-<br />
ções Toxicol6g*icas, que é •uu órgão<br />
oficial, e portanto conproLetido, a<br />
contece dois casos de . 'intoxicação<br />
por dia, ênáis de u..a noriie _a cada<br />
dois ueses. Isto sonente nos ^casos<br />
■ docur-entados.^ E aqueles que não x che<br />
gaa a ir para' os hospitais,?<br />
Po'r outro lado, são- incorpora—<br />
...dos en pequenas doses,, que não der-<br />
rubar.! de vez.O efeito é a longo pra<br />
ZJO e podo se nanifestar das uais dT<br />
•versas fo?n-as:. Pode-se, por exen-<br />
- pio, t,er ui.: ataque cardíaco, ou nes<br />
no enlouquecer por causa de tina in-<br />
toxicação' na base de pequenas doses.<br />
•ITao existia aiiicla cono fazer un diag<br />
nóstico científico nais> apurado, o<br />
que coloca en duvida estas ciados o—<br />
ficiais.<br />
Só para lenhrar, ainda este<br />
. nès houve'ÜLiã gxavé" denúncia feita<br />
i por un técnico da Fundação, do Ci^n-<br />
j cia e Tecnologia, que-,- pesquisando<br />
i onostras de soja aqui do Estado, èn<br />
j centrou resíduos de "düfensivos" or<br />
I ganoolorados cono o DDT, o Endrin,o<br />
\ BHG e.O:.,Aldrin;. .e organofosfo>íados,<br />
í cono o Dinetoato e o i:eiation,en ni<br />
i veis absurdos e intoleráveis, ché-<br />
1 gando a ter índices de contaninação<br />
; 20 vezets-naiores daqueles definidos<br />
i cono toleráveis.' Quen.aGOiipanhou 'o<br />
; caso viu o bafafá que deu a denúii-<br />
cia, Fofan' desúenliídoa/ 'ret.rataçoes<br />
■A-<br />
- ■<br />
' • '■ , -:••<br />
públicas, entrevistas coletivas e<br />
tudo o nais necessário prá niao. le-<br />
■ var as'denúncias à fronte, nao a-<br />
trapalhando desta foma os grandes<br />
lucros, das nultinacionais,:" Aliás,<br />
.. o que a gente vê é que as.autorida<br />
.... des gostai.; nuito de fazer discur-<br />
sos--e dar depoinentos a respeito<br />
de ecologia'e saúde huL-.ana,. nas IXLI<br />
verdade é pura denagogia,poique ne<br />
elidas^,concretas para restringir 'a<br />
atuação destes grupos estrangeiros<br />
nao tên sido tonadas. . , ._, ...<br />
;: Está-aí, ...para quen quiser ver,<br />
a Conissao Parla..-entar de Inquéri-<br />
to,; nohtada para investigar o pro-<br />
blena, que ó ui.-a lorota e que não<br />
consegue: nen. se reunir, o deputa-<br />
ndo do PDS, Ruben Scheid, outro dia<br />
■foi na reunião e fez una proposta<br />
que já havia sido feita' e inclusi-<br />
ve aprovada a duas senanas. aitrás.<br />
VèjQXi ehtao que interesse,',isto que<br />
. ele é o relator desta, conissao..<br />
A situação a que estaLio's che-<br />
gando é táo grave que coloca . en<br />
risco--a vida de nilhoes de pessoas<br />
W-éi da própria^- natureza e,cono en<br />
todos, os casos, esperar pelo govor<br />
•nao é perdh de tenpo, é preciso quê<br />
o ppvo, tanto da cidade .(que^conso<br />
;_ne álinehtos contauiibados) cono do<br />
canpo (que está diretanento expos-<br />
to aos venenos), conece a pressio-<br />
nar alternativas dè agricultura,se<br />
náo qualquer dia" destes ia bonba a-<br />
t?)nica vai ser fichinha aperto dás<br />
-t ais "de fens ivo s agrí c o ias".<br />
^UiVOCUL-TORMS l/ÂO P&3 PAU<br />
Os auin o cultores aprenderai<br />
nuito ben durante a nóvinentaçao
duçao suína.<br />
Esta reunião quo a FEÜLâô DjaQ-<br />
quis, convocar, foi oonvocada então<br />
polo Sindicato dos Traballiaclores Ru-<br />
rais de Tenente Portela e pela Conis<br />
aão Pastoral da Terra, e era prd dis<br />
cutir as uelliores fomaa de se orga-<br />
nizar.<br />
Una das. propostas que já existe<br />
é que os sindicatos assuaaQ é encaai<br />
nlien nas^ suas. "bases o cálculo dó eus<br />
to de produção,. Esta é una forna de<br />
ao, nesno tenpo que ajudai pessoal<br />
a ficar sabendo' direitinho .quanto<br />
gasta para produzir un q.uüo. de por-<br />
co ainda serve prá unir pela "base«Es<br />
ixe tipo; de exp.eriência J;á foi feito<br />
con sucesso na uva, no funo, no tona<br />
te, etc.<br />
En seguida vai sair o relatório<br />
desta reunião, e se algudin não rece-<br />
ber é só nandar p.edir ao STR de Te-<br />
neirta Portela.<br />
ftaiWR cem cswTEfc^EOiívwe* ?<br />
En fevereiro deste ano, os ^pe-<br />
cuaristaa fizeran una nanifestaçãode<br />
protesto para ver se o governo solu-<br />
cionava a crise 'da pecuária. Agora<br />
aao. oa> arrozeiros que pretestan con-<br />
tra os "baixos preços^,pagos ao arroz.<br />
C ono s e sabe, tant o pecuaristas<br />
e arrozeiros. são en geraX grandes<br />
produtores., portanto, se a crise an-<br />
da preta para os. grandes-,: o que dirá<br />
