avaliação do desempenho de duas semeadoras-adubadoras ... - UFV
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298<br />
AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE DUAS SEMEADORAS-ADUBADORAS DE<br />
PRECISÃO EM DIFERENTES VELOCIDADES<br />
Alcir José Mo<strong>do</strong>lo 1 ; Suedêmio <strong>de</strong> Lima Silva 2 ; João Cleber Mo<strong>de</strong>rnel da Silveira 3 ; Erivelto Mercante 4<br />
RESUMO<br />
Este trabalho teve como objetivo avaliar a profundida<strong>de</strong> e uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong><br />
milho em função <strong>de</strong> <strong>duas</strong> velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento. O trabalho foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no Núcleo<br />
Experimental <strong>de</strong> Engenharia Agrícola - NEEA, da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>do</strong> Oeste <strong>do</strong> Paraná – Campus <strong>de</strong><br />
Cascavel. O solo foi classifica<strong>do</strong> como Latossolo Vermelho Distroférico <strong>de</strong> textura argilosa, com<br />
<strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> menor que 0,03 m m -1 . O <strong>de</strong>lineamento experimental foi composto por quatro tratamentos,<br />
<strong>duas</strong> semea<strong>do</strong>ras (S1 = PSE8/Semeato e S2 = PST2/Tatu) e <strong>duas</strong> velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento (V1 = 5,2<br />
km h -1 e V2 = 8,4 km h -1 ), com quatro repetiçoes. A semea<strong>do</strong>ra S1 apresentou um requerimento <strong>de</strong><br />
potência na barra <strong>de</strong> tração 16% maior que a semea<strong>do</strong>ra S2. Isso aconteceu porque as mesmas<br />
apresentaram mecanismos sulca<strong>do</strong>res diferentes, guilhotina e discos duplos <strong>de</strong>fasa<strong>do</strong>s. Com o aumento<br />
da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento, a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sementes foi reduzida em 7,6% para a<br />
semea<strong>do</strong>ra S1, o mesmo não ocorren<strong>do</strong> para a semea<strong>do</strong>ra S2. Com o aumento da velocida<strong>de</strong>, verificou-se<br />
a tendência <strong>de</strong> aumento <strong>do</strong>s espaçamentos entre sementes.<br />
Palavras-chave: semea<strong>do</strong>ra, mecanização agrícola, milho.<br />
ABSTRACT<br />
Evaluating the Performance of Two Drill See<strong>de</strong>r at Different Speeds<br />
This study aimed to evaluate the <strong>de</strong>pth and distribution uniformity of maize seeds as a function of two<br />
displacement speeds. The work was carried out at the Experimental Nucleus of Agricultural Engineering -<br />
NEEA, of the Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>do</strong> Oeste <strong>do</strong> Paraná – Cascavel Campus. The soil was classified as a<br />
loamy texture Haplortox Red Latosoil with a slope lower than 0.03 m m -1 . The experimental <strong>de</strong>sign<br />
consisted of four treatments, two see<strong>de</strong>rs (S1 = PSE8/Semeato and S2 = PST2/Tatu) and two<br />
displacement speeds (V1 = 5,2 km h -1 and V2 = 8,4 km h -1 ), with four replicates. The see<strong>de</strong>r S1 presented a<br />
potency solicitation in the traction bar of 16% higher than the see<strong>de</strong>r S2. It happened because the same<br />
ones presented different coulter opener mechanisms, it guillotines and staggered <strong>do</strong>uble-disc. With the<br />
increase of the speed of displacement the <strong>de</strong>position <strong>de</strong>pth of seeds was reduced in 7,6% for the see<strong>de</strong>r S1<br />
and it did not happen for the see<strong>de</strong>r S2. With the speed increase, it was verified the ten<strong>de</strong>ncy of spacing<br />
increase among seed.<br />
Key words: see<strong>de</strong>r, agricultural mechanization, corn.<br />
1<br />
Engenheiro Agrícola, M.S., DEA-UNIOESTE, Cascavel - PR, Doutoran<strong>do</strong> DEA-<strong>UFV</strong>, Viçosa/MG. 36570-000. Fone (0xx31)<br />
3899-1860. E-mail: alcir@vicosa.ufv.br.<br />
2<br />
Professor adjunto <strong>do</strong> Departamento Engenharia Agrícola/Mestra<strong>do</strong> – UNIOESTE – Cascavel – PR, e-mail: sue<strong>de</strong>mio@unioeste.br<br />
3<br />
Mestran<strong>do</strong> em Engenharia Agrícola/UNIOESTE- Cascavel – PR, e-mail: jcmo<strong>de</strong>rnel@uol.com.br<br />
4<br />
Doutoran<strong>do</strong> em Engenharia Agrícola/UNICAMP, e-mail: eriveltomercante@yahoo.com.br<br />
Engenharia na Agricultura, Viçosa, MG, v.12, n.4, 298-306, Out./Dez., 2004
INTRODUÇÃO<br />
Dentre as máquinas usadas na<br />
agricultura mo<strong>de</strong>rna, a semea<strong>do</strong>ra foi a que<br />
maiores alterações apresentou, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua<br />
