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a trajetória silenciosa de pessoas portadoras do hiv contada pela ...

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estigmatiza<strong>do</strong>s em outro aspecto. Em vista disso, os <strong>de</strong>sencontros entre as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

virtual e real sempre ocorrerão e sempre criarão a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manipulação <strong>de</strong><br />

tensão e controle <strong>de</strong> informação, e, quan<strong>do</strong> os estigmas são muito visíveis ou violentos<br />

que chegam a ferir a dignida<strong>de</strong> da pessoa, o <strong>de</strong>sequilíbrio resultante na interação po<strong>de</strong><br />

ter um efeito arrasa<strong>do</strong>r naquele que recebe o papel <strong>de</strong> estigmatiza<strong>do</strong>.<br />

De sorte que, "a in<strong>de</strong>sejabilida<strong>de</strong> percebida <strong>de</strong> uma proprieda<strong>de</strong> pessoal<br />

particular, e sua capacida<strong>de</strong> para acionar esses processos <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong> e<br />

estigmatização têm sua própria história, uma história que é regularmente mudada por<br />

uma ação intencional" (GOFFMAN, 1988, p.149). Logo, o processo <strong>de</strong> estigmatização<br />

é utiliza<strong>do</strong> como artifício <strong>de</strong> controle social formal e como meio <strong>de</strong> acionar a exclusão<br />

e a opressão.<br />

Reputan<strong>do</strong> as palavras <strong>de</strong> Goffman (1988, p.146), lembremo-nos que o<br />

estigma é uma gran<strong>de</strong> armadilha, no qual "o estigmatiza<strong>do</strong> e o normal são parte um<br />

<strong>do</strong> outro; se alguém se po<strong>de</strong> mostrar vulnerável, outros também o po<strong>de</strong>m. Porque ao<br />

imputar i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s aos indivíduos <strong>de</strong>sacreditáveis, ou não, o conjunto social mais<br />

amplo e seus habitantes, <strong>de</strong> uma certa forma, se comprometem, mostran<strong>do</strong>-se<br />

como tolos".<br />

3.1 O ESTIGMA RELACIONADO COM O HIV E À AIDS<br />

Des<strong>de</strong> seu início, esta epi<strong>de</strong>mia mobilizou metáforas e significa<strong>do</strong>s<br />

po<strong>de</strong>rosos em torno da <strong>do</strong>ença, quais sejam: AIDS como morte, o HIV é mortal; AIDS<br />

como horror, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os porta<strong>do</strong>res <strong>de</strong>ssa síndrome como temi<strong>do</strong>s e<br />

endiabra<strong>do</strong>s; AIDS como punição <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao comportamento imoral e peca<strong>do</strong>r; AIDS<br />

como algo alheio, em que a <strong>do</strong>ença é uma aflição que afeta aos marginaliza<strong>do</strong>s;<br />

AIDS como crime, colocan<strong>do</strong> vítimas culpadas e inocentes; AIDS como guerra,<br />

relacionan<strong>do</strong> o vírus como inimigo <strong>de</strong> guerra <strong>do</strong> sistema imunológico que <strong>de</strong>ve ser<br />

combati<strong>do</strong>; AIDS como resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma irresponsabilida<strong>de</strong> pessoal <strong>de</strong> ter contraí<strong>do</strong><br />

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