para os pequenos» , :<br />
lia. verdade, toda a econonia do<br />
paia está QD crise, atingindo o se-<br />
tor agricola cone un todo,tanto gran<br />
doa quanto pequeno a, o, que não quer<br />
dizer que grandes e pequenos sofren<br />
a nesna coisa," pois. os fazendeiros,<br />
por serei:: nais ricoa, tèn una capaci-<br />
dade de resistência ÒM crises nuito<br />
naior do que os pequenos, que, fre—<br />
quentenente são obrigados, a vender<br />
suaa terraa para, pagar suas dividas<br />
e abandonar o canpo.<br />
Isto ocorre porque a agricultu-<br />
ra e a pecuária.estão inprensados en<br />
tre dois. grandes setores econònicos:<br />
o setor quo vende ndquinaa, aduboa,:<br />
rações,, herbicidas, tratorea,ceifas,<br />
ara-es^ etc. e o setor que conpra a<br />
produção agricola e a revende na ci-<br />
dade, En nonentos cie crise econòuica<br />
estes dois setores:- escorchan ainda'<br />
nais os produto,res -o os consuiaidores.<br />
Cada un destes dois setores - é<br />
conposto por unaa poucas ílrnaa que<br />
obrigaia o agricultor a comprar seu :<br />
- 5 ~<br />
produto pelo preço que eles queren,<br />
Assin o agricultor, se quiser conprar<br />
ui:a trator, por exei-plo, á obrigado a<br />
conprar da Masaey..Ferguson, "VaLet,<br />
CM e nais una' ou outra firna que on<br />
txa, previanente de acoido e Jiípdã<br />
seu preço apesar de todo nundo sabor<br />
que estas fabricas ten seua pátios<br />
lotados de tratores, que não consa-<br />
guen ser vendidos,<br />
Da nesna forna ocorre quando o<br />
produtor vai, vender o seu produto e<br />
o conprador (poucas e grandes fir-<br />
nas.) oferece o preço que, quiser, Des<br />
ta foma, o produtora obrigado a<br />
conprar o que necessita para a lavou<br />
ra por^un alto. preço e vanüer a s:aa<br />
produção a un baixo preço,<br />
Da nesriá forrâa que o produtor,<br />
o consunidor tanbén e lesado pelas<br />
"grandes indástrias. e 'conerciantes qie<br />
cobran os olhos-da-cara por un procTu<br />
'to que conpraran barato. Afifflin a uni<br />
ca nane ira de tirar o produtor e<br />
consunidor deste sufoco inp.osto por<br />
esaes dois grandes setores industri-<br />
ais é elininar estes setores, ou ne-<br />
llior, lutar para que o governo esta-<br />
tize-os.<br />
Sendo as fábricas de náquinas o<br />
equipaiiontos agrícolas, estatizadas ,<br />
ben 'cono as agroindústriaa e o conor<br />
tio de gêneros alinentícios, pode a.u<br />
nentar o- poder de barganha do produ-<br />
tor que poderá ter 131:1 preço nelhor<br />
pelo seu produto que será vendido na<br />
"cidade a ura preço nais baixo, nellio—<br />
rando as condições de vida tanto dos<br />
trabalhadores rurais quanto urbanos,<br />
Un nilhao de trabalhadores ru-<br />
rais do Paraná^poderão ser beneficia<br />
dos'pela decisão do Tribunal Regio-<br />
nal do Trabalhe de ficar en Cr$ 10,<br />
123,90 (dez*nil., cento e vintee trôs<br />
cruzeiros e noventa centavos) o sala<br />
rio de ingresso na área do sindicato<br />
dos Enpregados de Jandaia do Sul.<br />
0 dissídio deste ano é o pri ei<br />
ro da história do Paraná, Isto tal-<br />
vez proporcione una nobilização no<br />
Estado de Santa Catarina e no Rio<br />
Grande do .Sul, enbora nestes estados<br />
esteja:, assentados basicanente pequo<br />
nos e i-édios produtores.<br />
Ias se nós pensamos ben, o pre<br />
ço nínino dos produtos nada nais Z<br />
do que un salário nínino para os pro<br />
dutores. E se todos calculassen o seu<br />
custo de produção verian o nesno que
os jo.rodutores. do uva, fui-.o e porco<br />
ostao vendo: ■tirando^o gasto con in—<br />
'simos e renédioa - nao sobra non o<br />
salário níiiiuo de renda,<br />
0 Sr, Sadi. Angnose, presidente<br />
do Sindicato dos Trabalhadores Ru-<br />
.rais de Eraciiin, conhecido por seu<br />
pusasaquisnO' ao governo, e aliado ao<br />
■$l)Sr agora está preparando nais u:ia><br />
nor-ia ar.i^,la nanobra política do PDS<br />
da região,, o sindicato estd convocan<br />
do m-a concentração de agricultores<br />
para o dia 2S de Julho, Dia do Colo-<br />
no, para entregar as reivindicações<br />
Jis. autoridades, s6 que na prática,<br />
vai ser nais una bajulação ao rinis—<br />
tro Jair Soares., que devia estar fa-<br />
zendo sua propaganda para governador.<br />
Estavac presentes tacbén outros<br />
políticos da região, còno o Deputado<br />
Augusto Trein, o Deputado pirnino G-i<br />
rardelo, etc,<br />
ila "reivindicações" dos colonos<br />
já estão prontas e serão 12, segundo<br />
o presidente do sindicato, Cono se<br />