concepção no século XVII. Segun<strong>do</strong> Portella<br />
(1997), semear foi uma das primeiras<br />
operações agrícolas a ser mecanizadas,<br />
<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização, em<br />
to<strong>do</strong>s os países <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />
De acor<strong>do</strong> com Sattler et al. (1998), a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversificar o sistema<br />
produtivo <strong>de</strong> grãos, na busca <strong>de</strong><br />
competitivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro das ativida<strong>de</strong>s<br />
agrícolas, exige o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />
equipamentos e <strong>de</strong> mecanismos cada vez<br />
mais versáteis, precisos e <strong>de</strong> preço<br />
acessível. Neste contexto, estão<br />
enquadradas as semea<strong>do</strong>ras, especialmente<br />
quan<strong>do</strong> refere-se à técnica <strong>de</strong> plantio direto,<br />
que vem <strong>de</strong>spertan<strong>do</strong> um crescente<br />
interesse entre os produtores agrícolas.<br />
A operação <strong>de</strong> semeadura é <strong>de</strong>cisiva<br />
para o estabelecimento <strong>de</strong> culturas anuais<br />
<strong>de</strong>stinadas à produção <strong>de</strong> grãos. Nos<br />
preparos conservacionistas, sua importância<br />
aumenta, visto que as condições <strong>do</strong> solo e<br />
da cobertura geralmente não tão favoráveis<br />
à <strong>de</strong>posição das sementes, quanto às<br />
verificadas nos preparos com alta<br />
mobilização. Além <strong>de</strong> serem adaptadas à<br />
semeadura <strong>de</strong> várias espécies, cultivares,<br />
profundida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s e espaçamentos,<br />
as semea<strong>do</strong>ras utilizadas em preparos<br />
conservacionistas, entre eles o plantio<br />
direto, <strong>de</strong>vem ser robustas e resistentes,<br />
possuir discos <strong>de</strong> corte e abri<strong>do</strong>res <strong>de</strong> sulco<br />
capazes <strong>de</strong> cortar a vegetação e os restos<br />
culturais, <strong>de</strong>positar as sementes em<br />
profundida<strong>de</strong> uniforme, cobri-las, compactar<br />
o solo ao seu re<strong>do</strong>r e não ser afetadas por<br />
microrelevo, <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>slocamento (Portela et al., 1993 cita<strong>do</strong> por<br />
Levien et al., 1999).<br />
Segun<strong>do</strong> Delafosse (1986), em quase<br />
to<strong>do</strong>s os sistemas <strong>de</strong> semeadura<br />
conheci<strong>do</strong>s, a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> semeadura<br />
diminui, quan<strong>do</strong> se aumenta a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
trabalho.<br />
A correta <strong>do</strong>sagem <strong>de</strong> sementes e <strong>de</strong><br />
fertilizantes pela semea<strong>do</strong>ra é importante<br />
etapa no processo <strong>de</strong> semeadura <strong>de</strong><br />
qualquer cultura. Um eficiente processo <strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>sagem <strong>de</strong> sementes consiste em<br />
distribuição uniforme, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os<br />
padrões recomenda<strong>do</strong>s para a cultura.<br />
Um <strong>do</strong>s fatores, que contribuem para o<br />
sucesso da semeadura direta é a seleção e<br />
utilização correta <strong>de</strong> máquinas e<br />
equipamentos. Os principais itens para a<br />
orientação no processo <strong>de</strong> escolha e<br />
seleção <strong>de</strong> semea<strong>do</strong>ras, segun<strong>do</strong> Peche<br />
Filho et al. (1996), são a eficiência, o avanço<br />
tecnológico, facilida<strong>de</strong> operacional e <strong>de</strong><br />
manutenção e a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço e<br />
assistência técnica.<br />
A distância entre sementes na linha e a<br />
profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> semeadura <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />
vários fatores, como a cultura, condições<br />
físicas e químicas <strong>do</strong> solo e condições<br />
ambientais, razão pela qual Berneacki et al.<br />
(1972) afirmam que as distribuições<br />
mecânicas entre as sementes por meio <strong>de</strong><br />
semea<strong>do</strong>ras não constituem, isoladamente,<br />
fatores <strong>de</strong>cisivos para a boa produção, mas,<br />
ao contrário, representam um pré-requisito.<br />
Segun<strong>do</strong> Bowman (1987) e Ford e Hicks<br />
(1992), a eficiência <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong><br />
distribuição <strong>de</strong> sementes em semea<strong>do</strong>ras é<br />
analisada com base nos critérios:<br />
profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição das sementes;<br />
