a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...

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acesso aos serviços necessários, suprimentos ou equipamentos e de poder ou confiança para sustentar ou implementar mudanças de hábitos (MANN et al., 1993). Dada a natureza do HIV/AIDS, a tarefa final da prevenção é a responsabilidade individual: as sociedades não podem administrar a prevenção do HIV (exceto através da garantia de um suprimento de sangue seguro) a uma população passiva, como a água pode ser mais segura ou o ar mais limpo. A prevenção do HIV requer indivíduos investidos da responsabilidade de aprender e responder (MANN et al., 1993, p.277). Esses serviços seguem algumas diretrizes adequando as suas ações no oferecimento da testagem sorológica anti-HIV, a partir de uma perspectiva preventiva, que são: acessibilidade e gratuidade; anonimato flexível; confidencialidade da origem das informações e dos resultados dos testes; agilidade no atendimento e no resultado do exame; resolutividade das necessidades do cliente; aconselhamento pré e pós- teste; encaminhamento para referência quando necessário (BRASIL, 2000a). A acessibilidade e gratuidade: os CTA devem estar localizados em locais da fácil acesso para todos os segmentos da população e garantir que os serviços oferecidos sejam gratuitos e que atendam à demanda tanto espontânea quanto a provocada por outros serviços de saúde (BRASIL, 2000a). Importante garantir que a equipe que trabalha nesses serviços tenha uma atitude receptiva no sentido de ‘acolher’ a pessoa, percebendo e reconhecendo que, quando ela chega ao serviço, traz consigo uma carga considerável de fragilidade e angústia pessoal, permeada pelo medo. Por isso, faz-se necessário que ela se sinta apoiada, acolhida e bem-vinda (ALMEIDA et al., 2004a). O anonimato flexível e a confidencialidade: a fim de propiciar o diagnóstico precoce da infecção pelo HIV para uma parcela maior da população brasileira, há que se considerar a flexibilidade do anonimato. Isto é, para a pessoa que assim o desejar, deve-se proceder à sua identificação, com a entrega do resultado por escrito. Neste caso, deve-se ressaltar, no momento da entrega do resultado (aconselhamento pós- teste), o significado do resultado e as implicações legais, éticas e psicológicas da revelação deste resultado para terceiros. A confidencialidade fica garantida a partir dos códigos de ética que preconizam o sigilo sobre as atividades dos profissionais que 85

atuam em serviços de saúde, por se tratar de um requisito essencial para que se estabeleça a necessária confiança entre a pessoa e o aconselhador (BRASIL, 2000a). A agilidade e resolutividade: a recepção deve ser acolhedora, com tempo mínimo de espera e disponibilidade de resultados confirmados em tempo hábil (BRASIL, 2000c). Aconselhamento adequado: trata-se de uma prática que visa, grosso modo, mudança de comportamento de práticas que possam levar à infecção do HIV ou adoecer de AIDS e, ao mesmo tempo, constitui-se em apoio emocional para o manejo eficaz da situação de comunicação do diagnóstico, mediante a consistência, uniformidade e precisão das informações prestadas (BRASIL, 2000c). A referência: os CTA devem garantir o encaminhamento das pessoas aos serviços de assistência, a fim de oferecer o acesso imediato ao monitoramento ou tratamento da infecção pelo HIV ou a AIDS, no caso de resultados positivos, ou mesmo de outras ocorrências diagnósticas no âmbito do aconselhamento ou de outras sorologias realizadas, como no caso da sífilis e em alguns poucos serviços a sorologia para a hepatite B (BRASIL, 2000c). Além das normas de organização e funcionamento do CTA, esses serviços trabalham com vistas na consecução dos seguintes objetivos: expandir o acesso ao diagnóstico do HIV; contribuir para que o usuário reflita sobre a sua percepção de risco de exposição e reduza as possibilidades de infecção, bem como de transmissão do HIV, estimulando-o a adotar práticas mais seguras; reduzir o nível do estresse causado pela realização de testes diagnósticos e de possíveis tratamentos; encaminhar as pessoas soropositivas para os serviços de referência; auxiliar pessoas vivendo com HIV e AIDS no processo de adesão ao tratamento anti-retroviral; absorver a demanda por testes sorológicos dos bancos de sangue; estimular o diagnóstico de parcerias sexuais; auxiliar os serviços de pré-natal na testagem sorológica de gestantes e levar informações sobre a prevenção das DST, da AIDS e do uso indevido de drogas para populações específicas (BRASIL, 2000C; FRANZEN e ZÁCHIA, 1999). 86