vò,"todos partindo das bases",.,<br />
GOLenta-se na região que o Sr*<br />
Sadi ten pretensões, de ser prefeito<br />
ou coisa parecida e
'Pfw SSTI n-e^^A, ^íd-ios S^ n 'PÃo<br />
Encruzilhada Natalino fica en<br />
tre Ronda Al ta e Passo Fundo indo oe<br />
Ia RS-324. Ali, entre a cerca da Par.'<br />
zenda Macali e a estrada, estão acam-<br />
pados hoje emtorno de 550 famílias de<br />
agricultores sem-ter ras oue resolve.^'<br />
ram não se entregar e oue estão lutan<br />
do pelo seu instrumenoo de trabalho ,<br />
seu ganha-pão s a TERRA.<br />
As condições do acampamento ,<br />
são péssimas e se não fosse o pronto"<br />
apoio aue receberam de todos os can -<br />
tos do Brasil, os colonos certamente'<br />
já estariam em piores condições cue<br />
estão, e a fome o frio e as doenças '<br />
já teriam feito mais vítimas do aue '<br />
iâ fizeram, pois do Governo do Estado<br />
o aue se viu até agora foi o puro de£<br />
nrezo pelo problema aue num Drimeiro<br />
momento não quis nem tomar conhecimen<br />
to, acreditando que a coisa não ia du<br />
rar.<br />
Na verdade o governo só reco-<br />
nheceu o acampamento bem depois aue '<br />
todo o Rio Grande do Sul e com muita<br />
pressão emcima, e ai ao invés de ten-<br />
tar realmente solucionar a auestão o<br />
guc tentou foi só desmanchar o acampa<br />
mento, desorganizar os colonos com u<br />
ma proposta que tinha a única inten - 1<br />
çãoção extraviar os colonos pelo inte<br />
rior do Estado, como foi a de empre-<br />
gos nas Estações Experimentais.<br />
Os colonos para o azar do go-<br />
verno não cairam no engodo e tiveram<br />
uma resposta firme:"Oueremos TERR^ , o<br />
que sabemos fazer é trabalhar na ter-<br />
ra e também sabemos aue um salãrio-mí^<br />
nimo não sustenta uma família." Estes<br />
empregos além de tudo seriam só para<br />
ura parte dos acampados, mais r ou meno<br />
a metade, para os outros o governonão<br />
inha resposta. Por outro lado,- se sa<br />
■ aue existem hoje na volta das ci-<br />
; ades milhares da desempreaados, os'.<br />
bem aue aceitariam estes empregos. ..,VT<br />
Eracassado nesta primeira ten<br />
tativa, o governo tentou se desobri— !<br />
gar da situação empurrando o bonde na<br />
ra cima do INCPA , aue devria ser cha-<br />
mado Instituto Nacional CONTRA a Re -<br />
forma Aarária, este é um dos tantos '<br />
rrgão federais que só servem para em-<br />
pregar um monte de burocratas.<br />
Mais o aue foi mais interassa<br />
te ver ê como estas tais "autoridades<br />
estão realmente descomprometidas com'<br />
os pobres. Foi o jo^e do empurra^empu<br />
rra, o Amaral dizia aue era o Alcicne<br />
Burin,(coordenador local do INGFA) o<br />
resnonsável. Por seu turno Alçione Bu<br />
rin joaava o barro dentro rio Palácio'<br />
Piratini. Apesar de só terem mostrado<br />
mesmo a irresponsabildade tanto de' un<br />
como, de outro, em alguns pontos elo 0<br />
concordavam: não se fala em Reforma 7_<br />
grãria, Não existe terras no estado .<br />
Terra só nos projetos de assentamento<br />
em regiões pioneiras, como o Mato Ore<br />
sso.<br />
Os colonos não auisseram nem<br />
saber de auem era a responsábilidac :<br />
aueriam e auerem uma coisa tão somei-<br />
te; TERRA. Ea Iqreja Luterana, os<br />
lonos mesmos e inclusive dados do pró<br />
prio INCRi' atestavam contra esta men-<br />
tira de aue não existem terras no es-<br />
tado. Existem;terras erexiste também<br />
o instrumento legal aue possibilita a<br />
desapropriação, o Estatuto da Terra ,<br />
letra, mosrta na leaislação brasileira<br />
Alias é interessante notar aue ás le-<br />
is aue poderiam vir a beneficiar os<br />
trabalhadores, nunca -são aplicadas ,<br />
enquanto as aue pi^iudic-am são aplica<br />
das com a maior irigidez ,> E cs colcnrs<br />
mostraram o que um povo unido pode ^a<br />
zer, rechaçaram a proposta do INCP; e<br />
disseream: "aueremos terra e aaui .r '<br />
Rio Grande." isxilr^.-rvz.-.b
O aue o governo eo Incra não '<br />
saben', ê que a'mentira., tem perrtas cur<br />
tas, e aue não adianta irem para o ra<br />
ald, jor. e televisão dizerem cue '<br />
n - - ' 'do t • . o- ' tr '<br />
zonas de colonização sao uma máravi'-<br />
Iha, auandn na""veifdade é bem diforen-<br />
te. Os colonos estão muito bem infor-<br />
mados, através de outros aue chegaram<br />
ir oara Mato Grosso e aue tiveram aue<br />
voltar diante de abandono aue estive-<br />
ram jogados e da roubalheira das Coo-<br />
perativas, vindo muitas vezes com pes<br />
