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a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...

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enormes avanços <strong>do</strong> conhecimento e da técnica não esgotaram os <strong>de</strong>safios da<br />

prevenção, uma vez que tais avanços não chegaram a alcançar as mudanças nos<br />

<strong>de</strong>terminantes da vulnerabilida<strong>de</strong> ao HIV e à AIDS <strong>de</strong> uma significativa parcela da<br />

população brasileira, tais como: a pobreza; a exclusão racial; a inflexibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

papéis e condutas <strong>de</strong> gênero; a intolerância à diversida<strong>de</strong>, em especial <strong>de</strong><br />

orientação sexual; o limita<strong>do</strong> diálogo com as novas gerações e a conseqüente<br />

incompreensão <strong>do</strong>s seus valores e projetos <strong>de</strong> vida; o <strong>de</strong>scaso com as gerações<br />

mais i<strong>do</strong>sas e a impressionante fragmentação da socieda<strong>de</strong> civil no mun<strong>do</strong><br />

globaliza<strong>do</strong> (AYRES, 2002).<br />

A <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> todas as importantes transformações ocorridas com o<br />

advento <strong>do</strong>s medicamentos anti-retrovirais, uma nova situação <strong>de</strong>sponta ao trazer à<br />

cena um aspecto <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> relevância para a tarefa <strong>de</strong> prevenção, que hoje é o que<br />

se po<strong>de</strong>ria chamar <strong>de</strong> um para<strong>do</strong>xo epi<strong>de</strong>miológico. Segun<strong>do</strong> Ayres (2002), trata-se<br />

<strong>de</strong> que, à medida que se caminha na busca <strong>de</strong> uma melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida das<br />

<strong>pessoas</strong> <strong>porta<strong>do</strong>ras</strong> <strong>do</strong> HIV e da AIDS, diminuin<strong>do</strong> os abismos que existem entre<br />

aqueles que são porta<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s não porta<strong>do</strong>res – fato que representa um gran<strong>de</strong><br />

avanço no controle da epi<strong>de</strong>mia, <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista tanto da assistência quanto da<br />

prevenção –, mais freqüentes e variadas serão as interações entre essas <strong>pessoas</strong>.<br />

Se, por um la<strong>do</strong>, essa questão é extremamente positiva, por um outro prisma, isso<br />

significa que as oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> transmissão <strong>do</strong> HIV, por meio das relações<br />

sexuais, uso <strong>de</strong> substâncias injetáveis, gestação e uso <strong>de</strong> hemo<strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>rão<br />

aumentar posteriormente, fatos que po<strong>de</strong>m ser acompanha<strong>do</strong>s por uma nova<br />

dinâmica epi<strong>de</strong>miológica que a <strong>do</strong>ença po<strong>de</strong> assumir.<br />

Oportuno ressaltar que as concepções <strong>do</strong> autor não têm o objetivo <strong>de</strong><br />

recru<strong>de</strong>scer os discursos ora vistos no início da epi<strong>de</strong>mia, mas sim <strong>de</strong> que se atente<br />

para os novos significa<strong>do</strong>s sociais que estão se construin<strong>do</strong> sobre a infecção pelo<br />

HIV e a AIDS na atualida<strong>de</strong>.<br />

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