acesso aos serviços necessários, suprimentos ou equipamentos e <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r ou<br />

confiança para sustentar ou implementar mudanças <strong>de</strong> hábitos (MANN et al., 1993).<br />

Dada a natureza <strong>do</strong> HIV/AIDS, a tarefa final da prevenção é a responsabilida<strong>de</strong> individual:<br />

as socieda<strong>de</strong>s não po<strong>de</strong>m administrar a prevenção <strong>do</strong> HIV (exceto através da garantia <strong>de</strong><br />

um suprimento <strong>de</strong> sangue seguro) a uma população passiva, como a água po<strong>de</strong> ser mais<br />

segura ou o ar mais limpo. A prevenção <strong>do</strong> HIV requer indivíduos investi<strong>do</strong>s da<br />

responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e respon<strong>de</strong>r (MANN et al., 1993, p.277).<br />

Esses serviços seguem algumas diretrizes a<strong>de</strong>quan<strong>do</strong> as suas ações no<br />

oferecimento da testagem sorológica anti-HIV, a partir <strong>de</strong> uma perspectiva preventiva,<br />

que são: acessibilida<strong>de</strong> e gratuida<strong>de</strong>; anonimato flexível; confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> da origem<br />

das informações e <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s testes; agilida<strong>de</strong> no atendimento e no resulta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> exame; resolutivida<strong>de</strong> das necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> cliente; aconselhamento pré e pós-<br />

teste; encaminhamento para referência quan<strong>do</strong> necessário (BRASIL, 2000a).<br />

A acessibilida<strong>de</strong> e gratuida<strong>de</strong>: os CTA <strong>de</strong>vem estar localiza<strong>do</strong>s em locais<br />

da fácil acesso para to<strong>do</strong>s os segmentos da população e garantir que os serviços<br />

ofereci<strong>do</strong>s sejam gratuitos e que atendam à <strong>de</strong>manda tanto espontânea quanto a<br />

provocada por outros serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (BRASIL, 2000a). Importante garantir que a<br />

equipe que trabalha nesses serviços tenha uma atitu<strong>de</strong> receptiva no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

‘acolher’ a pessoa, perceben<strong>do</strong> e reconhecen<strong>do</strong> que, quan<strong>do</strong> ela chega ao serviço,<br />

traz consigo uma carga consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> e angústia pessoal, permeada pelo<br />

me<strong>do</strong>. Por isso, faz-se necessário que ela se sinta apoiada, acolhida e bem-vinda<br />

(ALMEIDA et al., 2004a).<br />

O anonimato flexível e a confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong>: a fim <strong>de</strong> propiciar o diagnóstico<br />

precoce da infecção pelo HIV para uma parcela maior da população brasileira, há que<br />

se consi<strong>de</strong>rar a flexibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> anonimato. Isto é, para a pessoa que assim o <strong>de</strong>sejar,<br />

<strong>de</strong>ve-se proce<strong>de</strong>r à sua i<strong>de</strong>ntificação, com a entrega <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> por escrito. Neste<br />

caso, <strong>de</strong>ve-se ressaltar, no momento da entrega <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> (aconselhamento pós-<br />

teste), o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> e as implicações legais, éticas e psicológicas da<br />

revelação <strong>de</strong>ste resulta<strong>do</strong> para terceiros. A confi<strong>de</strong>ncialida<strong>de</strong> fica garantida a partir <strong>do</strong>s<br />

códigos <strong>de</strong> ética que preconizam o sigilo sobre as ativida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s profissionais que<br />

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