soas a menos na família, vitimas orin<br />
cmpalmente da malária, uma doença co-<br />
mum naaue Ia região.<br />
Fnaúanto as "autoridades" enr<br />
rrclavam, ! o Movimento de Solidarieda-<br />
de ia crescendo, a opinião pública de<br />
todo país ficou sabendo dos descases'<br />
e se posicionou ao lado dos colonos .<br />
uma verdadeira chuva de manifestçces<br />
de apoio começaram a parecer de todos<br />
os lados. '' ■"•'""■ f ' ■■'■'" :; ■-<br />
No Dia Internacional do Traba<br />
lhador, enauanto que de Porto Alegre*<br />
saia uma caravana de entidades para '<br />
visistar os colonos, uma comissão de'<br />
lã vinha para Porto Alegre travar con<br />
tatos com o pessoal da cidade, fazéh-<br />
uma corrida gur foi desde visitas as<br />
Vilas populares d cid de, indo na CM<br />
BB; Sindicatos de Trabalhadores?<br />
Assembléia Legislativa até dando um '<br />
susto no governador gue teve de enao-<br />
lir meio na marra uma visita indesejã<br />
ve 1.<br />
Com esta movimentação toda, o<br />
gcvcrno aue estava se desgastando bas<br />
tanto, diate da opinião pública com a<br />
sua intransigência, resolveu mudar do<br />
tática, partindo prá uma jogada muito<br />
suja. Mandou'a Fundação Rioarandense,<br />
orgid ligado a Secretaria do Trabalho<br />
s Ação Social, fazer um levantamento'<br />
sobre os colonos que se achavam acam<br />
-■dcs. Este relatório só tinha uma in<br />
rnc&o: desmoralizar os colonos, oaue<br />
conseguiu. Fazendo claramente uma<br />
nao conseauiu. Fazendo claramente uma<br />
tremenda manipulação de dados, chegou<br />
a resultados incríveis. n or exemplo '<br />
dizia aue haviam pessoas gue oeosuia<br />
2,900 metros auadrados de terra, note<br />
se aue colocaram a auantidade em irr '<br />
para impressionar. Fies pensaram aue<br />
niroguêm sabia aue 2.900 m 2 sg0 mencs<br />
de 3 hc, e isso não dá prá sustentar<br />
um naauela zona( o módulo ê 15 he )'<br />
que dirá uma família.<br />
Dizia também este ralatório que algun<br />
pais de de pessoas acampadas tinham '<br />
terras, e de fato istn é verdade, só 1<br />
que não colocavam auantas pessoas tin<br />
nha na família e nem davam a fórmula'<br />
mágica de com 3, 4 hc de terras sus ■<br />
tentar 8, 9 pessoas. Era bom bota as<br />
autoridades numa roca desta prá ver '<br />
como se saíam. Mais adiante, este fra<br />
udulentc levantamento constatou aue<br />
um número de. 43 colonos já tinham se 1<br />
enVolv do com a polícia, só aue não '<br />
diziam qual tinha sido o caso, e nem<br />
se o sujeito tinha sido condenado ^u<br />
absolvido. F na Justiça, todo mundo â<br />
sabe aue prá entrar é a coisa mais fá<br />
cil, basta ter servi de testemunha de<br />
algum caso, aue vai "ter culpa n^ car<br />
tório".<br />
Este foi mais um grande azar<br />
do governo, foi masi uma jogada aue'<br />
não colou e aue foi prontamemte des-'<br />
mascarada pelos próprios colonos aue<br />
vieram a Porto Alegre novamente, con<br />
vocaram uma entrevista coletiva emos<br />
traram a mentira caso por caso, :<br />
Mo fim auem saiu desmoraliza-<br />
mesmo foi o governo. Mas mesmo assim<br />
continuou negando a terra, mas vendo'<br />
que atacar os colonos diretamente não<br />
estava dando bons resultados, começou<br />
uma campanha para denearir as entida-<br />
des aue se nosicionaram concretamente<br />
a favor dos colonos na sua luta, di-'<br />
zendo gue havia "infiltração ideclóci<br />
ca" „ e gue pessoas estariam, "oncitr.:<br />
do" os sem-terras para lucrar partida
lamente. Como vemos de tudo se fala ,<br />
menos de solucionar a, auestão..<br />
A resposta para mais este dis-<br />
parate é bem simples E até muito gratl<br />
ficante de ser dada. Basta ir ao acam-<br />
namento para se ver eme nela auantida-<br />
do de agasllhos e alimentos aue já '<br />
chegaram e aue estão chegando, isto ja<br />
mais vai ser obra de três, auatro "in-<br />
filtrados". A não ser oue o qovernador<br />
admita aue boa parte da pooulacão do '<br />
estado e também de Santa Catarina, es-<br />
tão "infiltrados no movimento.. Mais '<br />
por falar em infiltração, poraue o Go-<br />
vernador mão manda se retirar do local<br />
a policia secreta aue lá se encontra '<br />
desde o primerio momento ?<br />
Prá arrematar, o governo aue<br />
aposta mutto mas joga pouco, veio aao-<br />
ra com uma lenga-lenga de empregos prò<br />
vi^órios, dizendo para os colonos acei<br />
tarem até aue seja feito assentamento.<br />
Mas vejam bem se o pessoal nã^ aceitou<br />
empregos definòtivos, não tem sentido'<br />
