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a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...

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CAPÍTULO 4<br />

OS CAMINHOS DA PREVENÇÃO<br />

4.1 PARA ALÉM DO CUIDADO DA DOENÇA<br />

Ao contemplar os caminhos trilha<strong>do</strong>s <strong>pela</strong>s ações <strong>de</strong> prevenção <strong>do</strong> HIV e<br />

da AIDS implementa<strong>do</strong>s <strong>pela</strong>s políticas públicas no Brasil, po<strong>de</strong>mos perceber,<br />

segun<strong>do</strong> Passarelli (2002), que o reconhecimento <strong>do</strong>s progressos e das conquistas<br />

no âmbito da prevenção não salta aos olhos <strong>de</strong> maneira imediata, como acontece<br />

em outras áreas <strong>de</strong> atuação em AIDS, a exemplo das pesquisas e <strong>do</strong> acesso aos<br />

medicamentos. Alu<strong>de</strong> o autor que vivenciamos um para<strong>do</strong>xo, pois foi justamente no<br />

campo da prevenção que vimos nascer as primeiras respostas à epi<strong>de</strong>mia,<br />

conquanto hoje presenciamos uma pouca produção intelectual nesta arena. Discorre<br />

que na época éramos movi<strong>do</strong>s <strong>pela</strong> urgência da epi<strong>de</strong>mia e <strong>pela</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

estancar a hemorragia; e conseqüentemente muito se fez, contu<strong>do</strong> tivemos pouco<br />

tempo ou espaço para registrar e refletir sobre o caminho percorri<strong>do</strong>.<br />

Vieram os acor<strong>do</strong>s <strong>de</strong> empréstimo com o Banco Mundial, e as organizações comunitárias<br />

assumiram um papel protagonista na condução das ações <strong>de</strong> prevenção, <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong><br />

muito <strong>de</strong>svincula<strong>do</strong> <strong>de</strong> nosso sistema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Agora que nos encontramos no final <strong>do</strong><br />

segun<strong>do</strong> acor<strong>do</strong>, e ven<strong>do</strong> que o Sistema Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS) pouco assimilou <strong>de</strong><br />

práticas preventivas (...) temos que recolocar o assunto na pauta das agências<br />

internacionais, que nos últimos anos vêm priorizan<strong>do</strong> outras áreas <strong>de</strong> atuação ou outros<br />

países, diante <strong>do</strong> diagnóstico <strong>de</strong> que a resposta brasileira atingiu patamares <strong>de</strong><br />

excelência... (PASSARELLI, 2002, p.8).<br />

Segun<strong>do</strong> o mesmo autor, essas são as dimensões pragmáticas das<br />

metáforas postas pelo tratar e pelo cuidar, ou seja, pelo assistir e prevenir, que, no<br />

caso da epi<strong>de</strong>mia da AIDS e no plano da saú<strong>de</strong> pública em geral, sempre<br />

propen<strong>de</strong>ram mais para o la<strong>do</strong> <strong>do</strong> tratamento, na medida em que o sujeito <strong>do</strong><br />

tratamento tem um en<strong>de</strong>reço certo, ao passo que o campo e o sujeito da prevenção<br />

são sempre difusos. Tais questões são legitimadas <strong>pela</strong> <strong>de</strong>manda das <strong>pessoas</strong> que<br />

vivem com o HIV e a AIDS e <strong>do</strong>s usuários <strong>do</strong>s serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que se reúnem (até<br />

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