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a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...

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elação saber/conhecer a <strong>do</strong>ença (no caso a AIDS) que faz com que as <strong>pessoas</strong><br />

assumam ações concretas em termos <strong>de</strong> prevenção, como refere Martins (1999).<br />

Segun<strong>do</strong> a antropóloga Mary Douglas apud Martins (1999), é inocente pensar que<br />

as <strong>pessoas</strong> se arriscam por não conhecer os perigos, e que o público <strong>de</strong>sinforma<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>va ter mais educação. Para essa autora, é impossível que uma maior informação<br />

restabeleça diferenças <strong>de</strong> opinião sobre risco (aqui entendi<strong>do</strong> como um perigo<br />

conheci<strong>do</strong>), uma vez que "as variações que envolvem a avaliação <strong>de</strong> risco e a<br />

resposta ao risco são produtos <strong>de</strong> diferentes socializações em subculturas e<br />

complexas re<strong>de</strong>s institucionais. Os comportamentos, então, ocorrem em função <strong>de</strong><br />

variações <strong>do</strong>s grupos aos quais pertencem, além <strong>do</strong>s padrões <strong>de</strong> constrangimento<br />

impostos pelo grupo" (FONSECA, 2002, p.77).<br />

Transcen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> esse raciocínio para a prevenção <strong>do</strong> HIV e da AIDS, é<br />

necessário buscar a lógica que dá significa<strong>do</strong> ao comportamento arrisca<strong>do</strong> <strong>de</strong> muitas<br />

<strong>pessoas</strong>, lembran<strong>do</strong> que a cultura passa a ser o filtro pelo qual os perigos são<br />

reconheci<strong>do</strong>s e preveni<strong>do</strong>s ou não, alu<strong>de</strong> Martins (1999). Daí a constatação <strong>de</strong> que<br />

trabalhar no campo da prevenção que vislumbre mudança <strong>de</strong> comportamento, seja<br />

no caso da AIDS seja no <strong>de</strong> qualquer outra patologia, é muito complexo, pois essa<br />

mudança é difícil <strong>de</strong> acontecer; ainda que não impossível. Lembra a autora que toda<br />

mudança <strong>de</strong> comportamento tem limites – <strong>de</strong> natureza cultural, social, econômica ou<br />

psicológica – que <strong>de</strong>vem ser respeita<strong>do</strong>s, conquanto caminhe no senti<strong>do</strong> oposto à<br />

promoção da saú<strong>de</strong>.<br />

Buscan<strong>do</strong> uma outra abordagem educativa que transmute às anteriores<br />

(individuais e grupais) e que incorpore a compreensão das questões da saú<strong>de</strong><br />

articuladamente às <strong>de</strong> cidadania e Direitos Humanos, Fonseca (2002) aponta o<br />

conceito <strong>de</strong> vulnerabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Mann et al. (1993).<br />

Nesse momento não tenho a pretensão <strong>de</strong> pormenorizar esse conceito,<br />

trago-o para que possa contextualizá-lo no campo da prevenção, no qual alguns<br />

autores fazem importantes contribuições. O aspecto essencial <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong><br />

vulnerabilida<strong>de</strong> no campo da prevenção é que esse rejeita trabalhar sob uma<br />

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