nenhum aceitar provisórios. Mais ainda<br />
com toda esta"Koa vontade"do governo ,<br />
c.iem Q aue garante aue estes empregos<br />
vão ser provisórios mesmos,e aue vai '<br />
realmente existir assentamento se os<br />
colonos" se desorganizarem ?Depois de<br />
toda esta montoeira dé enrolação e men<br />
tira, como é que o governo tem cara de<br />
para auerer aue os colonos aceitem uma<br />
proposta dessas. 1 T<br />
Se este pessoal pensava aue cq<br />
lono só porque é colono é bobo f se enaanaram<br />
feio e nestas alturas já mudaram<br />
de idéia, poraue tiveram aue engolir<br />
umas boas. 0 Sr, Paulo Yokota, aue<br />
c o coordenador nacional do Incra aue<br />
o diga, levou um. vareio tão gran (Èe aue<br />
chegou a ficar irritado em alguns mo -<br />
mentos. O aue certamente não preocupou<br />
os colonos.<br />
ALGUMAS LIOÕES DA MOVIMENTAÇÃO<br />
ATfí AGORA<br />
"Já aprendemo em dois méis,o<br />
aue não aprendia em deiz ano," Isto é<br />
o aue os colonos dizem é uma grande<br />
verdade, e ê muito importante aue se 1<br />
aprenda com este movimento porqpe a<br />
luta não acaba aaui. '<br />
Uma das coisas aue se vê de fi-<br />
cara ê de como as fiitas "autoridades'<br />
tratam o problema dos sem-terras„ bas<br />
tante parecido com a forma oue trata'<br />
os operários na cidade, ou seja nunca<br />
toma posição ao lado dos oprimidos ,<br />
defende sempre o tubarão poraue é com<br />
ele aue na verdade está comprometido<br />
Povo prá eles é uma coisa aue só atra<br />
palha e atuca.<br />
Mais tem outra coisa por trás<br />
Acontece aue tanto o aoverno do esta-<br />
do como o Incra sabem aue o problema'<br />
efe Encruzilhada Natalino ê só uma pe-<br />
çuena parte do que pode vir a se tor-<br />
nar a auestão da terra no estado. Es-<br />
te ê o arande dodói, segundo os dades<br />
ch FETAG existem aaui no Rio Grande'<br />
dD Sul em torno de 130 mil famílias :<br />
efe colonos sem-terras. Isto para eles<br />
ê uma verdadeira ameaça, aue junto ' -<br />
anm os latifundiários não podem ouvir<br />
falar em Reforma Agrária nem em sonho<br />
Para eles então se trata de não abrir<br />
um perigoso precedente, puxando um<br />
cordão aue tem na outra ponta estas '<br />
130 mil famílias, o aue dá no mínimo<br />
mais uns 250 acampamentos do tipo de<br />
Hicruzilhada Natalino.<br />
Este sistema injusto, aue ê o<br />
capitalismo, eo seu administrador, '<br />
aue ê o aoverno, fizeram um filho aue<br />
aaora não auerem embalEr, pmis tudo<br />
isto não é mais do aue conseqüência '<br />
ch política agrícola do governo neste<br />
últimos anos.
Mais se o governo em momento '<br />
algum esteve disposto realmente a re -<br />
solver o problema, numa coisa cie sem<br />
ore apostou aue foi a desorganização<br />
dos colonos. É esta é talvez a maior'<br />
lição que se pode tirar.'Se os colo-<br />
nãonão fincassem o pé, não tivessem '<br />
ficados firmes no seu nropósito, se'<br />
oraanizando e discutindo como fazer<br />
as coisas, a governo já teria qanho e<br />
os colonos perdido esta parada.<br />
£ primeria coisa importante ,<br />
s não fazerem as coisas da cabeça de'<br />
cada, mas sim sempre discutirem conju<br />
tamente os problemas. Prá isso. o ter<br />
ço do os fins de tarde contribui mu<br />
ItOk-As 5;00 horas de tarde todos os<br />
colonos do acampamento se reúnem e ao<br />
mesmo tempo fazem as rezas, vão lendo<br />
as notícias do dia, as notas de soli-<br />
'-ariedade, discutindo e decidindo co<br />
:i ser encaminhada a luta,<br />
Prã fazer estes encaminhamen-<br />
tos, para coordenar o acampamento, fa<br />
zer contatos e representa-los diantes<br />
das autoridade, os colonos eleaeram u<br />
ma Comissão, aue é bem grande, muito 1<br />
representativa e respeitada, formada'<br />
por aaueles compa nhei^ps aue tem avan<br />
cado , compreendido a 'en-arado a luta<br />
-.■;"' mais afinco. ^'■'- '-■' - : '■:■''■ -v<br />
Mas como não adianta nada ter<br />
bons caciaues se não tem bons índios„<br />
o pessoal tá formando entre todos os<br />
acampados "çrupirhos de família". Es-<br />
tes grupos tem geralmente 5, 6 famíli<br />
as aue se reúnem sob a orientação de'<br />
um lider de grupo, aue 'também membro'' ,r<br />
da Comissão,, prá discutir mais a fuh- :!<br />
do as coisas e também para estudarem.,<br />
como estão fazendo aqora com o Estátu<br />
aa Te rra, Esta é uma forma de todo<br />
.rom apreendendo mais com a luta e '<br />
r rndo avie alguma coisa tem, aue ser mu 4<br />
