18.05.2013 Views

Parecer sobre a Conta da Segurança Social de 2003 - Tribunal de ...

Parecer sobre a Conta da Segurança Social de 2003 - Tribunal de ...

Parecer sobre a Conta da Segurança Social de 2003 - Tribunal de ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PARECER SOBRE A CONTA DA SEGURANÇA SOCIAL DE <strong>2003</strong><br />

♦ A operação <strong>de</strong> titularização produziu eficácia na Tesouraria do Estado porquanto se traduziu<br />

em liqui<strong>de</strong>z imediata nos cofres do Estado para cumprimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado objectivo, mas<br />

não correspon<strong>de</strong>u a uma melhoria, por parte do tecido empresarial com reflexo no<br />

cumprimento <strong>da</strong>s obrigações fiscais em anos futuros;<br />

♦ Em termos macro, o balanço do Estado ficou significativamente alterado por uma diminuição<br />

do activo realizável, um aumento nas disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e a correspon<strong>de</strong>nte diferença<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> prejuízo do ano <strong>de</strong> <strong>2003</strong>, situação que não se verificou em 1995 aquando <strong>da</strong> cessão<br />

<strong>de</strong> créditos <strong>da</strong> segurança social ao Tesouro, cujo efeito, em termos <strong>de</strong> balanço do Estado, se<br />

traduziu apenas numa transferência <strong>de</strong> activos do subsector <strong>Segurança</strong> <strong>Social</strong> para o Estado.<br />

12.9 – Património financeiro do IGFCSS<br />

A análise efectua<strong>da</strong> neste ponto, relativo ao património financeiro e imobiliário do Instituto <strong>de</strong> Gestão<br />

<strong>de</strong> Fundos <strong>da</strong> <strong>Segurança</strong> <strong>Social</strong> (IGFCSS), requer que se tenha em consi<strong>de</strong>ração, por um lado e como<br />

referido no anterior <strong>Parecer</strong>, que só a partir <strong>de</strong> 2002, este Instituto, enti<strong>da</strong><strong>de</strong> gestora do Fundo <strong>de</strong><br />

Estabilização Financeira <strong>da</strong> <strong>Segurança</strong> <strong>Social</strong> (FEFSS), passou a consoli<strong>da</strong>r as suas contas com o SSS<br />

e, por outro, que sendo as aplicações <strong>de</strong> capital efectua<strong>da</strong>s pelo FEFSS, na sua maioria, respeitantes a<br />

valores mobiliários, subsiste uma parcela referente a investimentos financeiros em imóveis que foi<br />

atrás trata<strong>da</strong>, mais propriamente no capítulo respeitante ao Balanço e Demonstração <strong>de</strong> Resultados no<br />

ponto relativo aos Investimentos Financeiros.<br />

As transformações que, nas últimas déca<strong>da</strong>s, se têm vindo a fazer sentir na estrutura <strong>de</strong>mográfica <strong>da</strong><br />

população portuguesa, provoca<strong>da</strong>s, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente, pela combinação do aumento <strong>da</strong> esperança <strong>de</strong><br />

vi<strong>da</strong> <strong>da</strong> população e <strong>da</strong>s baixas taxas <strong>de</strong> natali<strong>da</strong><strong>de</strong>, têm vindo a conduzir a um acentuado<br />

envelhecimento populacional, acarretando, consequentemente, um aumento progressivo dos encargos<br />

com as pensões <strong>de</strong> reforma. A este fenómeno acresce, por outro lado, um factor <strong>de</strong> carácter socioeconómico<br />

resultante <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> na i<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reforma <strong>de</strong> beneficiários com períodos contributivos mais<br />

longos e remunerações mais eleva<strong>da</strong>s ao longo <strong>da</strong> sua carreira contributiva, o que ten<strong>de</strong>rá a elevar o<br />

valor médio <strong>da</strong>s pensões a atribuir.<br />

No sentido <strong>de</strong> fazer face a estas tendências e precaver a sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> futura do SSS 1 foi criado, em<br />

1989 2 , o FEFSS 3 , cujo objectivo fun<strong>da</strong>mental era a criação <strong>de</strong> um fundo <strong>de</strong> reserva capaz <strong>de</strong> fazer face<br />

a situações que se constituíssem como factores agravantes dos, já reconhecidos, problemas estruturais<br />

do sistema, como por exemplo, a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do aumento acentuado dos gastos com prestações <strong>de</strong><br />

curto prazo 4 . Em última instância, a criação <strong>de</strong>ste fundo <strong>de</strong>veria assegurar a estabilização financeira do<br />

SSS e contribuir para o “(…) ajustamento do regime financeiro do sistema público <strong>de</strong> segurança social às<br />

condições económicas, sociais e <strong>de</strong>mográficas” 5 . Entretanto, em 1999, com a publicação do Decreto-Lei<br />

1 A percepção <strong>da</strong> excessiva rigi<strong>de</strong>z a que o regime financeiro <strong>de</strong> distribuição sujeitava o sistema <strong>de</strong> segurança social,<br />

<strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente, a afectação directa <strong>da</strong>s receitas provin<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s contribuições <strong>da</strong>s gerações mais novas para suportar as<br />

<strong>de</strong>spesas com prestações a favor <strong>de</strong> gerações mais antigas, conjugado com os fenómenos <strong>de</strong> natureza <strong>de</strong>mográfica e<br />

socio-económica impunha “(…) a adopção <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>s que possam introduzir maior flexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, no sentido <strong>de</strong> se<br />

adoptarem formas mistas <strong>de</strong> financiamento <strong>da</strong> <strong>Segurança</strong> <strong>Social</strong>, em que se combinem mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> capitalização<br />

com o actual sistema distributivo.” Cfr. preâmbulo do Decreto-Lei n.º 259/89, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Agosto.<br />

2 Cfr. Decreto-Lei n.º 259/89, <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Agosto.<br />

3 Decreto-Lei n.º 259/89,14 <strong>de</strong> Agosto, posteriormente revogado pelo Decreto-Lei n.º 399/90, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> Dezembeo.<br />

4 Designa<strong>da</strong>mente, as relaciona<strong>da</strong>s com o <strong>de</strong>semprego, a doença e a invali<strong>de</strong>z.<br />

5 Cfr. art.º 1.º <strong>da</strong> Portaria n.º 1273/2004, <strong>de</strong> 7 <strong>de</strong> Outubro – Regulamento <strong>de</strong> Gestão do FEFSS.<br />

XII.222

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!