número <strong>de</strong> plântulas emergidas;<br />
espaçamento entre sementes; <strong>de</strong>slizamento<br />
<strong>de</strong> rodas <strong>de</strong> tração e acionamento; força <strong>de</strong><br />
tração exigida e potência consumida.<br />
Mantovani e Bertaux (1990) avaliaram<br />
semea<strong>do</strong>ras-aduba<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> milho e<br />
mostraram que, em geral, os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />
<strong>avaliação</strong> da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> plantio<br />
indicam que os mecanismos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong><br />
profundida<strong>de</strong> não conseguem uma<br />
regularida<strong>de</strong> na profundida<strong>de</strong> da semente,<br />
mesmo sob mesma velocida<strong>de</strong>.<br />
Segun<strong>do</strong> Janke e Erbach (1985), a<br />
a<strong>de</strong>quada profundida<strong>de</strong> da semente é fator<br />
importante na germinação e produção <strong>de</strong><br />
muitas culturas, mas também é um <strong>do</strong>s<br />
parâmetros mais difíceis <strong>de</strong> se controlar na<br />
semeadura, especialmente no sistema <strong>de</strong><br />
plantio direto, em que as condições <strong>de</strong> solo<br />
não são as mesmas, comumente, existentes<br />
em plantio convencional.<br />
Engenharia na Agricultura, Viçosa, MG, v.12, n.4, 298-306, Out./Dez., 2004 299
As necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tração <strong>do</strong>s<br />
implementos agrícolas são <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />
variáveis como o solo, o próprio implemento<br />
e outras. Dentro da variável solo, <strong>de</strong>stacamse:<br />
a distribuição <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong>s<br />
agrega<strong>do</strong>s; a textura; o teor <strong>de</strong> água; a<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo; a estrutura e os efeitos<br />
da <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>, da vegetação e <strong>do</strong>s resíduos<br />
<strong>de</strong> culturas anteriores. O implemento po<strong>de</strong><br />
influir no esforço <strong>de</strong> tração, conforme o tipo<br />
<strong>de</strong> ferramenta usada, as características <strong>do</strong><br />
metal que está em contato com o solo, a<br />
superfície em contato com o solo, a<br />
curvatura, a forma e as condições da<br />
superfície da ferramenta on<strong>de</strong> a força é<br />
aplicada. Outras variáveis incluem largura e<br />
profundida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sulco e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>slocamento da máquina (Telischi et al.,<br />
1996, cita<strong>do</strong> por Faganelo, 1989).<br />
A força <strong>de</strong> tração necessária para a<br />
operação <strong>de</strong> semea<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> grãos graú<strong>do</strong>s<br />
(semea<strong>do</strong>ra <strong>de</strong> precisão), na direção<br />
horizontal <strong>do</strong> <strong>de</strong>slocamento, já incluída a<br />
resistência ao rolamento da máquina, com<br />
bom leito <strong>de</strong> semeadura, varia <strong>de</strong> 900 N ±<br />
25% por linha (somente semeadura) e <strong>de</strong><br />
3.400 N ± 35% por linha (semeadura,<br />
adubação e herbicida) (Asae, 1999).<br />
Mantovani et al. (1992) obtiveram valores<br />
<strong>de</strong> força <strong>de</strong> tração varian<strong>do</strong> entre 922 e<br />
2319 N por linha, quan<strong>do</strong> testaram cinco<br />
mo<strong>de</strong>los comerciais <strong>de</strong> semea<strong>do</strong>rasaduba<strong>do</strong>ras<br />
nacionais, <strong>de</strong> arrasto, com<br />
quatro linhas para milho, mecanismo<br />
sulca<strong>do</strong>res <strong>de</strong> disco duplos para semente e<br />
adubo, em solo argiloso, prepara<strong>do</strong><br />
convencionalmente e velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>slocamento entre 4,5 e 6,0 km h -1 .<br />
Santos Júnior et al. (2000) concluíram que<br />
o mecanismo sulca<strong>do</strong>r tipo facão, nas<br />
mesmas condições operacionais, apresentou<br />
requerimento <strong>de</strong> força <strong>de</strong> tração 69% maior<br />
que o sulca<strong>do</strong>r <strong>de</strong> discos duplos.<br />
Estudan<strong>do</strong> os esforços tridimensionais<br />
exigi<strong>do</strong>s por uma semea<strong>do</strong>ra-aduba<strong>do</strong>ra em<br />
<strong>duas</strong> velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação (4,9 e<br />
7,6 km.h -1 ), Casão Júnior et al. (2000)<br />
verificaram que a força horizontal <strong>de</strong> tração<br />
apresentou magnitu<strong>de</strong> média equivalente a<br />