As visitas as Vilas pobres : ,<br />
:ambém outra experência muito boa<br />
que serviu r.ara mostrar quem'está re<br />
alem.te junto na luta, além disso foi'<br />
feita uma grande Campanha de Solidari<br />
edade, aue ainda está se desenrolando<br />
Para receber e distribuir cs<br />
alimentos e aqasalhos aue cheaam os<br />
colonos fizeram também uma Comissão<br />
só com estes fim, aue está funcionan-<br />
cb muito bem e mostra aue a€e para as<br />
coisa neauenas e aparentemente sem im<br />
portância tem. aue haver organizagãr 7e<br />
isto ê uma coisa aue os sem-terras te<br />
até oara dar.<br />
A organização/ a firmezao aro<br />
io de todo povo conciente tem sido as<br />
grandes armas dos colonos nesta luta.<br />
CAMPANHA DF SOLIDARIEDADE<br />
Companheiros, a campanha de<br />
solidariedade continua e temos aue '<br />
mostrar aue se o aoverno do estado V-<br />
nega, OPOVO dá a assistência. Por is<br />
so ê importantesque em cada cidade,em<br />
cada comunidade se organizem campanha<br />
de arrecadação de alimentos e agasa.<br />
lhos, se façam listas de abaixo assi<br />
nados, cartas, telearamas e seenvie a<br />
o aovernador exigindo uma solução a-<br />
aui no Rio Grande do Sul para os ser<br />
terras. ■ Esta deve ser nossa res ■<br />
posta a este governo que esta aí prá.<br />
defender os latifundiários.<br />
- TERRA PARA QUEM NELA TRABALHA ;.<br />
- TERRA NO RIO GRANDE DO SUL PARA OS<br />
ACAMPADOS EM ENCRUZILHADA NATALINO
LI<br />
TRABALHADAORES DA TERRA: ETERNOS EMCRANTES<br />
O SAQUE COMEÇOU COM A<br />
:' '■ TERRA DOS ÍNDIOS<br />
O problema da posse da terra em<br />
nosso Estado, é assunto muito anti-<br />
go- Desde que as estâncias de gado/<br />
ainda no século passado, passaram a<br />
ser cercadas com aramados, muito<br />
trabalhador da terra vem errando em<br />
penúria pelos corredores e estradas.<br />
Como^não é muito fácil buscar<br />
informações daquelas épocas, vamos<br />
começar esta narrativa sobre o rou-<br />
bo da terra, a partir de 1911.<br />
Conforme demarcação feita pelo<br />
governo do Estado, as famílias indí<br />
ganas existentes contavam com uma a<br />
réa de 52.759 hectares, cue se situ<br />
ava na parte norte do Estado^ entre<br />
o Rio Passo Fundo e o Rio da Várzea<br />
e entre o Rio Uruguai e os Rios Bai<br />
taça e Lobo.<br />
Nesses 70 anos que já se passa-<br />
ram, foram saqueados dos índios na-<br />
da menos que 31.891 hectares (60% )<br />
das terras cuja posse o governo pro<br />
meteu lhes garantir. • i "<br />
Se sabe que inclusive colonos<br />
entrarem nas reservas dos índios.<br />
Mas o que ainda é mais grave,_é<br />
que este mesmo governo também nao<br />
respeitou as reservas e chegou a<br />
instalar uma Estação Experimental<br />
da Secretaria da Agricultura que<br />
funciona até hoje, em 1.700 hecta -<br />
res da área demarcada.<br />
Mas como começou a história de£<br />
ses colonos "sem terra" ?<br />
- EMIGRAÇÃOs TRISTE SINA DESTE<br />
POVO<br />
O povo gaúcho é emigrante des-<br />
• suas origensf ou seja, desde o<br />
momento em que os imigrantes euro-<br />
peus começaram a povoar nosso esta-<br />
co, lá peío ano de 1850,<br />
Eram milhares de famílias de<br />
camponeses alemães, italianos, polo<br />
neses e outras nacionalidades que<br />
fugiam da penúria e miséria em que<br />
viviam na Europa. Chegando aqui tam<br />
bem encontraram o mesmo tipo de es-<br />
trutura econômica e social que os<br />
havia oprimido na Europa. Foram con<br />
finados em pecuenas parcelas de ter<br />
ra e forçados a trabalhar individu-<br />
almente. Já na primeira geração, se<br />
us filhos tiveram que buscar terras<br />
mais ao norte do estado, na região<br />
hoje definida como Alto Uruguai.<br />
Na década de 30, a reaião da<br />
qrande Sarandi (municípios de Saran<br />
di, Rondinha, Constantina, Ronda Alta,<br />
Liberato Salzano, Rodeio Bonito, Nono-<br />
aí mais os municípios de Planalto fo-<br />
ram ostensivamente ocupados por filhos<br />
destes agricultores que também emigra-<br />
ram na busca de terras para a sua sub-<br />
sistência.<br />
E aqui mais uma vez se depararam<br />
com o problema. O espaço disponível pã<br />
os "sem terra" havia se esgotado rapi-<br />
damente .<br />
Por volta de 1940, as terras gaú-<br />
chas "colonizáveis" - geralmente terra<br />
de mato -já estavam todas retalhadas<br />
e" divididas'. 1<br />
Isto obrigava os sobrantes a três<br />
alternativas; a) emigrar para as novas<br />
fronteiras do estado? b) emigrar nara<br />