98% da força resultante, significan<strong>do</strong> que nos<br />
estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> <strong>de</strong> máquinas, em<br />
300<br />
que somente este parâmetro é <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>,<br />
a informação aproxima-se, muito, da força<br />
resultante.<br />
Ao avaliar o <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />
semea<strong>do</strong>ras-aduba<strong>do</strong>ras existentes no<br />
merca<strong>do</strong> nacional, Casão Júnior et al.<br />
(2000a) concluíram que as hastes<br />
respon<strong>de</strong>m por parcela importante da força e<br />
potência exigidas para tracionar uma<br />
semea<strong>do</strong>ra. Quanto à exigência <strong>de</strong> potência,<br />
os autores encontraram variações entre 5,3 e<br />
7,2 cv por linha, a 10 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>,<br />
trabalhan<strong>do</strong> a uma velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>slocamento <strong>do</strong> conjunto (trator-semea<strong>do</strong>ra)<br />
<strong>de</strong> 5,0 km h -1 , para todas as semea<strong>do</strong>ras<br />
estudadas.<br />
Em trabalho realiza<strong>do</strong> no Instituto<br />
Agronômico <strong>do</strong> Paraná (IAPAR), Araújo et al.<br />
(2001) concluíram que, em solos muito<br />
argilosos, a potência no motor exigida para<br />
tracionar uma semea<strong>do</strong>ra com sete linhas<br />
para soja e com haste sulca<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>brou,<br />
quan<strong>do</strong> a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação aumentou<br />
<strong>de</strong> 4,5 para 7,7 km h -1 , ou seja, passou <strong>de</strong> 42<br />
para 79 cv. Para o disco duplo, a potência<br />
aumentou <strong>de</strong> 56 para 84 cv, quan<strong>do</strong> a<br />
velocida<strong>de</strong> passou <strong>de</strong> 9,0 para 12 km h -1 .<br />
Em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> os equipamentos <strong>de</strong><br />
preparo <strong>do</strong> solo possuírem diferentes<br />
ferramentas como órgãos ativos, estes<br />
apresentam efeitos diversos nas<br />
proprieda<strong>de</strong>s físicas, químicas e biológicas<br />
<strong>do</strong>s solos, nas características agronômicas<br />
das culturas neles implantadas e, também,<br />
no <strong><strong>de</strong>sempenho</strong> das máquinas (Furlani,<br />
2000). Dessa forma, é necessário estudar o<br />
<strong><strong>de</strong>sempenho</strong> das máquinas e equipamentos<br />
nos diferentes sistemas <strong>de</strong> cultivo, tal como a<br />
exigência <strong>de</strong> força <strong>de</strong> tração pelas<br />
semea<strong>do</strong>ras, pois, segun<strong>do</strong> ASAE (1996),<br />
para semea<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> precisão, esta varia em<br />
função <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> solo, leito <strong>de</strong> semeadura e<br />
número <strong>de</strong> linhas.<br />
Em função <strong>do</strong> exposto, este trabalho<br />
objetivou avaliar a profundida<strong>de</strong> e<br />
uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição das sementes e<br />
a <strong>de</strong>manda energética requerida por <strong>duas</strong><br />
semea<strong>do</strong>ras-aduba<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> precisão, em<br />
função <strong>de</strong> <strong>duas</strong> velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>slocamento, em sistema <strong>de</strong> semeadura<br />
direto <strong>do</strong> milho.<br />
Engenharia na Agricultura, Viçosa, MG, v.12, n.4, 298-306, Out./Dez., 2004
MATERIAL E MÉTODOS<br />
O experimento foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no Núcleo<br />
Experimental <strong>de</strong> Engenharia Agrícola -<br />
NEEA, pertencente à Universida<strong>de</strong> Estadual<br />
<strong>do</strong> Oeste <strong>do</strong> Paraná – Campus <strong>de</strong> Cascavel,<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná. A localização geográfica<br />
está <strong>de</strong>finida pelas coor<strong>de</strong>nadas 24º48’ <strong>de</strong><br />
Latitu<strong>de</strong> Sul e 53º26’ <strong>de</strong> Longitu<strong>de</strong> Oeste,<br />
com uma altitu<strong>de</strong> média <strong>de</strong> 760 metros, com<br />
<strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> menor que 0,03 m m -1 . O solo da<br />
área experimental foi classifica<strong>do</strong> pela<br />
Embrapa (1999), como sen<strong>do</strong> Latossolo<br />
Vermelho Distroférico e <strong>de</strong> textura argilosa,<br />
sen<strong>do</strong> o clima subtropical.<br />
Utilizou-se o <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> blocos ao<br />
acaso, composto por quatro tratamentos, com<br />
quatro repetições. A área foi subdividida em<br />
quatro blocos casualiza<strong>do</strong>s, totalizan<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>zesseis parcelas experimentais, cada uma<br />
com área <strong>de</strong> 120 m 2 (8 x 15 m), com<br />
espaçamento entre parcelas <strong>de</strong> 10 metros e<br />
entre blocos <strong>de</strong> 2 metros. Utilizaram-se quatro<br />
tratamentos: T1 = S1V1, T2 = S1V2, T3 =<br />
S2V1 e T4 = S2V2. Os quatro tratamentos<br />
foram compostos por <strong>duas</strong> semea<strong>do</strong>ras,<br />
PSE8/Semeato, <strong>do</strong>ravante <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong> S1<br />
(sulca<strong>do</strong>res <strong>de</strong> discos duplos <strong>de</strong>fasa<strong>do</strong>s para<br />
as sementes e sulca<strong>do</strong>res tipo guilhotina para<br />
fertilizantes, 4 linhas <strong>de</strong> plantio espaçadas<br />
entre si <strong>de</strong> 900 mm), e PST2/Tatú, <strong>do</strong>ravante<br />
<strong>de</strong>nominada S2 (mecanismo sulca<strong>do</strong>r tipo<br />
disco duplo <strong>de</strong>sencontra<strong>do</strong> para fertilizantes e<br />
sementes com 4 linhas <strong>de</strong> plantio espaçadas<br />
entre si <strong>de</strong> 900 mm), <strong>de</strong>slocadas em <strong>duas</strong><br />
velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento 5,2 km h -1 e<br />
8,4 km h -1 , <strong>do</strong>ravante <strong>de</strong>nominadas V1 e V2,<br />
respectivamente.<br />
Para tracionar as semea<strong>do</strong>ras, utilizou-se<br />
um trator marca FORD, mo<strong>de</strong>lo 7630 4x2 com<br />
tração dianteira auxiliar (TDA), com roda<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
pneus, potência <strong>de</strong> 75,8 kW (103 cv) no motor<br />
a 2100 rpm e massa <strong>de</strong> 6196 kg, quan<strong>do</strong> sob<br />
lastragem máxima.<br />
A umida<strong>de</strong> <strong>de</strong> semeadura foi <strong>de</strong>terminada<br />
por meio <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> graviométrico padrão,<br />
conforme Embrapa (1997). Para <strong>de</strong>terminar a<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo, utilizou-se o méto<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
anel volumétrico, sen<strong>do</strong> que para a<br />
<strong>de</strong>terminação da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> matéria seca<br />
utilizou-se um quadra<strong>do</strong> <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira com área<br />
<strong>de</strong> 0,25 m 2 .<br />
Na aquisição <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s, utilizou-se um<br />
“Micrologger 21X” para monitorar e gravar,<br />
continuamente, sob uma freqüência<br />
previamente <strong>de</strong>finida, os sinais gera<strong>do</strong>s pelos<br />
transdutores, sen<strong>do</strong> os mesmos <strong>do</strong> tipo<br />
analógico (célula <strong>de</strong> carga) e <strong>de</strong> pulsos<br />
(radar).<br />
Para obtenção <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> força <strong>de</strong><br />
tração solicitada pelas semea<strong>do</strong>ras, usou-se<br />
uma célula <strong>de</strong> carga Sodmex, mo<strong>de</strong>lo N400,<br />
com sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 2,156 mV/V e escala<br />
nominal <strong>de</strong> 50 kN, inserida entre a barra <strong>de</strong><br />
tração <strong>do</strong> trator e a da semea<strong>do</strong>ra.<br />
A força <strong>de</strong> tração média foi <strong>de</strong>terminada<br />
utilizan<strong>do</strong>-se a Equação 1.<br />
Engenharia na Agricultura, Viçosa, MG, v.12, n.4, 298-306, Out./Dez., 2004 301<br />
F<br />
n<br />
∑<br />
i=<br />
m = 1<br />
em que:<br />
n<br />
Fi<br />
Fi = força <strong>de</strong> tração instantânea (N);<br />
Fm = força <strong>de</strong> tração média (N); e<br />
n = número <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s registra<strong>do</strong>s.<br />
(1)<br />
Para <strong>de</strong>terminar a velocida<strong>de</strong> instantânea,<br />
foi utiliza<strong>do</strong> um radar <strong>de</strong> efeito <strong>do</strong>pller, da<br />
Dickey Jonh, mo<strong>de</strong>lo DjRVS II, com erro<br />
menor que ± 5% para velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 0,40 a<br />
3,2 km h -1 e menor que ± 3% para<br />
velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 3,2 a 70,8 km h -1 . O radar foi<br />
fixa<strong>do</strong> a uma chapa <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> 7,94 mm <strong>de</strong><br />
espessura, sen<strong>do</strong> esta parafusada no<br />
monobloco <strong>do</strong> trator, no la<strong>do</strong> direito. O radar<br />
foi monta<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> um ângulo <strong>de</strong> 35 ± 5º,<br />