as cidades, tornando-se trabalhadores<br />
assalariados; c) permanecer no campo e<br />
serem agregados, pequenos arrendatári-<br />
os , parceiros, assalariados, etc.,.<br />
Uma quarta alternativa, específi-<br />
ca da região era "invadir" com o con •- j<br />
sentimento do SPI (hoje FUN^I) as ter-<br />
ras dos índios.<br />
Na década de 50,. intensificou-se<br />
a ocupação dessas terras. As de Cons -<br />
tantina e Ronda Alta desapareceram co-<br />
mo tal, No final da década aumentou er<br />
muito os "sem terra". Essas famílias<br />
provinham emase todas da região do Pi-<br />
to Uruguai. Pessoas, em geram novas,as<br />
quais aventuravam a sorte,<br />
DÉCADA DE 60 - PRIMEIRAS INVASÕES<br />
Fm 1962 um grande contingente d*<br />
trabalhadores rurais invdiu a Fazenda<br />
Sarandi. Eram 24.000 hectares de pro<br />
priedades de uruguaios. Com a invasão<br />
feita, Leonel Brizola eme era governa<br />
dor na época, foi obrigado a desapro ■<br />
priar a propriedade dos uruguaios para<br />
fins de reforma agrária.<br />
Foram distribuídos ^50 lotes de<br />
terras aos aaricultores, totalizando U<br />
ma arca de 13,000 Hectares. Outros ri 1<br />
hectares foram transformados em reser-<br />
va florestal, e mais mil, anos depois,<br />
foram inundados pelo lago da Barragem<br />
Passo Fundo.<br />
A bem da verdadef desses ^-SO bene<br />
ficiârios iniciais, existem hoje em<br />
torno de 200 agricultores apenas, os '<br />
demais tiveram que vender seus lotes<br />
devido a maneira errada como foi feita<br />
a reforma agrária. Os agricultores se<br />
inscreviam eram selecionados e tinham<br />
um prazo de 15 anos para pagarem as<br />
terras, sem receberem mais nenhuma aiu<br />
da do governo.<br />
Os 9,100 hectares restantes, de<br />
1967 a 1978, foram"administrados" da
forma mais corrupta possível pel©s<br />
políticos do governo, a favor de Ia<br />
tifundiãrios é claro. , —<br />
Cerca de 5.900 hectares foram<br />
distribuídos pela Secretaria da A-<br />
gricultura, a dirigentes partidários<br />
ou a amigos destes, do partido do<br />
governo. Boa parte dessas pessoas ,<br />
não eram e nunca tinham sido agri-<br />
cultores. Muitos compraram do Esta-<br />
do a mil cruzeiros o hectare para<br />
revender a 30 mil cruzeiros no ou-<br />
tro dia, que era o preço do mercado<br />
Ouer dizer, foi uma maneira muito ,<br />
mas muito fácil para alguns especu-<br />
larem e ganharem dinheiro com uma<br />
mãozinha do próprio estado.<br />
Os 3.200 que sobraram, foram"ar<br />
andados pelo Estado, pela irrisó-<br />
ria cmantia de 48 mil cruzeiros por<br />
ano/ metade para a empresa Macali<br />
de Carazinho, e a outra metade para<br />
n senhor Ari Dalmolin, que na época<br />
era presidente da FEGOTRIGO (hoje é<br />
presidente da Central Sul).<br />
Enouanto isso as terras indíge-<br />
nas são invadidas lentamente. Em ma<br />
io de 19 78. a situação se torna in-<br />
sustentável para os indígenas. Cer-<br />
ca de mil famílias de posseiros já<br />
ocupavain 19 mil hectares de sua á-<br />
rea. Então resolveram organizar-se<br />
. expulsá-los de forma armada. Os a<br />
pricultores foram jogados na estra-<br />
da, sem poder tirar nada da reserva,<br />
casas, benfeitorias, ou animais, a~<br />
renas algumas coisas de uso pesso-<br />
Tanto índios quanto colonos são<br />
vítimas do mesmo processo de domina<br />
cão. Das 1.100 famílias, 600 foram a<br />
lojadas no Parcue de Exposição de<br />
Esteio e mais tarde transferidas,ou<br />
seja, 500 famílias foram para o Ma-<br />
to Grosso - Projeto Canarana -e 100<br />
forem para Bagê - Cooperativa AGE -<br />
f.tnS • ■ '<br />
• UJri, .<br />
Enquanto isso as demais 500 fa-<br />
mílias permaneciam acampadas na :> e;L<br />
ra da estrada, alguns em casas e<br />
galpões de vizinhos ou parentes,nas<br />
proximidades da Peserva.<br />
E o governo nada fazia, limitan<br />
do- se a oferecer a oportunidade de<br />
irem para o Mato Grosso a<br />
Tal era o dascalcb ro da situa -<br />
cão que os agricultores se organi-<br />
zaram e começaram a pressionar o go<br />
verno. Cerca de 100 famílias resol-<br />
veram ir para o Mato Grosso e exiai<br />
ram imediata transferência. Os de-<br />
mais em torno de 3D 0 passaram a exi<br />
gir terras no Rio Grande do Sul, e<br />
psoecialmente na Fazenda Sarandi,<br />
rve era terra do estado arrendadas,<br />
13<br />
a grande latifundiários.::;<br />
Diante da displicência oficial,no<br />
dia 6 de setembro de B 79 , cerca de<br />
110 famílias invadiram a Granja Maca-<br />