conforme recomendação <strong>do</strong> fabricante.<br />
Para <strong>de</strong>terminar a patinagem <strong>do</strong>s roda<strong>do</strong>s,<br />
utilizaram-se gera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> impulsos à<br />
relação <strong>de</strong> 60 pulsos por volta, fixa<strong>do</strong>s no<br />
roda<strong>do</strong> <strong>do</strong> trator. A patinagem foi calculada<br />
utilizan<strong>do</strong>-se a Equação 2.<br />
⎛<br />
⎜<br />
Pat = 100 .<br />
⎝<br />
∑<br />
Pulsos ⎞<br />
. Perim⎟<br />
− L<br />
60 ⎟<br />
⎠<br />
⎛<br />
⎞<br />
⎜∑<br />
Pulsos<br />
. Perim⎟<br />
⎜<br />
⎟<br />
⎝ 60 ⎠<br />
Parc<br />
(2)
em que:<br />
Pat = patinagem das rodas motrizes (%);<br />
∑Pulsos = total <strong>de</strong> pulsos armazena<strong>do</strong>s no<br />
<strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong>ntro da parcela experimental;<br />
Perim = perímetro <strong>do</strong> roda<strong>do</strong> <strong>do</strong> trator (m); e<br />
LParc = comprimento da parcela experimental<br />
(m).<br />
A potência média na barra <strong>de</strong> tração foi<br />
<strong>de</strong>terminada utilizan<strong>do</strong>-se a Equação 3.<br />
P F . V<br />
302<br />
m<br />
em que:<br />
= m m<br />
(3) (3) EES = espaçamento entre sementes (cm);<br />
S = posição da semente; e<br />
Pm = potência média na barra <strong>de</strong> tração (kW);<br />
Fm = força <strong>de</strong> tração média na barra <strong>de</strong> tração<br />
(kN); e<br />
Vm = velocida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento (ms - 1 ).<br />
A profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> semeadura foi<br />
<strong>de</strong>terminada aos vinte dias após a<br />
semeadura, em todas as parcelas<br />
experimentais, sen<strong>do</strong> retiradas 20 plantas<br />
em cada linha <strong>de</strong> semeadura. Com o auxílio<br />
<strong>de</strong> uma tesoura <strong>de</strong> poda, cortou-se a parte<br />
aérea <strong>do</strong> milho, rente ao solo e, com uma<br />
espátula, arrancou-se a parte enterrada no<br />
solo, medin<strong>do</strong>-se o comprimento <strong>do</strong><br />
mesocótilo até a semente.<br />
A uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong><br />
sementes <strong>de</strong> milho foi obtida, medin<strong>do</strong>-se o<br />
espaçamento entre sementes na linha <strong>de</strong><br />
semeadura. Em cada parcela experimental,<br />
foram realizadas amostragens nas 4 linhas<br />
<strong>de</strong> semeadura e, em cada linha, foi<br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> o espaçamento entre 20<br />
sementes. O espaçamento entre sementes<br />
foi calcula<strong>do</strong> utilizan<strong>do</strong>-se a Equação 4.<br />
EES S S<br />
(4)<br />
em que:<br />
Quadro 1. Características físicas da área experimental<br />
Tratamentos<br />
Matéria seca<br />
(t ha -1 )<br />
= n − n−1<br />
n = número da semente amostrada.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
As características da área experimental<br />
estão apresentadas no Quadro 1. A matéria<br />
seca existente no experimento foi<br />
constituída pela palhada da soja, cultura<br />
anteriormente existente na área, colhida<br />
mecanicamente, sen<strong>do</strong> esta, picada e<br />
distribuída pela colhe<strong>do</strong>ra, e que não<br />
apresentou diferenças estatisticamente<br />
significativas entre os blocos nem entre as<br />
parcelas experimentais. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
massa seca, observada em toda a área<br />
experimental, foi igual a 5,78 t ha -1 , em<br />
média.<br />
Densida<strong>de</strong> <strong>do</strong> solo Teor <strong>de</strong> água no solo<br />
0 – 15 cm 15 – 30 cm 0 – 15 cm 15 – 30 cm<br />
(kg dm -3 ) (%)<br />
S1V1 4,30 1,16 1,19 37,36 38,07<br />
S1V2 5,72 1,28 1,17 37,17 40,22<br />
S2V1 7,50 1,26 1,22 37,54 39,47<br />
S2V2 5,59 1,21 1,21 37,61 38,30<br />
Média 5,78 1,23 1,20 37,42 39,02<br />
CV (%) 43,24 5,04 3,92 2,32 3,73<br />
DP 2,50 0,06 0,05 0,87 1,45<br />
A ausência <strong>de</strong> letras no interior <strong>do</strong> Quadro indica que as médias não diferem entre si, pelo teste <strong>de</strong> Tukey, a 5%<br />
<strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.<br />
Engenharia na Agricultura, Viçosa, MG, v.12, n.4, 298-306, Out./Dez., 2004
Os valores observa<strong>do</strong>s para a <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> solo e teor <strong>de</strong> água <strong>do</strong> solo, antes da<br />
operação <strong>de</strong> semeadura, nas <strong>duas</strong><br />
profundida<strong>de</strong>s amostradas (0 – 15 e 15 –<br />
30 cm), não i<strong>de</strong>ntificaram diferenças<br />
significativas entre os blocos e entre as<br />
parcelas experimentais <strong>do</strong>s quatro<br />
tratamentos.<br />
No Quadro 2, verifica-se que os valores<br />
médios, encontra<strong>do</strong>s para a força <strong>de</strong> tração,<br />
apresentaram diferenças significativas<br />
apenas entre as semea<strong>do</strong>ras, sen<strong>do</strong> que a<br />
semea<strong>do</strong>ra S1 apresentou o maior<br />
requerimento <strong>de</strong> força <strong>de</strong> tração. Isto po<strong>de</strong><br />
ser explica<strong>do</strong>, pelo fato <strong>de</strong> as semea<strong>do</strong>ras<br />
utilizarem mecanismos sulca<strong>do</strong>res<br />
diferentes, sen<strong>do</strong> a semea<strong>do</strong>ra S1 equipada<br />
com sulca<strong>do</strong>r tipo guilhotina e a semea<strong>do</strong>ra<br />
S2 com sulca<strong>do</strong>r tipo discos duplos<br />
<strong>de</strong>fasa<strong>do</strong>s. Para ambas as semea<strong>do</strong>ras, não<br />
foi observa<strong>do</strong> o efeito da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>slocamento no requerimento <strong>de</strong> força <strong>de</strong><br />
tração na barra. Estes resulta<strong>do</strong>s concordam<br />
com os obti<strong>do</strong>s por Silva et al. (2000), que<br />
Quadro 2. Força <strong>de</strong> tração média na barra (kN)<br />
Velocida<strong>de</strong>s<br />
Semea<strong>do</strong>ras<br />
S1 S2<br />
avaliaram o requerimento <strong>de</strong> força <strong>de</strong> tração<br />
em quatro velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento.<br />
A influência das semea<strong>do</strong>ras e das<br />
velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento sobre a<br />
potência média requerida na barra <strong>de</strong> tração<br />
po<strong>de</strong> ser observada no Quadro 3. Verifica-se<br />
que a interação entre as semea<strong>do</strong>ras e<br />
velocida<strong>de</strong>s não foi significativa, indican<strong>do</strong> a<br />
in<strong>de</strong>pendência entre os <strong>do</strong>is fatores. Observase,<br />
ainda, que as diferentes semea<strong>do</strong>ras<br />
também não influenciaram a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong><br />
potência. Entretanto, as velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>slocamento diferiram, estatisticamente,<br />
sen<strong>do</strong> que os maiores valores <strong>de</strong> potência<br />
observa<strong>do</strong>s na velocida<strong>de</strong> V2.<br />
Ao comparar o requerimento <strong>de</strong> potência<br />
na barra <strong>de</strong> tração, solicita<strong>do</strong> pelas <strong>duas</strong><br />
semea<strong>do</strong>ras, nas <strong>duas</strong> velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>slocamento, verificou-se que na semea<strong>do</strong>ra<br />
S1 foi 16% maior que na semea<strong>do</strong>ra S2. Esse<br />
requerimento é <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao fato <strong>de</strong> a<br />
semea<strong>do</strong>ra S1 ter o mecanismo sulca<strong>do</strong>r tipo<br />
guilhotina, enquanto que a semea<strong>do</strong>ra S2 foi<br />
equipada com discos duplos <strong>de</strong>fasa<strong>do</strong>s.<br />
Médias<br />
V1 9,34 7,84 8,59 A<br />
V2 9,88 8,30 9,09 A<br />
Média 9,61 a 8,07 b 8,84<br />
CV (%) = 7,76 DP = 0,69<br />
Médias seguidas <strong>de</strong> mesmas letras minúsculas na linha e <strong>de</strong> mesmas letras maiúsculas na coluna, não diferem<br />
estatisticamente entre si, pelo teste <strong>de</strong> Tukey, a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.<br />
Quadro 3. Potência média na barra <strong>de</strong> tração (kW)<br />
Velocida<strong>de</strong>s<br />
Semea<strong>do</strong>ras<br />
S1 S2<br />
Médias<br />
V1 13,60 12,48 13,04 A<br />
V2 23,20 20,85 22,03 B<br />
Média 18,40 a 16,66 a 17,53<br />
CV (%) = 14,67 DP = 2,57<br />
Médias seguidas <strong>de</strong> mesmas letras minúsculas na linha e <strong>de</strong> mesmas letras maiúsculas na coluna, não diferem<br />
estatisticamente entre si, pelo teste <strong>de</strong> Tukey, a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.<br />
Engenharia na Agricultura, Viçosa, MG, v.12, n.4, 298-306, Out./Dez., 2004 303
Santos Júnior (1999), avalian<strong>do</strong> a<br />
potência solicitada por uma semea<strong>do</strong>raaduba<strong>do</strong>ra<br />
com <strong>do</strong>is mecanismos<br />
sulca<strong>do</strong>res (discos duplos <strong>de</strong>sencontra<strong>do</strong>s<br />
e facão), verificou que o maior<br />
requerimento <strong>de</strong> potência ocorreu para o<br />
mecanismo sulca<strong>do</strong>r <strong>do</strong> tipo facão e que a<br />
diferença entre os <strong>do</strong>is sulca<strong>do</strong>res foi <strong>de</strong><br />
39%, quan<strong>do</strong> a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>slocamento passou <strong>de</strong> 5,2 para 8,4<br />