li," de 1.600 hectares, localizada na<br />
Fazenda Sarandi. Os restantes organi-<br />
zaram- se e no dia 25 do mesmo: (mês, en<br />
traram na Granja Brilhante', 1.400 hec<br />
tares e vizinha ã Granja fòcali, tam-<br />
bém na Fazenda Sarandi. Na. área cáD ia<br />
cerca de de 100 famílias e eles eram<br />
perto de 170.<br />
Outrs 130 famílias que estavam na<br />
casa de vizinhos e parentes, não con-<br />
seguiram se mdo ilizar a tempo para a<br />
invasão.<br />
Em outvb ro de B 80 invadiram a Fe.<br />
zenda Anoni, nas cercanias, com mais<br />
de 8 mil hectares e que está sendo de<br />
sapropriada pelo INCHA. Reprimidas fo<br />
ram reconduzidas ao local do acampa -<br />
mento na Gcanja Brilhante. Hoje estão<br />
receb endo terras espalhada^ pela Bri<br />
lhante, IVcicali, Bom Retiro, Palmeira<br />
das Fissões e CE MAPA (Rondinha) .<br />
Com esta invasão, que foi a segun<br />
da da na Fazenda Sarandi, o governo<br />
do Estado ebrigoú-se a romper o arren<br />
damento e entregar a área para os a-<br />
gricultores.<br />
E assim, mais uma vez, os próprios<br />
agricultores trouxeram a píb lico os<br />
escândalos da corrupção dos nossos go<br />
vernantes.<br />
A FAZENDA ANONI<br />
Em março de, 1 9 72 o INCRA iniciou<br />
a desapropriação da Fazenda Anoni(que<br />
tem 8 mil hectares) para que fossem<br />
reassentadas cerca de 200 famílias as<br />
quais eram procedentes da Barragem de<br />
Passo Real, de orde foram expulsas pe<br />
Ias águas.<br />
No entanto, assim que foi inicia ■<br />
do o projeto de assentamento, os anti-<br />
gos donos entrarem nà justiça, erte ár -<br />
gando o trabalho do INCRA, alegando tro<br />
tivos de ordem b t roerá ti Cã-, como for<br />
ma de defender com unhas e dentes suas<br />
ganâncias pessoais . ' - ■ ■' " •<br />
Hoje, com o processo em andamento<br />
pelos escuros carrinhos da Justiça em<br />
Brasília e um "jogo de empurra" entre<br />
o governo do Estado e o INCRA, apenas<br />
57 famílias estãc precariamente insta<br />
ladas, tendo a incômoda e desgraçada<br />
companhia de soldados da Brigada Mili<br />
tar (muitas agressões sofridas pelos<br />
a gricultores foram denunciadas), oue<br />
lá estão para garantirem a "ordem"<br />
Comenta-se na região, na b oca do<br />
povo, que esta situação de injustiça^<br />
e aparentemente sem solução se deve e<br />
amizade que os ex-proprietários pos-<br />
suem Luis Fernando Cirne Lima, Minis<br />
tro da Aaricultura na época da desa
propriação e autoridade máxima do<br />
INCRA, de então, e também com gene-<br />
ral Gbtoeri do Couto e Silva, atual<br />
ministro da Casa Civil da Presidên-<br />
cia da Repíb lica.<br />
Enquanto isso dezenas de famí-<br />
lias sofrem no dia a dia por terem<br />
perdido a terra de cultivo e subsis<br />
tência, seja por terem sido despa "<br />
chadas pelas autoridades para um<br />
canto do Mato Crosso ou do Pará, se<br />
ia por estarem acampadas na beira _<br />
de uma estrada ã espera de uma deci<br />
são judicial que lhes seja favorá -<br />
vel.<br />
BARRAGENS: PROGRESSO NA CIDADE,<br />
MISÉRIA NO CAI^PO<br />
Mas seguindo a busca das raízes<br />
das causas da perda das terras pc -<br />
los pequenos agricultores (interes-<br />
sante que os ricos não sofrem este<br />
problema) , vamos remar em outras á-<br />
guas do mesmo lago de exploração e<br />
injustiças. Trata- se das conseqüên-<br />
cias sociais da construção das Bar<br />
ragens de Passo Real, Ernestina e<br />
Passo Fundo.<br />
0 tratamento dado pelas autori-<br />
dades para os que tiveram suas ter<br />
ras inundadas pela construção des-<br />
sas barragens só foi digno para os<br />
agricultores desalojados pelo lago<br />
dajbarragem Ernestina, a menor das<br />
três, que eram em número reduzido e<br />
tiveram seus bens indenizados pela<br />
Companhia Estadual de Energia elé-<br />
trica - CEEE.<br />
A área inundada por Passo Real<br />
Passo Fundo, sib iu a mais de 40.<br />
hectares e desalojou em torno<br />
''.r. 1.800 famílias.<br />
Eram pequenos agricultores ( a<br />
maioria), parceiros, arrendatários,<br />
e -ncsseiros.<br />
Das 1.452 famílias atingidas pe<br />
.c lago de Passo Real, 400 aceitaram<br />
indenização oferecida pela CEEE,a<br />
empresa construtora, as restantes ,<br />
D.3 1.052 quizeram ser reassentadas<br />
■m outras terras. Destas, cerca de<br />
->
PP-afeffS8<br />
Centço Ri st oral<br />
Brasilio Machado,<br />
0^272 - Sao femn x<br />
«JSMSMfilSnO<br />
iivn-si 3:j<br />
3?-<br />
M 50141 I—.-———^Js