km h -1 .<br />
Os valores médios da profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sementes estão<br />
apresenta<strong>do</strong>s no Quadro 4, em que foram<br />
verificadas diferenças significativas entre<br />
as semea<strong>do</strong>ras. O mesmo não ocorreu<br />
para o fator velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento;<br />
entretanto, a interação semea<strong>do</strong>ras versus<br />
velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento apresentou<br />
diferenças significativas.<br />
Para a semea<strong>do</strong>ra S1, a profundida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sementes não foi afetada<br />
pela velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento,<br />
enquanto na semea<strong>do</strong>ra S2, isso ocorreu.<br />
Ao contrário <strong>do</strong> que foi encontra<strong>do</strong> para a<br />
Quadro 4. Profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sementes (cm)<br />
304<br />
Velocida<strong>de</strong>s<br />
Semea<strong>do</strong>ras<br />
S1 S2<br />
semea<strong>do</strong>ra S1, a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sementes aumentou <strong>de</strong> 3,01<br />
para 3,97 cm, com o aumento da<br />
velocida<strong>de</strong>. A semea<strong>do</strong>ra S1 apresentou<br />
variação <strong>de</strong> 7,6% na profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sementes, enquanto para a<br />
semea<strong>do</strong>ra S2, a variação foi <strong>de</strong> 24,2%,<br />
nas <strong>duas</strong> velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento.<br />
No Quadro 5, estão apresenta<strong>do</strong>s os<br />
valores médios da uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
distribuição <strong>de</strong> sementes, em que verificamse<br />
diferenças significativas apenas entre as<br />
semea<strong>do</strong>ras. Mesmo não sen<strong>do</strong><br />
significativo, observa-se que com o<br />
aumento da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento<br />
<strong>de</strong> V1 para V2, houve um pequeno<br />
aumento no espaçamento entre sementes,<br />
para as <strong>duas</strong> semea<strong>do</strong>ras. Os da<strong>do</strong>s<br />
obti<strong>do</strong>s foram condizentes com os valores<br />
encontra<strong>do</strong>s por Portella (1997), Mantovani<br />
e Bertaux (1990), que afirmaram que a<br />
velocida<strong>de</strong> tem influência na distribuição<br />
das sementes, ou seja, que o espaçamento<br />
é aumenta<strong>do</strong> à medida que a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>slocamento aumenta.<br />
Médias<br />
V1 4,85 Aa 3,01 Ab 3,93 A<br />
V2 4,48 Aa 3,97 Aa 4,23 A<br />
Média 4,67 a 3,49 b 4,08<br />
CV (%) = 16,64 DP = 0,68<br />
Médias seguidas <strong>de</strong> mesmas letras minúsculas na linha e <strong>de</strong> mesmas letras maiúsculas na coluna, não diferem<br />
estatisticamente entre si, pelo teste <strong>de</strong> Tukey, a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong><br />
Quadro 5. Uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong> sementes <strong>de</strong> milho (cm)<br />
Velocida<strong>de</strong>s<br />
Semea<strong>do</strong>ras<br />
S1 S2<br />
Médias<br />
V1 21,50 18,43 19,97 A<br />
V2 21,88 18,59 20,24 A<br />
Média 21,69 a 18,51 b 20,10<br />
CV (%) = 8,94 DP = 1,80<br />
Médias seguidas <strong>de</strong> mesmas letras minúsculas na linha e <strong>de</strong> mesmas letras maiúsculas na coluna, não diferem<br />
estatisticamente entre si, pelo teste <strong>de</strong> Tukey, a 5% <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong><br />
Engenharia na Agricultura, Viçosa, MG, v.12, n.4, 298-306, Out./Dez., 2004
CONCLUSÕES<br />
• Os mecanismos sulca<strong>do</strong>res influenciaram o<br />
requerimento <strong>de</strong> força <strong>de</strong> tração média na<br />
barra, sen<strong>do</strong> que os maiores valores <strong>de</strong> força<br />
foram encontra<strong>do</strong>s na semea<strong>do</strong>ra equipada<br />
com sulca<strong>do</strong>r tipo guilhotina.<br />
• O incremento na velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>slocamento aumentou a potência média<br />
na barra.<br />
• A variação da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento<br />
não influenciou os parâmetros: força <strong>de</strong><br />
tração média na barra, profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
semeadura e uniformida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição <strong>de</strong><br />
sementes.<br />
• A profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sementes<br />
foi afetada pelos mecanismos sulca<strong>do</strong>res <strong>de</strong><br />
adubo.<br />
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